terça-feira, 27 de novembro de 2012

G News : Polícia prende pai de santo que matou menino em ritual de magia negra
Enviado por folhagospel em 14/07/2011 09:18:53 (328 leituras)
O pai de santo Willian Domingos da Silva, condenado por matar um menino de quatro anos durante um ritual de magia negra, foi preso 22 anos depois de cometer o crime..

Ele foi acusado pelo Ministério Publico de sacrificar Michel Mendes em abril de 1989, no Setor Rio Formoso, em Goiânia (GO).

O inquérito ficou parado desde o fato até 1998, quando foram retomadas as investigações. Silva foi julgado pelo 1º Tribunal do Júri de Goiânia e condenado, em janeiro de 2009, a 19 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado: crime cometido por motivo torpe, com uso de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Logo depois da condenação, começaram os recursos. O último pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) foi negado, e agora o réu terá de cumprir a pena. Willian ainda acredita que não deveria ter sido condenado, pois as motivações do crime foram além das vontades dele, que teria sido guiado por entidades superiores.

O pai de santo ficou em liberdade e na direção do terreiro de candomblé onde ocorreu o fato, que permaneceu aberto durante todos estes anos. Segundo ele, o que resta agora é cumprir a pena. “Já que fui condenado, vou cumprir o que foi determinado”, afirmou.

O crime
Na denúncia do Ministério Público, consta que a criança foi morta em um ritual no terreiro de candomblé Axé Ilê Oxalufá. Laudos cadavéricos e o depoimento de uma testemunha que já morreu incriminaram Silva.

A esteticista Elsa Soares da Silva, que teria sido a mandante do crime, foi condenada a 18 anos de prisão. Contra ela, pesou o fato de terem sido encontrados em sua residência objetos iguais aos usados durante o ritual. O processo foi desmembrado antes do julgamento, para não haver conflito na defesa dos dois. Elsa mora no exterior, e aguarda em liberdade o resultado dos recursos.

Segundo o MP, Elsa estaria decepcionada com sua vida amorosa, por isso teria recorrido ao pai de santo para que um ex-namorado tivesse problemas com o novo relacionamento.

Wilian teria recorrido à magia negra e pedido à esteticista que lhe entregasse um menino. Elsa teria apontado Michel, que na época morava com uma tia, vizinha da esteticista.

O garoto então foi sacrificado em um ritual de magia negra coordenado por Willian com o objetivo de resolver os problemas amorosos dela. Raptado, o menino foi amordaçado e passou, entre outras crueldades, por espancamento, retirada de três dentes, amputação de todos os dedos das mãos para, ao final, ser decapitado.

O corpo foi encontrado 13 dias depois, no dia 8 de abril de 1989, pela polícia, enterrado em uma cova rasa próxima ao terreiro de candomblé. A defesa dos réus tentou alegar que o Ministério Público não teria apresentado provas contra o pai de santo e a esteticista.

Para o promotor do caso, Milton Marcolino, a sentença foi justa. "A Justiça atendeu a todos os pedidos feitos pelo MP". Os outros acusados de participação no crime, Alexandre dos Santos Silva Neto e a faxineira Eva dos Santos Marinho morreram antes de serem julgados.

Fonte: UOL

sexta-feira, 23 de novembro de 2012


DOMINGO, 18 DE NOVEMBRO DE 2012

É impossível livrar poder público da presença da religião, diz jornalista

Título original: O nome de Deus

por Hélio Schwartsman para Folha
"'Deus seja louvado' no real não
causa aborrecimento grave"

Num ponto eu e a CNBB estamos de acordo: há coisas mais essenciais com as quais se preocupar do que o dito "Deus seja louvado" nas cédulas de real. Ainda assim, vejo com simpatia o pedido do Ministério Público para que a expressão seja retirada das notas.

Sou ateu, mas convivo bem com diferenças. Se a religião torna um sujeito feliz, minha recomendação para ele é que se entregue de corpo e alma. O mesmo vale para quem curte esportes, meditação e literatura. Cada qual deve procurar aquilo que o satisfaz, seja no plano físico ou espiritual. Desde que a busca não cause mal a terceiros, tudo é permitido.

Isso dito, esclareço que não acompanho inteiramente a tese do procurador Jefferson Aparecido Dias de que o "Deus seja louvado" constrange os que cultuam outras divindades ou não creem. Em teoria, isso pode ocorrer, mas, convenhamos, não é um aborrecimento tão grave que coloque em risco a liberdade religiosa ou estorve a vida em sociedade.

Vou além. Embora o laicismo preconize uma separação radical entre Estado e Igreja, na prática, é impossível desligar inteiramente o poder público de elementos religiosos. Não me incomoda, por exemplo, que o governo paulista mantenha o Museu de Arte Sacra ou que financie uma orquestra que executa peças religiosas.

Penso que o "Deus seja louvado" deveria ser retirado por uma razão mais prosaica: cédulas, bem como as paredes de tribunais, não são um lugar adequado para manifestar a adesão a crenças religiosas. Ainda que a maioria da população professe alguma forma de cristianismo, não marcamos o nome de Deus em todos os bens públicos, como se vê pelas placas de trânsito, viaturas policiais etc. E as notas estão mais próximas dessa categoria do que dos museus.

O que me surpreende nessa história é o fato de religiosos não serem os primeiros a protestar pela inclusão do nome de Deus em algo tão profano e mal-afamado como o dinheiro.


Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2012/11/eh-impossivel-desligar-totalmente-poder-publico-de-elementos-religiosos.html#ixzz2D5IjNQ5x
Paulopes informa que reprodução deste texto só poderá ser feita com o CRÉDITO e LINK da origem. 

 
 

Procurador é ameaçado após pedido para retirar expressão em cédulas

19 de novembro de 2012  08h09  atualizado às 18h30
Procurador Jefferson Dias SP revela ameaças de morte após ação que pede o fim da expressão Deus seja louvado nas cédulas de Real. Foto: Talita Zaparolli/Especial para Terra
Procurador Jefferson Dias SP revela ameaças de morte após ação que pede o fim da expressão "Deus seja louvado" nas cédulas de Real
Foto: Talita Zaparolli/Especial para Terra
TALITA ZAPAROLLI
Direto de Marília
Procurador da República há 16 anos em Marília, interior de São Paulo, Jefferson Aparecido Dias foi destaque na mídia nacional e internacional após uma ação contra o Banco Central exigindo a retirada da expressão "Deus seja louvado" das cédulas de Real. Ele também é autor de outras ações polêmicas, como uma ajuizada em 2009 que pedia a retirada de símbolos religiosos que estivessem expostos em repartições públicas federais. O argumento proposto era o de que, apesar de ter uma população majoritariamente cristã, o Brasil é um País laico e, por isso, não poderia haver vinculação entre o poder público e qualquer igreja ou crença religiosa.
Em outra ação judicial, desta vez contra a prefeitura de Marília, Dias exigia que a cor da bandeira do município, adotada há quase três décadas, voltasse a ter a cor vermelha. Na época, o então prefeito Mário Bulgarelli, alegou que a mudança ocorreu em razão da cor do uniforme do time de futebol da cidade, o Mac (Marília Atlético Clube) e pelo fato dos prédios públicos municipais ostentarem a cor azul. Para Dias, a mudança lesava o patrimônio cultural da cidade, além do que, a população não havia sido consultada sobre a alteração. O pedido foi aceito pela Justiça e houve a troca do azul pelo vermelho.
O procurador moveu ainda duas ações contra uma das maiores emissora de TV do País. Em uma delas, a exigência era para que a emissora explicasse, durante um reality show, as formas de transmissão do HIV. A medida foi tomada depois que um participante do programa disse que heterossexuais não contraíam aids. Já na outra, Dias ajuizou uma ação civil pública para que cenas que pudessem estar relacionadas a crimes não fossem exibidas. A ação foi motivada depois que a emissora exibiu imagens de um suposto estupro ocorrido no mesmo programa.
Além de ocupar o cargo de procurador da República em Marília, no interior de São Paulo, Jefferson Dias também responde pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), com sede na capital. O mandato à frente da PRDC é de dois anos, podendo haver reeleição. Ele encerra quatro anos no comando da procuradoria no início de 2013. A escolha do sucessor será feita mediante eleições internas.
Em entrevista exclusiva ao Terra, ele fala sobre os motivos que o levaram a propor a ação, se diz católico e revela que vem sofrendo ameaças de morte.
Como surgiu essa ação?
Jefferson Dias - 
Uma pessoa ateia entrou com uma representação na PRDC questionando a existência do "Deus seja louvado". Na procuradoria, as queixas são distribuídas e, dependendo da temática, vai para a PRDC. Toda essa temática de liberdade religiosa vai para a PRDC e aí eu passo a investigar. A reclamação era só no aspecto de laicidade do Estado, um estado laico. E aí nós constatamos também que não tem uma lei autorizando, que era um pedido pessoal do ex-presidente da República num primeiro caso e, depois, um pedido pessoal do ministro da Fazenda. Então aí a ação é proposta sob dois aspectos: violação da legalidade e violação do princípio da laicidade do Estado.
A pessoa que entrou com a representação se sentia incomodada com a expressão?
Jefferson Dias - 
Ela relata que se sentia afetada na sua liberdade religiosa pelo fato dela não crer em Deus e ter que conviver com a manifestação estatal de predileção por uma religião. Se chegar uma representação pra mim, independente de qual for a temática, eu sou obrigado a investigá-la. É uma obrigação legal minha.
A substituição das cédulas vai gerar despesas ao Banco Central?
Jefferson Dias - 
Não vai gerar nenhum gasto. As cédulas vão se danificando e vão sendo substituídas gradativamente. Ela tem um tempo de vida útil e aí ela acaba se deteriorando e sendo substituída. Na ação nós pedimos que, nessa substituição de cédulas, elas sejam trocadas sem a expressão. Nem que demore 10, 15 ou 20 anos. Mas acredito que demore menos.
Um ateu entrou com a representação por se sentir ofendido, mas fato de retirar a expressão "Deus seja louvado" das cédulas não vai ofender uma população 64% católica, além das demais religiões cristãs?
Jefferson Dias - 
O Estado não pode manifestar predileção religiosa. O Brasil optou em 1890 por ser um estado laico. O mais grave que um eventual sentimento dos católicos, é o fato de ser ilegal. Por exemplo, eu não gosto de pagar impostos, então não quero pagar impostos, mas é ilegal. Mesmo sendo católico, eu ouso discordar um pouco. Porque, se você for estudar a Bíblia, Jesus nunca teve uma posição materialista. Jesus disse que, quando lhe é perguntado se ele deveria dar dinheiro, pagar imposto a César, ele fala "A César o que é de César, a Cristo o que é de Cristo". Quando ele encontra vendedores no templo, ele os expulsa de lá dizendo que "A casa do Senhor não é casa de comércio". Perguntado sobre o rico, ele fala que "seria mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha do que um rico entrar no reino dos céus". Então, em nenhum momento Jesus deu a atender, para quem é cristão, que o dinheiro deveria trazer o nome dele ou o nome de Deus. Acho que é uma inversão de valores.
Com tantas injustiças e violência, essa não seria uma forma de ressaltar certa religiosidade, pregar o cristianismo?
Jefferson Dias - 
Mas essa é uma injustiça e uma violência. Eu estou sendo ameaçado por causa dessa ação, por cristãos. Recebi alguns emails com ameaças, em nome de Deus.
Ameaças em que sentido?
Jefferson Dias - 
De que vão me matar. A religião é usada para violação de direitos humanos também. Acho um pouco de hipocrisia do religioso que usa um discurso, mas não usa uma prática condizente. Eu tenho uma religiosidade, a minha, mas acho que o Estado não pode ter religiosidade. Cada cidadão tem direito de optar pela sua.
O senhor já foi abordado na rua, questionado sobre essa a ação?
Jefferson Dias - 
Na sexta-feira, em um jantar, fui bastante abordado. Mas para ser elogiado pela iniciativa. As pessoas me questionam mais pelo Twitter.
O senhor responde aos comentários?
Jefferson Dias - 
Em alguns casos eu respondo. Só não quando a pessoa falta com a educação porque a abordagem está sendo agressiva, desrespeitosa.
O senhor poderia divulgar o seu endereço no Twitter?
Jefferson Dias - 
Claro, é @jeffdiasmpf.
Qual a posição do senhor com relação à crítica do ex-presidente e presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) que disse "eu acho que isso é uma falta do que fazer"?
Jefferson Dias - 
Eu acho que as pessoas não se dão ao trabalho de pesquisar sobre o trabalho da PRDC. Só nos últimos seis meses, por exemplo, nós fizemos um acordo com o INSS (Instituto Nacional da Seguridade Social) em uma ação nossa, que é o maior acordo da história do instituto. Em torno de 3 milhões de pessoas serão beneficiadas e R$ 15 bilhões. Nós conseguimos obrigar o governo federal a fornecer remédios para o AVC (acidente vascular cerebral), em abril desse ano. Temos uma ação contra a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para que ela obrigue as empresas aéreas a transportar cadeiras de rodas sem custo, porque ela cobra. Na página da Procuradoria nós temos relatórios semestrais. Há uma PRDC por Estado e nós somos a que mais tem demanda, a que mais tem ações, a que mais produz. Então eu estou um pouco acostumado. Se eu entro com uma ação defendendo portadores de necessidades especiais, falam que eu não tenho o que fazer. Se eu entro com uma ação defendendo homossexuais, falam que eu não tenho o que fazer. Então, isso é desculpa de quem se sente incomodado com alguma das nossas medidas. Sempre as pessoas acham que o outro problema é mais importante.
O senhor foi procurado por algum representante do Banco Central, do governo federal ou até mesmo por algum religioso para que a ação fosse retirada?
Jefferson Dias - 
Até o momento não.
Na moeda americana, o dólar, também há a expressão religiosa "In God we trust" (Nós confiamos em Deus) e também uma em latim "annuit coeptis" (Deus ajudou na nossa empreitada). O senhor é contra essas manifestações?
Jefferson Dias - 
A história do dólar é um pouco diferente. Essas expressões foram colocadas no dólar em 1.776 pelos maçons porque eles ajudaram na independência do País. Existe toda uma história. Mas no Brasil foi mandado colocar pelo ex-presidente José Sarney em 1986. Não tem história nenhuma. E da forma como está hoje, um presidente poderia mandar colocar "Vai Corinthians", por exemplo. E se a maioria entender que é para colocar essa expressão? Aí o restante vai ter que aceitar? Pelo discurso do Banco Central, poderia colocar isso.
Então se quisermos escrever alguma outra expressão nas cédulas, como "Pague seus impostos em dia", por exemplo, poderia?
Jefferson Dias - 
Pela tese do Banco Central, sim. Segundo o governo federal, pode ser colocada a mensagem que quiser. E é contra isso que eu estou lutando.
Por se tratar de uma ação demorada, sua saída da PRDC (no início de 2013 devido ao término do mandato) enfraqueceria esse pedido?
Jefferson Dias - 
Em tese não. Mas pode ser que haja alguma decisão e ninguém recorra. Não tem como prever o que vai acontecer. Principalmente porque, em tese, é uma ação que pode ser levada até o Supremo Tribunal Federal. E as decisões do Supremo são bem interessantes. O ministro Marco Aurélio Mello quando foi julgar o caso do aborto de anencéfalos, no voto dele, ele fala muito sobre as cédulas. Ele já fala que ele acha que deveria ser retirada a expressão. Tanto que a ação foi baseada muito no voto dele também. Inclusive, ele conseguiu dados que o Banco Central se recusava a me informar. Porque o BC foi muito reticente em me dar informações sobre por que havia sido incluído, quem mandou, e quem conseguiu foi ele.
O Banco Central dificultou de alguma forma?
Jefferson Dias - 
O Banco Central dificultou sim a obtenção de informações, acho que, já desconfiado de que ia ter alguma medida judicial. Num primeiro momento ele respondeu única e exclusivamente que a expressão foi incluída porque estava no preâmbulo da constituição, só. Aí depois que o ministro Marco Aurélio descobriu tudo e colocou no voto dele, aí sim o Banco Central começou a reconhecer que não era bem assim, que existiam pedidos pessoais.
Mas a expressão usada no preâmbulo da Constituição não é feita em nome de Deus?
Jefferson Dias - 
Sim, é outra. Inclusive o Supremo já decidiu que a palavra Deus no preâmbulo não tem força normativa, não gera efeitos jurídicos. Pessoalmente, acho que estamos abstraindo um problema de sentimentos pessoais. Acho que é inevitável. O Brasil, mais cedo ou mais tarde, vai ter que fazer essa separação efetiva entre Estado e governo. O interessante é que a própria Igreja Católica tem documentos dirigidos aos países muçulmanos. Quando diz respeito a países muçulmanos, a Igreja Católica defende a separação de Estado da igreja. Mas quando é do lado dela, ela defende outra coisa.
Essas expressões não são utilizadas apenas pela Igreja Católica, mas por outras igrejas cristãs também.
Jefferson Dias - 
Mas tudo indica que foi incluída pela Igreja Católica. Além de ser uma expressão que não vai incorporar os politeístas e os ateus. Vamos supor que o próximo presidente da República seja ateu e ele queria escrever "Deus não existe". Pela regra que eles falam, poderia.
Como senhor avalia as decisões tomadas pelo Supremo, já que o citou, diante de temas polêmicos como o aborto de anencéfalos, o uso de células tronco e a união homoafetiva?
Jefferson Dias - 
O Supremo está decidindo juridicamente e não de acordo com religião. Acho isso importante. São decisões acertadas que debatem a partir de preceitos legais, funcionais, e acho que é o caminho. Esses são os grandes temas discutidos hoje em que os argumentos não são jurídicos, são religiosos. Esse desejo da Igreja Católica de continuar pautando decisões a partir de visões religiosas e não legais, acho que não tem mais espaço. Superamos essa fase. Muitas pessoas vão ficar incomodadas, mas acho que é um preço muito pequeno a se pagar pela democracia.
Especial para Terra

sexta-feira, 16 de novembro de 2012



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Justiça condena falso 'pai de santo' a cinco anos de prisão

Notícia publicada em 14/11/2012 13:52
O juiz Vinícius Marcondes de Araújo, da 27ª Vara Criminal da Capital, condenou Edmar Santos de Araújo, o pai Bruno de Ogum, e Alex Alberto, seu ajudante, às penas de cinco anos e quatro meses de reclusão e de quatro anos e dez meses de reclusão, respectivamente, ambos em regime semiaberto. Os réus foram presos em flagrante ao extorquirem e ameaçarem um homem, no Leblon, Zona Sul, com a promessa de trazer a pessoa amada em três horas mediante pagamentos em espécie.
 De acordo com a vítima, Edmar, com o auxílio de mais duas mulheres e Alex, começaram a exigir, através de contato telefônico, o pagamento de novas quantias para que o trabalho de feitiçaria fosse terminado. Contudo, a vítima, desconfiada de que se tratava de um golpe, se negou a efetuar novos pagamentos, o que levou Edmar a ameaçá-lo caso não efetuasse os pagamentos.
 Em sua defesa, o réu Alex alegou que somente cumpriu com o seu trabalho de motoboy. Já Edmar alegou que não há estelionato na conduta daquele que oferece providência espiritual, por ser um tema atinente à fé, constitucionalmente assegurado.
 Para o magistrado, a conduta dos réus deixa clara a demonstração de má fé e do dolo de estelionato e extorção. Afirmou que se explora a ingenuidade, a fragilidade e a boa fé alheia por cobiça financeira. “Da prova colhida não resta a menor controvérsia sobre a existência do fato de que o acusado Edmar - “pai Bruno” - oferecia o trabalho espiritual atinente a trazer a pessoa amada em 3 horas, invocando a intervenção do Diabo. Outrossim, o próprio conteúdo da obrigação “trazer a pessoa amada em 3 horas (não são nem os tradicionais 3 dias vistos em cartazes por aí)” corrobora a convicção de que o objetivo de pai Bruno era enganar, o que se afere in re ipsa. Se assim fosse, musas e atores famosos badalados pela mídia estariam perdidos, diante da legião de fãs que dizem amá-los. Os trariam em 3 horas. Isso não é razoável ou factível”, disse.
 Quanto à alegação do réu Edmar, o juiz Vinícius Marcondes observou que: “À Constituição da República interessa a tolerância religiosa, como legítimo exercício da autonomia da vontade, da autodeterminação, sendo que, contudo, tal expressão venha a se chocar com outros valores caros à Carta Maior, ínsito que a liberdade religiosa não pode servir para que se “acoberte práticas ilícitas”.
 Nº do processo: 0222375-86.2012.8.19.0001

terça-feira, 13 de novembro de 2012


Evangélicos se negam a fazer projeto sobre cultura africana

09 Nov 2012 . 20:16 h . Sérgio Victor . portal@d24am.com
Professores e alunos de uma escola estadual rejeitaram apresentar trabalhos sobre cultura africana durante Projeto Interdisciplinar e alegaram discriminação contra religião evangélica.

[ i ]
Manaus - Um grupo de 14 alunos do 2º e 3º ano do ensino médio se recusou a apresentar uma feira sobre cultura africana na Escola Estadual Senador João Bosco de Ramos Lima, na Avenida Noel Nutels, zona norte de Manaus. Os estudantes se sentiram ofendidos com os estudos propostos e queriam apresentar o trabalho com outro objetivo: As missões evangélicas na África.

Os professores não aceitaram o tema e os estudantes montaram sua barraca na frente da escola sem o consentimento dos educadores. "O que eles queriam apresentar fugia totalmente do tema e eles acabaram montando a tenda fora da escola, no sol. Depois de conversarmos eles foram para o pátio, mas o trabalho não podia ser avaliado porque não tinha a ver com a feira", disse o coordenador adjunto da escola Raimundo Cleocir.

O caso gerou a revolta nos pais, que foram para escola tentar saber o motivo das notas baixas que os filhos iriam receber. Os estudantes alegaram discriminação contra a religião evangélica e, ao saberem do caso, militantes dos direitos humanos avisaram as entidades respectivas.

A escola realizou uma reunião entre os professores, pais e alunos para explicar o ocorrido com a participação de representantes dos Direitos Humanos, Movimento Religioso de Matriz Africanas, Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Marcha Mundial das Mulheres.

Como representante do Conselho dos Direitos Humanos, Rosaly Pinheiro mediou a reunião. "Fomos convocados para mediar a reunião, pois é um assunto muito delicado e é preciso articular com as pessoas o argumento de que vivemos numa democracia, e todos tem liberdade de expressão", declarou.

Jefferson Carlos, um dos alunos, explicou as razões de sua equipe não concordar com o tema. "Tivemos que ler um livro chamado Jubiabá do Jorge Amado, onde um garoto tem amizade com um pai de santo. Eu achei muito estranho isso porque teríamos que relatar essa história no trabalho. Queríamos apresentar de outro modo, sem falar sobre isso".

Mãe de uma das alunas, Wanderléa Noronha, contou estar decepcionada. "A discriminação aconteceu conosco. Minha filha não quis apresentar o tema e sofreu bullyng pelo os outros alunos. Por que não pode haver espaço para a religião evangélica na feira?", indagou.

O pastor Marcos Freitas do Ministério Cooperadores de Cristo, do qual os alunos fazem parte, não gostou da literatura que foi estudada nos trabalhos. "Tinha homossexualismo no meio, eles querem que os alunos engulam isso?", disse.

Leis 10.635 e 11.645

Luiz Fernando Costa, que faz parte do corpo docente da escola e também é Presidente do Movimento Negro no Amazonas, destacou na reunião que a escola seguia as diretrizes da lei federal 10.635 e 11.4645 que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena nas escolas.

"Todo este tema está no currículo da escola, a discussão é sobre ensino das culturas e não sobre a religião" afirmou.

Raimunda Nonata Corrêa, dirigente da Coordenação Amazonense das Religiões de Matriz Africana (Carma), concordou que também a religião não era o foco do debate. "A escola não é espaço de disputa religioso, mas sim para qualificar um aluno com cidadão brasileiro, num país que é plural"

Direção

A diretora da escola, Isabel Costa, disse nunca ter visto isso nos sete anos que o Projeto Interdisciplinar aconteceu. "Eu fiquei muito abalada com o tamanho da confusão que se deu", contou.

Ainda segundo Isabel, uma reunião com o Secretaria de Estado de Educação (Seduc) acontecerá semana que vem para decidir as notas dos alunos.

Feira Cultural

A 8ª Feira Cultural faz parte do Projeto Interdisciplinar de Preservação da Identidade Étnico Cultural da escola, que tem como objetivo o ensino da contribuição das diversas culturas para a formação da identidade brasileira.

A programação, que começou na segunda feira (7), incluía exposição de trabalhos sobre autores que pautavam a diversidade étnica como José de Alencar, Jorge Amado, Castro Alves, entre outros. O término da feira aconteceu nessa quarta-feira (9).

segunda-feira, 5 de novembro de 2012


Eleições 2012 nos EUA

Imagem 10/672: O feiticeiro John Dimo (à dir.) prevê a vitória do presidente Barack Obama nas eleições americanas usando ossos, conchas e outros artefatos tradicionais, na vila de Kogelo, no Quênia, nesta segunda-feira (5). O pai de Obama nasceu no local Ben Curtis/AP

31/10/2012 - 11h40 / Atualizada 31/10/2012 - 12h16

PF prende suspeitos de criar igreja para desviar R$ 400 milhões

Do UOL, em São Paulo

  • Um dos acusados colecionava carros antigos
    Um dos acusados colecionava carros antigos


A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira (31) uma operação para prender suspeitos de utilizarem uma igreja de fachada para cometer crimes contra o sistema financeiro, lavar dinheiro e sonegar impostos. Foram cumpridos seis mandados de prisão e 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Atibaia e Valinhos, todas no Estado de São Paulo.
Segundo a PF, os acusados foram descobertos pela grande movimentação financeira da pequena igreja que criaram, que chegou a quase R$ 400 milhões.
Segundo estimativas realizadas durante as investigações, o prejuízo total à União e ao Estado de São Paulo, pelo não recolhimento dos tributos devidos e pelas fraudes detectadas passam de R$ 150 milhões ao ano.
"Constatou-se que se tratava de uma empresa que jamais teve existência física e que a associação religiosa foi criada por gozar de imunidade tributária, o que, diminuiria as probabilidades de fiscalização, na visão dos integrantes do grupo", disse a PF em nota.

Estratégias diferentes

A PF afirma que durante as investigações que os acusados utilizavam duas estratégias para sonegar impostos.
"No primeiro, empresas de fachada eram criadas para que atuassem ficticiamente, recebendo recursos de empresas reais e depois remetendo os valores para o exterior por meio de “doleiros”, ou seja, de maneira ilegal. Essas empresas de fachada eram utilizadas por um período curto para melhor desviar a atenção da fiscalização. No segundo modo de atuação, o grupo atuava para empresas devedoras do fisco estadual, que já haviam sido autuadas ou que haviam tido seus recursos administrativos julgados improcedentes. Eles contavam com a colaboração de servidores públicos vinculados à área tributária, que atuariam principalmente no 'desaparecimento de procedimentos fiscais”, afirma a PF.
Enquanto os processos eram fisicamente subtraídos das instalações da repartição pública, de acordo com as investigações da Polícia, havia também o apagamento dos registros nos sistemas de informática. A investigação aponta que eles eram levados em partes, escondidos em bolsas ou mochilas.
"Ao final, eram entregues aos chefes da quadrilha, que os entregavam para os empresários envolvidos. Há evidências de que cada procedimento continha valores de multas fiscais que variam entre R$ 1 milhão e R$ 35 milhões".
Os investigados responderão pelos crimes contra o sistema financeiro, subtração de processos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, formação e quadrilha, falsidade ideológica e sonegação fiscal, cujas penas somadas podem chegar a 28 anos de prisão.