quinta-feira, 4 de março de 2010

Artista gospel diz que música ressuscitou bebê no útero


terça-feira, 2 de março de 2010
Artista gospel diz que música ressuscitou bebê no útero
Valdemiro Santiago que se cuide, porque surgiu um milagrento a sua altura. Trata-se do Regis Danese (foto), cantor gospel.

Ele afirmou ao jornal Música em Foco que a sua música “Faz um Milagre em Mim” tem curado doenças como o câncer e feito paralítico andar.

Tudo isso o apóstolo da IMPD (Igreja Mundial do Poder Divino) faz diariamente na tv com o toque do seu dedo ou com uma gota do seu suor.

Mas Regis garantiu que a sua música ressuscitou um bebê que tinha morrido no útero da mãe. Valdemiro tem contado que, com uma oração à distância, já levantou um defunto, mas, ao que se sabe, nunca ressuscitou um bebê em gestação.

Ponto para Regis.

O artista contou que uma mulher sentiu que seu bebê – dado como morto pelo médico – se mexer no útero quando ouvia a tal música, exatamente no refrão que diz: “Entra na minha casa / Entra na minha vida / Mexe com minha estrutura / Sara todas as feridas...”

Regis informou que o milagre ocorreu há um ano com uma fiel que frequenta o templo do Bom Retiro, em São Paulo, da Igreja Assembleia de Deus.

“Deus me falou que eu iria usar a minha vida para quebrar barreiras. É o que tenho feito com a minha música”, disse.

De fato, algumas barreiras têm caído. Regis tem ganhado muito dinheiro com a música, que se tornou tornou hit. Foi gravada por outros cantores em ritmo de pagode, sertanejo, funk e tecno.

O padre Marcelo Rossi incluiu a “Faz um Milagre em Mim” em seu repertório e a música foi uma das mais cantadas no ano passado na Parada Gay de São Paulo.

Comentário do leitor P. Lobo

Consta que os fabricantes de cadeiras de paraplégicos temem ir à falência por causa da "Faz um Milagre em Mim”.
fonte: paulolopes.blogspot.com

MP instaura inquérito para saber se escolas ensinam cultura negra e indígena



MP instaura inquérito para saber se escolas ensinam cultura negra e indígena


O Ministério Público da Paraíba instaurou inquérito civil público para averiguar se o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena está sendo ministrado nas escolas nos municípios de Campina Grande, Massaranduba, Lagoa Seca e Boa Vista, conforme determina a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (Lei 9.394/96, também chamada “LDB”). Para isso, uma equipe técnica fará inspeções em escolas públicas e particulares nas quatro cidades.

Na semana passada, a Promotoria de Justiça do Cidadão da Comarca de Campina Grande encaminhou ofício aos secretários de Educação desses municípios solicitando a relação das escolas e ao secretário da Educação da Paraíba, solicitando informações sobre a adequação dos currículos das redes públicas municipais e estadual de ensino em relação à obrigatoriedade do ensino desses conteúdos. Após o envio das informações, será promovida inspeção por amostragem em escolas públicas.

As investigações foram iniciadas no ano passado pelo promotor de Justiça que atualmente coordena o 2° Centro de Apoio Operacional às Promotorias, Luís Nicomedes. Conforme explicou o promotor de Justiça Herbert Vitório Carvalho, o inquérito foi instaurado com base na reclamação feita, em 2006, por integrante do Movimento Negro de Campina Grande que participa do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro da UFCG.

“Segundo eles, os gestores municipais não estariam cumprindo o artigo 26-A da LDB, que diz que as escolas devem trabalhar conteúdos programáticos referentes à história e à cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros em todo o currículo escolar, com destaque para as áreas de história, literatura e educação artística”, disse Herbert Vitório.


A pedagoga da Promotoria do Cidadão de Campina Grande, Valuce Alencar Bezerra, destacou que as unidades de ensino devem trabalhar esses conteúdos de forma transversal e não como uma disciplina específica. Por isso, a Promotoria de Justiça também encaminhou ofício ao reitor da Universidade Estadual da Paraíba, solicitando informações sobre a adequação dos currículos pertencentes aos cursos de licenciatura.

“A dificuldade de trabalhar o tema de forma transversal é que se requer dos professores uma cultura geral sólida e exige um planejamento amplo, sendo necessário qualificação para torná-los capazes de conduzir a reeducação das relações entre diferentes grupos étnicos-raciais em projetos que esbocem práticas pedagógicas cotidianas entre todos os componentes curriculares”, avaliou.



O que diz a LDB?



A Lei de Diretrizes e Bases da Educação torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas públicas e particulares e diz que os conteúdos programáticos devem incluir os diversos aspectos que caracterizam a formação da população brasileira a partir dos dois grupos étnicos. “O objetivo é resgatar as contribuições dos afro-brasileiros e indígenas, valorizar seu patrimônio histórico-cultural, quebrar desconfianças e buscar desconstruir estereótipos depreciativos e atitudes que expressem sentimentos de superioridade entre as raças, próprios de uma sociedade desigual”, destacou a pedagoga.

fonte:http://www.mp.pb.gov.br

Pesquisa polêmica: Líderes umbandistas e candomblecistas discordam de levantamento estatístico pela PUC




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quinta-feira, 4 de março de 2010
Pesquisa polêmica: Líderes umbandistas e candomblecistas discordam de levantamento estatístico pela PUC


A participação da Pontifícia Universidade Católica (PUC) no 1º Censo de Terreiros do Estado do Rio de Janeiro está desagradando lideranças e adeptos das religiões afro-brasileiras. Mesmo com a formação de um conselho consultivo com 14 representantes da umbanda e do candomblé, eles protestam contra o fato de que a coordenação da pesquisa seja feita por uma instituição privada e com influência religiosa. O projeto prevê a construção de um banco de dados para o mapeamento de cada terreiro e centro de culto, com tecnologia GPS. Os dados serão disponibilizados na internet. Segundo as entidades ligadas às religiões de matriz africana, há cerca de 7 mil estabelecimentos do gênero no Rio. O objetivo da pesquisa é justamente reivindicar políticas públicas favoráveis ao segmento após a conclusão dos estudos.

Para o babalorixá Luiz de Omolu, ainda há muita resistência da Igreja em conviver com cultos afro-brasileiros: “Não é uma questão de intolerância, mas de coerência. Se o mesmo projeto fosse implementado pela Igreja Católica, com certeza não permitiriam nossa colaboração”, reclama. Segundo o religioso, o projeto deveria ser conduzido por uma universidade pública. “Respeito e reverencio todos os membros da comissão, mas essa pesquisa é de responsabilidade do Estado, a quem reivindicaremos atenção”, disse. Por sua vez, a ialorixá Márcia de Oyá estranha o interesse da PUC por informações dos terreiros.

O ministro da Secretaria Especial de Políticas da Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, que firmou a parceria com a PUC para a pesquisa, se diz preocupado com a polêmica: “Temos hoje um governo democrático no sentido de proteger os setores mais vulneráveis da sociedade. Não há interferência da Igreja Católica nesse projeto”, afirmou. Sobre a parceria com a universidade, Santos explicou: “Buscamos uma instituição que fizesse pesquisa com qualidade. Como foi a PUC, poderia ter sido com qualquer outra”, pondera. Para o reitor da PUC, padre Jesus Hortal, o trabalho é totalmente científico e acadêmico, sem influência de classificação religiosa. “Lutamos pela igualdade racial e social. Nossa universidade possui o maior número de alunos judeus, por exemplo. Visamos promover a convivência entre todos e, para isso, precisamos conhecer a realidade”, explicou.

Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares, ligada ao Ministério da Cultura, diz que tem sido procurado por religiosos contrários à participação da PUC na pesquisa sobre os terreiros. Ele reconhece a excelência técnica e acadêmica daquela instituição, mas aponta o que chama de “insegurança” que ronda o projeto: “Há um crescente processo de satanização de outras religiões contra cultos afro-brasileiros.” Na sua opinião, a condução dos trabalhos por parte de uma universidade ligada à Igreja Católica poderia ser contaminada por esse sentimento. (Fonte: Cristianismo Hoje)
fonte:http://www.overbo.com.br

quarta-feira, 3 de março de 2010

Àbíkú (nascer-morrer)


terça-feira, 2 de março de 2010
Àbíkú (nascer-morrer)


Só mesmo um grande mestre como Pierre Verger para nos tirar da ignorância sobre este tema, através da sua pesquisa e coragem, cujo legado será eterno.

Se uma mulher, em país yorubá dá à luz uma série de crianças natimortas ou mortas em baixa idade, a tradição reza que não se trata da vinda ao mundo de várias crianças diferentes, mas de diversas aparições do mesmo ser (para eles, maléfico) chamado àbíkú (nascer-morrer) que se julga vir ao mundo por um breve momento para voltar ao país dos mortos, órun (o céu), várias vezes.

Ele passa assim seu tempo a ir e voltar do céu para o mundo sem jamais permanecer aqui por muito tempo, para grande desespero de seus pais, desejos de ter os filhos vivos.

Essa crença se encontra entre os Akan, onde a mãe é chamada awomawu (ela bota os filhos no mundo para a morte). Os ibo chamam os abikú de ogbanje, os hauças de danwabi e os fanti, kossamah.

Encontramos informações a respeito dos abikú em oito itans (histórias) de ifá, sistema de adivinhação doa yorubá, classificados nos 256 odu (sinais de ifá). Essas histórias mostram que os abikú formam sociedades no egbá órun (céu), presididas por iyàjansà (a mãe-se-bate-e-corre) para os meninos e olókó (chefe da reunião) para as meninas, mas é Aláwaiyé (Rei de Awaiyé) que as levou ao mundo pela 1ª vez na sua cidade de Awayié. Lá se encontra a floresta sagrada dos abikú, aonde os pais de abikú vão fazer oferendas para que eles fiquem no mundo.

Quando eles vem do céu para a terra, os abikú passam os limites do céu diante do guardião da porta, oníbodé órun, seus companheiros vão com ele até o local onde eles se dizem até logo. Os que partem declaram o tempo que vão ficar no mundo e o que farão. Se prometem a seus companheiros que não ficarão ausentes, essas, crianças apesar de todo os esforços de seus pais, retornarão, para encontrar seus amigos no céu.

Os abikú podem ficar no mundo por períodos mais ou menos longos. Um abikú menina chamada "A-morte-os-puniu" declara diante de oníbodé órun que nada do que os seus pais façam será capaz de retê-la no mundo, nem presentes nem dinheiro, nem roupas que lhes ofereçam, nem todas as cosias que eles gostariam de fazer por ela atrairiam os seus olhares nem lhe agradariam.

Um abikú menino, chamado ilere, diz que recusará todo alimento e todas as coisas que lhe queiram dar no mundo. Ele aceitará tudo isto no céu.

Quando Aláwaiyé levou duzentos e oitenta abikú ao mundo pela primeira vez, cada um deles tinha declarado, ao passar a barreira do céu, o tempo que iria ficar no mundo. Um deles se propunha a voltar ao céu assim que tivesse visto sua mãe; um outro, iria esperar até o dia em que seus pais decidissem que ele casasse; um outro, que retornaria ao céu, quando seus pais concebessem um novo filho, um ainda não esperaria mais do que o dia em que começasse a andar.

Outros prometem à iyàjanjasà, que está chefiando a sua sociedade no céu, respectivamente, ficar no mundo sete dias, ou até o momento em que começasse a andar ou quando ele começasse a se arrastar pelo chão, ou quando começasse a ter dentes ou ficar em pé.

Nossas histórias de ifá nos dizem que oferendas feitas com conhecimento de causa são capazes de reter no mundo esses abikú e de lhes fazer esquecer suas promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas idas e vindas constantes entre o céu e a terra, porque, uma vez que o tempo marcado para a volta já tenha passado, seus companheiros se arriscam a perder o poder sobre eles.

É assim que nessas quatro histórias encontramos oferendas que comportam um tronco de bananeira acompanhado de diversas outras coisas. Um só dos casos narrados, o terceiro, explica a razão dessas oferendas:

"Um caçador que estava à espreita, no cruzamento dos caminhos dos abikú, escutou quais eram as promessas feitas por três abikú quanto à época do seu retorno ao céu."

"Um deles promete que deixará o mundo assim, que o fogo utilizado por sua mãe, para preparar sua papa de legumes, se apague por falta de combustível. O segundo esperará que o pano que sua mãe utilizar, para carregá-lo nas costas se rasgue. A terceira esperará, para morrer, o dia em que seus pais lhe digam que é tempo de ele se casar e ir morar com seu esposo."

"O caçador vai visitar as três mães no momento em que elas estão dando à luz a seus filhos abikú e aconselha à primeira que não deixe se queimar inteiramente a lenha sob o pote que cozinha os legumes que ela prepara para seu filho; à segunda que não deixe se rasgar o pano que ela usar para carregar seu filho nas costas, que utilize um pano de qualidade diferente; ele recomenda, enfim à terceira, de não especificar, quando chegar a hora, qual será o dia em que sua filha deverá ir para a casa do seu marido."

As três mães vão, então consultar a sorte, ifá, que lhes recomenda que façam respectivamente as oferendas de um tronco de bananeira, de uma cabra e de um galo, impedindo, por meio deste subterfúgio, que os três abikú possam manter seu compromisso. Porque, se a primeira instala um tronco de bananeira no fogo, destinado a cozinhar a papa do seu filho, antes que ele se apague, o tronco de bananeira, cheio de seiva e esponjoso, não pode queimar, e o abikú, vendo uma acha de lenha não consumido pelo fogo, diz que o momento da sua partida ainda não é chegado. A pele de cabra oferecida pela segunda mãe serve para reforçar o pano que ela usa para levar seu filho nas costas; a criança abikú não vai achar nunca que esse pano se rasgou e não vai poder manter sua promessa. Não se sabe bem o porque do oferecimento de um galo, mas a história conta que quando chegou a hora de dizer à filha já uma moça, que ela deveria ir para casa do seu marido, os pais não lhe disseram nada e a enviaram bruscamente para a casa dele.

Nossos três abikú não podem mais manter a promessa que fizeram, porque as circunstâncias que devem anunciar sua partida não se realizaram tais como eles tinham previsto na sua declaração diante de oníbodé órun. Estes três abikú não vão mais morrer. Eles seguiram um outro caminho.

Comentamos esta história com alguns detalhes porque ilustra bem o mecanismo das oferendas e de sua função. Não é o seu lado anedolíco (de lenda) que nos interessa aqui, mas a tentativa de demonstração de que em país yorubá, a sorte (destino) pode ser modificada, numa certa medida, quando certos segredos são conhecidos.

Entre as oferendas que os retêm aqui, na terra, figuram, em primeiro plano, as plantas litúrgicas. Cinco delas são citadas nestas histórias:
- Abíríkolo (crotalaria lachnophera, papilolionacaae)
- Agídímagbayin (não identificada)
- Ídí (terminalia ivorensis, combretacae)
- Ijá àgborin (não identificada)
- Lara pupa (ricinus communis - mamona vermelha)

Ainda mais duas plantas são frequentemente utilizadas para reter os abikú e que não figuram nessas histórias:
- Olobutoje (jatropha curcas, euphorbiaceae)
- Òpá eméré (waltheria americana, sterculiaceae)

A oferta dessas folhas constitui uma espécie de mensagem e é acompanhada por ofó (encantamentos).

Em país yorubá, os pais, para proteger seus filhos abikú e tentar retê-los no mundo, podem se dedicar a certas práticas, tais como fazer pequenas incisões nas juntas da criança e aí esfregar atin (um pó preto feito com ossum, favas e folhas litúrgicas para esse fim) ou ainda ligar à cintura da criança um ondè, talismã feito desse mesmo pó negro, contido num saquinho de couro.

A ação protetora buscada nas folhas, expressa nas fórmulas de encantamento, é introduzida no corpo da criança por pequenas incisões e fricções, e a parte do pó preto, contida no saquinho do ondé, representa uma mensagem não verbal, uma espécie de apoio material e permanente da mensagem dirigida pelos elementos protetores contra os elementos hostis, sendo essa forma de expressão menos efêmera do que a palavra.

Em uma outra história, são feitas alusões aos xaorôs, anéis providos de guizos, usados nos tornozelos pelas crianças abikú , para afastar os companheiros que tentam vir buscá-los no mundo e lembrar-lhes suas promessas. De fato seus companheiros não aceitam assim tão facilmente a falta de palavra dos abikú, retidos no mundo pelas oferendas, encantamentos e talismãs preparados pelos pais, de acordo com o conselho dos babalaôs. Nem sempre essas precauções e oferendas são suficientes para reter as crianças abikú sobre a terra. Iyájanjàsa é muitas vezes mais forte. Ela não deixa agir o que as pessoas fazem para os reter e porá tudo a perder o que as pessoas tiverem preparado. Contra os abikú não há remédios. Yiájanjàsá os atrairá à força para o céu. Os corpos dos abikú que morrem assim, são frequentemente mutilados. A fim de que, dizem, eles percam seus atrativos e seus companheiros no céu não queiram brincar com eles sobretudo para que o espírito do abikú, maltratado deste modo, não deseje mais vir ao mundo.

Essas criança abikú recebem no seu nascimento, nomes particulares. Alguns desses nomes são acompanhados de saudações tradicionais. Eles podem ser classificados: quer nomes que estabeleçam sua condição de abikú; quer nomes que lhes aconselham ou lhe suplicam que permaneçam no mundo; quer em indicações de que as condições para que o abikú volte não são favoráveis; quer em promessas de bom tratamento, caso eles fiquem no mundo. A frequência com que se encontra, em país yorubá, esses nomes em adultos ou velhinhos que gozam de boa saúde, mostra que muitos abikú ficam no mundo graças, pensam as almas piedosas, a todas essas precauções, à ação de Òrúnmìlà, e à intervenção dos babalaôs.

Alguns nomes dados aos ABIKÚ:

Aiyédùn - a vida é doce
Aiyélagbe - Nós ficamos no mundo
Akúji - O que está morto, desperta
Bánjókó - Senta-se comigo
Dúrójaiyé - Fica para gozar a vida
Dúróoríìke - Fica, tu serás mimada
Èbèlokú - Suplica para que fique
Ilètán - A terra acabou (não há mais terra para enterra-lo)
Kòjékú - Não consinta em morrer
Kòkúmó - não morra mais
Kúmápáyìí - A morte não leva este daqui
Omotúndé - A criança voltou
Tìjúikú - Envergonhado da morte (não deixa a morte te matar)

ITANS de IFÁ

- É preciso cuidar dos Abikú, senão eles voltam para o céu
- Oferendas podem reter Abikú no mundo
- Subterfúgios para reter os Abikú no mundo
- Mosetán fica no mundo
- Olóìkó é o chefe da sociedade dos Abikú
- Asejéjejaiyé fica no mundo na décima sexta vez que ele vem
- Os Abikú chegam pela primeira vez em Awaiyé
- Íyájanjàsá não deixa os Abikú ficar no mundo

Estes itens completos são descritos numa edição da revista Afro-Ásia, 14 - 1983, sob o título (A Sociedade Egbé Òrun dos Àbíkú, as crianças nascem para morrer várias vezes)

As cerimônias para os abikú parecem ser pouco frequentes entre os yorubás, a única assistida por Pierre Verger, a cerimônia foi feita pela tanyinnon encarregada do culto aos deuses protetores de uma família tradicional do bairro Houéta. Num canto da peça principal, oito estatuetas de madeira com 20 centímetros de altura e eram colocadas sobre uma banqueta de barro.

Todos vestidos de panos da mesma qualidade, mostrando pela uniformidade de suas vestimentas, pertencer a uma mesma sociedade (egbé). Seis destas estatuetas representam ábíkús e as outras duas ibeji. As oferendas consistiam de oká (pasta de inhame) obèlá (espécie de caruru) èkuru (feijão moído e cozido nas folhas) eran dindi, eja dindin (carne e peixe fritos) que, depois da prece da tanyionnon e da oferenda de parte desta comida às estatuetas, foram distribuídas pela assistência. Uma sacerdotisa de Obatalá assistiu à cerimônia sublinhando as ligações que existem entre o orixá da criação, as pessoas de corpos mal formados, corcundas, alijados, albinos e aqueles cujo nascimento é anormal (àbíkú e ibeji).

Portanto ao contrário que muitos falam, nada tem a ver com a criança que já nasce "feita" no santo.


Considerações do autor nos tempos de hoje

O legado dos antigos pelas suas crenças, histórias e ritos da sua prática religiosa e cultural, se adaptam e se aplicam em qualquer tempo, através da sua sabedoria, com muita propriedade.

Em seu tempo, não há referências ao aborto, mas ao contrário, o esforço pela manutenção da vida, inclusive em quantidade. Pela prática divinatória através do jogo de búzios, nos dias de hoje identificamos muitos desses abikús , que percebemos em uma segunda instância, muitos são "criados", passam a existir por ingerência do ser humano através do aborto, é até simples de entender e ver por uma ótica e lógica astral/espiritual a qual simplesmente não podemos deletá-la da nossa mente e inteligência, ou na pior das hipóteses; ignorá-la: No instante em que o óvulo é fecundado pelo espermatozóide, esta nova matéria existente já é provida de alma e espírito, que os cristãos chamam de "anjo da guarda" e os yorubanos de "orixá" (guardião da cabeça), este fenômeno consta na teologia Yorubana, na lenda de Ajálá, que será comentada.

Quando da execução do aborto propriamente dito, o ser humano supostamente, exerce o "seu direito" de eliminar aquele ser; mas somente a parte material, o corpo, por ele criado através do ato sexual de procriação, matando de forma definitiva o feto. Mas e o que por ele não foi criado, alma e espírito, onde fica, para onde vai? Esta análise via de regra não é feita ou levada em consideração, acaso haverá consequencias? Seríssimas, que aqui descrevemos com muita convicção, pautado nas mais diversas constatações através dos consulentes, por mais de duas décadas, dos sintomas pós aborto, a presença daquela "figura" que aparece de uma forma genética, oriunda de gerações passadas, os que são provocados e voltam ainda na mesma geração, e os que voltarão em nossos descendentes, e da forma mais imprevisível possível. A grande maioria de seres que nascem com deformidades, doenças graves, mortes prematuras... tem grandes possibilidades de serem abikús fabricados pelo homem.

Nos dias de hoje, quando morre uma criança ainda nova, há muita possibilidade de ser um abikú que está voltando ao "céu", bem como persiste a probabilidade de voltar em um próximo filho, ainda na mesma geração ou na próxima; quando uma criança fica muito doente e corre risco de vida, pode averiguar na família se já há caso de aborto ou morte prematura, é bem possível.

As reações, mais da mãe que do pai, em caso de aborto, porque muitas vezes o pai não fica sabendo e não participa da decisão, na sua vida, no seu dia a dia são sintomáticas: desequilíbrio generalizado, na vida pessoal, no trabalho, em casa, nos estudos, nada dá certo, nada vai bem, angustia, depressão, pessimismo, falta de ânimo, aparentemente tudo deveria estar bem, mas as coisas não "vão"; É a influência daquele "ser", que contrariando as leis da natureza foi "fisicamente" eliminado, o qual fica gravitando num outro plano próximo aos pais, afetando suas vidas com estes sintomas.

Até mesmo por uma questão de justiça, não poderá um abikú que foi "gerado" por uma família, aparecer em outra, que nada tem a ver com o ato irresponsável de outros, e percebemos que uma criança que já nasce deformada de alguma forma, ou uma doença grave com morte, quem sofre realmente na sua plenitude são os pais, porque a dor interna é maior que a dor física, a criança já nasceu daquela forma, para ela que não sentiu e não sabe ser saudável, não percebe e não imagina como se sente alguém normal, portanto a sua dor ou problemas, para si é normal.

Esta situação pode e deve ser tratada no seu campo espiritual, os antigos nos legaram instrumentos dentro da religião yorubá, para fazê-lo, através de ebós e oferendas específicas, que se vale do mesmo princípio aplicado nos países yorubanos, quer seja: "enganar" os abikús; Muito se pode melhorar e modificar, evidente que em alguns casos é irreversível após o nascimento, mas se detectado ou informado o babalorixá ou yialorixá competente, pelo que foi descrito, a mãe que poderia vir a ter um filho abikú, por meio desses ebós e oferendas pode-se evitar a vinda de um ser deformado ou com problemas sérios, que na realidade, nada mais é que um "retorno sob forma de castigo" de atos nossos ou de gerações passadas, de um processo que nunca foi tratado ou interrompido.

Desta forma vê-se que o aborto é uma situação que transcende a ingerência das pessoas, pois é algo ligado diretamente à natureza, e consequentemente ao Seu Criador, modifica-se ou escapa da lei dos homens, mas não à Divina. Este é um fato porque nenhuma religião da terra permite o aborto.


fonte: translenza

homenagem a Clementina (1987)




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terça-feira, 2 de março de 2010
homenagem a Clementina (1987)


Clementina, cadê você? Cadê Você? Cadê você? O coro foi puxado em seu velório no Teatro João Caetano, onde a cantora empolgara grandes platéias do Show das Seis e Meia.

Clementina tinha prazer em cantar. Na adolescência saía sempre fantasiada de peixeira nas Folias de Reis. Desfilou em carro aberto dirigido por Noel Rosa num carnaval. Cantou nas sessões de candomblé em Inhaúma, onde morava Tia Ciata, uma das baianas pioneiras que disseminaram o samba no Rio. Frequentava os jongos e caxambus da Tia Dorotéia em Osvaldo Cruz.


Devota da Senhora da Glória do Outeiro, participava das festas das Igrejas da Penha e de São Jorge, cantando músicas de romaria. Foi ali que o compositor Hermínio Bello de Carvalho ouviu-a, por acaso, cantar. Trabalhou por muito tempo como empregada doméstica até iniciar sua carreira artística em 1964. Sua estreia foi no Teatro Jovem, em Botafogo, num movimento chamado Menestrel, que unia eruditos e populares. No ano seguinte integrou o musical Rosa de Ouro.

Clementina, tão longeva, às vezes tinha sérios problemas de saúde. Em 1983, já com 82 anos, desenvolvia uma atividade artística tão intensa que foi internada para se recuperar de estafa. Em suas últimas apresentações já cantava sentada, mas tão ativa quanto podia.

Suas músicas, ligadas à história do nosso país, representam o povo negro, sobretudo os jongos, e os lundus, que vêm do fundo de nossas origens. Clementina era uma lenda viva.

Em 1982 ela foi homenageada como tema do samba-enredo da escola de samba de Lins Imperial, "Clementina - Uma Rainha Negra".

O canto popular que retrata o Brasil

Clementina nasceu em 7 de fevereiro de 1901, em Valença, Estado do Rio. Aos 10 anos mudou-se para o bairro de Oswaldo Cruz. Neta de africanos, descendia da Nação Bantu, um grupo etnolingüistico localizado principalmente na África subsariana.

Seu pai foi mestre de capoeira e violeiro. Sua mãe lavava roupa cantando modas, jongos, incelenças e outros cantos de seu repertório que continham ecos da África. Foi nesta época que Clementina aprendeu os cantos de escravos, que mais de meio século depois registrou em disco. Ficou conhecida como a Rainha Guinga ou Quelé.

fonte:http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?

Temas polêmicos no candomblé

segunda-feira, 1 de março de 2010
Temas polêmicos no candomblé


Luta contra o racismo e discriminação religiosa.
Manuel Raimundo Querino foi um abolicionista ferrenho, lutou contra às perseguições existentes aos praticantes das religiões afro-brasileiras que eram rotuladas de religiões bárbaras e pagãs.

Procópio de Ogum teve o seu reconhecimento por ter participado da legitimação da religião do candomblé, durante a perseguição às religiões afro-brasileiras promovida pelas autoridades do Estado Novo. Nesse período, o Ilê Ogunjá foi invadido pela polícia baiana, sob a supervisão do famoso delegado Pedrito Gordo. Procópio foi preso e espancado. O jornalista Antônio Monteiro foi uma das pessoas que ajudou na libertação de Procópio. Tal acontecimento - caso Pedrito - registrou o nome de Procópio na história popular baiana, chegando mesmo a fazer parte de uma letra de samba-de-roda:

"Procópio tava na sala, esperando santo chegá, quando chegou seu Pedrito, Procópio passa para cá. Galinha tem força n'asa, o galo no esporão, Procópio no candomblé Pedrito no facão". (samba-de roda, autor desconhecido)

O Jornal da Bahia, de 3 de maio de 1855, faz alusão a uma reunião na casa Ilê Iyá nassô: "Foram presos e colocados à disposição da polícia Cristóvão Francisco Tavares, africano emancipado, Maria Salomé, Joana Francisca, Leopoldina Maria da Conceição, Escolástica Maria da Conceição, crioulos livres; os escravos Rodolfo Araújo Sá Barreto, mulato; Melônio, crioulo, e as africanas Maria Tereza, Benedita, Silvana... que estavam no local chamado Engenho Velho, numa reunião que chamavam de candomblé".

— Pierre Verger.

Brasília - Ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial para Políticas de Promoção da Igualdade , com a Baiana Mãe de Santo Raida, na Conferência Regional das Américas.A intolerância e a perseguição às religiões afro-brasileiras continua [11] até os dias atuais, a Liberdade religiosa constante da Constituição Brasileira nem sempre é respeitada.

Cultura yoruba Palestra de Juarez Tadeu de Paula Xavier [12]
Abdias do Nascimento conta em uma entrevista concedida ao Portal Afro: "Os cultos afro-brasileiros eram uma questão de polícia. Dava cadeia. Até hoje, nos museus da polícia do Rio de Janeiro ou da Bahia, podemos encontrar artefatos cultuais retidos. São peças que provavam a suposta deliquência ou anormalidade mental da comunidade negra. Na Bahia, o Instituto Nina Rodrigues mostra exatamente isso: que o negro era um camarada doente da cabeça por ter sua própria crença, seus próprios valores, sua liturgia e seu culto. Eles não podiam aceitar isso."

Homossexualidade
A homossexualidade está presente na maioria das religiões, porém oculta, indiscutivelmente abafada e muitas vezes negada pelos ditos ex-homossexuais.

No Candomblé a homossexualidade é amplamente aceita e discutida nos dias atuais, mas já teve um período que homens e homossexuais não podiam ser iniciados como rodantes (termo usado para pessoas que entram em transe), não era permitido em festas que um homem dançasse na roda de candomblé mesmo que estivesse em transe.

O mais famoso e revolucionário homossexual do candomblé foi sem dúvida Joãozinho da Goméia, que afrontou as matriarcas e ocupou seu espaço tornando-se conhecido internacionalmente. Tiveram muitos outros, mas nenhum conseguiu suplantá-lo em ousadia e popularidade.

Interrupção da gravidez
Nas religiões afro-brasileiras que na maioria são religiões derivadas das religiões tribais africanas, são contra o aborto e um dos motivos é o religioso, o africano vê o filho como a continuação da própria vida, filho é o bem mais precioso que o homem africano possa ter, em consequência disso, foram trazidos para o Brasil alguns conceitos.

No conceito social: Amparam e orientam adolescentes e mulheres grávidas.
No conceito religioso: Oxum é quem rege o processo de fecundidade, cuida do embrião, evita o aborto espontâneo, não aprova o aborto provocado, mantém a criança viva e sadia na barriga da mãe até o nascimento. Uma mulher quando não consegue engravidar, recorre à Oxum.
No conceito jurídico: Só aprova a interrupção da gravidez, nos casos previstos em lei.
Mas como em toda religião, quando acontece uma gravidez indesejada, muitas mulheres procuram soluções alternativas fora dos Terreiros, como: chás, remédios e até mesmo clínicas de aborto.

Em virtude do grande número de abortos clandestinos que são feitos e as inúmeras mortes ocorridas, algumas pessoas estão lutando por essas causas relacionadas às mulheres.

Leila Linhares Barsted, (advogada) atua na Comissão Estadual de Segurança da Mulher, que monitora e pressiona o governo em ações como manutenção de abrigos para vítimas de violência e delegacias especializadas.
Maria José de Oliveira Araújo (médica) comandou o setor de saúde da mulher da Prefeitura de São Paulo e implementou, pela primeira vez no país, o serviço de aborto em hospitais públicos para os casos previstos em Lei.
Silvia Pimentel, (advogada) em janeiro de 2005, assumiu o cargo de vice-presidente da mais alta instância de defesa dos direitos da mulher, o Comitê Cedaw da ONU.
Mudança de hábitos e costumes
As casas de candomblé são frequentadas e habitadas por um número variável de pessoas, pode variar de 20 a 300 pessoas dependendo do tamanho da casa e da ocasião ou do evento. Fora do período de festas na casa só ficam as pessoas residentes, mas nas obrigações e festas além dos residentes virão os outros filhos-de-santo da casa e os visitantes e convidados. Quanto maior o número de pessoas, maior será a preocupação com a higiene e alimentação. Os animais são abatidos e limpos e as comidas são preparadas sempre sob a vigilância da Iyabassê encarregada da cozinha e responsável pela qualidade dos alimentos tanto para os Orixás como para as pessoas.

A maior preocupação nas casas de candomblé e das outras religiões afro-brasileiras sempre foi com as doenças infecciosas principalmente a tuberculose e hepatite, por serem transmissíveis através de copos e talheres, por esse motivo cada filho da casa deve ter seu prato e caneca identificados, iyawos durante o período de recolhimento não usam talheres só passam a usá-los depois da caída de quelê. A higiene com pratos, talheres e copos sempre foi constante. Nos tempos modernos quando já existem os materiais descartáveis ficou um pouco mais fácil de lidar com o problema.

Com o surgimento de novas doenças como HIV ou Aids muitos hábitos e costumes do candomblé tiveram que ser mudados. Na iniciação os Iyawos tinham suas cabeças raspadas e curas feitas por uma única navalha que a Iyalorixá recebia de sua mãe-de-santo quando da posse do cargo, isso passou a ser feito com mais cuidado, adotando-se navalhas individuais ou descartáveis.

Um dos maiores problemas enfrentados nas casas de candomblé tem sido com a dengue, principalmente nas regiões onde os focos do mosquito estão sendo combatidos. Os potes de abô (infusão de folhas sagradas) foram esvaziados para evitar possível proliferação do mosquito, os banhos são preparados com água e folhas frescas e usados imediatamente.

fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Candombl%C3%

Sacrifício de Animais




terça-feira, 2 de março de 2010
Sacrifício de Animais


Esta matéria deve ser lida com muita atenção, e, guardada, em especial dirigida àqueles, que sofrem preconceitos diversos por sua prática, bem como conhecimento com embasamento teológico.

Não há como se falar de sacrifício de animais, sem algumas situações correlatas, que sejam:
- Comparativo à outras religiões.
- Sua teologia, aplicação esotérica e prática, no contexto africano.
- Comparativo quanto a outros animais ou seres vivos.


Comparativo à outras religiões

No comparativo à outras religiões, ainda que posteriores à africana, não para se justificar, mas para comprovar que a negação e contrariedade é um ato de discriminação. Quando se aceita ou não, pratica o mesmo combate exacerbado das inúmeras práticas de sacrifício contidas nos testamento, algumas discorridas apenas como exemplificação, sendo o próprio testamento, um ajuste, contrato; na história bíblica as duas maiores alianças realizadas por Jeová uma com Abraão e outra com Moisés foram firmadas através de sacrifício de animais e sangue como elemento principal desta confirmação. Estes sacrificios eram por vários motivos, o principal deles, a expiação dos pecados, firmar tratados e testamentos, cura de leprosos...


Aspecto de pacto/testamento

O pacto da Lei foi quando da transmissão da Tábuas, transmitida por meio de anjos, pela mão de um mediador, Moisés, e que entrou em vigor com o sacrifício de animais no monte Sinai (Gál 3:19; He 2:2; 9:16-20). Naquela oportunidade, Moisés aspergiu sobre o altar a metade do sangue dos animais sacrificados, daí, leu o livro do pacto para o povo, que concordou em ser obediente. Depois disso, ele aspergiu o sangue sobre o livro e sobre o povo. ( Êx 24:1-8)


Aspecto de cura - A purificação do Leproso

A purificação do leproso. 1 O Senhor falou a Moisés, dizendo: 2 "Esta será a lei do leproso para o dia em que for declarado puro: Será conduzido ao sacerdote, 3 que sairá a seu encontro fora do acampamento para examiná-lo. Se o sacerdote constatar que a chaga do leproso foi inteiramente curada, 4 mandará trazer para o purificando duas aves vivas e puras, madeira de cedro, púrpura carmesim e hissopo. 5 Mandará imolar uma das aves em cima de uma vasilha de barro, cheia de água de fonte. 6 Depois, tomará a ave viva, a madeira de cedro, a púrpura carmesim e o hissopo, e os molhará, do mesmo modo que a ave viva, no sangue da ave imolada sobre a água de fonte. 7 Aspergirá sete vezes o que deve ser purificado da lepra, declarando puro, e soltará no campo a ave viva. 8 Então o purificando lavará as vestes, rapará todos os cabelos e se banhará em água, e será puro. Depois poderá entrar no acampamento, mas ficará fora da tenda durante sete dias. 9 No sétimo dia rapará todos os pêlos, a cabeça, a barba, as sobrancelhas, enfim, todos os pêlos, lavará as vestes e o corpo em água, e será puro.
10 No oitavo dia tomará dois cordeiros sem defeito e uma ovelha de um ano sem defeito, treze litros e meio de flor de farinha amassada com azeite, para oblação, e um quarto de litro de azeite. 11 O sacerdote que fizer a purificação apresentará perante o Senhor o purificando junto com essas oferendas, à entrada da tenda de reunião. 12 O sacerdote tomará um dos cordeiros e oferecê-lo-á como sacrifício de reparação, junto com o quarto de litro de azeite, agitando-os ritualmente diante do Senhor. 13 Depois imolará o cordeiro no lugar onde se imola a vítima expiatória e o holocausto, em lugar santo; porque a vítima do sacrifício expiatório, como a do sacrifício de reparação, pertence ao sacerdote e é coisa santíssima. 14 O sacerdote pegará um pouco do sangue da vítima de reparação e untará o lóbulo da orelha direita do purificando, bem como os polegares da sua mão e do pé direitos. 15 Depois tomará um pouco do azeite que derramará na palma da mão esquerda 16 e, untando o índice da mão direita no azeite que tem na palma da mão esquerda, aspergirá sete vezes perante o Senhor. 17 Depois, com o azeite que ficou na palma da mão untará o lóbulo da orelha direita do purificando, o polegar da mão e do pé direitos, por cima do sangue da vítima de reparação. 18 O resto do azeite que tiver na palma da mão o sacerdote o passará sobre a cabeça do purificando. Assim fará por ele a expiação diante do Senhor. 19 Depois o sacerdote oferecerá o sacrifício pelo pecado, fazendo a expiação por aquele que se purifica da mancha. 20 Em seguida o sacerdote oferecerá o holocausto e a oblação no altar. Tendo assim o sacerdote feito por ele a expiação, será puro.
21 Se for pessoa pobre e não tiver recursos suficientes, tomará somente um cordeiro como sacrifício de reparação a ser oferecido com um gesto de oferenda, para fazer por ele a expiação. Levará apenas quatro litros e meio de flor de farinha amassada com azeite, para a oblação, e um quarto de litro de azeite, 22 duas rolas ou dois pombinhos, segundo as posses, um como sacrifício expiatório e outro para o holocausto. 23 No oitavo dia os apresentará ao sacerdote para a purificação, à entrada da tenda de reunião, diante do Senhor.
24 O sacerdote tomará o cordeiro de reparação e o quarto de litro de azeite, e os oferecerá com um gesto de oferenda diante do Senhor. 25 Depois de imolar o cordeiro do sacrifício de reparação, pegando um pouco do sangue da vítima, o aplicará sobre o lóbulo da orelha direita, sobre o dedo polegar da mão e do pé direitos do purificando. 26 Derramará um pouco de azeite na palma da mão esquerda, 27 e com o dedo indicador da mão direita aspergirá sete vezes este azeite diante do Senhor. 28 Com o azeite que tem na mão untará o lóbulo da orelha direita, o polegar da mão e do pé direitos do purificando, no mesmo lugar onde aplicou o sangue da vítima de reparação. 29 O restante de azeite que lhe ficar na mão o sacerdote aplicará sobre a cabeça do que se purifica para fazer por ele a expiação diante do Senhor. 30 Depois, de acordo com os recursos, oferecerá uma das rolas ou um dos pombinhos 31 em sacrifício expiatório e o outro em holocausto, além da oblação. Assim o sacerdote fará diante do Senhor a expiação por aquele que se purifica". 32 Esta é a lei para aquele que esteve atacado de lepra e cujos recursos são insuficientes para a purificação.
A lepra das casas. 33 O Senhor falou a Moisés e Aarão, dizendo: 34 "Quando tiverdes entrado na terra de Canaã que vos darei em propriedade, e eu atingir com a infecção da lepra alguma casa da terra que possuirdes, 35 o dono da casa irá informar o sacerdote, dizendo-lhe: ‘Parece haver infecção de lepra em minha casa’.36 O sacerdote mandará desocupar a casa antes de ir examinar a mancha leprosa, a fim de não contaminar o que nela há. Feito isso, o sacerdote irá examiná-la. 37 Se, ao examinar a mancha, notar nas paredes da casa cavidades esverdeadas ou avermelhadas, parecendo mais fundas que a parede, 38 sairá pela porta da casa e fará isolar a casa durante sete dias. 39 Ao sétimo dia o sacerdote voltará. Se constatar que a mancha se espalhou pelas paredes da casa, 40 mandará arrancar as pedras infectadas e lançá-las fora da cidade, em lugar impuro. 41 Fará raspar a casa toda por dentro e o pó da raspagem será lançado em lugar impuro. 42 Outras pedras serão tomadas e colocadas no lugar das primeiras, e a casa será rebocada com nova argamassa. 43 Se, depois de tiradas as pedras e de a casa ter sido raspada e novamente rebocada, tornarem a surgir as manchas, 44 o sacerdote virá examinar. Se constatar que a manha se espalhou pela casa, há lepra contagiosa na casa. A casa está contaminada. 45 Será demolida a casa, com as pedras, madeira e toda a argamassa, que serão levadas para fora da cidade, a um lugar impuro.46 Quem entrar na casa enquanto esteve fechada, ficará impuro até à tarde. 47 Quem tiver dormido ou comido nesta casa, deverá lavar as vestes. 48 Se, ao entrar na casa, o sacerdote constatar que a mancha não se espalhou pela casa depois de rebocada, declarará pura a casa, pois o mal foi sanado. 49 Para fazer a expiação pela casa, tomará duas aves, madeira de cedro, púrpura carmesim e hissopo. 50 Sacrificará uma das aves sobre uma vasilha de barro com água de fonte. 51 Pegará a madeira de cedro, o hissopo, a púrpura carmesim e a ave viva, e os molhará no sangue da ave imolada sobre água de fonte. Depois aspergirá a casa sete vezes. 52 Feita a expiação da casa com o sangue da ave, com água de fonte, com a ave viva, com madeira de cedro, com hissopo e com púrpura carmesim, 53 soltará a ave viva no campo, fora da cidade. Assim fará a expiação pela casa e ela ficará pura". 54 Esta é a legislação referente a qualquer tipo de infecção de lepra, ou de sarna, 55 a infecções leprosas de vestes e de casas, 56 a tumores, pústulas e erupções da pele, 57 para ensinar quando alguma coisa é pura ou impura. Esta é a legislação sobre a lepra.


Aspecto de expiação do pecado - o sangue que expia (Lv 17,11), sem o qual não há remissão (Hb 9,22)

Nm 6.10 e ao oitavo dia trará duas rolas, ou dois pombinhos, ao sacerdote, à porta da tenda da reunião; Nm 6.11 e o sacerdote oferecerá, um para expiação do pecado, e o outro para holocausto; e fará expiação por ele, do que pecou relativamente ao morto; assim naquele mesmo dia santificará a sua cabeça. Nm 6.12 então separará os dias do seu nazireado a Javé, e para expiação da transgressão trará um cordeiro de um ano; e os dias antecedentes serão perdidos, porque o seu nazireado foi contaminado.

Portanto, vemos que o nazireu que tem que rapar a cabeça, tem que oferecer duas pombas, uma como holocausto e outra como oferta pelo pecado, e um cordeiro, como oferta pela transgressão.

Portanto, o apóstolo Paulo comprou oito pombas e quatro cordeiros, para os sacrifícios daqueles quatro homens cristãos.

E, ao que tudo indica, o apóstolo Paulo ofereceu também, ele próprio, duas pombas e um cordeiro, pois ele também tinha feito voto de nazireu, e tinha rapado a cabeça em Cencréia, como está escrito em: At 18.18 e Paulo ainda permaneceu ali muitos dias, e despediu-se dos irmãos, e navegou para a Síria, e com ele Priscila e Áquila, tendo rapado a cabeça em cencréia, porque tinha voto.

Portanto, vemos que o sacrifício de animais para expiação de pecados, instituído por Deus, só vale para os pecados cometidos por erro, isto é, sem querer, e que para os pecados cometidos à mão levantada, ou seja, intencionalmente, não há nenhum sacrifício de animal que possa servir de expiação, e que a alma que pecar intencionalmente, deve morrer.

Em Hebreus 10:1-3, está escrito: Hb 10.1 porque a lei, tendo a sombra das coisas boas que vão existir, não a própria imagem das coisas, a cada ano os mesmos sacrifícios que oferecem continuamente, nunca pode aperfeiçoar os que se aproximam. Hb 10.2 porque se não, parariam de ser oferecidos, por não terem mais consciência de pecados os que servem, uma vez purificados. Hb 10.3 mas neles, há recordação dos pecados a cada ano.

Portanto, vemos que os sacrifícios ordenados na Lei de Deus, no Templo, continuam, mesmo após a morte e ressurreição de Cristo, pois a Epístola aos Hebreus foi escrita após a morte, ressurreição e ascensão de Cristo, e ela diz que os sacrifícios continuam a ser oferecidos.
Em Números, capítulos 28:1-8, Javé ordenou que os sacerdotes, no Templo, ofereçam um sacrifício contínuo, um cordeiro de manhã, e um cordeiro de tarde, todos os dias, cada cordeiro acompanhado de uma oferenda de farinha de trigo amassada com azeite, e de uma libação de vinho.


Aspecto cerimonial

A páscoa foi instituída quando e em comemoração da saída do povo de Deus do Egito e deveria ser comemorada em família, como uma espécie de refeição sagrada, por ser uma festa e um sacrifício (Ex 12,25-28; Nm 9,13), presidida pelo pai, que atuará como sacerdote. Posteriormente com a centralização do culto, na reforma de Josias, passou a ser imolada no templo pelo sacerdote, que derramava o sangue no altar, prosseguindo-se o cerimonial em família ou com amigos ou parentes, em outros lugares ( Dt. 16,5-7; Cro 30, 15-17; 35, 10-14)

Dos Muçulmanos - Maomé disse no Alcorão sagrado: Surata, 22/28; Para auferirem benefícios e celebrarem o nome de Deus nos dias mencionados (os do sacrifício), sacrificando uma das agraciadas reses.

Se abandonaram sua prática e conduta religiosa, foram por razões próprias que não nos cabe discutir, mas nem por isso devemos abandonar as nossas, como muitos assim o querem.

Aceitar isto por parte de outras religiões e rechaçar o que é pratica dos africanos, é puro ato discriminatório, um ato de racismo disfarçado, e vai além disso, está imbutido uma escancarada disputa de mercado, cuja forma de aumentar e manter é nos atacando desta forma disfarçada e inescrupulosa.


Sua teologia, aplicação esotérica e prática no contexto africano

Para sua compreensão há a necessidade da explicação a aplicação da palavra AXÉ (visite a seção Axé), quer seja: Força/Energia vital

Neste contexto o ejé (sangue) é elemento primordial, não ao acaso, produz uma energia de fato, bem como elemento essencial para iniciação, na religião de toda e qualquer pessoa, sem o qual não haveriam nem novos babalorixás e iyalorixás, não haveria mais, sequer a religião.

Independente de qualquer discussão : Esta forma como que é utilizado, o sangue e demais vísceras dos animais, tem uma causa e objetivo nobre, o de produzir uma energia, o axé, já tantas vezes mencionado, que ao menos, irá cumprir uma função, de maior ou menor importância, beneficiando o alvo de qualquer religião: o ser humano.


Comparativo quanto a outros animais ou seres vivos

É feito algum tipo de comentário, por quem quer que seja sobre o abate industrial ou caseiro? Absolutamente não; porque? No fundo, no fundo, ninguém saberia dizer; Mas, intrinsecamente, já está embutido na cabeça das pessoas, um preconceito de ordem religiosa, moral, conservadora ... ou “pseudos” religiosos e moralistas...através de argumentos, os mais variados e convenientes.

Porém, quando essas pessoas, lêem na Bíblia Sagrada, diversas situações de sacrifício, já mencionadas; tão somente estavam repetindo um ato já praticado, provavelmente advindo dos africanos, que dizem dessas passagens bíblicas, nossos algozes?

Onde está a maldade, o diabólico, se isto pode ajudar alguém? O abate é o mesmo, só porque é um ato religioso? Os vermes, a barata, o pernilongo, a formiga, todos foram criados por Deus, com alguma função, mas criaturas divinas, claro que são nojentos, nocivos, e, devem se exterminados, as vezes esmagados, pisoteados, outras com ímpetos e rituais de sadismo e com plena satisfação, quer seja com o sapato, chinelo, vassoura, ou mesmo de forma maciça, o inseticida, o procedimento se faz de forma algoz, por envenenamento, a morte vem lenta e dolorosa ...

Do ponto de vista, de que são igualmente, criaturas criadas por Deus (por outro não seria), que diferença tem dos animais imolados no Candomblé? O mundo sacrifica animais diariamente.

A conclusão é que se trata de discriminação e mais além, disputa de mercado, pelo grande mercado consumidor que são os fiéis, disputados inescrupulosamente, e os subterfúgios são os mais variados, este é um deles.

"e ainda vale salientar que as carnes servem para alimentar a muitos! são doadas para hospitais, instituições e distribuidas a pessoas que não tem oque comer!(baba Egbe)"

fonte:http://translenza.com.br/orixa/lnk_topicos.php?id=30