domingo, 27 de fevereiro de 2011

Evangélico faz ofensiva contra dedução de IR a gays



25 de fevereiro de 2011
Foto: Diógenis Santos/Ag. Câmara


"Estão querendo desmoralizar o parecer da Procuradoria da Fazenda", diz Wyllys

Eduardo Militão

Parlamentares evangélicos preparam uma ofensiva para tentar acabar com a principal novidade na entrega da declaração do Imposto de Renda deste ano: a inclusão de parceiros homossexuais como dependentes para fins de dedução fiscal. A arma utilizada é uma nota técnica da Consultoria de Orçamento da Câmara que considerou ilegal a medida adotada pela Receita Federal. Concluído ontem (24), o parecer jurídico (leia a íntegra) sustenta, sem entrar no mérito da questão gay, que renúncias fiscais dessa natureza só podem ser feitas por meio de lei, que precisam ser debatidas na Câmara e no Senado antes de virarem realidade, e não por meio de uma “canetada” do Executivo.

Nesta sexta-feira (25), o deputado Ronaldo Fonseca (PR-DF) entrará em contato com o presidente da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso, deputado João Campos (PSDB-GO). Eles vão discutir medidas para cassar a possibilidade prevista na entrega das declarações de IR, que começa daqui a quatro dias.

Fonseca diz que vai tomar uma das três medidas sugeridas na nota: ajuizar uma ação popular contra a permissão de dedução tributária, apresentar um projeto de decreto legislativo para suspender a medida da Receita ou pedir que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, compareça à Câmara para prestar explicações.

João Campos afirmou que vai conversar antes com o colega para avaliar se a Frente Evangélica vai tomar alguma medida conjunta. Por sua vez, Fonseca tem certeza de que parlamentares evangélicos e até católicos vão apoiar qualquer medida para barrar a inclusão de homossexuais como dependentes nas declarações do Imposto de Renda.

“Isso é totalmente ilegal. Se precisar ir para o Judiciário, nós vamos”, afirma Fonseca, que é pastor da Assembleia de Deus e solicitou o estudo à Consultoria de Orçamento da Câmara.Um dos argumentos utilizados na nota técnica 3/11, da Consultoria de Orçamento da Câmara, é que a legislação atual não prevê a união estável entre homossexuais. Para isso, diz o parecer, seria necessário mudar o artigo 226 da Constituição.

Paralelamente, o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), um dos organizadores da futura Frente Parlamentar Homossexual, informou ontem (24) que já tem quase todas as 171 assinaturas para protocolar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para criar o instituto do casamento civil gay. “Faltam poucas assinaturas”, afirmou Willys.

Ele disse que está tendo o apoio de vários parlamentares, mas não o de outros a respeito dos quais nutria expectativas, como a deputada evangélica Benedita da Silva (PT-RJ). “Ela disse que é uma questão de foro íntimo, religiosa”, afirmou Willys.

O assunto ainda está em pauta no Judiciário. Na quarta-feira (22), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) interrompeu o julgamento de um homem que exigia pensão relativa ao ex-companheiro. Ele alegava ter os mesmos direitos da união estável, prevista na Constituição apenas para famílias compostas por homens e mulheres. Se vencer a disputa, poderá estar aberto o precedente para a união estável homoafetiva. Até agora, há quatro votos a favor e dois contrários no STJ.

Problemas jurídicos

A nota técnica, assinada pelo consultor Francisco Pereira Filho, do núcleo que fiscaliza os gastos do Executivo, contesta o parecer 1.530/10, da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que embasou a decisão da Receita. No ano passado, a Portaria 513/10 do Ministério da Previdência considerou os parceiros homossexuais como dependentes em caso de pensões.

De acordo com a nota da Câmara, a PGFN errou porque o artigo 150 da Constituição diz que quaisquer subsídios, isenções anistias ou remissão de impostos só podem ser feitos com base em leis. “Na canetada, eu não vou [aceitar], não. Tem de ter o debate”, disse o deputado Ronaldo Fonseca.

A nota da Consultoria da Câmara ressalta que o artigo 226 diz que apenas “é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher”. Afirma ainda que a Lei de Responsabilidade Fiscal obriga toda concessão de benefícios fiscais, como a dedução de imposto para os gays, lésbicas e transsexuais, vir acompanhada de impacto orçamentário e fonte de compensação da receita a ser perdida. De acordo com o estudo, isso não aconteceu.

A nota alega ainda que a concessão desse benefício aos homossexuais abrirá brecha para outros segmentos da sociedade exigirem novas isenções de imposto. O texto cita como exemplo os irmãos solteiros que moram juntos; os filhos solteiros que permanecem morando com os pais, às vezes adotando filhos; e as pessoas celibatárias que vivem juntas fraternalmente. “Hoje, um irmão não pode colocar o outro como dependente. Por que os homossexuais podem? É uma classe especial?”, critica Ronaldo Fonseca.

A consultoria da Câmara entende que o governo federal foi descuidado ao tentar encaixar os gays nas hipóteses de dedução de imposto. “A administração tributária deve tomar cuidado com essas inovações doutrinárias (…) já que (…) tais teses advêm (…) sem levar em conta principalmente as consequências nas finanças públicas”, diz o consultor Pereira Filho.

Discriminação

Em nota ao Congresso em Foco, o procurador-Geral Adjunto de Consultoria e Contencioso Tributário, Fabrício da Soller, afirmou que a PGFN não ultrapassou suas competências ao definir o conceito de “companheiro e companheira”. Ele garantiu que a interpretação se baseou nos princípios constitucionais, como a proibição da discriminação por questões de gênero, e julgamentos do Judiciário.

“Esta PGFN tem plena convicção da constitucionalidade e legalidade do seu parecer”, afirmou Soller, em nota. O procurador afirmou que o órgão está à disposição da sociedade e dos parlamentares para prestar esclarecimentos sobre o tema. Leia a íntegra da nota.

O deputado Jean Wyllys lamentou a nota técnica da Câmara. “Seria mais uma inovação em termos de cidadania. Eles estão querendo desmoralizar o parecer da PGFN”, disse. Para o deputado, a sociedade brasileira ainda vive tempo de “obscurantismos” em relação ao tema, o que poderia ser vencido, segundo ele, por meio da educação.

Willys enxerga no crescimento da bancada evangélica e dos cristãos ditos 'fundamentalistas' o principal obstáculo à aprovação de matérias de interesse da comunidade gay. Para o deputado, talvez o Executivo tenha preferido fazer por conta própria a dedução de Imposto de Renda exatamente por conta das resistências no Congresso. “Se fez isso, que bom! O Congresso adia decisões importantes”, afirmou Willys ao Congresso em Foco, destacando o papel da Justiça e do Executivo na garantia dos direitos dos homossexuais.

Ronaldo Fonseca diz achar saudável a iniciativa de Jean Wyllys de propor uma PEC para o casamento civil gay. “Nós temos que entrar na discussão. Não podemos ter medo de debater o assunto, mas sem rancor, de forma democrática”, afirma o deputado. “Nós vamos nos opor a isso e vamos defender a nossa tese.”

ENTENDA O CASO

1— Semana que vem começa a entrega da declaração do Imposto de Renda. Pela primeira vez, homossexuais poderão incluir seus parceiros como dependentes e obter deduções fiscais.

2— Nota técnica da Câmara dos Deputados encomendada por parlamentares evangélicos diz que permissão da Receita Federal é ilegal. Basicamente porque foi feita por meio de portarias e atos administrativos, em vez de leis debatidas e aprovadas pelo Congresso.

3— Com base na nota, deputados da bancada evangélica estudam ir à Justiça, pedir no próprio Congresso a suspensão da norma da Receita ou convidar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a dar explicações sobre o caso.

4— Hoje ocorrem os primeiros contatos para definir uma estratégia de ação.
(Congresso em Foco)

justiça determina que ex-companheiro gay mantenha-se afastado pelo menos 100 mts do ex.


Lei Maria da Penha aplicada para relação entre homens

Aplicando a Lei Maria da Penha à relação homossexual, o Juiz da Comarca de Rio Pardo Osmar de Aguiar Pacheco concedeu medida protetiva a homem que afirma estar sendo ameaçado por seu companheiro. A medida, impedindo que ele se aproxime a menos de 100 metros da vítima, foi decretada no dia 23/2.

O magistrado observou que, embora a Lei Maria da Penha tenha como objetivo original a proteção das mulheres contra a violência doméstica, todo aquele em situação vulnerável, ou seja, enfraquecido, pode ser vitimado. Ao lado do Estado Democrático de Direito, há, e sempre existirá, parcela de indivíduos que busca impor, porque lhe interessa, a lei da barbárie, a lei do mais forte. E isso o Direito não pode permitir!


(imagem meramente ilustrativa)

Destacou que o artigo 5º da Constituição (todos são iguais, sem distinção de qualquer natureza), deve ser buscado em sua correta interpretação, a de que, em situações iguais, as garantias legais valem para todos. No caso presente, todo aquele que é vítima de violência, ainda mais a do tipo doméstica, merece a proteção da lei, mesmo que pertença ao sexo masculino.

Salientou ainda que a vedação constitucional de qualquer discriminação e mesmo a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República, (...) obrigam que se reconheça a união homoafetiva como fenômeno social, merecedor não só de respeito como de proteção efetiva com os instrumentos contidos na legislação.

Dessa forma, concluiu, o autor da ação que alega ser vítima de atos motivados por relacionamento recém terminado, ainda que de natureza homoafetiva, tem direito à proteção pelo Estado. Decretou a medida de proibição do ex-companheiro de se aproximar mais que 100 metros da vítima e reconheceu a competência do Juizado de Violência Doméstica para jurisdição do processo.
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul


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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A volta do juiz que ridicularizou a lei Maria da Penha

Golpe na Maria da Penha //
Edição de quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Através de uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o juiz afastado Edilson Rumbelsperger Rodrigues, famoso por declarações polêmicas sobre a Lei Maria da Penha, poderá reassumir o cargo na 1ª Vara Criminal em Sete Lagoas, em Minas Gerais. O ministro Marco Aurélio Mello suspendeu a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que o afastou do cargo há três meses. Ele pode retomar as funções hoje. O CNJ havia considerado machistas e de cunho preconceituoso declarações e termos usados em despachos do juiz. Em uma setença de 2007, Edilson Rumbelsperger é acusado de se referir à Lei Maria da Penha como um `monstrengo tinhoso`, além de ´um conjunto de regras diabólicas`, e evocar a Bíblia para basear a decisão. Com isso, o CNJ decidiu abrir processo administrativo e, no início de 2010, afastou o magistrado por dois anos, com direito a vencimentos proporcionais. Conselheiros chegaram questionar a sanidade mental do juiz.

O Estado de Minas/Diario tentou contato com o juiz, mas não obteve sucesso.Seus assessores na 1ª Vara Criminal, Danilo Cristelli e o escrivão Leonardo Souza, afirmaram que estão sem contato com o magistrado. Durante a polêmica, o juiz disse ter sido mal interpretado e em nota oficial afirmou que considera a lei inconstitucional, por proteger a mulher e deixar de fora o homem. ´A lei seria constitucional, segundo nossa visão, se houvesse, ao menos, um único artigo regulando as fragilidades do homem em suas relações domésticas com a sua esposa ou companheira. Se assim o fosse, a mesma Lei poderia até ser injusta, mas não o seria, talvez, inconstitucional`, se defendeu em nota. (Marcos Avellar)

Diário de Pernambuco

A pensão gay militar


Edição de quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Justiça obriga Exército a pagar benefício a viúvo de ex-capitão, falecido há 12 anos. Decisão é inédita


José Américo Grippi vibrou com o entendimento do Judiciário sobre seus direitos. Foto: Paula Rivello/Tribuna de MinasEm decisão inédita, a Justiça Federal em Juiz de Fora, Minas Gerais, determinou o pagamento de pensão militar ao aposentado José Américo Grippi, 66, que viveu 36 anos com o ex-capitão do Exército Darci Oliveira Dutra, falecido há 12 anos. José Américo, residente em Juiz de Fora, vai receber um terço do benefício a partir do mês que vem, informou o advogado dele, Luciano Dutra Pironi. ´É uma vitória da Justiça, que mostra evolução ao reconhecer uma união homoafetiva estável e ver que os direitos são iguais`, afirmou Pironi.

É a segunda ação ajuizada por José Américo. Na primeira, de inventário na área cível, com decisão há quatro anos, ele conseguiu se tornar meeiro dos bens deixados por Darci. Propriedades como fazenda, apartamento, carro e outros bens tinham ficado em poder de duas irmãs do ex-capitão. Na nova ação, José Américo procurou o Exército. Segundo Pironi, o aposentado ´foi desestimulado logo de cara, embora não tenha desanimado`. Os advogados se basearam na sentença da 7ª Vara Cível de Juiz de Fora, que o declarou meeiro. ´As irmãs do ex-capitão estavam recebendo o benefício integral, enquanto José Américo e Darci construíram um patrimônio juntos`, explica o advogado.

A decisão satisfez o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis. ´É uma luz no fim do túnel, um avanço, ainda mais se tratando do Exército, que mantém um código proibindo a 'pederastia' nos seus quadros. Com a decisão, a instituição reconhece uma união homoafetiva estável`, disse. Para ele, o Brasil está na contramão de países como os Estados Unidos, que aboliram a política do ´não pergunte, não responda`, o que inibia o alistamento dos gays. ´Em comparação aos heterossexuais, os homossexuais têm 78 direitos negados, inclusive o de servir o Exército.`

O presidente do Movimento Gay de Minas, Marco Trajano, gostou da decisão. Ele espera que as medidas motivem os deputados a votar o projeto de lei parado há décadas para equiparar direitos de homossexuais a de heterossexuais.Entre eles, o casamento civil - ´a palavra é casamento, sim, sem ser religioso`, faz questão de frisar -, mudança de estado civil nos documentos, adoção de crianças, direito a pensão e partilha do patrimônio`. A reportagem fez contato com o Exército via telefone e e-mail, mas, até o fechamento da edição, não obteve resposta.

Adiamento

O Superior Tribunal de Justiça adiou ontem, sem data marcada para a retomada da votação, o julgamento do processo que reconhece de maneira explícita, pela primeira vez, a união estável entre homossexuais. O placar provisório é de quatro votos a favor do reconhecimento e dois contra. Outros quatro ministros ainda devem se manifestar. O julgamento foi interrompido por pedido de vista do ministro Raul Araújo Filho. ´As uniões de pessoas do mesmo sexo podem ser consideradas como entidades familiares`, diz a relatora do caso, ministra Nancy Andrighi, que defendeu a equiparação das uniões homoafetivas às heterossexuais. (Gustavo Werneck)
Diario de Pernambuco

A Mãe de Todas as Cabeças (O Bori)


Yemanjá é sempre relatada nos mitos como uma grande mãe, surgindo agora como a protetora das cabeças dos mortais. Esta dádiva, recebida de Olodumaré, se dá pelo fato de Yemanjá preocupar-se em ser generosa e respeitar a hierarquia divina. Dotada de grande poder de justiça, Yemanjá sabe retribuir atos generosos do outro. Sua primeira aparição na guarda dos oris (cabeças) precede a criação da humanidade, pois quando todos os Orixás estavam sendo cobrados por Olodumaré acerca de seus afazeres na Terra, Yemanjá foi a única que, antes de falar com o Deus Supremo, preocupou-se em levar-lhe uma oferenda. Ofereceu-lhe uma cabeça de carneiro e, em gratidão, Olodumarê deu-lhe o cuidado de todas as cabeças, mesmo antes do homem ter sido criado.
Os Yorubás acreditam que, ao nascer, cada ser humano escolhe sua cabeça (seu ori), de tal modo que seu destino, assim como sua sorte e muito de suas características pessoais dependem da individualidade de cada um. O ori tem uma existência própria e por isto deve ser alimentado e cultuado, de modo que possa assim funcionar adequadamente e dar felicidade ao seu portador. Tendo natureza divina, o ori de cada pessoa pode ter seu assentamento, isto é, sua representação material e espiritual. Quando da iniciação ao Orixá, é no ori que este é fixado. É necessário preparar a cabeça para recebê-lo de acordo. Trata-se da cerimônia chamada bori (comida à cabeça). Na África considera-se a divindade Ajalá como aquela que fabrica os oris. No Brasil, ele foi esquecido e Yemanjá tomou seu lugar.
Caracterizado pela linguagem utilizada e por uma forma estética de realização, o culto às cabeças denota uma preocupação primeira que é de fazer emergir a personalidade profunda do ser humano, ligada ao seu destino pessoal. Por outro lado, o ritual do bori também tem o intuito de “notificar à morte” que seu tempo será sempre depois. No bori, estar vivo, é motivo de louvação. O indivíduo é incitado a estabelecer um movimento cíclico com a morte: deve driblá-la constantemente, pois na visão do Povo-de-Santo, o bom é estar vivo e aqui. O papel reservado ao ritual do bori em alguns Terreiros Afro-Brasileiros, principalmente naqueles que passaram por algum processo de africanização, toma uma característica bastante ortodoxa. A cabeça é considerada uma divindade, que após o Culto a Exu e aos Orixás da Criação, ganha grande importância, conforme o seguinte oriki:

“Orí pélé atété níran
Atété gbeni kòòsa
Kòòsa ti ida ni egbé
Leyin orí eni”

“Você é aquele que não esquece dos seus devotos
Quem abençoa seus devotos, antes de qualquer outra divindade
Nenhuma divindade abençoa seu devoto sem o consentimento da sua cabeça”

Num outro mito, quando Olodumaré fez o mundo, repartiu entre os Orixás vários poderes, dando a cada um deles um reino para cuidar. Para Yemanjá, Olodumaré destinou os cuidados da casa de Oxalá, Orixá Velho e alquebrado, assim como a criação de seus filhos e de todos os afazeres domésticos. Yemanjá trabalhava e reclamava da sua condição de menos favorecida, pois, afinal, todas as outras divindades recebiam oferendas e homenagens enquanto ela vivia como escrava.
Durante muito tempo Yemanjá reclamou dessa condição e tanto falou, tanto falou nos ouvidos de Oxalá, que este enlouqueceu. O orí de Oxalá não suportou os reclamos de Yemanjá. Caindo Oxalá enfermo, Yemanjá deu-se conta do mal que fizera ao marido e tratou de curá-lo, arrependida e temerosa. Em poucos dias, utilizando-se de banha vegetal, de água fresca, de obi (fruta conhecida como noz-de-cola), pombos brancos, frutas deliciosas e doces, curou Oxalá que, agradecido, foi a Olodumaré pedir para que atribuísse a Yemanjá o poder de cuidar de todas as cabeças. Desde então ela recebe oferendas e é homenageada quando se faz nos Terreiros de Candomblé o bori e demais ritos à cabeça. Yemanjá é sempre lembrada nos Terreiros. Em todos os momentos os filhos-de-santo a saúdam e agradecem como mãe das cabeças. Durante sua dança ritual, faz-se movimentos circulares que lembram as ondas do mar e tocando a fronte e a nuca, saúda-se Iemanjá, fazendo referência a seu domínio sobre suas cabeças.

Fonte: A Grande Mãe Africana do Brasil
Imagem: Caboclo Arruda

Carnaval, Samba e Sexo Seguro


Por Dr. Leandro Alves Gomes Ramos, oncologista da Oncomed – BH

Está chegando a hora da folia nacional. As marchinhas do Carnaval já começam a ecoar nas esquinas do país. Quem pretende cair na farra não deve deixar de fora a serpentina, o confete e, claro, a camisinha. O preservativo é a garantia de que a alegria continue depois do feriado. Afinal, além de método contraceptivo, é a melhor maneira de se manter livre das doenças sexualmente transmissíveis.

Estudos recentes têm mostrado uma forte ligação entre a infecção genital pelo papiloma vírus humano (HPV) e o câncer de colo uterino. O HPV está presente em mais de 99% das células destes tumores. Existem mais de 200 tipos de HPV e estes podem ser classificados segundo o risco para o desenvolvimento deste câncer. Aproximadamente 15 tipos de HPV são considerados de alto risco e estão relacionados com o câncer de colo uterino, dentre estes, os mais importantes são o HPV 16 e o HPV 18, encontrados em 70% dos casos.

A infecção pelo HPV é muito comum, cerca de 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. A maioria destas infecções é transitória, sendo combatidas espontaneamente pelo sistema imunológico. Estudos epidemiológicos mostram que apenas uma pequena fração (entre 3% a 10%) das mulheres infectadas com um tipo de HPV de alto risco de câncer desenvolverá câncer de colo uterino. O tempo necessário entre a infecção persistente pelo HPV e o aparecimento do câncer de colo uterino é em média de 15 anos.

A transmissão do HPV genital ocorre através da relação sexual, ou através do contato direto com a pele contaminada. Por este motivo, o uso de preservativo na relação sexual diminui o risco desta transmissão, conseqüentemente, reduzindo também a incidência do câncer de colo uterino. O câncer de colo uterino ainda é uma doença de alta prevalência no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no ano de 2008, a taxa de incidência desta doença no Estado de Minas Gerais foi de 13,8 novos casos para cada cem mil mulheres. No Brasil, o câncer de colo uterino é a quarta causa de morte por câncer em mulheres. A sua incidência torna-se evidente na faixa etária de 20 a 29 anos e o risco aumenta rapidamente até atingir seu pico, geralmente, na faixa etária de 45 a 49 anos.

Através do programa para detecção precoce do câncer de colo uterino, também conhecido como exame de Papanicolaou, a incidência e a mortalidade desta doença têm reduzido significativamente nos países desenvolvidos. Apesar das várias campanhas educativas realizadas no Brasil pelo Inca, grande parte de nossa população ainda está fora do alcance deste exame tão importante. Por este motivo, muitas vezes, o diagnóstico é realizado apenas quando a mulher apresenta sintomas de doença avançada - tais como sangramento vaginal e dor - tornando assim o tratamento menos eficaz.

Uma vez estabelecida esta relação entre câncer de colo uterino e HPV, muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas para a criação e aprimoramento de vacinas contra este vírus. Apesar das grandes expectativas e resultados promissores nos estudos clínicos, ainda não há evidência suficiente da eficácia da vacina contra o câncer de colo do útero. Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos mais presentes no câncer de colo uterino (HPV-16 e HPV-18). Mas o real impacto da vacinação contra o câncer de colo uterino só poderá ser observado após décadas. Há duas vacinas comercializadas no Brasil, porém não disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Uma delas é quadrivalente, ou seja, previne contra os tipos 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo uterino e contra os tipos 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais (doença benigna). A outra vacina é específica apenas para os subtipos 16 e 18.

Mais importante que a vacinação são os exames anuais de Papanicolaou e o tratamento precoce das lesões com alto risco de malignidade. Estes métodos reduzem significativamente a mortalidade por câncer de colo uterino. Porém, grande parte da população brasileira ainda não tem acesso a estes procedimentos. Portanto, mais do que nunca, neste Carnaval a população não deve se esquecer que o sexo seguro é a melhor maneira de se proteger contra o HPV e das demais doenças sexualmente transmissíveis.

Fonte:
Juliana Morato Menezes - Assessora Link Comunicação

Padre sexólogo afirma que Deus está no Orgasmo




Se fosse para ser queimado na fogueira pelo Vaticano, já teria sido. A constatação é de Ksawery Knotz, um monge capuchinho de 45 anos que anda há dois anos a vender um mais que assumido kamasutra católico. Esta semana, a obra foi apresentada em Madrid, com o apelativo título "No tengas miedo al sexo". Voltou a valer chamadas expressivas na imprensa, já que Knotz não é temperante nas palavras. Um exemplo? "Deus está no orgasmo."


Se só agora se deparou com a ousadia literária, poderá adquiri-la na versão espanhola ao preço especial de 16 euros, no site da madrilena Asociación Cruz de San Andrés, uma das promotoras da edição em Espanha. A apresentação, terça--feira em Madrid, contou com a presença do monge, de origem polaca, disponível para responder às perguntas que desde 2004 têm sido suscitadas pelo livro mais despudorado da Igreja Católica. "Há que acabar com a ideia de que quando se fala de sexo não se fala de Deus", disse durante o evento, no Centro Riojano de Madrid. Sobre a eventual mão pesada do Vaticano, respondeu com leveza: "A igreja aprova os meus textos porque não dizem nada de contraditório. A única diferença é que ela o faz com palavras mais solenes."


A coerência, neste caso, está no fato de o kamasutra católico ter como destinatários casais unidos em matrimonio e desaconselhar o uso de contraceptivos como facilitadores de relações ocasionais, considerando-os mesmo nocivos. Aos casados, tudo é então permitido. "Todos os atos - um carinho, uma posição sexual - que tenham como fim a excitação são permitidos e agradam a Deus", defende Ksawery Knotz. "Os casais casados celebram o seu sacramento, a sua vida em Cristo, também durante o sexo. Chamar-lhe uma celebração do sacramento do casamento eleva a sua dignidade de forma excepcional." Dizê-lo choca muitas pessoas? "Sim", tem admitido durante palestras replicadas com uma inevitável série de declarações. "Choca as pessoas que aprenderam a ver o sexo de uma forma má. É difícil compreenderem que Deus também está interessado numa vida sexual feliz", disse por exemplo em 2009, citado pela BBC.


A pergunta sobre que experiência tem um capuchinho nestas matérias também é recorrente. Ksawery Knotz defende-se com dez anos de aconselhamento matrimonial, onde nunca houve temas tabu - exemplo disso é o site www.szansaspotkania.net, com versão em inglês, onde apresenta incontáveis conselhos. Em 2008 já era notícia pelos seus retiros de fim-de-semana sobre sexo divino, esgotados com um ano de antecedência. No meio de tanta pregação, nunca lhe foi reconhecida nenhuma heresia. Mesmo com saídas destas: "Ter um orgasmo é como ir para o céu."

Pastor é morto a tiros na porta da igreja por causa de som alto


O pastor evangélico Heguinaldo da Silva Viana, de 44 anos, foi assassinado com dois tiros, na noite deste domingo, em frente ao templo onde trabalhava, na Rua Teixeira Campos, em Santíssimo, Zona Oeste do Rio. Segundo informações do setor de relações-públicas da Polícia Militar (PM-5), o principal suspeito do crime é um vizinho da igreja. O homem, de 29 anos, teria discutido com o religioso por causa do barulho nos cultos. Depois do bate-boca, ele sacou a arma e disparou. Heguinaldo morreu no local.
No dia 24 de dezembro do ano passado, o vizinho e o pastor já haviam discutido por causa do barulho. Na época, segundo testemunhas contaram à polícia, o suspeito ameaçou Heguinaldo de morte. O religioso fez o registro de ameaça na 35ª DP (Campo Grande). O assassinato está sendo investigado pela Divisão de Homicídios. O vizinho deixou sua casa logo depois do crime e desde então não é mais visto.

Padre é flagrado fazendo sexo oral



Um dia após a publicação da reportagem sobre a manifestação de fiéis contrários à transferência do padre Paulo Eustáquio Cerceau Ibrahim, da Igreja Matriz de São Gonçalo, O TEMPO teve acesso ao vídeo que tem provocado polêmica entre a comunidade e constrangimento nos bastidores da Arquidiocese de Belo Horizonte.
Nas imagens, o pároco da principal igreja de Contagem, na região metropolitana da capital, recebe um jovem num lugar que parece ser a casa paroquial. Durante cerca de 15 minutos, eles praticam sexo oral. Enquanto conversam, bebem algo que parece ser uísque e comem petiscos.
As imagens teriam sido captadas por uma câmera instalada no relógio de pulso do rapaz. O vídeo ao qual a reportagem teve acesso foi editado de forma que, em nenhum momento dos 15 minutos de duração, fosse possível identificar quem era a companhia do religioso.
Por várias vezes, a reportagem tentou contato com Paulo Eustáquio. No entanto, ele não atendeu às ligações. Uma frequentadora da paróquia informou que o sacerdote está fora da região metropolitana.

Durante a gravação, o padre pede ao jovem que ele não conte a ninguém sobre o encontro. O rapaz faz várias perguntas ao pároco. Ao ser questionado se é difícil ser padre, ele responde que "é uma merda". "São muitas renúncias. Você tem que pensar muito", diz.
Relatos de pessoas que participam do cotidiano da igreja informam que tudo foi uma armação, consequência de uma rixa entre padres. O homem que aparece nas imagens teria sido contratado para fazer o vídeo e provar que o pároco mantinha relações homossexuais.
Intrigas e brigas por poder dentro da Igreja Matriz de São Gonçalo já seriam do conhecimento do arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo, segundo frequentadores da paróquia. A briga teria começado em meados do ano passado, quando a arquidiocese mandou mais um padre para a igreja.
A dupla de religiosos teria se desentendido. Como consequência, o sacerdote recém-chegado acabou sendo afastado. Segundo fiéis, o vídeo seria uma vingança dele contra o padre Paulo.
Desde dezembro, algumas cópias da gravação das imagens íntimas circularam na comunidade.
No domingo, uma manifestação de fiéis contestava a decisão da transferência do padre Paulo Eustáquio. Ontem, a Arquidiocese de Belo Horizonte negou que a mudança de paróquia esteja encaminhada e afirmou que se trata de um boato. No entanto, integrantes da comunidade religiosa informaram que, na missa do último sábado, outro religioso fez a celebração no lugar de Paulo. Ele teria afirmado que a transferência irá ocorrer.
A assessoria de imprensa da arquidiocese informou que dom Walmor está em Roma. Nenhum documento oficial sobre a transferência foi encontrado. O Tribunal Eclesiástico da entidade aguarda esclarecimento dos fatos para tomar futuras medidas. A punição máxima para o padre seria a perda do direito de exercer o sacerdócio.
Ainda conforme a arquidiocese, até então, não há nenhum registro que desabone a conduta do padre Paulo Eustáquio, que se encontra na paróquia desde o início de 2009.
Fiéis dizem que imagens são fruto de perseguição
Aos olhos dos fiéis, as missas rezadas por padre Paulo Eustáquio Cerceau Ibrahim são alegres e atrativas. O religioso seria, inclusive, o responsável pelo aumento na arrecadação do dízimo na paróquia. Mesmo que a maioria dos fiéis não tenha tido coragem de assistir ao vídeo, eles garantem que as gravações são fruto de uma espécie de conspiração para fazer com que padre Paulo deixe a Igreja Matriz de São Gonçalo, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
"Isso é uma safadeza, fruto da rivalidade entre padres. Dom Walmor precisa repensar essa atitude de transferi-lo, porque o padre Paulo é muito sereno e cheio do amor de Deus. Queremos justiça", afirmou uma senhora, assídua frequentadora das missas.
"Isso é uma armação diabólica, feita por pessoas sem nenhum escrúpulo, é uma vergonha. Eles deviam temer a Deus", protestou outro fiel.
Oficial
A assessoria da Arquidiocese de Belo Horizonte informou que não teve acesso ao vídeo e que só irá comentar o caso após as investigações da Polícia Civil serem concluídas.
A corporação teria mesmo aberto um inquérito para investigar as acusações de pedofilia contra o religioso. No entanto, depois de comprovar que o rapaz que aparece nas gravações com o padre é maior de idade, o processo teria sido arquivado.
naoerreis.blogspot.com

pastor evangélico de Joinville ora para reanimar cradíaca e ela morre



O pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular, em Joinville (SC), achou que a balconistaMiriam Cardoso da Silva (foto), 34, estivesse possuída quando ela caiu no chão durante o culto na Catedral da Família.

Em vez de pedir socorro médico, o pastor levou Miriam para o púlpito e orou para que se livrasse do espírito maligno. Ela morreu naquela mesma noite de segunda-feira, 21. Miriam usava marcapasso e teve uma parada cardíaca.

Enquanto o pastor rezava, a técnica de enfermagem Gislaine Silva Machado Karnopp notou que a respiração de sua amiga estava lenta e a pulsação, fraca. O caso era grave, mas só 50 minutos depois alguém chamou a ambulância, Miriam teve outra parada cardíaca e não resistiu.

Miriam tinha dois filhos, uma menina de 12 e um menino de 14. Seu corpo foi sepultado na terça-feira.

A família dela não se conforma porque acredita que, se ela tivesse sido socorrida a tempo, ainda estaria viva. “O pastor omitiu ajuda. Ele orou por achar que ela estava com algum espírito”, disse Nelson Schwalpe, cunhado dela.

Schwalpe afirmou que nada trará Miriam de volta, mas ainda assim abriu um Boletim de Ocorrência na polícia denunciando a omissão do pastor. “[Com isso] queremos evitar a morte de outros fiéis.”

Os jornalistas não conseguiram falar com o pastor para que desse sua versão. Ele sumiu.

Com informação do Diário Catarinense e foto do Orkut.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Juiz lamenta inexistência de lei que proteja homem da violência da mulher


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
"Quem protege um homem de 55 anos, enfermo, que sofre violência em sua casa de esposa, companheira ou mesmo dos filhos?" A pergunta é do juiz Marcelo Colombelli Mezzomo, titular da 2ª Vara Criminal de Erechim, cidade gaúcha de 96 mil habitantes que fica a 375 km de Porto Alegre.


Ele entende que a lei Maria da Penha, que protege a mulher da violência doméstica, é inconstitucional porque desconsidera o princípio de que todos são iguais perante ao direito.


O juiz afirmou que pelo menos os homens a partir de 60 anos podem contar com um dispositivo para se defender das agressões das mulheres, a Lei do Idoso. Mas a maioria deles está desprotegida, reafirmou.

Só em dois meses de 2008, Mezzomo negou mais de 60 pedidos de medidas preventivas baseadas nessa lei.

Ele disse que os legisladores se equivocaram ao pressupor uma condição de inferioridade da mulher, porque não é o que ocorre no sul do Brasil. Além disso, afirmou, cada caso é um caso à parte, seja onde for.

Edílson Rumbelsperger Rodrigues, titular da 1ª Vara Criminal de Sete Lagoas (MG), é outro juiz que tem se recusado a aplicar a lei Maria da Penha por considerá-la inconstitucional. Suas decisões nesse sentido têm sido reformadas pelo TJ (Tribunal de Justiça) de Minas Gerais.

Em 2008, Mário Roberto Kono, do Juizado Especial Criminal Unificado de Cuiabá (MT), arrumou um jeito de punir uma mulher acusada de violência física e psicológica contra um homem: aplicou a lei Maria da Penha contra ela.


Com informação do Espaço Vital.
weblogpaulolopes

Evangélicos do Piauí também querem benzer os novos prédios públicos


domingo, 20 de fevereiro de 2011
Os evangélicos do Piauí estão reivindicando das autoridades tratamento igualitário nas cerimônias públicas, com o fim da distinção a uma única religião, a Igreja Católica.


Entre outras coisas, eles querem benzer prédios públicos quando forem inaugurados. "Se chamar um padre, tem de chamar um pastor, um representante evangélico”, disse Robson Marcelo (foto), presidente da Associação Interdenominacional de Pastores do Piauí.

O que deflagrou a indignação dos evangélicos foi decisão da Assembleia Legislativa de convidar um representante de uma única religião, o padre Tony Batista, para a posse dos novos deputados.

No Piauí existe uma lei sancionada em 1999 que estabelece de forma facultativa que representantes de pelo menos “dois credos religiosos” devem ser convidados para as solenidades oficiais dos três poderes. A lei omite os ateus.

Remédios Carvalho, presidente da AEPI (Associação Evangélica Piauiense), disse que, nas cerimônias em janeiro de posse do Executivo e do Legislativo, os evangélicos foram lembrados para apenas uma delas, a do governador Wilson Martins (PSB).

O pastor Marcelo disse não ter nada contra a Igreja Católica, mas acrescentou que os evangélicos não aceitam mais serem ignorados.

Ele informou que vai solicitar uma audiência pública com os deputados estaduais e o Ministério Público para discutir o preconceito, ocasião em que também questionar a presença de imagens sacras e símbolos do catolicismo em órgãos públicos.

No começo do ano passado, em nome de 16 entidades evangélicas, ele deu entrada na Justiça a uma ação pública pedindo que as imagens de santos fossem retiradas dos órgãos públicos municipais, estaduais e federais. O seu argumento, nesse caso, é que o Estado é laico.



Com informação do ai5Piaui e Portal Cidade Verde
paulolopesweblog

comentário:

Este é o momento de nós umbandistas e candomblecistas também exigirmos esse direito, pois se em nome da laicidade do estado, os evangélicos e católicos estão a se engalfinhar por espaços nas unaugurações e posses públicas, por que, nós também não podemos exigir o mesmo tratamento?Alô! Comissão Contra a Intolerância!! Onde estão vocês? A hora é de briga.Outra pérola absurda que identificamos nesta notícia, é que lá no Piauí eles já votaram até uma lei que determina que nesses casos, deve ter pelo menos dois representantes de duas religiões distintas, no caso, o catolicismo e pentecostal. Mas e o restante dos credos? Não fazem parte deste contexto? E pasmem, a lei passou!

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá

sábado, 19 de fevereiro de 2011

BAIANAS DE ACARAJÉ TERÃO QUE DEIXAR AS PRAIAS DE SALVADOR




Não bastassem os problemas ocasionados pela retirada das barracas das praias de Salvador, mais uma decisão polêmica terá fortes conseqüências na capital baiana: a retirada dos tabuleiros das baianas de acarajé das praias. A titular da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) na Bahia, Ana Vila Boas, justificou que a lei federal de gerenciamento costeiro não permite a ocupação cotidiana das areias para o comércio. De acordo com a presidente da Associação de Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares do Estado da Bahia (Abam), Rita dos Santos, a decisão prejudica cerca de 650 baianas que hoje atuam nas areias de Salvador – de São Tomé de Paripe à Praia do Flamengo. A SPU divulgou que só vai se posicionar sobre a decisão caso provocada pelo município. Mas, conforme Ana Vila Boas, o órgão deverá agendar uma reunião para encontrar alternativas de acomodação das baianas que estão atuando nas praias com licença municipal. Ao A Tarde, Ana explicou que a comercialização deve ser coordenada pelo município, e a estrutura das baianas, ajustada nas calçadas. O titular da Sesp, Ocimar Torres, já afirmou que vai seguir a recomendação da Procuradoria Geral do Município (PGM) com relação às baianas que não possuem licença. “A fiscalização vai acontecer e vamos notificar”, afirmou. Eis mais um problema para a prefeitura de Salvador, que ainda colhe os amargos frutos da derrubada das barracas.

Manifestantes marcham na Paulista contra homofobia


De 800 a mil pessoas participaram de ato, diz Polícia Militar.
Movimento pede aprovação de projeto de lei que torna homofobia crime.



Manifestantes ocuparam duas faixas da Paulista (Foto: Gabriela Gasparin/G1)A Avenida Paulista foi, na tarde deste sábado (19), mais uma vez palco da luta contra a homofobia, que já costuma ser lembrada anualmente na Parada Gay. Desta vez, de 800 a mil manifestantes, de acordo com a Polícia Militar, marcharam pelo endereço para protestar contra atos de violência a homossexuais. O protesto, iniciado no final da avenida, terminou em frente ao número 777, onde no dia 14 de novembro um rapaz foi agredido com lâmpadas fluorescentes.

saiba mais

Ministra lança em SP serviço de disque-denúncia contra homofobia“Diariamente as pessoas sofrem violência física e verbal. A piada mata tanto quanto a bala”, disse Márcio Henrique, de 24 anos, que maquiou uma ferida no rosto para reivindicar as agressões.

O movimento, que ocupou duas faixas da Paulista durante toda a manifestação, também lutava contra aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 122 de 2006, que tramita no Senado e torna a homofobia um crime. “Hoje em dia não uma lei específica para esses casos”, diz a advogada Lígia Conti, integrante do Grupo de Advogados pela Diversidade Social, criado há cerca de seis meses para tratar de casos como agressões e discriminações contra minorias.

De acordo com a advogada, atualmente nem mesmos os profissionais da área de direito sabem lidar exatamente com a questão, já que não há uma lei específica. O advogado Leonardo Berthi, também integrante do grupo, diz que foi ao protesto lutar pelo o que está previsto na própria Constituição, ou seja, princípios como o da igualdade e dignidade humana.

Gabriela Gasparin
Do G1, em São Paulo

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Vereadores católicos reagem à retirada de crucifixo por evangélico


Vereadores católicos de João Monlevade, em Minas Gerais, criticaram o presidente da Câmara, o pastor Carlos Roberto Lopes (PV), na foto, por ele ter tirado um crucifixo do plenário logo após ter assumido o cargo. A cidade tem 75 mil habitantes e fica a 110 km de Belo Horizonte.

Na reunião de quarta-feira (16), Robertinho do DVO (PMN) pediu que crucifixo fosse recolocado no plenário.

Irritado, o pastor disse que não atenderia ao pedido porque apenas cumpriu a Constituição segundo a qual o Estado é laico.
paulolopesweblog

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011Padre de lobby antiaborto violenta mulher em sessão de exorcismo


A Igreja Católica dos Estados Unidos afastou o padre Thomas Euteneuer (foto), 49, de suas atividades porque ele abusou sexualmente de uma jovem durante sessão de exorcismo.

Por uma década, o padre da Diocese de Palm Beach, Flórida, foi presidente da Human Life Internacional. Pregador do controle da natalidade, ele pertence ao lobby católico antiaborto. Percorreu todos os Estados americanos e mais de 50 países criticando os defensores do aborto, os quais, para ele, são “hereges”, conforme disse em uma entrevista.

Alguns dos seguidores do padre e do movimento pró-vida ficaram chocados ao saber que ele tinha cometido o estupro. Há suspeita de que Euteneuer tenha abusado de outras mulheres.

Matt Abbott, colunista do site católico conservador RenewAmerica, escreveu que Euteneuer é um cínico. “Estou deprimido e não consigo exprimir tudo que penso por causa da raiva.”

Mas há também devotos que minimizam o estupro do padre com o argumento de que todos pecam e que ele teve e ainda tem um papel importante no combate aos abortistas.

Aparentemente Euteneuer tem reagido bem ao escândalo. “Vou continuar o meu trabalho pró-vida onde quer que esteja”, disse. “Essa é a missão de minha vida sacerdotal.”

Abbott disse estar desconfiado dos padres exorcistas. Ele sugeriu à igreja que determine que haja sempre uma terceira pessoa acompanhando esse tipo de ritual.

Com informação do Politics Daily
paulolopesweblog

Revista Época: O casal encrenca da Câmara


A deputada federal estreante Antônia Lúcia e o deputado federal Silas Câmara, reeleito para o quarto mandato, têm muito em comum. Eles são evangélicos, líderes da Assembleia de Deus e filiados ao mesmo partido, o PSC. Casados, moram na mesma casa, em Manaus. A única diferença é que foram eleitos por Estados diferentes: ele pelo Amazonas, ela pelo Acre. O caso pode parecer estranho, mas é formalmente legal. Foi a maneira encontrada para driblar a lei. Se tivessem o título de eleitor no mesmo Estado, não poderiam ser candidatos ao mesmo cargo. Em Brasília, vão morar juntos, no apartamento funcional ocupado por Silas. Mesmo assim, ela não abriu mão do auxílio-moradia de R$ 2.500 por mês.

O truque do registro em outro Estado e a apropriação questionável dos R$ 2.500 são as dúvidas mais leves que pairam sobre o casal. Antônia responde a sete ações no Acre: compra de voto, falsidade ideológica, fraude processual, formação de quadrilha, peculato, uso de caixa dois e falso testemunho. Um pedido de prisão preventiva chegou a ser aprovado em 2010. Os desembargadores entenderam que ela tinha fornecido endereço falso para se livrar de intimações e atrasar processos. Entre eles está um em que é acusada de distribuir 1.200 litros de combustível numa carreata.

Silas não é menos enrolado. Ele foi investigado pela Polícia Federal (PF) a pedido da Justiça Eleitoral do Amazonas. Escutas desvendaram as peripécias do casal nas campanhas simultâneas. O caso mais grave foi em setembro, quando a PF prendeu Heber e Milena Câmara, filhos do casal que estavam com R$ 475 mil sem origem declarada. O Ministério Público diz que o dinheiro tinha sido enviado pelo marido, do Amazonas, para a campanha da mulher, no Acre. Seria gasto com a compra de votos e despesas de caixa dois.

As escutas mostram que Antônia e Silas se assustaram, mas não se intimidaram com a prisão dos filhos. Por telefone, ela deu a notícia ao marido: “Nossos dois filhos foram presos na PF”. Ele perguntou sobre a acusação. Resposta: “Não sei. Pode (ser o) dinheiro?”. Silas concluiu: “Pode. Estou orando que não seja”. A oração não funcionou. A prisão foi mesmo por causa do dinheiro.

Há dez anos, Silas é réu em um processo que corre em segredo no Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2009, também foi denunciado por falsidade ideológica e uso de um RG falso em procurações e alterações de contratos sociais de uma empresa da qual era sócio. Se for condenado, perde o mandato e pode pegar até cinco anos de prisão.

Silas e Antônia têm quatro filhos. Os mais velhos dirigem a TV Boas Novas e uma rede de rádio no Amazonas e no Acre. É o maior conglomerado de comunicação evangélica do Norte, mas Silas e Antônia não constam como dirigentes. Segundo a PF, o casal usava as emissoras ilegalmente para fazer campanha. Silas cometeu outras ilegalidades que podem resultar em cassação. Entre elas, permitiu que a mulher usasse um celular da Câmara na campanha.

Questionado sobre as denúncias, o casal respondeu por meio de uma nota única, como se fosse uma entidade. Eles dizem que o dinheiro apreendido com os filhos não era deles. Sobre o processo no STF, Silas alega inocência. “As acusações têm origem em denúncias absolutamente improcedentes, maquinadas há mais de dez anos por adversário político com interesses paroquiais”, diz.

Fonte: Revista Época

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Desembargador usa de magia negra contra colegas da Justiça do Tocantins


O desembargador Liberato Póvoa (foto), do Tribunal de Justiça do Tocantins, pediu a uma pessoa identificada como Reinaldo que fizesse um trabalho de magia negra contra os seus colegas de tribunal e ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

A Polícia Federal interceptou e-mail no qual Póvoa pede que o suposto pai de santo “cerque” os seus inimigos. "Se houver alguma despesa, pode fazer, pois é muito importante eu ‘fechar o corpo'".

Ele diz no e-mail que talvez os seus desafetos também estejam "protegidos", ou seja, que eles também tenham recorrido ao transcendente para se defender de feitiços.

Afastado do TJ desde dezembro, o desembargador está sendo investigado pela PF sob a suspeita de venda de sentença e de autorização de precatórios envolvendo pagamentos de R$ 100 milhões. Na época das últimas eleições, Póvoa emitiu sentença censurando jornais.

A expressão “magia negra” consta de um relatório do ministro João Otávio de Noronha, relator do caso da venda de sentenças no STJ.

Na avaliação de Ronaldo Guilherme Campos, delegado da PF, o e-mail de Póvoa indica que ele sabia estar sendo investigado.

Com informação da Folha.

paulolopesweblog

Bispo constrange Senado ao recusar comenda Num plenário esvaziado, apenas com alguns parlamentares, parentes e amigos do homenageado, o bispo cearense de Limoeiro do Norte, Dom Manuel Edmilson Cruz, impôs um espetacular constrangimento ao Senado Federal, no último mês de janeiro. Dom Manuel chegou a receber a placa de referência da “Comenda dos Direitos Humanos Dom Hélder Câmara”, das mãos do senador Inácio Arruda (PCdoB/CE). Mas, ao discursar, ele recusou a homenagem, em protesto ao reajuste de 61,8% concedido pelos próprios deputados e senadores aos seus salários.

“A comenda hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Hélder Câmara. Desfigura-a, porém. De seguro, sem ressentimentos e agindo por amor e com respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la”. O público aplaudiu a decisão. O bispo destacou que a realidade da população mais carente, obrigada a enfrentar filas nos hospitais da rede pública, contrasta com a confortável situação salarial dos parlamentares. E acrescentou que o aumento “é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão contribuinte. Fere a dignidade do povo brasileiro que com o suor de seu rosto santifica o trabalho diário.”

Parabéns Bispo, pela atitude cidadã e religiosa.

Fonte: Folha do Recôncavo
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Deus nos livre de um Brasil evangélico


Deus nos livre de um Brasil evangélico
Ricardo Gondim

Começo este texto com uns 15 anos de atraso. Eu explico. Nos tempos em que outdoors eram permitidos em São Paulo, alguém pagou uma fortuna para espalhar vários deles, em avenidas, com a mensagem: “São Paulo é do Senhor Jesus. Povo de Deus, declare isso”.

Rumino o recado desde então. Represei qualquer reação, mas hoje, por algum motivo, abriu-se uma fresta em uma comporta de minha alma. Preciso escrever sobre o meu pavor de ver o Brasil tornar-se evangélico. A mensagem subliminar da grande placa, para quem conhece a cultura do movimento, era de que os evangélicos sonham com o dia quando a cidade, o estado, o país se converterem em massa e a terra dos tupiniquins virar num país legitimamente evangélico.

Quando afirmo que o sonho é que impere o movimento evangélico, não me refiro ao cristianismo, mas a esse subgrupo do cristianismo e do protestantismo conhecido como Movimento Evangélico. E a esse movimento não interessa que haja um veloz crescimento entre católicos ou que ortodoxos se alastrem. Para “ser do Senhor Jesus”, o Brasil tem que virar "crente", com a cara dos evangélicos. (acabo de bater três vezes na madeira).

Avanços numéricos de evangélicos em algumas áreas já dão uma boa ideia de como seria desastroso se acontecesse essa tal levedação radical do Brasil.

Imagino uma Genebra brasileira e tremo. Sei de grupos que anseiam por um puritanismo moreno. Mas, como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu? Não gosto de pensar no destino de poesias sensuais como “Carinhoso” do Pixinguinha ou “Tatuagem” do Chico. Será que prevaleceriam as paupérrimas poesias do cancioneiro gospel? As rádios tocariam sem parar “Vou buscar o que é meu”, “Rompendo em Fé”?

Uma história minimamente parecida com a dos puritanos provocaria, estou certo, um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?

Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que se desqualificasse o alucinado Charles Darwin. Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos e Derridá nunca teria uma tradução para o português.

Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, pesquisados como desajustados para ganharem o rótulo de loucos, pederastas, hereges.

Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. O futebol morreria. Todos seriam proibidos de ir ao estádio ou de ligar a televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada, de várzea aconteceria quando?

Um Brasil evangélico significaria que o fisiologismo político prevaleceu; basta uma espiada no histórico de Suas Excelências nas Câmaras, Assembleias e Gabinetes para saber que isso aconteceria.

Um Brasil evangélico significaria o triunfo do “american way of life”, já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura do Norte. Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica e viria a criar uma elite religiosa, os ungidos, mais perversa que a dos aiatolás iranianos.

Cada vez que um evangélico critica a Rede Globo eu me flagro a perguntar: Como seria uma emissora liderada por eles? Adianto a resposta: insípida, brega, chata, horrorosa, irritante.

Prefiro, sem pestanejar, textos do Gabriel Garcia Márquez, do Mia Couto, do Victor Hugo, do Fernando Moraes, do João Ubaldo Ribeiro, do Jorge Amado a qualquer livro da série “Deixados para Trás” ou do Max Lucado.

Toda a teocracia se tornará totalitária, toda a tentativa de homogeneizar a cultura, obscurantista e todo o esforço de higienizar os costumes, moralista.


O projeto cristão visa preparar para a vida. Cristo não pretendeu anular os costumes dos povos não-judeus. Daí ele dizer que a fé de um centurião adorador de ídolos era singular; e entre seus criteriosos pares ninguém tinha uma espiritualidade digna de elogio como aquele soldado que cuidou do escravo.

Levar a boa notícia não significa exportar uma cultura, criar um dialeto, forçar uma ética. Evangelizar é anunciar que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, praticar a justiça e criar meios de solidariedade; Deus não é rival da liberdade humana, mas seu maior incentivador.

Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

ESTÁ FALTANDO HOMEM: ATÉ TERREIRO DE CANDOMBLÉ É FECHADO POR TRAFICANTES E FAMÍLIAS SÃO EXPULSAS EM FAZENDA COUTOS




Quinze famílias ligadas ao terreiro de candomblé Ilê Axé Ilewaa, em Fazenda Coutos, foram obrigadas a abandonar suas casas e missão espiritual por conta das ameaças de possíveis traficantes. A mudança de emergência foi acompanhada por policiais do Departamento de Narcótico (Denarc) e militares da 19ª Companhia Independente de Polícia Militar (Paripe) na noite de segunda-feira. De acordo com informações de um dos moradores, que não quer ser identificado, a ordem era “saiam ou todos morrem”.
A morte do ogan Claudionor, há oito dias, foi a primeira investida dos traficantes, no entender do grupo atingido. Uma das mães-de-santo acredita que “quem fez o serviço queria derrubar a fortaleza da comunidade e enfraquecer a todos”.
“O terreiro está localizado numa área tranquila de refúgio e poderia servir como ponto estratégico de armazenagem das drogas ou mesmo ponto de venda, sem chamar muito a atenção,” deduz a mulher, que está vivendo à base de tranquilizantes, em casa de parentes e amigos. “Estamos em segurança e somente queremos que tudo se resolva para voltarmos para nossas casas e terreiro, que há mais de 30 anos serve àquela comunidade”, desabafa.
Os recados chegavam através de crianças, adolescentes e telefonemas anônimos. “Queremos do pai-de-santo ao ogan mais velho,” diziam em algumas das mensagens de ameaças.
As famílias atingidas não sabem quem seriam essas pessoas, mas o comandante da 19ª CIPM, major Couto, acredita serem elementos ligados ao tráfico na Fazenda Coutos e na comunidade de Bate Coração. “Estão brigando pela liderança no local”, argumenta. As investigações estão a cargo da Polícia Civil e a PM trabalha ostensivamente, realizando rondas e projetos que beneficiem os moradores do lugar”, como adianta o comandante da companhia.
Até o início da noite de ontem, nenhum suspeito havia sido preso. De acordo com o delegado Deraldo Damasceno, todas as investigações correram pela Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE). “Estamos torcendo para que prendam os culpados e possamos voltar para nosso bairro, nosso terreiro, nossa comunidade. Longe das drogas, ameaças e insegurança impostas por estas pessoas. Não sabemos quem são, mas temos certeza que já nos fazem muito mal”, afirmou a senhora. Quase 100 pessoas estão espalhadas em casas amigas, aguardando as investigações da polícia. No Denarc, no início da noite, ninguém foi encontrado para falar sobre o trabalho que começou a ser realizado na área de Fazenda Coutos.
Fonte: Tribuna da Bahia
Postado por Hélio de Aguiar às

Notificar Violência Doméstica passa a ser Obrigatório


A partir desta quarta-feira, os profissionais de saúde e de estabelecimentos públicos de ensino estão obrigados a notificar as secretarias municipais ou estaduais de Saúde sobre qualquer caso de violência doméstica ou sexual que atenderem ou identificarem.
A obrigatoriedade consta da Portaria nº 104 do Ministério da Saúde, publicada hoje, no "Diário Oficial da União" --texto legal com o qual o ministério amplia a relação de doenças e agravos de notificação obrigatória.

Atualizada pela última vez em setembro de 2010, a LNC (Lista de Notificação Compulsória) é composta por doenças, agravos e eventos selecionados de acordo com critérios de magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade, disponibilidade de medidas de controle e compromissos internacionais com programas de erradicação, entre outros fatores.

Com a inclusão dos casos de violência doméstica, sexual e outras formas de violência, a relação passa a contar com 45 itens. Embora não trate especificamente da violência contra as mulheres, o texto automaticamente remete a casos de estupro e agressão física, dos quais elas são as maiores vítimas. A Lei 10.778, de 2003, no entanto, já estabelecia a obrigatoriedade de notificação de casos de violência contra mulheres atendidas em serviços de saúde públicos ou privados.

Segundo o Ministério da Saúde, a atualização da lista ocorre por causa de mudanças no perfil epidemiológico e do surgimento de novas doenças e também da descoberta de novas técnicas para monitoramento das já existentes, cujo registro adequado permite um melhor controle epidemiológico. Na última atualização haviam sido acrescentados à lista os acidentes com animais peçonhentos, atendimento antirrábico, intoxicações por substâncias químicas e síndrome do corrimento uretral masculino.

A Portaria nº 104 também torna obrigatória a notificação, em 24 horas, de todos os casos graves de dengue e das mortes por causa da doença às secretarias municipais e estaduais de Saúde. Também devem ser comunicados todos os casos de dengue tipo 4. As secretarias, por sua vez, devem notificar as ocorrências ao Ministério da Saúde.

PRIVACIDADE

O presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Marcos Gutemberg Fialho da Costa, destaca que as notificações de doenças e agravos sempre incluem o nome do paciente e que a responsabilidade pela preservação da privacidade das vítimas de violência será das secretarias de Saúde e dos responsáveis pelo Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação).

Ginecologista, Fialho confirma que, até hoje, os médicos e profissionais de saúde só denunciavam os casos de violência com a concordância dos pacientes, a não ser em casos envolvendo crianças e adolescentes, quando, na maioria das vezes, o Conselho Tutelar era acionado.

Para o médico, a inclusão da agressão à integridade física na lista de notificações obrigatórias é um avanço, mas o texto terá que ficar muito claro, já que o tema violência contra a mulher ainda suscita muita polêmica, e cada profissional terá que usar de bom senso, analisando caso a caso, para não cometer injustiças e também não se sujeitar a sofrer processos administrativo e disciplinar.

Responsável pelas delegacias da Mulher de todo o estado de São Paulo, a delegada Márcia Salgado acredita que a notificação obrigatória dos casos de violência, principalmente sexual, vai possibilitar o acesso das autoridades responsáveis por ações de combate à violência contra a mulher a números mais realistas do problema. De acordo com ela, os casos de agressão contra a mulher não tinham que ser obrigatoriamente notificados à autoridade policial.

"A lei determina que cabe à vítima ou ao seu representante legal tomar a iniciativa de comunicar a polícia. No momento em que isso passa a ser de notificação compulsória e a equipe médica tem que informar a autoridade de Saúde, fica mais fácil termos um número mais próximo da realidade", disse a delegada à Agência Brasil, destacando a importância de que a privacidade das vítimas de violência, principalmente sexual, seja preservada.

Enviado por Marcha Mundial das Mulheres em 29/ jan/ 2011 – Publicado sem alterações
Imagem: J Magazine

Regularização de Terreiros: Boa ou Má Idéia?


Historicamente, principalmente no Estado da Bahia, os Terreiros viveram na clandestinidade para driblar a perseguição Policial. E parece que a estratégia deu certo, pois foi assim que a RESISTÊNCIA e o ENFRENTAMENTO à dominação, se estabeleceram.

Atualmente, muito se tem sugerido, para que as Comunidades Tradicionais de Terreiros se regularizem, de acordo com as normas do novo Código Civil. Segundo alguns, a melhor coisa é estar em dia com a Lei.
Cursos, assessorias jurídicas e federações surgiram para prestar orientações de como realizar a documentação que torna ‘legal e oficial’ a existência dos Terreiros. Nada gratuito. Tudo cobrado, e bem cobrado.

Estatutos, Regimentos Internos, CNPJ, Laudos do Corpo de Bombeiros, etc, tudo sobre os pretextos de PROTEÇÃO CONTRA A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA e com a vantagem da ISENÇÃO DE IPTU. Mas, as despesas de cartórios são expressivas. Os honorários dos advogados que montam e assinam os Estatutos, também são altos.

Isto quando, os estatutos são elaborados pelas próprias Casas e só assinados por advogados, com honorários altíssimos. Acredita-se que eles, os advogados, pelo menos leiam os estatutos antes de assiná-los.
No plano político é importante a REGULAMENTAÇÃO das Casas de Tradições Africanas, pois viabiliza o mapeamento e conseqüente contabilização e, permite que o Estado as reconheça como espaço sagrado, ou melhor como TEMPLOS. Mas, mapear, contar e reconhecer ‘as Macumbas’ são coisas que o Poder Público não tem interesse e não dão visibilidade política. São ações que não exigem inauguração, fitinhas para serem cortadas e nem a grande mídia fazendo cobertura. Portanto, talvez um dia as ‘Casas de Axé’ sejam mapeadas e contabilizadas em São Paulo, e no Brasil.

Mas, no dia a dia, a realidade é outra. REGULARIZAR é ‘por a mão na boca do jacaré’. É aparecer nos cadastros da municipalidade. É dizer: ‘estou aqui!’. E assim virão as exigências: construção de banheiros sociais, corrimãos, saídas de emergência, escadas com fitas antiderrapantes, acessibilidade e mobilidade para os portadores de necessidades especiais, Declaração de Imposto de Renda, RAIS, e muita burocracia. Muitos deveres e poucos direitos.

REGULARIZAR é aparecer oficialmente aos burocratas e fundamentalistas do funcionalismo público e se colocar a disposição da perseguição religiosa. REGULARIZAR é tornar-se alvo concreto para a INTOLERÂNCIA RELIGIOSA. REGULARIZAR é ter que aguardar as autorizações da municipalidade para funcionar, que só são conseguidas, após as vistorias feitas por ‘fiscais’.... (Sem comentários!)

Também não é novidade para ninguém que as Prefeituras, pelo menos a maioria delas, não vêem com bons olhos a CULTURA AFRICANA. É o ‘racismo institucionalizado’. Perseguem e dificultam a funcionabilidade dos Terreiros. REGULARIZAR é enfrentar o preconceito e a discriminação vindos do conservadorismo das elites.

Obter a divulgada imunidade de IPTU é uma ‘luta de foice no escuro’. É de conhecimento de todos os brasileiros que os Municípios não respeitam a Constituição Federal. O exemplo desta afirmação, não vai longe: uma tradicional Casa de Axé, em São Bernardo do Campo (SP), levou mais de 15 anos para obter o DEFERIMENTO de um DIREITO CONSTITUCIONAL que é a ISENÇÃO DE IPTU para Templos. O município INDEFERIU anos seguidos o pedido de isenção do IPTU do imóvel onde funciona o Terreiro, AFRONTANDO ESCANCARADAMENTE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
Aqui, não vamos citar as invasões da Polícia!

Mas, se os Terreiros funcionarem dentro de residências, não há quem possa interferir. Somente um mandato judicial. A única perda é a ISENÇÃO DE IPTU, mas por outro lado, a Casa funcionará com liberdade, respeito e paz.


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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ex-doméstica vai assumir cargo de ministra no TST




Na última quarta-feira (9), o Plenário do Senado Federal aprovou, com 58 votos favoráveis e dois contrários, a indicação presidencial da advogada Delaíde Alves Miranda Arantes para o cargo de ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), na vaga aberta com a aposentadoria do ministro José Simpliciano Fontes de Faria. Ela havia sido sabatinada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) em 15 de dezembro do ano passado.




Os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ), Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) elogiaram a aprovação da indicação de Delaíde Arantes e elogiaram a trajetória profissional da advogada.

Nascida em Pontalina (GO), Delaíde Arantes viveu a infância no interior goiano com o pai assalariado agrícola e a mãe dona de casa. Mudou-se para Goiânia em 1971, onde cursou o ensino médio e teve que trabalhar como doméstica para se sustentar. Também em Goiânia formou-se em Direito e passou a se dedicar à Justiça Trabalhista. Tem pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho e em Docência Universitária.

Dentre suas obras publicadas destacam-se Trabalho Doméstico - Direitos e Deveres e Execução Trabalhista Célere e Eficiente - Um Sonho Possível. Delaíde também já atuou como conselheira do Conselho Estadual da Mulher do Estado de Goiás, foi vice-presidente da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica e presidente do Instituto Goiano de Direito do Trabalho, entre outros cargos.


Extraído de: Direito Doméstico -

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Lei Maria da PenhaJuiz punido por declarações machistas recorre ao STF

Lei Maria da Penha
Juiz punido por declarações machistas recorre ao STF
O juiz Edilson Rodrigues e a Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) entraram com Mandado de Segurança no Supremo Tribunal Federal para anular a decisão do Conselho Nacional de Justiça que decidiu pela disponibilidade compulsória do magistrado por dois anos. O motivo foi uma sentença de 2007 em que o juiz declarou a Lei Maria da Penha inconstitucional e afirmou que "o mundo é masculino e assim deve permanecer".

A ação, distribuída para o ministro Marco Aurélio, pede, liminarmente, que o juiz retorne imediatamente para o posto que costumava ocupar, de juiz titular da 1ª Vara Criminal e Juizado da Infância e Juventude de Sete Lagoas (MG) e, no mérito, que seja anulado o processo administrativo em que o CNJ estabeleceu sua pena.

Tal processo administrativo tratou de sentença dada por Edilson Rodrigues em uma ação sobre violência contra a mulher em que ele usou declarações discriminatórias de gênero. O juiz se manifestou da mesma forma em seu blog e em entrevistas à imprensa.

De acordo com o Mandado de Segurança, o processo administrativo é nulo, pois o Tribunal de Justiça de Minas Gerais seria o órgão responsável por aplicar as penalidades disciplinares aos integrnates da Justiça mineira, e não o CNJ. Da mesma forma, o CNJ não poderia ter instaurado reclamação disciplinar se uma representação ainda aguardava decisão definitiva do TJ-MG. "O erro procedimental é evidente: apenas após o exercício da competência disciplinar originária do TJ-MG é que o CNJ estaria, em tese, legitimado a receber nova reclamação contra o magistrado", defendem o juiz e a Amagis.

A ação questiona, também, os argumentos do CNJ para a punição. Segundo a defesa, as declarações do juiz que foram consideradas "prática análoga ao crime de racismo" não ensejariam a punição, já que pelo artigo 41 da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Lei Complementar 35 de 1979) a punição só é possível se o juiz tivesse perpetrado crime contra a honra, o que ele nega.

O artigo 41 da Lei Orgânica da Magistratura diz que : "salvo os casos de impropriedade ou excesso de linguagem o magistrado não pode ser punido ou prejudicado pelas opiniões que manifestar ou pelo teor das decisões que proferir".

O juiz defende que o Código de Ética da Magistratura Nacional não pode ser aplicado retroativamente para afirmar que o juiz teria praticado "ato atentatório à dignidade do cargo", pois o Código foi aprovado em agosto de 2008 e a sentença é de fevereiro de 2007.

Rodrigues sustenta que os efeitos da penalidade são arrasadores, já que o obrigará a suportar "durante longos dois anos" a humilhação e a rejeição social dos seus pares, bem como diminuirá sua remuneração.

O caso
Tudo começou quando o juiz disse que a Lei Maria da Penha tem "regras diabólicas" e que as "desgraças humanas começaram por causa da mulher", além de outras frases igualmente polêmicas. Na ocasião, ele declarou à imprensa que combate o feminismo exagerado, como está previsto em parte da Lei Maria da Penha. Para ele, esta legislação tentou "compensar um passivo feminino histórico, com algumas disposições de caráter vingativo".

O CNJ abriu Processo Administrativo Disciplinar depois que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais arquivou o caso. Na nota, na época, ele disse que "as severas investidas" contra o teor da sentença "se têm fixado, fundamentalmente, na falsa e equivocada ideia de que somos contra a severa penalização do agressor no âmbito doméstico-familiar; na falsa e equivocada ideia de que temos uma visão machista da relação homem-mulher e na falsa e equivocada ideia de que somos contra o desenvolvimento da mulher enquanto ser social. Na verdade não é nada disso!".

Segundo ele, "o que disse foi que hipócrita e demagógica sim é a falsa igualdade que tem sido imposta às mulheres, que, em verdade, vêm sendo constantemente usadas nos discursos políticos de campanha".

O juiz não poupou citações para perguntar: "tivesse eu me valido de poetas como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto ou Guimarães Rosa ou se tivesse me auxiliado de filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Kant, dentre outros, nesta parte talvez não estaria também sendo criticado! Porque então não posso — ainda que uma vez na vida outra na morte — citar Jesus, se é Ele o poeta dos poetas e o filósofo dos filósofos?”. Ainda na nota, ele explicou que considerou a lei inconstitucional por tratar apenas da mulher e ignorar a condição doméstica do homem. Com informações da Assessoria de Imprensa do Supremo Tribunal Federal.

MS 30.320

Olha a Disciplina

Por Babalorixá Walter de Odé Nitá.
Babalorixá e Iyalorixá, Doté e Donés, Tatas e mametus, Padrinhos e Madrinhas: Precisamos urgentemente dar nossa contribuição a moralização e ordem em nossos Templos. Para se organizar uma obrigação ou festa no TEMPLO muitos filhos são envolvidos para que tudo saia perfeitinho, onde o Baba e a Yá pedem aplicação aos filhos na diciplina e organização, saberem receber as visitas, acomodá-las etc. Mas nos bastidores estão abusando de nossa educação e acolhimento, entrando em nossas rodas de santo (XIRÊ) com roupas impróprias e muitas vezes em estado incompatível para o momento.

Por estarem em algumas situações acompanhados de pessoas de nome e amigas de nosso templo, às vezes deixamos passar para não ofender amizades importantes. Estamos apelando para o bom senso de cada um que comecem a coibir qualquer forma de abuso dessa natureza. Nós estamos sempre cobrando de nossas filhas zelo pelos AXÓS engomados, roupas branquinhas e panos de ORI bem amarrado e muitas vezes aceitamos as pessoas de qualquer jeito em nosso TEMPLO.

Onde se viu a pessoa entrar na Roda de Xire e querer ser o Coreografo do DIVINO, do Sagrado que está ali para mostrar sua origem, mostrar sua beleza natural. Como os caras de PAU não estão nem ai, façamos nossa parte. Que saudade do tempo que uma Iyá ou uma Ekedji, Mameto ou Makota iam com o Adjá à frente do Orixá, N´Inkici, Vodun e era muito bonito. Até hoje se vê isso, mas nas Casas Tradicionais. Cito uma de referencia às demais: Iyá Sabé do Possu Betá.

TEM UM DITADO BEM SIMPLES DE NOSSOS MAIS VELHOS QUE CAIU DA MODA, ONDE DIZIAM SEMPRE: Voce tem Humbê? Não ? Então espera seu tempo chegar e cumpra com sua responsabilidade de YAÔ, MUZENZA que assim agindo um dia poderá ditar sua historia, poderá até ser convidado a estar numa RODA GRANDE e compartilhar com a alegria do TEMPLO em festejar a divindade de referência daquele momento esperado.

Essas palavras simples são de quem esta indignado com essa realidade cruel que acaba perturbando nossa beleza natural e dando ênfase à DISCRIMINAÇÂO e INTOLERÂNCIA dentro de nossas comunidades. Olha a disciplina !!!!! Axé Axé Axé.

Texto enviado por Babalorixá Walter de Odé Nitá/ Agbo Ile Asé Ómó Odé Nitá / FIUTCAB - Publicado na íntegra e sem alterações

Os Votos de PROTESTO – Povo Insatisfeito! 1959



CACARECO é eleito vereador, em SP
O campeão de votos nas eleições à Câmara Municipal de São Paulo em 1959 não estava entre os 540 candidatos inscritos para disputar as 45 vagas. Com 100.000 eleitores, um rinoceronte chamado Cacareco, hospedado no Jardim Zoológico da capital, conquistou 5.000 votos a mais que a legenda mais votada – o Partido Social Progressista (PSP). Cacareco, uma fêmea de 900 quilos, vizinha de um elefante asiático , teve a candidatura lançada pelo jornalista Itaborahy Martins, do jornal O Estado de S. Paulo e da Rádio Eldorado, que aproveitou a fama do animal e lançou o slogan : “Cacareco para Vereador”. Filho de Britador e Teresinha, o paquiderme bonachão recebeu esse nome porque era feio e desengonçado quando filhote. Cacareco, na verdade, era fêmea e tinha dois chifres – seu problema de identidade sexual nunca foi plenamente resolvido.

O rinoceronte-negro chamado erroneamente de “Cacareco”, embarcou rumo à cidade de São Paulo no dia 13/02/1958, emprestado pela Prefeitura do Rio de Janeiro para a inauguração do Jardim Zoológico paulistano, ocorrida em 16/03/1958, pelo então Governador Jânio Quadros.

Insatisfeitos com o nível dos candidatos, os eleitores aderiram à ideia e algumas gráficas resolveram imprimir o nome do rinoceronte nas cédulas eleitorais – naquela época não havia voto eletrônico nem as cédulas oficiais, fornecidas pela Justiça Eleitoral. Com a avalanche de votos, vários mesários decidiram contá-los. As estimativas indicam que foram 100.000.

A princípio, a passagem do rinoceronte pela capital paulista seria breve. Mas ele foi ficando. O presidente do zoológico na época, Emílio Varolli, alegava que ele “estava se dando muito bem em São Paulo”. Carismático, logo se tornou querido pela população.

O partido PRT instalou uma roleta no Viaduto do Chá com os nomes de seus 45 candidatos e o cartaz: “Basta girar a roda da sorte; todos merecem seu voto.

O episódio ganhou destaque na Revista Time, que transcreveu a opinião de um eleitor: “É melhor eleger um rinoceronte do que um asno”.

Esse movimento original surgiu, agora se sabe, num (na época) bairro dos mais populosos de São Paulo: Osasco. Esse bairro crescera e desejava agora a sua autonomia. Houve um legítimo movimento em prol da emancipação de Osasco. Com a proximidade das eleições paulistas, já subiam a 300 os candidatos do famoso bairro.

Acontece que o Supremo Tribunal repudiou as pretensões dos cidadãos de Osasco. Daí a reação original: 100 mil cédulas foram impressas e todas com o nome do popular “Cacareco”, como candidato. Afirma-se agora que o movimento da gente de Osasco atingiu outras ruas e outros bairros. Virou candidatura nacional. Com isso, Cacareco virou “excelência”.

A incômoda popularidade fez com que as autoridades paulistanas mandassem o animal de volta para o Rio de Janeiro. Então, “às pressas” e “por forças ocultas” ela seguiu para o Zoo carioca no dia 01/10/1959, por causa das eleições do domingo seguinte, no dia 04/10/1959.

“Apesar do clima chuvoso, muitas pessoas participaram da inauguração do Parque e puderam ver pela primeira vez na cidade de São Paulo, 482 animais, dentre eles: 9 veados, 2 onças pintadas e 1 preta, 3 jaguatiricas, 2 gatos do mato, 1 urso, 23 papagaios, além do famoso rinoceronte “Cacareco”, eleito vereador nas eleições de outubro de 1958.”

Fontes: Girafamania
Revista VEJA
Ricardo Arcon.
ZOO - SP
Fotos: O Globo. Matéria extraída da revista Universo Animal (especial da revista Super Interessante), página 57, seção Animais Famosos.



2010
Respeitável público, com vocês o PALHAÇO TIRIRICA
!

Nada contra a pessoa eleita e sim contra a inabilidade política do Deputado

Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido como o palhaço Tiririca, eleito com 1.353.820 votos para o cargo de deputado federal - o mais votado do país - nestas eleições, pela coligação ‘Juntos por São Paulo’ (PR/PT /PRB/PC do B/PT do B).

O parlamentar brasileiro TIRIRICA foi diplomado em 17.12.2010...
Salário: R$ 26.700,00
Ajuda Custo: R$ 35.053,00
Auxilio Moradia: R$ 3.000,00
Auxilio Gabinete: R$ 60.000,00
Despesa Médica pessoal e familiar: ILIMITADA E
INTERNACIONAL (livre escolha de médicos e clinicas).
Telefone Celular: R$ ILIMITADO.
Ainda como bônus anual: R$ (+ 2 salários = 53.400,00)
Passagens e estadia: primeira classe ou executiva sempre
Reuniões no exterior: dois congressos ou equivalente todo ano

A eleição do Deputado Federal TIRIRICA parece ter sido uma ‘tentativa’ de protesto do povo paulista. É o famoso ‘voto inconsciente’ que fere a democracia representativa e ridiculariza o processo eleitoral, que há décadas se tenta implantar com transparência e legitimidade, no Brasil.

Sugeriu chamar o Congresso Nacional de CIRCO?

O certo é que, o único beneficiado com esta forma imatura de protesto foi o próprio Deputado Francisco Tiririca.

Quem é o VERDADEIRO PALHAÇO?

Custo médio mensal: R$ 250.000,00
Aposentadoria: total depois de oito anos e com pagamento integral.
Fonte de custeio: DINHEIRO PÚBLICO !

Polêmica. Filha ou Filho de Santo?



Ariadna, integrante do BBB 11 e a primeira a ser eliminada, foi umbandista e agora é candomblecista, diz site Ego da Globo O culto de Orixá não proíbe a participação de nenhum ser humano, pois defende o pressuposto de que todo ORI – (cabeça) é uma parte do homem que emana diretamente do Criador – Olodunmàre, portanto é sagrado: TODA A CABEÇA É UMA PARTE DE DEUS E SENDO ASSIM É SAGRADA.

Também, o candomblé não tem doutrina que visa reformar os adeptos. Acredita-se que esta particularidade atrai todos os indivíduos que são rejeitados por outros cultos que manipulam o comportamento humano.

No caso específico da transsexualidade, nasce uma polêmica. Homens que se submeteram as cirurgias e tornam-se mulheres, pelo menos pelo ponto de vista anatômico, são ou não entendidos como mulheres pelo ponto de vista espiritual?

Ariadna é o exemplo que veio à mídia participando do reality show BBB 11. Transformada em mulher, pois se submeteu a cirurgias transformadoras, é iniciada e freqüenta o culto de Orixá, num Terreiro no subúrbio do Rio de Janeiro. Participa das cerimônias religiosas com sua identidade social feminina, Ariadna, usando a tradicional ‘ roupa de crioulas’, um traje exclusivo para mulheres.

Para algumas lideranças religiosas esta participação é um interdito (ewó), pois geneticamente Ariadna é homem e possui o cromossoma ‘y’.
Para outras esta participação é permitida, pois Orixá não discrimina e nem gera preconceito.

Não se pode desconsiderar o preconceito que existe dentro das Comunidades Tradicionais de Terreiros. Uns dizem que Ariadna é bem aceita, mas como citado em blogs: "só podia ser coisa desse povo de candombré! (sic) Ô povinho!!!!!”, fica a duvida se há ou não discriminação.

Surge a polêmica. Ótimo tema para ser discutido e direcionado pelos “Mais Velhos”, pelas lideranças religiosas, mas com a intensa participação de Ifá.

Imagem: Blogs Abril

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Balconista sofre queimaduras durante culto da Igreja Universal


Segunda, 07 de Fevereiro de 2011 -

Barbara da Silva Ferraz, de 19 anos, é atingida por lata em chamas durante ritual religioso da Igreja Universal
Wesley Alcântara

O delegado Ricardo Turra deve investigar a responsabilidade da igreja no acidente
Os pais da balconista Barbara da Silva Ferraz, de 19 anos, registraram nesta segunda-feira um B.O (Boletim de Ocorrência) para pedir explicações sobre um acidente que teria provocado queimaduras de segundo grau na filha, em um culto da Igreja Universal do Reino de Deus, em Brodowski.

O pedreiro Romeu Donisete Bueno Ferraz, 48, pai da jovem, diz que procurou a polícia 12 dias depois do acidente porque a igreja não explica o que aconteceu no dia do culto. Ele também questiona os motivos que teriam levado um pastor a transferir a balconista para um hospital de Itu e não da região.

"Tenho o direito de saber a verdade. Só sei aquilo que contaram até agora. Ninguém da minha família estava no culto", diz.

Barbara está internada no Hospital São Camilo de Itu, que é especializado em queimados, desde o dia 26 do mês passado. Nenhum responsável pela igreja foi encontrado nesta segunda para comentar o caso.

Ritual

Ferraz afirma que a filha é obreira da igreja e auxiliava no ritual de libertação dos fiéis, com as lâmpadas apagadas e uso de fogo em latas com álcool.

Sérgio Domingos Pereira da Silva, tio da balconista, disse que as latas em chamas formavam um corredor, no qual os fiéis passavam ao meio em busca da libertação. "Foi nesse momento que uma mulher chutou uma das latas em direção a minha sobrinha. O fogo atingiu os braços e as pernas dela", diz.

A família da obreira acredita que o chute na lata foi intencional, já que a pessoa suspeita teria alguma desavença com a vítima. Nenhum fiel da igreja quis informar o nome do suspeito aos familiares.

A moça foi levada ao pronto-socorro de Brodowski e depois transferida, a pedido de um pastor, para o hospital São Camilo, na cidade de Itu.

O pai da vítima disse que soube da transferência da filha, mas não houve nenhuma autorização formal dada ao pastor da igreja. Ele chegou a visitar a menina uma vez, graças a ajuda da prefeitura de Brodowski.

Previsão de alta

Em contato com o hospital São Camilo, em Itu, a reportagem obteve a informação que a menina permanece internada, com o quadro estável e sem qualquer complicação.

De acordo com enfermeiros, os médicos avaliam a possibilidade de dar alta ainda nesta terça-feira. "Vai depender se ela consegue tomar banho sem qualquer medicação", disse um enfermeiro, que não quis se identificar.
Jornal A Cidade
O delegado Ricardo Turra informou nesta segunda que vai apurar o acidente para averiguar se houve alguma irresponsabilidade por parte da igreja, ao usar fogo durante o culto.