
Não bastassem os problemas ocasionados pela retirada das barracas das praias de Salvador, mais uma decisão polêmica terá fortes conseqüências na capital baiana: a retirada dos tabuleiros das baianas de acarajé das praias. A titular da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) na Bahia, Ana Vila Boas, justificou que a lei federal de gerenciamento costeiro não permite a ocupação cotidiana das areias para o comércio. De acordo com a presidente da Associação de Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares do Estado da Bahia (Abam), Rita dos Santos, a decisão prejudica cerca de 650 baianas que hoje atuam nas areias de Salvador – de São Tomé de Paripe à Praia do Flamengo. A SPU divulgou que só vai se posicionar sobre a decisão caso provocada pelo município. Mas, conforme Ana Vila Boas, o órgão deverá agendar uma reunião para encontrar alternativas de acomodação das baianas que estão atuando nas praias com licença municipal. Ao A Tarde, Ana explicou que a comercialização deve ser coordenada pelo município, e a estrutura das baianas, ajustada nas calçadas. O titular da Sesp, Ocimar Torres, já afirmou que vai seguir a recomendação da Procuradoria Geral do Município (PGM) com relação às baianas que não possuem licença. “A fiscalização vai acontecer e vamos notificar”, afirmou. Eis mais um problema para a prefeitura de Salvador, que ainda colhe os amargos frutos da derrubada das barracas.