terça-feira, 30 de março de 2010

Ateu ‘ressuscita’ Chico Xavier a pedido da Globo



domingo, 28 de março de 2010
Ateu ‘ressuscita’ Chico Xavier a pedido da Globo

O cineasta Daniel Filho conta que aceitou pela primeira vez aceitou uma encomenda quando a Globo Filmes, do grupo da TV Globo, lhe pediu que dirigisse um filme sobre a vida de Chico Xavier (foto). Ele afirma ser ateu, mas é “um homem de fé”.

Assim, a partir de sexta-feira (2), quando começa a Semana Santa, o estrábico Chico Xavier, de peruca e óculos Rayban, será “ressuscitado” em cerca de 400 cinemas em todo o Brasil.

Neste mesmo dia, o médium estaria completando cem anos de vida. Essa data teria sido o motivo de a Globo investir R$ 12 milhões na produção do filme, em sociedade com a Sony Pictures e Downtown.

Se depender da divulgação que o filme vem tendo dos veículos do grupo da TV Globo, o lucro do investimento está garantido.

O médium foi tema de um Globo Repórter e de uma série de programas da Globo News e os produtores e atores do filme já deram entrevista ao jornais Globo e Extra e ao portal G1, etc.

Entre os atores há também um ateu ou, agora, ex-ateu. Trata-se de Nelson Xavier, que interpreta o médium no período 1969-1975.

Nelson era ateu até fazer o filme, porque hoje, disse, já não sabe o que dizer. “Descobri com Chico que precisamos prestar mais atenção no amor.”

Chico morreu em 2002 aos 92 anos. Ele foi o mais importante divulgador do espiritismo kardecista no Brasil. Deixou cerca de 450 livros que, segundo ele, lhe foram ditados por espíritos, principalmente por um que atendia pelo nome de Emmanuel.

Daniel Filho disse que teve dificuldade com as cenas com o Emmanuel. “Que roupa ele usava? Que voz tinha? É muito complicado tornar visível o que eu não conheço.”

Talvez por conta desses percalços, o próprio Chico Xavier tentou várias vezes entrar em contato com a produção durante a filmagem. Pelo menos foi o que Daniel Filho disse em recente entrevista.

O filme se baseia na biografia “As Vidas de Chico Xavier”, do jornalista Souto Maior.

Como se fosse possível separar o médium de sua crença, Daniel Filho (foto) disse que o foco do filme é a vida de Chico Xavier, e não o espiritismo. Ainda assim, alguns traços da personalidade do médium serão apenas sugeridos, como a sua homossexualidade.

Filmes sobre religioso costumam pecar pelo excesso de sentimentalismo. Pelo trailer disponível no Youtube, o de Chico Xavier não será exceção.

segunda-feira, 29 de março de 2010

LAMPIÃO MODERNO



domingo, 7 de março de 2010
LAMPIÃO MODERNO


Poesia Popular no Alerta Total
Dando um tom lírico ao Organograma Globalitário do Crime Organizado




Por Carlos Araujo

Alguém aí tem resposta
Pra pergunta que eu faço?
Lampião, rei do cangaço
Foi bandido ou foi herói?
Nem sei se esta é a questão,
Pois hoje a corrupção
Tem um punhal cangaceiro
Sem dó e sem piedade,
Sangrando a dignidade
De quem é bom brasileiro.

O Virgulino moderno
É bandido refinado:
Exibe carro importado,
Tem jatinho e muito mais.
A caneta é seu fuzil,
Com ela assalta o Brasil
Do jeito que sempre quis:
Feito cupim na madeira,
Fazendo uma buraqueira
Nas finanças do País.

Esse novo Virgulino
Não tem chapéu estrelado,
Não sabe dançar xaxado,
Nem canta Mulher Rendeira.
Ele não dorme no mato,
Ama o conforto e o bom trato.
E não agüenta repuxo:
Com seu dinheiro e malícia,
Quando foge da polícia,
Se esconde em hotel de luxo.

Não anda pelas caatingas,
Nem cruza moita de espinho,
Mas constrói o seu caminho
Com muito nome esquisito:
É fraude, é clientelismo,
É pilhagem, é nepotismo,
É propina, é malandragem.
Mas ele não se contenta:
A tudo isso acrescenta
A mentira e a rapinagem.

Quando chega a eleição,
Sendo ele candidato,
Promete roupa, sapato,
Dentadura, leite e lote.
Se tem amigo disposto
A sonegar o imposto,
Ele segura a peteca
Com uma frase canalha:
- Se eu vencer a batalha
Eu perdôo essa merreca!

No palanque faz de Deus
O seu cabo eleitoral,
Criando o clima ideal
À exploração da fé.
Seu discurso é de devoto,
Mas sua fé é o voto
Da humilde multidão
Que, inocente, se dobra:
Vira massa de manobra
Nas garras do Lampião.

O seu instinto perverso
É muito sofisticado:
Ele mata no atacado,
Quando desvia milhões
Em cada cheque que assina
O bandoleiro assassina
Gente em escala brutal.
De onde vem a matança?
Da falta de segurança,
De médico, hospital...

É direito da criança
Ensino de qualidade,
Mas dessa realidade
Pouca criança desfruta.
E quanto ao saneamento,
Não existe investimento
Neste importante setor,
Porque o nosso dinheiro
Vai parar no estrangeiro,
Na conta do malfeitor.

O cangaceiro de hoje
Tem site na Internet
E grava até em disquete
Os seus planos de ação.
Certo da impunidade,
Ele se sente à vontade
Pra dizer sem embaraço,
Justificando a orgia:
- Lampião nada fazia
Já eu roubo mas eu faço!

Penso até ser injustiça
Comparar o Virgulino
Lá do sertão nordestino
Com esses cabras de hoje.
Pois de uma coisa estou certo:
Lampião nem chega perto
Desses que, de forma vil
E com bastante requinte,
Saqueiam o contribuinte
Que ainda crê no Brasil.

Ah, capitão Virgulino,
Que andas fazendo agora?
Chega de tanta demora.
Sai dessa cova ligeiro,
Vem retomar teu reinado!
Anda logo, desgraçado,
Chama teus cabras de fama,
Traz Corisco e Ventania,
Quinta-Feira e Pontaria,
Tira o país dessa lama!

Chama Dadá, traz Maria,
Pra te dar inspiração,
Traz Canário e Azulão.
Onde andam Moita Brava,
Jararaca e Zé Sereno,
Que provaram do veneno
Da refrega sertaneja?
E Bem-Te-Vi, bom de briga,
Cantando a mesma cantiga,
Não vai fugir da peleja.

Não esquece Volta Seca,
Sabonete e Jitirana,
Que viravam caninana,
Nos instantes de combate.
Chama também Zé Baiano,
Pois entra ano e sai ano
E a coisa fica mais feia.
Já são muitos excluídos
E a culpa é de bandidos
Que precisam levar peia!


Anda logo, que o Brasil
Já se cansou do teu mito,
Ouve o apelo e o grito
Do povo deste país.
Mas cuidado, Capitão,
Cuidado com a mangação
Que pode ser um horror.
Já tem corrupto espalhando
Que, em formação de bando,


Lampião era amador!




Este poema de Carlos Araujo circula pela internet.

O fanfarrão dos milagres e milhões



O fanfarrão dos milagres e milhões

por Mariana Sanches e Ricardo Mendonça, com Juliana Arini, da Época

– Uma das histórias que mais me impressionou (sic) foi de um homem que morreu. Como se diz no Nordeste, ele estava na pedra. A família já tinha recebido atestado de óbito. A filha dele chegou em mim na igreja, me abraçou e disse: “Se o senhor disser que ele está vivo, ele viverá”. O que houve ali foi pela fé dela. Comovido, respondi: “Então, está vivo”. Quando ela voltou para casa, estavam se preparando para velar o corpo e receberam a notícia de que o homem havia voltado à vida. Os médicos tentaram justificar, mas não conseguiram entender como o coração dele voltou a bater. Foi uma ressurreição.

O relato acima foi feito em 2009 pelo líder evangélico Valdemiro Santiago de Oliveira numa de suas raras entrevistas, concedida a uma publicação evangélica Eclésia.

Alto, negro, extrovertido, de fala rouca cheia de erros de português e forte sotaque mineiro, Valdemiro, de 46 anos, é o criador, líder absoluto e autoproclamado “apóstolo” da Igreja Mundial do Poder de Deus. Caçula entre as neopentecostais, a igreja foi fundada em 1998, em Sorocaba, interior de São Paulo. Mineiro de Palma, região de Juiz de Fora, Valdemiro gosta de se definir como “homem do mato” ou “um simples comedor de angu”. Na pregação diária de bispos e pastores e no boca a boca de milhares de fiéis, é reverenciado como milagreiro. Além de afirmar ressuscitar os mortos, cultiva a fama de curar de aids, câncer, cegueira, surdez, tuberculose, hanseníase, paralisia, alergias, coceiras e dores em qualquer parte do corpo e da alma. Num domingo com três cultos, Valdemiro chega a apresentar mais de 30 testemunhos de cura. ÉPOCA tentou falar com Valdemiro durante dois meses. As solicitações foram feitas por meio de assessores e bispos e diretamente a ele, na saída de cultos. Em duas ocasiões, ele prometeu dar entrevista, mas nunca agendou.

Dissidência da Igreja Universal do Reino de Deus, a Mundial é a menos organizada das evangélicas. Seus templos têm instalações precárias. A pregação é classificada por alguns como “primitiva”. Há gritos, choros e performances espalhafatosas. Até suas publicações são visivelmente mais pobres que as das concorrentes. Apesar de fazer quase tudo no improviso, a Mundial já é considerada o maior fenômeno religioso do Brasil desde a criação da Igreja Universal, em 1977, sob a liderança do bispo Edir Macedo. Mais que isso, a Mundial começa a se firmar como ameaça ao império que a Universal ergueu no campo das neopentecostais.

Carismático, intuitivo, meio desafiador, meio fanfarrão, Valdemiro comanda uma estrutura que, de acordo com números da igreja, reúne 2.350 templos, cerca de 4.500 pastores e tem sedes em mais 12 países. Só em aluguéis de imóveis para cultos a Mundial gasta R$ 12 milhões por mês, segundo estima o diretor de compras da igreja, Mateus Oliveira, sobrinho de Valdemiro. Em número de templos, a Mundial superou duas de suas três concorrentes neopentecostais: a Internacional da Graça, do missionário R.R. Soares, e a Renascer, do casal Estevam e Sônia Hernandes. Nos últimos dois anos, a Mundial praticamente multiplicou por dez seu tamanho (em 2008, eram 250 templos). Mantido o atual ritmo de crescimento, ela ultrapassaria a Universal até 2012. A igreja de Edir Macedo afirma ter 5.200 templos e 10 mil pastores.

Uma característica nova na expansão da Mundial está naquilo que o sociólogo Ricardo Mariano, estudioso de religião na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, chama de “pescar no próprio aquário evangélico”. Estudos sugerem que a maior parte dos seguidores da Mundial veio de outras neopentecostais, principalmente da Universal. Poucos eram do meio católico, tradicional fornecedor de fiéis para denominações evangélicas. “Calculo que mais de 50% dos membros da Mundial saíram da Universal, uns 30% da Internacional da Graça e o resto das demais evangélicas ou outras religiões”, diz Paulo Romeiro, professor de teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e autor de um livro sobre a igreja.

Na cúpula da Mundial, a presença de ex-membros da Universal é expressiva. Estima-se que 90% dos bispos e até 80% dos pastores tenham sido formados por Edir Macedo. O próprio Valdemiro tem origem na Universal, onde atuou por 18 anos. O apetite com que a Mundial avança sobre a Universal aparece até na distribuição geográfica dos templos. Valdemiro tem predileção por instalar igrejas em imóveis que já foram ocupados pela Universal.

Parte do encanto de Valdemiro está na imagem messiânica que ele construiu em torno de si, contando histórias mirabolantes. A mais espetacular está no livro O grande livramento: ele descreve um naufrágio que sofreu em Moçambique em 1996, quando ainda era da Universal. Valdemiro diz que ele e três conhecidos foram vítimas de uma sabotagem, que fez a embarcação afundar a 20 quilômetros da costa. A partir daí, a história ganha ares cinematográficos.

Valdemiro na época pesava 153 quilos (anos depois, ele faria uma cirurgia de redução de estômago). Ele diz que deu os únicos três coletes aos colegas e começou a nadar a esmo. Diz ter nadado oito horas “contra forte correnteza”, “ondas gigantes” e cercado por “tubarões-brancos assassinos” e “barracudas agressivas”. Na travessia, prossegue sua narrativa, um pedaço de sua perna foi arrancado e seus olhos foram queimados por “águas-vivas gigantes”. Quando finalmente chegou à praia, diz ele, dormiu na areia e acordou nos braços de dois estranhos, “africanos seminus”. “Tive a clareza de que os anjos do Senhor haviam me visitado e me dado o livramento”, diz. Dos três companheiros, dois morreram e um foi resgatado. Na época, jornais noticiaram o naufrágio, mas muita gente na igreja duvidou do relato. Um bispo foi à África fazer uma sindicância, mas isso não sanou as dúvidas.

Valdemiro também conta outros três causos de “livramento”. Diz que, numa ocasião, caiu do 8º andar de uma obra, mas nada sofreu. Afirma também que, passeando de carro “na África”, uma bomba de um campo minado explodiu “arremessando nosso carro uns 3 metros para o alto”. Diz ainda que sofreu uma tentativa de assassinato, mas os “matadores profissionais” erraram os cinco tiros. “Assustados, jogaram o rifle para dentro do carro e fugiram”, afirma.

Além dos “livramentos”, a Mundial ostenta ainda outras três distinções em relação às concorrentes. A principal é a ênfase na cura. Diferentemente da Universal, que cresceu preconizando o exorcismo, ou da Renascer, que concentra o foco na prosperidade, a Mundial promete soluções divinas para doenças terrenas. O discurso não é novo. Nos anos 50, milagres de cura eram o mote da Igreja do Evangelho Quadrangular e da igreja O Brasil para Cristo, de Manoel de Mello. Valdemiro remasterizou o tema. Para dar credibilidade ao discurso, às vezes recorre ao médico Wandemberg Barbosa, que sobe ao altar para dizer que a medicina não explica certos fenômenos. “Há casos que só podem ser milagres”, diz Barbosa. “Tomo cuidado com o que falo porque existe a fiscalização do CRM (Conselho Regional de Medicina), mas Valdemiro não provoca a descrença na medicina. Ele nunca manda ninguém interromper o tratamento.”

Outra característica que distingue a Mundial é a sacralização do suor. A cada culto, Valdemiro passa quase três horas no altar. Ali, ele grita, canta, ri, chora, pula, se ajoelha e sua. Sobretudo sua. Quando a reunião termina, seu suor é disputado pelos fiéis. Mais de 200 chegam a cercá-lo. Tremendo, chorando, eles usam toalhinhas fornecidas pela igreja para coletar alguma umidade. Depois, esfregam o pano no próprio corpo, em fotos ou documentos. “A valorização do suor, que ocorre com vários líderes da Mundial, é uma novidade completa entre os protestantes”, diz o sociólogo e teólogo Ricardo Bitun, da Universidade Mackenzie. “Valdemiro é corajoso ao permitir que o público toque em seu corpo. Nenhum outro líder evangélico faz isso”, afirma o sociólogo Antônio Flávio Pierucci, da Universidade de São Paulo (USP).

O terceiro elemento distintivo da Mundial é a composição de uma cúpula majoritariamente negra. Os bispos Josivaldo Batista, o segundo na hierarquia, e Roberto Damásio, o terceiro, também são negros. Valdemiro fala com orgulho sobre a presença de negros na direção da igreja. E afirma já ter sido discriminado por sua cor. Eis o que diz o jornalista Ronaldo Didini, ex-homem de confiança de Edir Macedo que hoje trabalha como consultor de mídia para Valdemiro: “Uma vez, numa reunião de lideranças da Universal, Valdemiro foi indicado para liderar a igreja no Paraná. Macedo foi contra, dizendo que a sociedade paranaense era elitizada e que não mandaria um negro para lá. Quem defendeu o Valdemiro foi o Honorilton (Gonçalves), hoje presidente da Record. Mas não adiantou”. Por meio de sua assessoria, a Universal afirmou que tem vários pastores e bispos negros e que a acusação de discriminação contra Valdemiro é improcedente.

A Mundial não vive só de inovação. Noutros aspectos, aproveita o know-how dos concorrentes, como a prática de distribuir bens em nome de terceiros para esconder o enriquecimento das lideranças. “A Mundial cresceu muito. Então há coisas que o apóstolo coloca no nome de outros. Eu já tive veículos da igreja em meu nome”, diz Jorge Lisboa, obreiro e assessor da Mundial, presença frequente no altar ao lado de Valdemiro. “O primeiro carro que o apóstolo comprou pela igreja colocou no meu nome. Muita coisa é assim. Sabe por que o R.R. Soares está estacionado? Porque dedicou tudo à família. O dirigente tem de confiar nos outros. Se comprar dez emissoras de rádio, tem de colocar em nome de pessoas diferentes.” O missionário R.R. Soares não respondeu aos pedidos de entrevista de ÉPOCA.

A prática descrita por Lisboa é confirmada pelo advogado Fausto Bossolo, membro da Mundial e assessor do vereador José Olímpio (PP), representante da igreja na Câmara Municipal de São Paulo. “Como é que você vai declarar isso no Imposto de Renda? A Igreja Evangélica tem um crescimento absurdo e a demanda é muito grande”, diz ele. “Então é complicado colocar (tudo) no nome de uma pessoa só. Você tem uma casa e daqui a um ano tem 20. E aí? Como fica?”

Como outras igrejas neopentecostais, a Mundial também não se acanha em pedir ofertas. Apesar do perfil pobre do público, os pregadores não hesitam em estabelecer valores altos para as contribuições. Valdemiro já pediu até 30% da renda do fiel, o que foi batizado de “trízimo” : “Você vai dizer para Deus o seguinte: ‘Senhor, 70% de tudo o que o Senhor me der neste mês é meu. E 30% são da sua obra’”, disse. Depois, associou o “30” à “Santíssima Trindade”. Apesar de dizer que não faz distinção entre doadores, a Mundial qualifica as ofertas em categorias: ouro (R$ 300), prata (R$ 100) e bronze (R$ 50). “Quando Jesus nasceu, recebeu três presentes: ouro, incenso e mirra. Qual foi o mais importante?”, disse Valdemiro num culto. E respondeu: “O ouro!”.

O ex-pastor Rafael Ferreira, um dos raros dissidentes da Mundial, dá detalhes das táticas de arrecadação: “Em Mato Grosso havia uma meta de R$ 1 milhão por mês, além dos R$ 500 mil para pagar a TV. Eu era responsável pelos depósitos. Todo dia ia ao Bradesco do centro de Cuiabá e depositava de R$ 80 mil a R$ 100 mil na conta da igreja”. Ferreira atuou por três anos na Mundial. Ele conta como eram os “cursos de pregação”: “O bispo Sidney Furlan mandava a gente subir no altar e orientava sobre o que falar para comover o povo. Dizia que era preciso fazer um teatrinho, um sensacionalismo para o povo acreditar que a igreja era responsável pelas curas e milagres”. Ferreira, que se diz ex-homossexual, foi expulso da Mundial em dezembro. Ele pede R$ 1 milhão na Justiça por discriminação e calúnia. Os representantes da igreja em Cuiabá não quiseram comentar suas afirmações.

Problemas com a Justiça não são uma novidade para a Mundial. No começo do mês, três pastores da igreja foram presos pela Polícia Rodoviária em Mato Grosso do Sul. Com eles foram apreendidos sete fuzis, que, segundo a polícia, saíram da Bolívia e seriam entregues para traficantes no Rio de Janeiro. O próprio Valdemiro já foi apanhado em situação parecida. Em abril de 2003, o Ford Mondeo que dirigia foi parado numa blitz em Sorocaba. No carro, havia 26 cartuchos de munição e três armas: uma carabina calibre 22 e espingardas calibres 12 e 15. “Ele disse que era caçador. Falou que tinha morado na África, onde caçava elefantes”, diz o policial Danilo Ramos, que atuou no flagrante. Na casa do apóstolo, “um lugar sujo, nos fundos de um quintal”, segundo Ramos, os policiais acharam mais duas espingardas ilegais. Na delegacia, Valdemiro afirmou que ganhava “aproximadamente R$ 500 por mês” e não tinha imóvel nem dinheiro no banco. Passou a madrugada preso. Em 2005, foi condenado a dar três cestas básicas a uma instituição de caridade.

Ainda em 2003, Valdemiro voltou a esbarrar na ilegalidade. Ao renovar a carteira de motorista, usou o RG 16.717.037, que pertence a uma mulher nascida em Paraibuna, no interior de São Paulo. A habilitação, com o número de RG errado, venceu em 2008. Não consta que ele tenha tido problema por ter circulado com um documento com informação falsa.

Valdemiro já pediu até 30% da renda do fiel – o que foi batizado de “trízimo”

Com o crescimento da Mundial, o padrão de vida de Valdemiro mudou radicalmente, embora ele continue cultivando a imagem de interiorano simplório diante dos fiéis. Valdemiro mora num condomínio de luxo em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo. Quando precisa se deslocar, usa dois helicópteros e um jato Citation Excel, de R$ 18,5 milhões, alugado há cinco meses. O helicóptero menor é um Bell Jet Ranger 206B3, avaliado em R$ 1,3 milhão. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ele já pertenceu à apresentadora Xuxa. Hoje, está em nome de uma factoring chamada Athenabanco, que diz ter vendido o aparelho à Mundial no fim de 2008, em 12 parcelas. “O pedido de transferência para a igreja está na Anac há dois meses, mas o processo é lento”, diz Robinson Leite, diretor da Athenabanco.

O helicóptero grande é um Agusta A109-C, comprado pela Mundial em setembro de 2009, por R$ 5,1 milhões. Potente, luxuoso e seguro, o Agusta é um dos aparelhos mais cobiçados do mercado. Para embarques e desembarques perto de casa, Valdemiro usa o heliponto de Amilcare Dallevo, dono da Rede TV!. É uma situação provisória (que Dallevo prefere não comentar). Em pouco tempo, Valdemiro deverá construir seus próprios helipontos. A amigos, disse que vai construir um perto de sua casa e outro perto do enorme templo que está erguendo na Zona Sul de São Paulo.

A frota de aeronaves já parece insuficiente para o apóstolo. Há algumas semanas, corretores foram acionados para tentar vender o Agusta por US$ 2,5 milhões. “O plano de Valdemiro é comprar um Agusta Grand, o mais sofisticado da marca, que custa uns US$ 7 milhões”, diz um profissional do mercado. O avião também pode estar com os dias contados. “Eu já disse para o Valdemiro que ele precisa comprar um jato intercontinental. A igreja está em expansão na África”, afirma Ronaldo Didini.

Em seu próprio nome, o patrimônio de Valdemiro é bem menor. Com a mulher, a bispa Franciléia, ele é sócio de uma empresa de comunicação e de uma gravadora de CDs, que trabalham para a igreja. Franciléia é uma loira de 44 anos. Com joias e roupas chamativas, ela acompanha Valdemiro nos cultos e ora chorando. Ainda é sócia da editora que publica livros da Mundial. Oficialmente, a renda do casal sai apenas da venda dos livros e CDs. Os outros bens de Valdemiro são um Fusca 1969, uma moto 125 cilindradas e uma picape Dodge RAM 2.500 avaliada em R$ 100 mil.

O motor do crescimento acelerado da Mundial é sua estratégia de mídia, considerada a mais agressiva entre os evangélicos. Até dois anos atrás, a Mundial disputava fiéis pela TV em pé de igualdade com os concorrentes, alugando pequenas faixas da programação. Em agosto de 2008, deu um salto. Valdemiro fechou um acordo com a família Saad, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, e passou a ocupar 22 horas diárias da grade da Rede 21, canal UHF com alcance nacional. O negócio, que garantiu presença avassaladora da Mundial na TV, foi articulado por Didini, que ficou com o cargo de gestor de conteúdo da emissora.

A Mundial tem também acordos com a Rede TV! – em que ocupa três horas e meia da programação diária – e com a CNT – oito horas por dia. Transmite por satélite para cinco países da África. No rádio, mantém operações em vários Estados. As mais relevantes no Rio e em São Paulo, onde a Mundial arrendou uma emissora FM para transmitir 24 horas por dia.

Ainda que a cúpula da Mundial mantenha segredo sobre a movimentação financeira da igreja, todos concordam que o gasto mais relevante é com mídia. Um membro da cúpula afirmou que o desembolso total nessa rubrica está em torno de R$ 13 milhões por mês. “No Canal 21, o apóstolo deve estar pagando uns R$ 7 milhões, daí para mais. Na Rede TV! foi renovado por R$ 1,9 milhão. E na CNT uns R$ 800 mil”, diz o assessor Jorge Lisboa sobre os três principais contratos. Para filmar eventos externos, a Mundial contratou a produtora de TV Casablanca, a maior do setor no Brasil.

A nova ambição de Valdemiro é política. Seguindo a tendência de outras igrejas, ele quer criar sua própria bancada em Brasília e eleger um representante seu em cada Assembleia Legislativa do país. “A estratégia do apóstolo é lançar só um federal e um estadual por Estado. É para não ter competição interna”, diz Irio Rosa, escalado para ser candidato a deputado estadual no Paraná pelo nanico PSC (Partido Social Cristão). A legenda, cujos maiores expoentes são o senador Mão Santa (PI) e o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, deverá lançar a maioria dos candidatos da Mundial. Rosa, exibido constantemente na TV da Mundial, admite que mal conhece o Paraná.“Eu queria sair candidato por Brasília, mas o apóstolo não deixou. Então, faz um ano que estou morando em Curitiba”, diz.

Um dos colaboradores mais importantes de Valdemiro fará dobradinha com Rosa no Paraná. É o executivo Ricardo Arruda Nunes, ex-presidente do desativado Banco de Crédito Metropolitano, conhecido como o banco da Igreja Universal. Nunes diz ser hoje responsável pela “estratégia financeira” da Mundial. Ele já foi investigado pela Polícia Federal e pela Procuradoria da República por suas supostas relações com empresas-fantasmas que teriam sido criadas pela Universal para lavar dinheiro. Agora, prestador de serviços para a Mundial, frequenta os cultos de Valdemiro todo domingo.

Em janeiro, Valdemiro Santiago quase recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu altar. A ocasião era um culto no Paço Municipal de São Bernardo do Campo, com público estimado em 50 mil pessoas. Lula chegou a confirmar presença, mas não apareceu, porque teve uma crise de hipertensão. Para representá-lo, compareceram dois petistas: o prefeito Luiz Marinho e o senador Aloizio Mercadante. “Eu não conhecia Valdemiro”, disse Mercadante. “É mesmo impressionante. Ele prega de forma muito direta, autêntica e popular. Lembra as manifestações que a gente fazia aqui neste mesmo lugar com os trabalhadores, um movimento forte, espontâneo e que incomoda as elites.” Mercadante prometeu articular um encontro de Valdemiro com Lula. Até a semana passada, nenhuma reunião tinha sido agendada.

Valdemiro procura cultivar contatos com políticos de diversas tendências. Mantém boas relações com o tucano Marconi Perillo, senador por Goiás, e com Ivo Cassol (PP), governador de Rondônia. “Imagine uma pessoa íntegra, boa, verdadeira. É ele, Valdemiro. Ele faz coisas que só Deus pode fazer”, diz Cassol. Ele costuma recebê-lo em sua fazenda, em Rondônia, para pescar. Entre os políticos de destaque, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), é o único com quem Valdemiro tem relacionamento dúbio. Em 2008, Valdemiro pediu votos para Kassab. No ano passado, quando a sede da Mundial no Brás, centro de São Paulo, foi lacrada por falta de segurança e excesso de barulho, Kassab passou a ser tratado como inimigo.

A sede do Brás é um galpão enorme e antigo, que funcionava como fábrica da família Matarazzo. Ocupa uma área de 43.000 metros quadrados e foi comprado pela igreja por R$ 60 milhões em 60 parcelas. O embargo ocorreu porque o imóvel tinha fiação exposta, piso e teto comprometidos e não contava com saídas de emergência, além de produzir muito barulho. Enquanto providenciava reformas, Valdemiro dizia que o fechamento era uma “perseguição dos poderosos à obra de Deus”. Várias vezes ameaçou retaliar Kassab nas urnas. A sede, que ficou 53 dias lacrada, é a principal fonte de renda da Mundial. “O fechamento da nossa igreja provocou um prejuízo de milhões e milhões de reais”, disse Valdemiro num culto em fevereiro, enquanto pedia mais ofertas aos seguidores.

De todos os assuntos relacionados à vida de Valdemiro, um dos mais polêmicos e misteriosos é sua saída da Universal. Valdemiro é o único dissidente de Edir Macedo que prosperou criando sua própria igreja. Depois de ocupar posições de destaque em São Paulo, Paraíba, Pernambuco e em Moçambique, Valdemiro rompeu com a Universal em 1997. Sua importância pode ser medida pelas participações societárias que acumulou. No último ano de Universal, tinha em seu nome duas TVs e três rádios FM da igreja. Há várias versões para a ruptura. Alguns dizem que Valdemiro foi expulso por desviar dinheiro da Universal. Outros dizem que ele discordou de Edir Macedo na nomeação de um bispo. Há quem diga que ele caiu em desgraça porque brigou com autoridades de Moçambique e atrapalhou a expansão da igreja por lá. Sua saída não foi amigável. “Sabe o que o Macedo fez com ele? Deu R$ 50 mil e um Gol velho. Jogou na mesa. Foi assim que o Macedo fez, ó: ‘Se você ficar, vou te dar uma liderança forte, um Audi, tudo. Se sair, leva R$ 50 mil e um Gol velho’”, afirma Didini, que deixou a Universal na mesma época. “Ganhei R$ 100 mil quando saí. O cara (Valdemiro) foi um líder, trabalhou 18 anos lá, deu a vida pela igreja e só levou R$ 50 mil.”

Parte importante do sucesso da Mundial é resultado da crise da Igreja Universal. Lideranças evangélicas dizem que a Universal começou a enfrentar problemas quando Edir Macedo passou a dedicar a maior parte de sua atenção à TV Record. “Ele deixou de ser igrejeiro, virou empresário e foi morar nos Estados Unidos, longe dos fiéis”, afirma o ex-bispo Marcelo Pires, que atuou na Universal e hoje move processos judiciais contra a igreja. “O seguidor da Universal nem vê mais o Edir pregando. Como não sente o carinho de seu líder, procura outras igrejas.” Há também o desgaste provocado pelas denúncias recentes de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito contra líderes da Universal.

Desde a criação da Mundial, Edir Macedo nunca manifestou nenhum tipo de temor sobre a concorrente. Dias atrás, ele publicou um post em seu blog em que cita pela primeira vez a Mundial. Edir Macedo reproduziu a carta de uma fiel que teria passado pela igreja de Valdemiro. Ela diz que na Mundial viu sua vida espiritual “caindo a cada dia”. Os parceiros de Valdemiro comemoraram. Para eles, Edir Macedo passou um atestado de preocupação.

O título do texto é do blog. O da revista é: “Milagres e Milhões”.

CASO NARDONI “A FOGUEIRA DAS VAIDADES”


O Brasil todo respira aliviado, finalmente, se fez justiça. O casal foi condenado pelo assassinato da menina Isabela, filha e enteada, um dos crimes mais discutidos e acompanhados pela mídia nacional, a mídia leva o mérito maior de fomentar, alimentar e atrair a comoção nacional, até os últimos instantes do julgamento, embora, ainda vá se discutir muito, sobre o mesmo.
Porém restam aqui algumas arestas que precisam ser aparadas. Por exemplo: o curto tempo de duração entre o fato (assassinato) e o desfecho (julgamento), foge à realidade dos nossos Tribunais de Júri, quando em média um crime de morte, leva no mínimo cinco anos, entre o fato e o julgamento. Esta curta duração foi responsável por manter acesa a chama da curiosidade e atenção da sociedade, e esta (mídia) terminou por servir de estímulo as autoridades envolvidas no caso a darem o máximo de si para a elucidação do caso, pois ali estavam sempre presentes os holofotes da mesma.

Por sua vez a defesa do casal Nardoni, deixou-se levar pelas vaidades, desde o primeiro momento em que assumiu a defesa do mesmo, ao dar a primeira entrevista, praticamente cavou a sua sepultura, esquecendo-se que um profissional do direito tem a sua capacidade medida primeiramente pela ética e discrição no seu comportamento profissional, e não pelo que cobra e recebe dos seus clientes, o rótulo de o “advogado mais bem pago de São Paulo”, não caiu bem, e no nosso entendimento, foi um complicador, pois atraiu para si a atenção da mídia, que cerrou fileiras procurando extrair o máximo do mesmo (advogado), para alimentar a sua rede de audiência. Acreditamos, que as longas entrevistas dadas em aparições diárias na telinha, serviram para enaltecer o ego do profissional, que se deixou levar e enredar por uma técnica utilizada pela acusação, justo de desviar a atenção da profunda análise do caso em si, para discorrer sobre o mesmo em público junto à mídia, que ávida por índices cada dia maiores de audiência, montou trincheira junto ao Fórum.

A ética nos ensina, que quando a frente de um caso de crime de morte, atuando como defesa ou mesmo acusação, o resguardo da imagem é de primordial importância, toda a atenção deve estar focada no caso em si, tudo o que permeia e é alheio a este, pode servir de desvio de atenção e prejudicar a concentração que o profissional do direito deve ter para com a função que lhe foi outorgada.

Por outro lado, sem questionarmos a decisão dos jurados, cabe, porém chamar a atenção, para o fato de que existe na legislação penal uma figura jurídica chamada de desaforamento do julgamento, justo para quando houver uma exploração muito grande da opinião pública, e temor quanto à segurança dos envolvidos, que poderiam influenciar na decisão do conselho de sentença. Embora saibamos que o Jurado, é um juiz leigo, que não precisa se formado em direito para opinar e decidir quanto ao destino dos réus, e que a decisão final será sempre sua.
Daí a necessidade de se manter este conselho de sentença imune a qualquer influência extra tribunal (vinda de fora), pois é bom sempre lembrar que o jurado é uma pessoa comum do povo assim como nós, tem família, mulher, filhos, tem um trabalho, anda de ônibus, de trem, de metrô, vai aos mercados fazer compras, vai as feiras livres, participa das costumeiras decisões sobre fatos relevantes em moda na sociedade, junto a amigos, vizinhos e estranhos, por fim, uma pessoa diferente de um Juiz de Direito Togado, que possui todo um aparato de segurança que o exercício da sua função exige. O jurado ao contrário, fora das formalidades ligadas a um julgamento para o qual foi designado, volta a sua vida normal de cidadão comum.
E no caso ora em análise, a mídia manteve acesa a chama da curiosidade da opinião pública, o clamor público foi cerrado, e por conta disso, não custa perguntar, até que ponto este clamor público não influenciou esta decisão? Como já disse, sem questionarmos a justiça da mesma (decisão), até por que, sentença não se discute, se cumpre.

A nosso ver a defesa, perdeu-se na fogueira das vaidades perdendo muito tempo dando entrevistas alimentado mais ainda o clamor público, quando na realidade, deveria manter-se recatada, de sobreaviso quanto ao órgão acusador, caso este, quisesse transformar os holofotes e microfones como continuidade da sua banca de acusação, procurando impedir pelos meios legais esta atitude, porém, ao contrário, enveredou nesse caminho, de forma que ao praticar o ato (entrevistas), não poderia cobrar do órgão acusador, comportamento diverso, e deu no que deu.
O que pretendemos, na realidade, não é tomar partido a favor ou contra a condenação, mas sim, analisar pontos jurídicos relativos ao Tribunal do Júri, que é considerado uma das instituições mais democráticas de um Estado de direito, e até que ponto este “quarto poder” chamado mídia, pode influenciar suas decisões em nome do direito constitucional de informar.

Mas o importante também, é que o cidadão é o maior responsável, pois no exercício das suas funções podem se tornar alvos fáceis nas mãos da mídia, por conta da falta de um controle pessoal das suas vaidades. O binômio justiça e imparcialidade são inseparáveis, porém, o seu maior predador pode ser a mídia, que ao mesmo tempo funciona como o fiscal do povo, pode também, em nome do comercial apelo da briga pela audiência, que é diária, poder induzir o clamor público, a manifestar-se, e nesta manifestação, resultar um uma decisão, nem sempre democrática, afinal de contas, a mídia é formadora de opinião, ou seja, de vários tipos de opiniões.

João Batista de Ayrá - Advogado/Jornalista e Babalorixá

sexta-feira, 26 de março de 2010

Terreiro “Pilão de Prata” notificado pela SUCOM


Mais um caso de Intolerância Religiosa em Salvador - BA
O Ilê Odô Ogê, conhecido como “Pilão de Prata”, situado na cidade de Salvador (BA), foi visitado por um fiscal da Superintendência de Controle e Ordenamento do Solo Urbano do Município de Salvador (SUCOM), que notificou a comunidade pelo barulho provocado pelos “instrumentos de percussão”, referindo-se aos atabaques, frisando inclusive, que não entendia nada, estava ali apenas cumprindo o seu papel de fiscal. Fez algumas perguntas sobre o tipo de instrumentos que a comunidade utilizava, e explicou que a sua visita não tinha nenhum caráter punitivo, apenas a intenção de averiguar os espaços e instrumentos que levaram um anônimo a denunciar o templo religioso. O responsável pela comunidade, Sr. Vilson Caetano de Sousa Júnior, solicitou ao fiscal que lesse o texto “O terreiro e o barulho na cidade”, publicado no Jornal “A Tarde”: “Achei até uma coincidência após tal provocação receber a visita de um representante do órgão que regula dentre outras coisas, sons urbanos, fixa níveis e horários em que é permitido sua emissão e cria licença para utilização sonora. Coincidência ou não, fato é que aquele jovem fiscal estava ali representando a Lei 5354/98.”

Sr. Vilson apresentou ao fiscal uma resumida história daquela Roça de Candomblé, que se originou em 1963, quando o atual “morro do Cachundé” era apenas uma duna e abaixo havia a lagoa utilizada pelas poucas pessoas para lavar roupas e por alguns terreiros, dentre eles, o “Pilão de Prata” para realizar alguns rituais, assim como, que tal Comunidade de Terreiro já havia sido tombada pelo Instituto de Patrimônio Artístico Cultural da Bahia em 9 de dezembro de 2004, sem falar nos Decretos Lei Municipal e Estadual que o reconhece como Utilidade Pública. Diversas instalações foram apresentadas, entre elas o Museu, a Biblioteca e a Escola que aguarda a dois anos financiamento para realização de atividades. Nada adiantou, ele tinha que retornar com seu dever cumprido e baseado no Artigo 6 da Lei 5354/98 notificou a Comunidade de Terreiro com o seguinte texto: “O responsável pelo estabelecimento supra-citado fica ciente que a emissão sonora gerada em atividades não residenciais, somente poderá ser efetuada após expedição pelo órgão competente da Prefeitura do Alvará de autorização para utilização sonora.”

Segundo Sr. Vilson, “Isso me trouxe a lembrança dos tempos terríveis de Pedrito, que nunca saíram da memória do Povo de Candomblé. Mais uma vez salta os olhos que tais órgãos que deveriam estreitar relações com a cidade seja liderado por dirigentes mal assessorados que no mínimo deveriam saber interpretar a Lei 5354/98 que diz no inciso IV do Capítulo 14 que ‘não estão sujeitas às proibições referidas nesta Lei o sons produzidos por sinos de igrejas e de templos religiosos desde que sirvam exclusivamente para indicar as horas ou anunciar a realização de atos ou cultos religiosos.’ Por que então, dois pesos e duas medidas? Por que uma vez por ano não podemos tocar os nossos clarins e atabaques, tocar nossos foguetes para anunciar a realização de nossos atos e cultos religiosos? O que dizer então das alvoradas festivas de outras denominações religiosas realizadas as 5 horas, ao raiar do dia?”

O Ilê Odô Ogê está entre os 1068 terreiros mapeados através de um trabalho pioneiro no Brasil, resultado da parceria entre a Prefeitura Municipal de Salvador, através da Secretaria de Reparação (SEMUR) e da Secretaria Municipal de Habitação (SEHAB), o Ministério da Cultura, através da Fundação Cultural Palmares e a Secretaria Especial de Promoção de Políticas para a Igualdade Racial (SEPPIR) em convênio com a Universidade Federal da Bahia através do Centro de Estudos Afro-orientais (CEAO). Teria o catálogo elaborado, sido consultado? A notificação 410703 de 18 de março de 2010 parece estar equivocada, o que pode levar diversos templos religiosos em todo o país, a episódios desastrosos pelos quais já passaram outras Comunidades de Terreiros, tais como demolição, cobrança indevida de IPTU, e outros O fato é que, o que aconteceu com o “Pilão de Prata”, poderia acontecer em qualquer outro Templo. “De uma coisa temos a certeza: esta luta será travada juntamente com todos os Orixás, Nkices, Caboclos e Guias. Avante!!!”


Fonte:Vilson Caetano de Sousa Júnior - Pós Doutor em Antrolopologia, professor da Escola de Nutrição da UFBA, membro do Conselho de Cultura do Estado da Bahia e Omo Orixá do Ilê Odo Ojê.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Correspondência da Drogasil a um cliente: 'Você é gay'


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Correspondência da Drogasil a um cliente: 'Você é gay'


Alexandre Faour contou à Justiça que no prédio onde mora foi a maior gozação: ele recebeu uma correspondência da Drogasil em cujo envelope estava escrito que era homossexual.

Dentro do envelope havia um cartão de desconto onde repetia: ‘Alexandre, você é um gay’.

Dias antes, quando lhe foi oferecido o cartão, Faour teve um desentendimento com um funcionário de uma loja da rede de farmácias.

Quando passava seus dados cadastrais, Faour se irritou porque o funcionário não estava prestando atenção. Houve um bate-boca. E o funcionário teria aproveitado a correspondência para dar um troco.

Faour recorreu à Justiça, e a 20ª Câmara Cível do TJ (Tribunal de Justiça) do Rio condenou a Drogasil a pagar a indenização de R$ 7.000 por danos morais.

O desembargador Agostinho Teixeira, relator do processo, considerou que tal quantia é o suficiente para compensar o constrangimento.

As informações são do site do TJ. A Drogasil não se manifestou sobre a decisão.

> Casos de defesa do consumidor.

Curso por correspondência forma pastor por R$ 1.200 em 90 dias


quinta-feira, 19 de março de 2009
Curso por correspondência forma pastor por R$ 1.200 em 90 dias
O curso por correspondência Formação de Pastor do Seminário Internacional de Teologia tem duração de 90 dias e custa R$ 1.200.

O pagamento pode ser feito com qualquer cartão de crédito, cheque ou por boleto bancário. O pagamento é facilitado em parcelas.

O Seminário diz que, além do Brasil, envia suas apostilas a outros 30 países. Ele foi fundado pelo pastor Omar Silva da Costa e tem sede em Ituiutaba (MG), cidade de 96 mil habitantes que fica a 685 km de Belo Horizonte.

Omar recomenda o curso a quem ouviu o ‘chamado’ de Deus para abrir uma igreja e, como aperfeiçoamento, a todos que já são pastores.

“Você estuda e faz as tarefas em sua casa”, informa o site da instituição. Garante que o corpo docente é de “alto nível”.

O preço inclui diploma e credencial (carteirinha). O histórico escolar é opcional e é cobrado à parte (R$ 150).

“Aproveite nossas promoções”, conclama o site. Quem fizer a matrícula agora terá o desconto de 50%.

Não há nenhuma exigência de escolaridade para adquirir qualquer um dos cursos.

O Formação de Pastor é apenas um curso entre os dezenas que o instituto oferece para atender “às expectativas do mercado”.

Há, por exemplo, o curso Mestrado em Ciência da Religião, cujo preço está em promoção, baixou de R$ 3.600 para “apenas” R$ 1.800. O curso de Doutor em Teologia ênfase em Divindade custa R$ 2.000. O de Bacharel em Teologia Eclesiástica sai por R$ 1.500.

Os mais em conta, como o Doutor em Bíblia, Doutor em Ética, Doutor em Psicanálise e Doutor em Personalidade, custam R$ 700.

O site esclarece que alguns títulos de cursos são “honoríficos” e outros, “eméritos”.

Falso médico examina próstata de paciente


quarta-feira, 24 de março de 2010
Falso médico examina próstata de paciente
Cristovão José de Oliveira recorreu ao posto municipal de saúde porque estava com problemas intestinais e foi atendido por Aurivan Duarte Barbosa, que se apresentou como médico.

Barbosa levou Oliveira para uma sala de consulta e trancou a porta. Ele apalpou a barriga do paciente, examinou suas pernas e braços. Pediu que abaixasse a calça e enfiou várias vezes em seu ânus algo para, segundo ele, verificar como estava a próstata.

Oliveira sentiu dores. Ele não sabe o que lhe foi introduzido por estar de costas.

Mas o pior, para Oliveira, viria depois: ele soube que Barbosa não era médico, mas um simples funcionário de outra repartição que estava alocado por algum tempo no posto de saúde.

Ele descobriu que tinha sido examinado por um falso proctologista logo após a “consulta”, quando uma nutricionista lhe disse que não havia médicos no posto.

O episódio ocorreu no dia 22 de julho de 2002 em Natal, cidade de 800 mil habitantes que é a capital de Rio Grande do Norte.

Agora, o juiz Virgílio Fernandes de Macêdo Júnior (foto), da 1ª Vara da Fazenda Pública, condenou o município a indenizar Oliveira em R$ 30 mil por danos morais. Cabe recurso. A informação é da Tribuna do Norte.

Oliveira afirma, no processo judicial, que se sentiu desmoralizado porque as pessoas de seu bairro ficaram sabendo do falso exame de toque da próstata. Ele teve depressão, síndrome do pânico e se separou de sua mulher.

Até hoje Oliveira não se recuperou do trauma.

terça-feira, 23 de março de 2010

A IGREJA DE SATANÁS





Postado por João Bosco em Artigos, Ciencia da Religião, PAGANISMO - WICCA< GÒTICA< NORDICA< REL. FLOR, Religião




A Igreja de Satanás (Church of Satan) foi a primeira organização religiosa abertamente satânica, fundada por Anton Szandor LaVey, entitulado pelos seus seguidores como “the Black Pope”. Grupos satanistas já existiam nos Estados Unidos e no Reino Unido em 1950, mas foi em 30 de abril de 1966(ano satânico), quando LaVey anunciou a criação da Igreja, que foi reconhecida a primeira organização religiosa dedicada às filosofias satânicas. É provável que o nome Igreja de Satã tenha sido adotado como forma de causar impacto e chamar a atenção da imprensa, bem como a realização das Missas Satânicas, que eram paródias das missas cristãs e voltadas à sociedade de Hollywood. Também há a crença de que, além da provocação, o nome tenha sido escolhido por representar o não-espiritual, a carne e também o homem deus (auto-realizado). O Satanismo de LaVey é em sua essência uma filosofia humanista e anti-cristã, principalmente em relação à repressão sexual e ao sentimento de culpa cristão.

Anton Szandor LaVey (1930 – 1997) fundou a Igreja de Satã no ano de 1966 em San Francisco, Califórnia, EUA. Além de líder da primeira organização abertamente satânica da história, Anton Szandor LaVey também trabalhou como músico, fotógrafo forense, ocultista e domador de feras em circos. Gertrude Augusta Levey, esposa de Michael Joseph Levey, dá à luz um bebê de nome Howard Stanton Levey, mais tarde conhecido por Anton Szandor LaVey.
Pouco depois do seu nascimento, a família de Anton decide deixar Chicago e mudar-se para a baía de S. Francisco.
Quando criança, o jovem Anton adorava ler tudo o que tivesse a ver com o sobrenatural e o oculto – incluindo “Frankenstein” de Mary Shelly, “Dracula” de Bram Stocker, e a popular revista “Weird Tales”.
O interesse de Anton pelo lado obscuro da vida foi ainda mais alimentado pela sua avó Cigana, Luba Koltan, que lhe contou histórias e superstições sobre vampiros e magia negra que aprendeu na sua terra natal, Transylvania.



Igreja de Lúcifer no Brasil

Em abril de 1997, após vários contatos com o Rev. Frederick Nagash, Lord Ahriman fundou The Church of Lucifer Brazilian Headquarters (COLBH), vindo a ser, o representante oficial de The Church of Lúcifer no Brasil, tornando-se conhecido como Deacon Paulo. No início de 1998, o Rev. Nagash cessou totalmente o contato com os quartéis-generais espalhados pelo mundo, sem dar qualquer explicação aos seus diáconos. Deacon Paulo soube que The Church of Lúcifer deixou a web através de três diáconos estrangeiros.

Como o COLBH tinha vários irmãos participantes, Deacon Paulo passou a usar o nome de Lord Ahriman, aportuguesando, o nome do grotto para Igreja de Lúcifer, pois assim era conhecido. Passou, então, a ser um grupo totalmente autônomo e independente, sem ter que prestar contas a ninguém.Após consulta aos membros da Igreja de Lúcifer, em Maio de 1998, foi criado Grotto de Baal, o grotto Porto-alegrense da Igreja de Lúcifer. O mesmo é liderado por Deacon Rikardo.

São muitas os grupos relacionadas com o satanismo. As mesmas e dividem em vários tipos e tendências gnósticas, elitistas, composta por pessoas de alto nível cultural e de um grande poder econômico, mas também existem analfabetos e pessoas de um baixo poder aquisitivo, resumindo existem pessoas de todas as camadas da sociedade. Além do mais também encontramos desequilibramos, e traficantes de drogas em uma menor escala.

Dentro desta seita existem pessoas que estão atrás de interesses comerciais, fato este encontrado em todas as religiões. Um dos pontos combatidos pelos satanistas é dizer que o mundo está muito cristianizado, sendo um fator negativo para seu mestre.





Organização da Igreja

Não existe hierarquia, alguma. A presença de Lord Ahriman como líder é apenas organizacional, pois foi quem iniciou o grupo no Brasil. As decisões relevantes para o grupo são tomadas em conjunto, todos os irmãos são ouvidos. A regra de ouro é “quando quiser e puder”, sem imposição de espécie alguma.

Corpo da igreja

O Grotto de Baal tem autonomia para aceitar novos membros, mas por precaução, nos primeiros meses, para alguém tornar-se membro é necessário contactar Lord Ahriman, que fará uma avaliação da pessoa, quanto à sinceridade de propósito.

Dízimos e Ofertas

Não é cobrada nenhuma taxa, em razão de crerem que a religião deva ser sempre livre. A cobrança de dízimos em nome da caridade originou o grande mercado negro do caminho da mão direita, cujo único objetivo do praticante é aparecer como uma “boa” pessoa perante os seus confrades e o enriquecimento do clérigo. Nada mais do que um comércio hipócrita. Só se deve fazer caridade, se é a verdadeira vontade do ser humano, quando é prazeroso fazê-la, e não por mera convenção social.

Acima de tudo, a imagem de Satan destrói por definitivo qualquer sentimento de culpa, que todos os sistemas e religiões, através dos tempos, lançaram em cima da pessoa para enfraquecê-la e escravizá-la, mesmo nas religiões orientais mais avançadas.

Lúcifer, Satanás e Diabo

Para a seita, Satan significa a luta, o poder, a celebração da vida e a oposição a tudo que só serve para subjugar o ser humano. Magicamente, o seu elemento é o fogo. Lúcifer é o arquétipo da iluminação, o portal para a realização suprema do ser humano, seu elemento é o ar. Belial é o “sem mestre”, o caminho da realização através da matéria, senhor do elemento terra. Leviathan, a serpente das profundezas do oceano, é vinculado às emoções, que são fundamentais nos rituais mágicos, e o seu elemento é a água. Tudo isso é pregado por eles e muitas coisas mais. Mero engano.


Convicções e Práticas da Igreja de Satanás

Eles não adoram uma deidade viva. A ênfase principal recai sobre e no poder e autoridade do satanista individualmente em lugar de um deus ou deusa;
Eles acreditam que não existe nenhum redentor que deu sua vida pela humanidade – que cada pessoa é a própria redentora dela mesma, completamente responsável pela direção de sua própria vida;
O satanismo alega respeitar e exaltar a vida. Dizem que as crianças e animais são as mais puras expressões desta força de vida, e como tal é sagrado e precioso.

Cerimônias

1. Magia de sexo (inclui masturbação);
2. Ritual de felicidade;
3. Ritual de destruição (inclui magia negra e os seguintes atos: espetar alfinetes em uma boneca; desenhar um quadro ou escrever uma descrição da morte da vítima). Os rituais de destruição são melhores executados por um grupo.

· Satanistas do sexo masculino usam roupões compridos e pretos, com ou sem um capuz.
· Mulheres jovens usam roupa sexualmente sugestiva; as mulheres mais velhas usam só preto.

· Muitos Satanistas tradicionais usam diferentes amuletos que levam o símbolo de Baphomet, sendo esta a cabeça de uma cabra dentro de um pentagrama invertido (estrela de cinco pontas com uma ponta para baixo e duas para cima). É rodeado por um círculo. Algumas fontes sugerem que esta é uma marca de comércio registrada da Igreja de Satanás. Isto não é verdade; o símbolo já circulava durante muitas décadas antes da Igreja ser fundada. A própria Maçonaria já possuía este símbolo!

· A Bíblia Satânica mostra um símbolo localizado em cima das Nove Declarações satânicas. É um sinal de infinidade (uma figura 8 em seu lado). Uma cruz romana é colocada ao centro da figura com um segundo, pedaço atravessado mais longo. Este não é um símbolo satânico; é um símbolo alquímico antigo.

· Quando a Bíblia Satânica foi escrita, (1969) uma mulher nua era usualmente usada em um altar, desde que o Satanismo é considerado como uma religião da carne, não do espírito. Ela reclinava em um altar que era em forma trapezoidal, aproximadamente de 1 metro de altura, ali, após a cerimônia, ela praticava orgias com o sacerdote satânico.

· Uma vela branca é colocada à direita do altar; simboliza as convicções hipócritas dos satanistas de Magia Branca. Enquanto uma vela preta, é colocada representando os Poderes da Escuridão, à esquerda do altar. Estes poderes são fontes de energia que é atualmente desconhecida e escondida. São orientados a terem velas pretas adicionais para prover iluminação suficiente.

Ferramentas do Ritual

Um ritual simples pode incluir uma única vela com mais algumas ferramentas, no entanto rituais mais elaborados podem incluir o seguinte:

· Um sino que é tocado nove vezes no princípio e no fim do ritual;

· Um cálice, idealmente feito de prata; pode não ser formado de ouro porque isso é um metal que Satanistas associam com o Cristianismo e religiões Neopagãs.
· Outras ferramentas do ritual incluem um gongo, espada, elixir (normalmente vinho), falo, e pergaminho. São colocados juntamente com o cálice e o sino em uma mesa pequena perto.

Onze Regras Satânicas

1.Não dê a sua opinião ou conselhos se a pessoa não lhe pediu;
2.Não dê importância às suas angústias ou problemas além do que é verdadeiramente necessário;
3.Quando encontrar com outras pessoas mostre-lhe respeito, ou do contrário, não as encontre nunca mais;
4.Se alguém lhe contraria ou lhe trata como a um animal, trate-o cruelmente e sem piedade;
5.Não faça uma investida sexual sem que o sinal para o acasalamento tenha sido dado;
6.Não dê o que não é seu, principalmente se isso for uma carga para a outra pessoa e venha a lhe provocar dissabores;
7.Reconheça o poder da magia que você empregou com sucesso para obter seus desejos. Se você renegar os poderes e a magia, depois de uma sessão, perderá tudo o que conseguiu;
8.Não se queixe de nada senão do que seja necessário;
9.Não faça mal às crianças;
10.Não mate os animais, salvo se for para salvar a sua vida ou se defender;
11.Quando sair, não perturbe uma pessoa. Se alguém lhe perturbar, diga-lhe para parar; se ele continuar perturbando, tome uma providência para que ele pare;

Regras de comportamento

-A oração é inútil pois distrai as pessoas;
-Os membros desfrutam de indulgência em vez de abstinência. Eles praticam com alegria todos os sete pecados cristãos (ganância, orgulho, inveja, ódio, luxúria, glutonaria e indolência). Se um homem bater em sua face, bata na dele também;
-Faça aos outros como eles fazem a você. Se ocupe livremente de atividades sexuais, conforme suas necessidades exigem que podem ser com um só parceiro ou tendo sexo com muitos outros; pode ser do tipo heterossexual, homossexual ou bissexual, usando fetiches sexuais como desejar;



Fonte: http://site.doceharmonia.com/

SUPERSTIÇÃO E CIENCIA


Os conhecimentos que surgem da mera generalização, opinião ou crença, sem a devida comprovação, os cientistas costumam chamar de superstição. Por conta da credibilidade os teóricos fazem um grande esforço no sentido de evitar cair neste tipo de categoria. Para a ciência a explicação supersticiosa não chega a ser apenas uma questão de concorrência. Mais atrativa nas camadas populares e costuma ganhar força rapidamente e tomar o lugar da própria ciência. Parapsicologia e astrologia, por exemplo, fariam parte desta tendência. A confusão surge por uma questão de método. Alguns adeptos da ciência tradicional afirmam que essas áreas não podem ser ciência uma vez que falam de verdades sem provas. Tanto os parapsicólogos como os astrólogos promoveriam um saber baseado apenas na interpretação pessoal, na opinião.

No caso da parapsicologia, estaria faltando maior comprovação na análise dos fenômenos de aparência paranormal, ou seja, os fenômenos considerados à margem da psicologia convencional, tradicional. Espontaneamente, voluntariamente e sem condição de controle, os indivíduos produziriam fenômenos ainda inexplicáveis como: premonição movimento de objetos, produção de ruídos e incêndios, telepatia, etc. Apesar de muitos argumentos favoráveis e do crescimento constante do número de interessados no assunto, a parapsicologia não consegue uma aceitação geral dentro da psicologia e de outros ramos da ciência.

Os parapsicólogos se defendem das críticas e não aceitam a parapsicologia dentro da categoria de superstição. Dizem que o meio científico, principalmente a universidade, não se dedica a explorar melhor os fenômenos que a parapsicologia considera naturais só por não serem comuns e não possuírem explicação imediata. A falta de investimentos e de estudos seriam as causas da aparente desinformação e superstição dentro da parapsicologia, defendem.

A astrologia segue o mesmo caminho. Baseado na influência dos astros sobre os seres humanos, os astrólogos escrevem diariamente inúmeros horóscopos em todo o mundo. Dizem os cientistas, principalmente os astrônomos, que essa previsão baseada nos astros não pode ser certa, pois depende unicamente da opinião do astrólogo quando este “interpreta” os dados que os astros fornecem.

No meio de tanta briga acadêmica os críticos esquecem de considerar, segundo os astrólogos, o mérito da relevância social desses estudos, já que oferecem um sentido de existência às pessoas que a eles aderem. Quando a astrologia consegue fazer alguém satisfeito com uma resposta dada pelos astros, por exemplo, estaria contribuindo para a estabilidade emocional da pessoa.

Água poluída Mata mais que Violência! África


Água poluída Mata mais que Violência! África - A população mundial está poluindo os rios e oceanos com o despejo de milhões de toneladas de resíduos sólidos por dia, envenenando a vida marinha e espalhando doenças que matam milhões de crianças todo ano, disse a ONU (Organização das Nações Unidas) no último dia 22 de março: "A quantidade de água suja significa que mais pessoas morrem hoje por causa da água poluída e contaminada do que por todas as formas de violência, inclusive as guerras", disse o Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas (UNEP).

Em um relatório intitulado "Água Doente", lançado para o Dia Mundial da Água, o UNEP afirmou que dois milhões de toneladas de resíduos, que contaminam cerca de dois bilhões de toneladas de água diariamente, causaram gigantescas "zonas mortas", sufocando recifes de corais e peixes. O resíduo é composto principalmente de esgoto, poluição industrial e pesticidas agrícolas e resíduos animais. Segundo o relatório, a falta de água limpa mata 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos de idade anualmente. Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90 % da água de esgoto sem tratamento.

A diarréia, principalmente causada pela água suja, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas ao ano, segundo o relatório, e "mais de metade dos leitos de hospital no mundo é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada." O relatório recomenda sistemas de reciclagem de água e projetos multimilionários para o tratamento de esgoto. Também sugere a proteção de áreas de terras úmidas, que agem como processadores naturais do esgoto, e o uso de dejetos animais como fertilizantes. "Se o mundo pretende... sobreviver em um planeta de seis bilhões de pessoas, caminhando para mais de nove bilhões até 2050, precisamos nos tornar mais inteligentes sobre a administração de água de esgoto", disse o diretor da UNEP, Achim Steiner. "O esgoto está literalmente matando pessoas."

Fonte: Yahoo

Seguidores de Cristo nos EUA são condenados pela morte do filho


Seguidores de Cristo nos EUA são condenados pela morte do filho

Jeff disse que não levou Neil ao médico porque acredita no poder de cura da fé

A Justiça de Oregon City (EUA) condenou ontem Jeff Beagley e a sua mulher Marci porque deixaram o seu filho Neil, 16, morrer sem levá-lo a um médico.

Eles são fiéis da seita Seguidores de Cristo, que rejeita a medicina por pregar que só a fé cura.

Neil morreu em junho de 2008. Ela sofria de uma doença congênita – entupimento das vias urinárias – que é curada com uma cirurgia.

Jeff disse à Justiça que achava que o filho estivesse apenas com uma forte gripe. Falou que ele e a Marci não podiam ser acusados de displicentes porque rezaram muito para que Neil ficasse bom.

O argumento dele foi contestado pela Promotoria com o fato de que, nas últimas semanas de vida do rapaz, ele se apresentou muito debilitado, com sintomas que não são de gripe.

Meses depois da morte do rapaz, houve outro óbito na família, o de Ava Worthington, de 15 meses, neta do casal. Ela teve pneumonia e infecção no sangue.

Nesse caso, a Justiça apenas condenou Carl Worthington, o pai de Ava, por maus-tratos a uma criança. Mas a morte da menina pesou no julgamento dos avós.

Para dez dos 12 jurados, Jeff e Marci são culpados pela morte do filho. A pena ainda não foi anunciada.
Eles poderão pegar até 10 anos de cadeia. Mas, de acordo com as agências internacionais, a tendência da Justiça é pela condenação mínima: prisão por 12 a 18 meses

Justiça manda Universal devolver carro de mãe de filho doente


sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Justiça manda Universal devolver carro de mãe de filho doente
Dalva (nome fictício) tem um filho (ou filha) que precisa de atenção especial. Além disso, a criança foi vítima de violência doméstica.

Ingênua, ela acreditou em um pastor da Iurd (Universal do Reino de Deus) segundo qual o filho dela ficaria curado se doasse o carro que tinha para a igreja.

Ela fez a doação e não houve o milagre.

A mulher então quis ter o carro de volta, mas o pastor lhe disse ‘não’, porque foi uma doação para a “obra de Deus”.

Dalva recorreu à Justiça e Universal foi condenada a devolver o carro.
A igreja recorreu da sentença com a alegação de que a mulher tem outro bem (os pastores de Edir Macedo estão quase sempre bem informados sobre as posses dos fiéis), mas o Tribunal de Justiça do Distrito Federal acaba de confirmar a condenação. A igreja vai ter mesmo de devolver o carro.

Prevaleceu, no Tribunal, a decisão do juiz de primeira instância que invocou o artigo 1.175 do Código Civil segundo o qual é “nula a doação de todos os bens, sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador”. As informações são da assessoria de imprensa do TJ.

Na Itália 60 surdosmudos dizem ter sofrido abuso de padres há 30 anos


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009


Só agora, mais de 30 anos depois, é que 60 ex-alunas e ex-alunos surdosmudos de uma escola religiosa de Verona, norte da Itália, tiveram coragem de tornar público o drama que marcou a vida de cada um deles: foram vítimas de abuso sexual de padres.

A informação foi publicada pela revista L'Espresso com repercussões em toda a Itália.

De acordo com as denúncias, pelo menos 25 sacerdotes abusaram de mais de 100 estudantes -- crianças e adolescentes.

Relatos de ex-alunos publicados pelo site da revista [reprodução acima] dão ideia do bacanal: "Na sala estabelecida como confessionário (...) alguns sacerdotes aproveitavam para se masturbar e ser tocados ao mesmo tempo por meninas surdas (a porta estava nesse momento sempre fechada)".

No site da revista, há um vídeo no qual um ex-aluno conta que sofreu abuso dos 6 aos 10 anos de idade.

As vítimas resolveram enviar cartas à hierarquia da Igreja Católica detalhando os crimes. Esperaram por dois anos, e o Vaticano não se sensibilizou o suficiente para providenciar uma apuração, ao menos para um registro histórico.

Talvez porque esteja muito ocupado em ditar padrões morais para o mundo.

Ou porque teme pagar indenização às vítimas.

Repórteres a serviço de uma doutrina tentam fazer da história um escândalo



por Demétrio Magnoli, para a Folha

As pessoas, inclusive os jornalistas, podem ser contrárias ou favoráveis à introdução de leis raciais no ordenamento constitucional brasileiro. Não é necessário, contudo, falsear deliberadamente a história como faz o panfleto disfarçado de reportagem publicado nesta Folha sob as assinaturas de Laura Capriglione e Lucas Ferraz ("DEM corresponsabiliza negros pela escravidão", Cotidiano, 4/3).

A invectiva dos repórteres engajados contra o pronunciamento do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) na audiência do STF sobre cotas raciais inscreve no título a chave operacional da peça manipuladora.

O senador referiu-se aos reinos africanos, mas os militantes fantasiados de repórteres substituíram "africanos" por "negros", convertendo uma explanação factual sobre história política numa leitura racializada da história.

Não: ninguém disse que a "raça negra" carrega responsabilidades pela escravidão. Mas se entende o impulso que fabrica a mentira: os arautos mais inescrupulosos das políticas de raça atribuem à "raça branca" a responsabilidade pela escravidão.

Num passado recente, ainda se narrava essa história sem embrulhá-la na imaginação racial. Dizia-se o seguinte: o tráfico atlântico articulou os interesses de traficantes europeus e americanos aos dos reinos negreiros africanos. Isso não era segredo ou novidade antes da deflagração do empreendimento de uma revisão racial da história humana com a finalidade bem atual de sustentar leis de divisão das pessoas em grupos raciais oficiais.

Demóstenes Torres disse o que está nos registros históricos. Os repórteres a serviço de uma doutrina tentam fazer da história um escândalo.

O jornalismo que abomina os fatos precisa de ajuda. O instituto da escravidão existia na África (como em tantos outros lugares) bem antes do início do tráfico atlântico. Inimigos derrotados, pessoas endividadas e condenados por crimes diversos eram escravizados. A inexistência de um interdito moral à escravidão propiciou a aliança entre reinos africanos e os traficantes que faziam a rota do Atlântico. Os empórios do tráfico, implantados no litoral da África, eram fortalezas de propriedade dos reinos africanos, alugadas aos traficantes.

O historiador Luiz Felipe de Alencastro, convocado para envernizar a delinquência histórica dos repórteres ("África não organizou tráfico, diz historiador"), conhece a participação logística crucial dos reinos africanos no negócio do tráfico. Mas sofreu de uma forma aguda e providencial de amnésia ideológica ao afirmar, referindo-se ao tráfico, que "toda a logística e o mercado eram uma operação dos ocidentais".

Os grandes reinos negreiros africanos controlavam redes escravistas extensas, capilarizadas, que se ramificavam para o interior do continente e abrangiam parceiros comerciais estatais e mercadores autônomos. No mais das vezes, a captura e a escravização dos infelizes que passaram pelas fortalezas litorâneas eram realizadas por africanos.

Num livro publicado em Londres, que está entre os documentos essenciais da história do tráfico, o antigo escravo Quobna Cugoano relatou sua experiência na fortaleza de Cape Coast: "Devo admitir que, para a vergonha dos homens de meu próprio país, fui raptado e traído por alguém de minha própria cor". Laura e Lucas, na linha da delinquência, já têm o título para uma nova reportagem: "Negros corresponsabilizam negros pela escravidão".

O tráfico e a escravidão interna articulavam-se estreitamente. No reino do Ndongo, estabelecido na atual Angola no século 16, o poder do rei e da aristocracia apoiava-se no domínio sobre uma ampla classe de escravos.

No Congo, a população escrava chegou a representar cerca de metade do total. O reino Ashanti, que dominou a Costa do Ouro por três séculos, tinha na exportação de escravos sua maior fonte de renda. Os chefes do Daomé tentaram incorporar seu reino ao império do Brasil para vender escravos sob a proteção de d. Pedro 1º.

Em 1840, o rei Gezo, do Daomé, declarou que "o tráfico de escravos tem sido a fonte da nossa glória e riqueza".

Em 1872, bem depois da abolição do tráfico, o rei ashanti dirigiu uma carta ao monarca britânico solicitando a retomada do comércio de gente.

O providencial esquecimento de Alencastro é um fenômeno disseminado na África. "Não discutimos a escravidão", afirma Barima Nkye 12, chefe supremo do povoado ganês de Assin Mauso, cuja elite descende da aristocracia escravista ashanti. Yaw Bedwa, da Universidade de Gana, diagnostica uma "amnésia geral sobre a escravidão".

Amnésia lá, falsificação, manipulação e mentira aqui. Sempre em nome de poderosos interesses atuais.

DEMÉTRIO MAGNOLI, sociólogo, é autor de "Uma Gota de Sangue - História do Pensamento Racial" (SP, Contexto, 2009).

domingo, 21 de março de 2010

Negro agredido por ‘roubar’ o próprio carro será indenizado


sexta-feira, 19 de março de 2010
Negro agredido por ‘roubar’ o próprio carro será indenizado
O vigilante Januário Alves de Santana (foto), 40, estava no estacionamento de um supermercado cuidando de sua filha de dois anos, enquanto a sua mulher fazia compras, quando soou o alarme de uma moto ali por perto. Santana saiu do seu carro para ver o que era e foi abordado por seguranças.

Ele levou pancadas dos seguranças sob a acusação de estar tentando roubar um EcoSport prata. Mas esse carro era dele, disse Santana. E ele apanhou mais porque os seguranças achavam que estava mentido.

Levado para uma sala do supermercado, Santana provou com documentos que o carro lhe pertencia, mais aí já era tarde. Ele já tinha apanhado.

Aconteceu no dia 7 de agosto de 2009, no Carrefour de Osasco, na Grande São Paulo.

Hoje, portanto sete meses depois, a Agência Estado informou que o Carrefour concordou extrajudicialmente em pagar uma indenização a Santana, que, negro, foi vítima de preconceito racial.

O valor da indenização não pode ser revelado, conforme estabelece uma cláusula do acordo.

Na avaliação do IML (Instituto Médico-Legal) , Santana teve ferimentos "leve", mas vinte dias após as agressões ele teve de parafusar uma placa de metal no maxilar. Dojival Vieira, advogado dele, quer que o IML faça nova avaliação.

Vieira que o acordo com o Carrefour não significa que houve um final feliz, porque o episódio evidencia que a discriminação racional no Brasil está longe de ser resolvida.

Santana foi espancado por seguranças da Empresa Nacional de Segurança Ltda., contratados pela rede de supermercado.

Na época, ele tinha pago a 72ª prestação de R$ 789 do EcoSport.

Corregedor de Guarda é preso sob acusação de pedofilia


sábado, 20 de março de 2010
Corregedor de Guarda é preso sob acusação de pedofilia
Claudionor de Azevedo Uchôa (foto), 53, corregedor da Guarda Municipal de Belém (PA), foi preso sob acusação de estuprar duas sobrinhas, uma 10 anos e outra de 12.

A função dele, como corregedor, é apurar irregularidades cometidas por integrantes da guarda.

Quando soube da ordem de prisão expedida pela juíza Maria das Graças Alfaia Fonseca, da Vara da Infância e Juventude, Uchôa se apresentou ao comando da Guarda Municipal.

Dali, ele foi enviado à Penitenciária Anastácio das Neves, da Susipe (Superintendência do Sistema Penal do Estado do Pará).

Fonseca foi denunciado por pessoas que afirmam ter testemunhado os abusos. Além disso, uma perícia médica constatou haver “forte indícios de autoria de materialidade do crime”, de acordo com a juíza.

O suspeito teria se aproveitado das crianças na casa dele, em fins de semana. Até agora Fonseca ou seu advogado não se manifestou.

A direção da Guarda Municipal informou que ele é um bom funcionário e que a sua ficha se manteve limpa ao longo de 20 anos de atividades.

A juíza disse que, com a prisão, testemunhas e vítimas poderão prestar depoimentos sem o temor de que possam ser ameaçadas pelo acusado.

As informações são da imprensa da região.

Santo Daime não cura drogado, alerta psiquiatra


Santo Daime não cura drogado, alerta psiquiatra

Embora existam pessoas que afirmam ter se livrado das drogas graças ao Santo Daime, esse chá nunca deve ser usado como alternativa de tratamento de dependência química.

O alerta é do psiquiatra Ronaldo Laranjeira, do departamento de dependência química da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

O que pode ocorrer, segundo ele, é a substituição de uma droga pelo Santo Daime, que é também um alucinógeo e pode causar surtos em pessoas predispostas a transtornos mentais, entre outras consequências.

Outra possibilidade é que o viciado passe a depender do chá sem conseguir largar das demais drogas.
Esse parece ter sido o caso de Carlos Eduardo Sunfeld, o Cadu, 24, assassino confesso do cartunista e daimista Glauco Villas-Boas, 53, e o seu filho Raoni.

Cadu tinha procurado a igreja de Glauco, a Céu de Maria, para se curar da dependência, mas ele piorou. No dia dos crimes, o jovem estava bem “chapado”, conforme relato da Bia, mulher de Glauco.

Parentes do jovem afirmaram ao G1 que a “cabeça” de Cadu piorou quando ele passou a frequentar a Céu de Maria.

É o que dá sentido a uma frase do rapaz a jornalistas depois de ter sido preso. A frase que ele teria dito a Glauco ou pesado no momento do crime é esta: “'Você fodeu com a minha vida, demorou, vou foder com a sua também.' Aí atirei nele."

Carlos Augusto, 22, disse que Cadu, seu irmão, fumava maconha de vez em quando sem que apresentasse transtornos.

“Os problemas que ele teve foram com o Santo Daime, que mexe com o cérebro. Tomava todo dia. Num réveillon ele surtou. Teve taquicardia e desmaiou. Precisei socorrê-lo.”

O Santo Daime produz efeitos colaterais parecidos com o do LSD: superexcitação, miragens, transe, medo progressivo, pânico e surtos psicóticos.

O psiquiatra Laranjeira disse à Rádio Bandeirantes que o governo foi advertido dos males do Daime.

Mas, mesmo assim, o Conad (Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas) legalizou no dia 26 de janeiro o uso do chá em rituais religiosos.

No dia 31 de janeiro, Alexandre Viana da Silva, 18, morreu afogado em uma lagoa na região metropolitana de Belém (Pará), após passar a noite em um ritual do Santo Daime.

Aparentemente o chá fez com que o jovem acreditasse que ele sabia nadar.

‘Meu filho se matou por causa do Santo Daime’


‘Meu filho se matou por causa do Santo Daime’


A empregada doméstica Claudetina de Almeida (foto), 42, afirma que seu filho, o João Raimundo de Almeida Júnior, ficou estranho depois que começou a frequentar uma seita do Santo Daime.

“Ele dizia ser Jesus Cristo, falava sozinho, ria sem motivo, gritava do nada.”

Até que um dia o estudante Raimundo, aos 17 anos, se suicidou ao se jogar de um viaduto.

Claudetina coloca a culpa no chá de ayahuasca, do qual seu filho teria abusado quando frequentou a Céu de Maria, igreja criada pelo cartunista Glauco em Osasco (SP).

“Ele sempre foi um menino normal até que começou a frequentar essa igreja”, disse. “Quem matou o meu filho foi o Daime.”

Glauco, 53, e o seu filho Raoni, 25, foram assassinados na madrugada do dia 12 deste mês por Carlos Eduardo Sunfeld, 24, o Cadu, um frequentador da igreja.

Cadu apresenta sintomas de esquizofrenia, cujos delírios e alucinações são potencializados pela dimetiltriptamina (DMT), uma substância encontrada no chá do Santo Daime.

Raimundo também era esquizofrênico, conforme depois a sua mãe soube depois. Como Cadu, ele acreditava ser Jesus Cristo, mas a sua mãe achava que o filho estava tomado pelo demônio.

“Custei a perceber que o problema do meu filho era de saúde”, disse ela em depoimento gravado em vídeo ao site da revista Istoé.

Ela contou que os surtos de Raimundo estavam cada vez mais frequentes. Durante um deles, disse, ele ameaçou matar a família com uma enxada.

Claudetina disse que procurou a Céu de Maria para saber o que estava ocorrendo com o seu filho. Lá, ela teria falado com Glauco, com a mulher dele, a Beatriz Galvão, a Bia, e com Juliana, a filha do casal.

“Eles me falaram que eu não precisava me preocupar, porque era totalmente normal [o que ocorria com Raimundo] e que ia passar.”

Os amigos de Glauco afirmam que ele sempre teve boas intenções. Recebia na igreja pessoas que desejavam se livrar das drogas por intermédio do uso do chá da ayahuasca, a exemplo de sua própria experiência.

Nas igrejas do Santo Daime, o devoto só pode tomar o chá após ter sido avaliado por um “padrinho”, que é, como Glauco foi, líder espiritual responsável por uma igreja.

Uma avaliação que, com certeza, falhou no caso de Cadu e no de Raimundo.

Acarajé! uma delicia de comida bahiana!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Ingredientes:

1 kg de feijão fradinho
4 cebola picadas
sal a gosto
azeite de dendê a gosto

Molho:

Pimenta malagueta

Azeite dendê

100 gramas de camarão

Modo de preparo:

Bata o feijão seco só para quebrar no liquidificador

Ponha de molho em bastante água, por mais ou menos 1 hora e meia para soltar a casca e os pontinhos pretos

Mude sempre a água e vá tirando a casca e os pontinhos pretos que ficam boiando,escorra a água

Bata no liquidificador o feijão com as cebolas e o sal

Se precisar, ponha um pouco de água para bater melhor

Ponha a massa em uma vasilha e bata bem para ficar bem macia, Para bater use uma colher de pau

Ponha dendê em uma frigideira para esquentar bem

Com uma colher vai pegando a massa e pondo para fritar

Depois de frito coloque-os em uma vasilha forrada com papel absorvente.

Modo de preparo, molho:

Machuque umas pimentas malaguetas

Ponha um pouco de dendê para esquentar e frite um pouco as pimentas machucadas

Acrescente o camarão e frite um pouco mais, tire do fogo e misture com um pouco de vatapa.

É maravilhoso, vale apena experimentar .

fonte:http://www.receitabrasil.com/como-fazer-acaraje

quinta-feira, 18 de março de 2010

A mula sem cabeça(Folclore brasileiro)


A mula sem cabeça A Mula-sem-cabeça é uma lenda do folclore brasileiro, bastante evidenciada em todo Brasil, nas zonas canavieiras do Nordeste e do Sudeste.
Veio para as Américas através dos portugueses e espanhóis. Também faz parte do folclore mexicano, onde é conhecida por ‘ Malora’ e do argentino como ‘ Mula Anima’. Alguns dizem que a Mula sem cabeça surgiu no século XII, período em que as mulas serviam de transporte para os padres.
A mula é literalmente uma mula sem cabeça e que solta fogo pelo pescoço, local onde deveria estar sua cabeça, possui em seus cascos, ferraduras que são de prata ou de aço e apresentam coloração marrom ou preta. Representa uma espécie de lobisomem feminino que assombra os povoados que moram em casas que rodeiam as igrejas. Segundo a lenda, qualquer mulher que namorasse um padre seria transformada em um monstro, desta forma as mulheres deveriam ver os padres como uma espécie de “santo” e não como homem, se cometessem qualquer pecado com o pensamento em um padre, acabariam se transformando em mula sem cabeça. Segundo a lenda, o encanto somente pode ser quebrado se alguém tirar o freio de ferro que a mula sem cabeça carrega, assim surgirá uma mulher arrependida pelos seus “pecados”.
Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições da Mula-Sem-Cabeça. Também se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Toda passagem de quinta para sexta feira ela vai numa encruzilhada e ali se transforma na besta.
Então, ela vai percorrer sete povoados, ao longo daquela noite, e se encontrar alguém chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar do nome, Mula-Sem-Cabeça, na verdade, de acordo com quem já a viu, ela aparece como um animal inteiro, forte, lançando fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro.
Nas noites que ela sai, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às vezes, parece chorar como se fosse uma pessoa. Ao ver a Mula,deve-se deitar de bruços no chão e esconder Unhas e Dentes para não ser atacado.
Se alguém, com muita coragem, tirar os freios de sua boca, o encanto será desfeito e a Mula-Sem-Cabeça, voltará a ser gente, ficando livre da maldição que a castiga, para sempre.

fonte: gaxeta

Morte para Gays em Uganda


Uganda já tem lei anti-homossexualismo, mas novo projeto prevê execução, o que pode gerar 'efeito dominó' na África A África concentra o maior número de países com leis antigays no mundo. São 36 nações, mais da metade do continente, que proíbem legalmente o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Quatro países, Mauritânia, Nigéria, Sudão e Somália, aplicam a pena de morte para quem infringe a norma. Esse número pode aumentar para cinco, se Uganda, que já tem uma lei que rejeita o homossexualismo, aprovar um texto mais rígido para condenar a prática homossexual. Para integrantes de organizações defensoras dos direitos homossexuais, a aprovação da lei de Uganda pode gerar um 'efeito dominó' em mais países africanos. "Esse é nosso grande medo, já que muitos países deram início a debates sobre o tema. No Quênia, processos constitucionais já retiraram conquistas positivas alcançadas antes da proposta de Uganda. A Tanzânia lançou uma campanha contra o ativismo gay, e, na Etiópia, líderes religiosos já se pronunciaram contra o apoio aos direitos homossexuais", segundo Monica Mbaru, queniana, chefe do programa africano da Comissão Internacional pelos Direitos Gays e Lésbicos (IGLHRC).

Segundo ela, se o projeto virar lei, o perigo real e a hostilidade alcançarão níveis perigosos, levando a prisões e a justificativas para a violação dos direitos humanos. A mesma opinião tem o secretário geral da ILGA, Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex, o italiano Renato Sabbadini. Para ele, ação parecida pode ocorrer pelo menos em Ruanda e em países que, assim como Uganda, têm uma presença forte de 'protestantes fundamentalistas'. Segundo uma reportagem publicada pela revista Time, ugandenses apoiadores da lei "parecem estar particularmente impressionados" com as idéias de Scott Lively, um pregador conservador da Califórnia que escreveu um livro sobre o que julga serem ligações entre o nazismo e a agenda gay para a dominação do mundo. Outra reportagem, do New York Times, diz que Uganda tem se tornado um "ímã" para grupos evangélicos americanos.

O texto do projeto de lei busca "estabelecer uma legislação consolidada para proteger a família tradicional proibindo qualquer tipo de relação entre pessoas do mesmo sexo" e ainda objetiva "proteger as crianças e adolescentes de Uganda que estão vulneráveis ao abuso sexual e desvio como resultado de mudanças culturais, de tecnologias de informação livres de censura, órfãos que podem ser criados por casais homossexuais, entre outros". A pena para quem pratica ato sexual com pessoa do mesmo gênero é prisão perpétua. Se o caso for de 'homossexualidade agravada', que inclui sexo com menor de idade, com pessoas portadoras de AIDS, com pessoas deficientes ou um homossexual 'em série', a pena é execução. Além de protestos organizados por ONGS de diversos países, o presidente americano, Barack Obama, se declarou contra o projeto de lei de Uganda. Em um discurso no início de fevereiro, Obama classificou o texto de 'odioso'.

Segundo Renato Sabbadini, muitas dessas leis anti-homossexuais são, na realidade, resquícios do período colonial. "Principalmente países que estiveram sob o domínio britânico e que usaram como modelo de código penal o código britânico do século XIX. É o caso de Uganda." Recentemente, um padre ugandês passou um filme pornográfico protagonizado por homossexuais na sua igreja perante uma platéia de cerca de 300 fiéis. Esta atitude veio no segmento da discussão de um projeto de lei que pretende aplicar a pena de morte a determinados comportamentos homossexuais. “Na África tudo o que se faz em casa afeta o nosso clã, afeta a nossa tribo, afeta o nosso país” declarou o padre Martin Ssempa para o canal BBC. Ele argumentou que é importante sensibilizar os cidadãos de Uganda para a questão da homossexualidade e que o filme pornográfico teve o intuito de fazer a população apoiar a aprovação da nova lei. É o credo religioso pendendo somente para um lado, deixando de amar a todos igualmente, e segregando o comportamento humano.

Fonte:
G1
CM Jornal