sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

ADVOGADO CRIMINALISTA DO JÚRI DR. JOÃO BATISTA MARTINS DE SOUZA –OAB/RJ. 59615.
ACIDENTE DE TRÂNSITO E DO TRABALHO
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REGENCIA DO ANO DE 2019 - OGUM NANÃ E O ODU EJILAXEBORÁ.
Por João Batista de Ayrá- Babalorixá, Advogado e Jornalista, do Tambor de Mina Jêge Nagô do Maranhão, Catimbozeiro, Feiticeiro, Quimbandeiro, Quiumbadeiro, Nagozeiro e Pagé.



O ano de 2019 terá a regência do Orixá Ogum e do Orixá Nanã, responsáveis pela renovação de tudo que a natureza nos oferece, e que dela podemos extrair, sendo a natureza a fonte de toda a riqueza, existente na terra, teremos a obrigação, e o dever legal de dela cuidarmos e pleitear para que, ela nos seja mãe, e não madrasta.

Nanã um dia junto com Omolu, conta a diáspora africana, que juntando o barro, tomou de um pouco de mesmo e tentou formar o ser humano, mas o barro se lhe apresentou inconsistente, por falta de humidade, e juntos tomaram da aridez do barro e a água, emanada de Nanã, juntos tentaram moldar o ser humano, assim, o conseguiram, porém, faltava o elemento água, que somente poderia vir da natureza do poder de emanar, e de todas as Yabás com ligação com os rios, com as   cachoeiras, lagos, chuvas torrenciais e, garoas,  finas e grossas, e das águas das pororocas, a junção das águas dos rios com a águas do mar.

Mas faltava um elemento maior, o sopro da vida, que somente poderia ser dado por nosso grande Pai Olodumare, pois somente ele assim como no velho testamento, ele representa a primeira e última palavra grega “o alfa e o ômega”, ou seja, o princípio e o fim, de forma que o Deus que nos sopra o ar para podermos viver, e nos tira este mesmo ar, quando chega o sublime momento da nossa passagem para o Orum (Céu), ou algum outro local por ele escolhido.

E desta forma, foi formado o ser humano com todas as suas vicissitudes, bondades, e amores, sentimentos angelicais, demoníacos, vingativos, de desprendimento em prol do nosso semelhante  ou contra ele, desde que que sejamos vítimas, mas nos dando a graça sempre do perdão.

Esperamos da grande Mãe Nanã, a sua benevolência e amor, para que tenhamos, nesta segunda metade do ano, o resgate, o início, da paz e da benevolência e das prosperidades e a graça de ter a nossa saúde  resgatada, conforme o merecimento  de cada um.

Na primeira metade do ano a regência será do grande Ogum, que virá com  seus resgates, que por ser o executor, o senhor dos caminhos, o punidor dos malfeitores, virá distribuindo e executando as sentença estipuladas pelo grande Rei Xangô, que no ano que se finda, baixou seus decretos condenatórios junto com a Orixá Yansã, que com sua espada e, seus raios e belicosidade, ajuda o grande rei a cumprir a sua missão distributiva da justiça.

Haja vista, a grande revolta de justiça praticada pelo Rei Xangô, que condenou  e puniu muitos malfeitores, cabendo agora, a Ogum juntamente com Exu que é o grande caçador, haverão de dar prosseguimento do cumprimento das sentenças proferidas no ano que se finda pelo grande Rei Xangô.

Ogum, por ser o caminho, o dono do ferro (regente do ferro e do aço), estará ligado ainda à prisão, à soltura, as decisões nos tribunais de primeira, segunda e terceira instância, prendendo quem deverá ser preso e libertando que deverá ser solto.

A violência estará em alta, mas se fará necessária para o verdadeiro cumprimento da justiça. De forma, que deveremos estar antenados com os princípios de Ogum, sejamos dele ”omorixás” (FILHOS) ou não, devemos ter o dever legal de agirmos de acordo com seus postulados, de justiça e de cumpridor desta.

Ogum, ainda nos trará muitas vitórias no campo das criatividades que envolvam o ferro, haverá muitos avanços nas melhorias das energias elétricas, pois aqui Ogum estará junto com Yansã, que rege os raios e as tempestades, e estará propícia a nos fornecer maiores confortos através da expansão da sua regência da sua força elétrica.

A indústria automobilística tem tudo para dar uma alavancada rumo a dias melhores.
Um ponto que pode se tornar algo negativo, será a facilidade da população ter o poder de poder se armar para fazer frente à violência, pois tal atitude governamental, poderá se tornar uma faca de  dois gumes, para todo o povo, em face da sua fragilidade junto ao crime organizado. Devemos ter muito cuidado com essa nova situação.

Os presídios ainda continuaram superlotados, e quem estiver no regime prisional, continuaram tentando de lá evadir-se a qualquer custo, refregas (contendas continuarão acontecendo dos dois lados).

É a belicosidade de Ogum, que também vê tanto um lado quanto o outro.
Na economia, esta, ainda andará a passos pequenos, em face dos buracos econômicos deixados no passado pela malversação do dinheiro público.

O grande problema será o novo governo encontrar a fonte para tapar os buracos que restaram do passado, para encontrar subsídios para novos projetos, para tirar a população brasileira deste buraco enorme de desemprego e miséria em que se encontra para um sol nascente e um poente melhor, nas suas contas e necessidades.

Ogum estará laborando neste sentido, com coerência e determinação.

Em suma, todos estaremos sendo regidos por todos os Orixás, pois a natureza de todos eles prescindem,  de cada um dar a sua contribuição, para formarmos um todo uno e indivisível.

Teremos ainda a regência do ODU EJILAXEBORÁ, que é o Odu de Xangô e de seus doze ministros, em que seis decidirão a favor e outros seis decidirão contra, significa, que quem tem papeis (processos-pendengas judiciais), ainda estarão, sujeitos a resolução.
Que tenhamos no geral um ano bom e próspero e que Ogum, Nanã, e Ejilaxeborá nos protejam rumo a dias melhores.
AXÉ!

terça-feira, 18 de dezembro de 2018



segunda-feira, 17 de dezembro de 2018






JOÃO BATISTA DE AYRÁ
VAMOS MELHORAR DE VIDA ATRAVÉS DA MAGIA E DE FEITIÇOS
Os tempos estão muito difíceis, desemprego, desapego de pessoas queridas, todos os seguimentos religiosos, evangélicos, espíritas, católicos oferecem caminhos, porém, somente o candomblé, com as suas quiumbandas, quimbandas, candomblé de caboclo e xambá entre outras magias, é que está preparado para dar uma resposta mais rápida  a tantos problemas, tudo através de magia e feitiços, é só nos procurar, e iremos trabalhar com todas as formas de magias para restituí-lo ao seu caminho de prosperidade e progresso, temos em nossas  mãos as mais variadas formas de magias e feitiços  para recolocá-lo nos trilhos, é só querer, venha nos procurar, e o subteremos  a um tratamento de choque espiritual, pois Deus não quer ninguém na miséria ou na míngua, venha ser feliz, temos os mais variados tipos de oráculos jogo de búzios, assistência com Exus Eguns, e outras entidades, não somos os melhores, mas temos caminhos espirituais que muitos não possuem, receitas do tambor de mina jêge nagô e catimbó do Maranhão. É SÓ MARCAR UMA CONSULTA, PELO TEL.(21)99136-4780,E.MAIL:DRJBAYRA@HOTMAIL.COM E O DESENGANO DA VISTA É VER.
AS BRUXAS E BRUXEDOS SEMPRE ESTIVERAM EM NOSSAS VIDAS, VAMOS TIRÁ-LOS!
OBS: ESTE ANÚNCIO É O RESULTADO DE CENTENAS DE PESSOAS QUE NOS INDAGAM SE NÃO FAZEMOS ATENDIMENTO ESPIRITUAL, A RESPOSTA, É QUE DEVIDO AS INÚMERAS ATIVIDADES COMO ADVOGADO E JORNALISTA, QUASE NÃO NOS SOBRA TEMPO PARA ESTES TIPOS DE TRABALHOS, PORÉM, AGORA RESOLVI ARRANJAR UM TEMPO MAIOR, PARA AJUDAR AS PESSOAS, QUE TANTO PRECISAM. É SÓ ME CONTATAREM.

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EBÓ IKÚ (tirar azar, morte, caminhos fechados), EBÓ LONÃ (abertura de caminho), Limpeza astral e espiritual, EBORI (comida a cabeça para restituir o equilíbrio material e espiritual), AMANSSI (sangue verde de ervas na cabeça),OBI D’ÁGUA, EBÓ DE SAÚDE, trabalhos com BABÁ EGUM, tirada de inimigos dos caminhos, firmeza nos trabalhos e negócios, fechamento de corpo contra feitiços e quizilas e muito mais.
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TJ: É POSSÍVEL CRIME DE EXTORSÃO POR AMEAÇA ESPIRITUAL






 A ameaça supersticiosa, isto é, aquela que se refere a uma crendice, simpatia ou macumba (item nº 26).
Recentemente, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, de forma unânime, decidiu, sob relatoria do Ministro Rogerio Schietti Cruz, no REsp 1299021, que a ameaça de emprego de forças espirituais para constranger alguém a entregar dinheiro é apta a caracterizar o crime de extorsão, mesmo que não haja violência física ou outra forma de ameaça. Transcrevo parte da ementa:
[…]
3. A alegação de ineficácia absoluta da grave ameaça de mal espiritual não pode ser acolhida, haja vista que, a teor do enquadramento fático do acórdão, a vítima, em razão de sua livre crença religiosa, acreditou que a recorrente poderia concretizar as intimidações de “acabar com sua vida”, com seu carro e de provocar graves danos aos seus filhos; coagida, realizou o pagamento de indevida vantagem econômica. Tese de violação do art. 158 do CP afastada.
[…]
(REsp 1299021/SP, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, julgado em 14/02/2017, DJe 23/02/2017)
No caso analisado, a vítima teria contratado a acusada para realizar trabalhos espirituais de cura. Posteriormente, a vítima passou a se recusar a dar mais dinheiro pelos serviços, momento em que a acusada teria, segundo a denúncia, exigido 32 mil reais para desfazer “alguma coisa enterrada no cemitério” contra os filhos da vítima. Também teria dito que “agiria em nome de espíritos”. Por esse fato, o STJ considerou a prática do crime previsto no art. 158 do Código Penal.
O relator considerou que para a vítima e boa parte da população brasileira existe a crença na existência de forças espirituais, motivo pelo qual a atitude imputada à ré seria capaz de gerar intimidação.
Essa decisão não significa, obviamente, que qualquer “ameaça espiritual” contra qualquer pessoa constitui ameaça para fins penais. Na verdade, o STJ considerou que, nesse caso concreto, a ameaça espiritual possuía eficácia em razão do fato de a vítima ter pago os valores exigidos mediante constrangimento. O pagamento, que seria mero exaurimento do crime de extorsão (classificado como crime formal), demonstraria que a vítima teria se sentido intimidada.
A ameaça, como crime (art. 147 do Código Penal) ou elemento de outro crime (por exemplo, os arts. 146, 157 e 158 do Código Penal), não pode ser aferida abstratamente, porquanto necessária a sua capacidade de causar temor à vítima.
Assim, a ameaça espiritual, por si só, não causaria temor indistintamente a toda e qualquer pessoa. A controvérsia surge quando se tenta definir qual é o critério utilizado para balizar se há ou não intimidação.
Poder-se-ia adotar, como pretendido pela defesa nesse caso julgado pelo STJ, o critério do “homem médio”, ou seja, uma análise objetiva do que outras pessoas teriam sentido – intimidação ou indiferença – após ouvirem as afirmações que teriam intimidado a vítima. Nesse contexto, não seriam consideradas as crenças da vítima. Ademais, a defesa argumentou que o meio utilizado seria absolutamente ineficaz para a finalidade de concretizar uma ameaçar.
Por outro lado, há quem defenda que deve ser considerada a condição subjetiva da vítima, desconsiderando o critério do “homem médio”. Adotando esse critério, seria evidente que no caso julgado pelo STJ as ameaças espirituais constituiriam ameaça para fins penais, porque a vítima acreditava em forças espirituais, razão pela qual, inclusive, havia procurado a acusada para promover cura espiritual.
De qualquer sorte, trata-se de um tema que merece maior atenção acadêmica, a fim de evitar que sejam adotados critérios distintos (objetivo ou subjetivo) de forma casuística.






Rio inaugura delegacia especializada em combater crimes raciais e de intolerância
Data: 18/12/2018
No evento, a campanha “Liberte Nosso Sagrado” cobrou a devolução de objetos religiosos apreendidos pela polícia
Por Clívia Mesquita, do Brasil de Fato 
Policias estão passando por uma série de capacitações para atender vítimas de crimes como homofobia, racismo e intolerância religiosa / CARL DE SOUZA / AFP
Na última quinta-feira (13) a Polícia Civil inaugurou na Rua do Lavradio, n º155, região central da cidade, a Delegacia Especializada em Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Segundo o delegado titular da unidade, Gilbert Stivanello, os policias estão passando por uma série de capacitações para atender as vítimas de crimes como racismo, xenofobia, intolerância religiosa e homofobia.
No mesmo endereço também funciona a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) e a de Proteção à Criança e ao Adolescente. Estiveram presentes na inauguração representantes do poder legislativo, judiciário, autoridades da área de Segurança Pública e também lideranças de diversas religiões.
A campanha Liberte Nosso Sagrado
“É importante dizer que esses passos vêm de longe e que são mais de 10 anos acompanhando esse movimento que hoje se materializou”, palavras da Mãe Meninazinha de Oxum, grande líder do movimento Liberte Nosso Sagrado.Durante o evento que marcou a inauguração da Delegacia Especializada, representantes da campanha cobraram a devolução de objetos sagrados apreendidos pela polícia quando as religiões de matrizes africanas eram criminalizadas por lei no Brasil.
Jorge Santana, membro da campanha Liberte Nosso Sagrado e um dos diretores do documentário “Nosso Sagrado”, ressaltou a luta de mais de 70 anos para o resgate dos objetos.
“A gente tem como propósito retirar esses objetos de lá porque desde 1945 essas religiões deixaram de ser criminalizadas e os objetos não foram devolvidos aos seus verdadeiros donos que são as lideranças religiosas da umbanda e do candomblé”, explicou.
O filme “Nosso Sagrado” foi mais um desdobramento da campanha e se tornou uma importante plataforma de denúncia do descaso das autoridades para com as religiões de matriz africana no Brasil. O documentário resgatou, a partir de depoimentos de ialorixás e pesquisadores, o histórico de perseguições por parte do Estado. O diretor do filme, Fernando Sousa, destacou o aspecto do racismo religioso presente na postura das instituições.
“A gente discute a importância que esses objetos sagrados têm para a umbanda e o candomblé, e a gravidade deles estarem ainda hoje no Museu da Polícia Civil, do fato de já terem sido classificados como coleção de magia negra e expostos de forma inadequada” , disse.
O documentário, produzido pela Quiprocó Filmes, tem percorrido festivais como o Los Angeles Brazilian Film Festival, onde será apresentado na próxima semana, e feito debates em terreiros e escolas públicas sobre racismo religioso.
Marco Teobaldo, que também participa da campanha pela transferência dos objetos para o Museu da República, apontou a necessidade urgente de cuidado do acervo para evitar a sua completa deterioração.
“No momento, o acervo está sendo vistoriado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo Museu da Polícia, a gente acompanhou algumas das vistorias, o acervo não está em bom estado e realmente precisa ser cuidado da maneira que merece porque é a primeira coleção tombada pelo IPHAN em 1938”, diz o curador do Instituto Pretos Novos.


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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Mãe de santo acusada de matar ogã é absolvida - Parte 3

Zumbi dos Palmares

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Zumbi dos Palmares
Antônio Parreiras - Zumbi 2.jpg
Pintura por Antônio Parreiras.
Conhecido(a) porZumbi, o senhor da guerra[1]
Nascimento1655
Serra da BarrigaCapitania de Pernambuco
Reino de Portugal Brasil Colonial
Morte20 de novembro de 1695 (40 anos)
Serra Dois IrmãosCapitania de Pernambuco
Reino de Portugal Brasil Colonial
CônjugeDandara dos Palmares
Zumbi (Serra da Barriga1655 – Serra Dois Irmãos20 de novembro de 1695), também conhecido como Zumbi dos Palmares,foi uma importante figura guerreira na história brasileira, sendo reconhecido como um dos pioneiros na resistência contra a escravidão. Foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior dos quilombos do período colonial. Zumbi nasceu na então Capitania de Pernambuco, na Serra da Barriga, região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado de Alagoas.

Etimologia

A palavra Zumbi ou Zambi, vem do termo zumbe, do idioma africano quimbundo, e significa fantasmaespectro, alma de pessoa falecida.[2]

Zumbi dos Palmares

Pátio do Carmo, no Recife, capital de Pernambuco, local onde a cabeça de Zumbi dos Palmares ficou exposta até completa decomposição.[3]
Pátio do Carmo (ca. 1863) — Acervo Digital Afro-Brasileiro.
Quilombo dos Palmares, localizado na Capitania de Pernambuco, atual região de União dos PalmaresAlagoas, era uma comunidade, um reino formado por escravos negros que haviam escapado das fazendas, prisões e senzalas brasileiras. Ele ocupava uma área próxima ao tamanho de Portugal. Naquele momento sua população alcançava por volta de trinta mil pessoas.[4]
Zumbi nasceu na Serra da Barriga, Capitania de Pernambuco, atual União dos Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue ao padre missionário português Antônio Melo[1] quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa.
Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco, cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita pelo líder, mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do quilombo de Palmares.
Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por António Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto com vinte guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo de Castro. Em Recife, foi exposta a cabeça em praça pública no Pátio do Carmo, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.[3]
Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco, Caetano de Melo de Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares.

Polêmicas

Monumento ao Zumbi em SalvadorBahia.
Placa da estatua de Zumbi dos Palmares
Alguns autores levantam a possibilidade de que Zumbi não tenha sido o verdadeiro herói do Quilombo dos Palmares e sim Ganga-Zumba"Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniquidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia.[...]"[5]
De acordo com José Murilo de Carvalho, em "Cidadania no Brasil" (pág 48), "os quilombos mantinham relações com a sociedade que os cercavam, e esta sociedade era escravista. No próprio quilombo dos Palmares havia escravos. Não existiam linhas geográficas separando a escravidão da liberdade".
Segundo alguns estudiosos Ganga Zumba teria sido assassinado, e os negros de Palmares elevaram Zumbi a categoria de chefe:
"Depois de feitas as pazes em 1678, os negros mataram o rei Ganga-Zumba, envenenando-o, e Zumbi assumiu o governo e o comando-em-chefe do Quilombo"[6]
Seu governo também teria sido caracterizado pelo despotismo:
"Se algum escravo fugia dos Palmares, eram enviados negros no seu encalço e, se capturado, era executado pela ‘severa justiça’ do quilombo."
"Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e prática da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra."[7]

Escravidão no Quilombo dos Palmares

Apesar de ser vista por alguns movimentos e setores da sociedade como representantes da resistência à escravidão, muitos quilombos contavam com a escravidão internamente. Esta prática levou vários teóricos a interpretarem a prática dos quilombos como um conservadorismo africano, que mantinha as diversas classes sociais existentes na África, incluindo reis, generais e escravos.[8]
Para alguns autores, no entanto, a escravidão nos quilombos em nada se assemelharia à escravidão dos brancos sobre os negros, sendo os escravos considerados como membros das casas dos senhores, aos quais deviam obediência e respeito.[9] Semelhante à escravidão entre brancos, comum na Europa na Alta Idade Média.[10] Para estes autores, a prática da escravidão teria dupla finalidade:[9] aculturar os escravos recém-libertos às práticas do quilombos, que consistiam em trabalho árduo para a subsistência da comunidade, já que muitos dos escravos libertos achavam que não teriam mais que trabalhar, e diferenciar os ex-escravos que chegavam aos quilombos pelos próprios meios (escravos fugidos, que se arriscavam até encontrar um quilombo. Sendo, neste trajeto, perseguidos por animais selvagens e pelos antigos senhores, e ainda, correndo o risco de serem capturados por outros escravistas), daqueles trazidos por incursões de resgates (escravos libertados por quilombolas que iam às fazendas e vilas para libertar escravos).
Por outro lado, outros autores apontam a existência de uma escravidão até mesmo predatória por parte dos habitantes de Palmares, que realizavam incursões nos territórios vizinhos, de onde traziam à força indivíduos para trabalharem como escravos em suas plantações, desenvolvendo assim uma espécie de "escravismo dentro da própria 'república'."[11][12] Escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos também eram capturados e convertidos em cativos dos quilombolas.[13]

Cronologia

Busto de Zumbi dos Palmares em Brasília.
  • Por volta de 1580: negros fugidos do trabalho escravo nos engenhos de açúcar das capitanias de Pernambuco e Bahia no Brasilfundam, na Serra da Barriga, o Quilombo dos Palmares. A população de Palmares em pouco tempo já contava com mais de 3 mil habitantes. As principais funções dos quilombos eram a subsistência e a proteção dos seus habitantes, e eram constantemente atacados por exércitos e milícias.
  • 1630: Começam as invasões holandesas em Pernambuco, o que desorganiza a produção açucareira e facilita as fugas dos escravos. Em 1644, houve uma grande tentativa holandesa de aniquilar o Quilombo de Palmares que, como nas investidas portuguesas anteriores, foi repelida pelas defesas dos quilombolas.
  • 1654: Os holandeses deixam o nordeste brasileiro.
  • 1655: Nasce Zumbi, num dos mocambos de Palmares.
  • 1670: Ganga Zumba, filho da Princesa Aquatune e tio de Zumbi, assume a chefia do quilombo, então com mais de trinta mil habitantes.
  • 1675: Na luta contra os soldados portugueses comandados pelo Sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi revela-se grande guerreiro e organizador militar. Neste ano, a tropa portuguesa comandada pelo Sargento-mor Manuel Lopes, depois de uma batalha sangrenta, ocupa um mocambo com mais de mil choupanas. Depois de uma retirada de cinco meses, os negros contra-atacam, entre eles Zumbi com apenas vinte anos de idade, e após um combate feroz, Manuel Lopes é obrigado a se retirar para Recife. Palmares se estendia então da margem esquerda do São Francisco até o Cabo de Santo Agostinho e tinha mais de duzentos quilômetros de extensão, era uma república com uma rede de onze mocambos, que se assemelhavam as cidades muradas medievais da Europa, mas no lugar das pedras havia paliçadas de madeira. O principal mocambo, o que foi fundado pelo primeiro grupo de escravos foragidos, ficava na Serra da Barriga e levava o nome de Cerca do Macaco. Duas ruas espaçosas com umas 1500 choupanas e uns oito mil habitantes. Amaro, outro mocambo, tem 5 mil. E há outros, como Sucupira, Tabocas, Zumbi, Osenga, Acotirene, Danbrapanga, Sabalangá, Andalaquituche.
  • 1678: A Pedro de Almeida, governador da capitania de Pernambuco, mais interessava a submissão do que a destruição de Palmares, após inúmeros ataques com a destruição e incêndios de mocambos, eles eram reconstruídos, e passou a ser economicamente desinteressante, os habitantes dos mocambos faziam esteiras, vassouras, chapéus, cestos e leques com a palha das palmeiras. E extraiam óleo da noz de palma, as vestimentas eram feitas das cascas de algumas árvores, produziam manteiga de coco, plantavam milho, mandioca, legumes, feijão e cana e comercializavam seus produtos com pequenas povoações vizinhas, de brancos e mestiços. Sendo assim o governador propôs ao chefe Ganga Zumba a paz e a alforria para todos os quilombolas de Palmares. Ganga Zumba aceita, mas Zumbi é contra, não admite que uns negros sejam libertos e outros continuem escravos. Além do mais eles tinham suas próprias Leis e Crenças e teriam que abrir mão de sua cultura.
  • 1680: Zumbi assume o lugar de Ganga Zumba em Palmares e comanda a resistência contra as tropas portuguesas. Ganga Zumba morre assassinado com veneno.
  • 1694: Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo comandam o ataque final contra a Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares e onde Zumbi nasceu, cercada com três paliçadas cada uma defendida por mais de 200 homens armados, após 94 anos de resistência, sucumbiu ao exército português, e embora ferido, Zumbi consegue fugir.
  • 1695, 20 de Novembro: Zumbi, então aos 40 anos, foi traído e denunciado por um antigo companheiro (Antonio Soares), ele é localizado pelo capitão Furtado de Mendonça, preso, tem a cabeça cortada, salgada e levada, ao governador Melo e Castro.[14] Ainda no mesmo ano, D. Pedro II de Portugal premia com cinquenta mil réis o capitão Furtado de Mendonça por "haver morto e cortado a cabeça do negro dos Palmares do Zumbi".[15]

Tributo

Em 1995, a data de sua morte foi adotada como o dia da Consciência Negra. Atualmente, o dia 20 de novembro é celebrado como Dia da Consciência Negra[16]. O dia tem um significado especial para os negros brasileiros que reverenciam Zumbi como o herói que lutou pela liberdade e como um símbolo de liberdade. A data também consta do calendário de santos da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.[17]
Várias referências nas artes fazem tributo a seu nome:

Genealogia

Árvore genealógica de Zumbi, baseada nas informações do site da TV Brasil,[18] em Reginaldo de Souza Santos[19] e em Décio Freitas:[20]
Rei do Congo
Aqualtune
Ganga Zumba
Ganga Zona
Sabina
Zumbi dos Palmares
Dandara
Motumbo
Harmódio
Aristogíton

Referências

  1. ↑ Ir para:a b «Glória e morte dos Palmares». Nova EscolaX (86): 18-23. Agosto de 1995
  2.  Dicionário Kimbundu/Português (ligação inativa)
  3. ↑ Ir para:a b «Afro-descendente recebe medalha». UOL.com.br. Consultado em 7 de março de 2015
  4.  Cronologia do Quilombo dos Palmares
  5.  Martins, José de Souza. Divisões Perigosas, p. 99
  6.  Carneiro, Edison. O Quilombo dos Palmares, Editora Civilização Brasileira, 3a ed., Rio, 1966, p. 35
  7.  idem, p. 27
  8.  Libby, Douglas Cole e Furtado, Júnia Ferreira. Trabalho livre, trabalho escravo: Brasil e Europa, séculos XVIII e XIX. págs. 321-322. Annablume, 2006 - ISBN 8574196274, 9788574196275
  9. ↑ Ir para:a b Landmann, Jorge. Tróia Negra. Mandarim, 1998 - ISBN 8535400931, 9788535400939
  10.  Cornwell, Bernard. O Último Reino. Record, 2006 - ISBN 8501073520, 9788501073525
  11.  Risério, Antonio. A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros. [S.l.]: Editora 34 data = 2007. p. 406. ISBN 8573263857, 9788573263855
  12.  Berger, Marc (2007). O Quilombo - Forma de Resistência Histórica dos Escravos. [S.l.]: GRIN Verlag. p. 11. ISBN 3638943577, 9783638943574
  13.  Martins, José de Souza, professor titular de Sociologia da Faculdade de Filosofia da Universidade de São PauloO Estado de S. Paulo, 19 de novembro de 2006. Citado em Mendonça, Armando. 'Vi Li Ouvi VI, p. 71. Thesaurus Editora, 2008. ISBN 8570627610, 9788570627612.
  14.  Zumbi dos Palmares, O Guerreiro da Liberdade. Grandes Personagens da História do Brasil. Museu da Cruzada.
  15.  "Da invisibilidade à afirmação". Número 27, janeiro/março de 2000. Revista do Legislativo.
  16.  [1] Lei 12.519, de 10 de novembro de 2011
  17.  "Normas para o Ano Cristão". Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. 27 de novembro 2014. Disponível em: [2]. Página visitada em 20 de julho de 2015.
  18.  Aqualtune, Semana da Consciência Negra
  19.  Reginaldo de Souza SantosDamas Negras, citado no site Geledés Instituto da Mulher Negra
  20.  Décio Freitas, Palmares - A Guerra dos Escravos, Edições Graal, 1982

Bibliografia

  • CARNEIRO,Edison.O Quilombo dos Palmares, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 3a ed., 1966, p. 35
  • FONSECA Júnior, EduardoZumbi dos Palmares, A História do Brasil que não foi Contada. Rio de Janeiro: Soc. Yorubana Teológica de Cultura Afro-Brasileira, 1988. 465 p.
  • FREITAS, DécioPalmares, a guerra dos escravos. Porto Alegre: Movimento,1973.
  • LEAL, I.S. & LEAL, A. (1988). O menino de palmares. Coleção "Jovem do Mundo Todo". Editora Brasiliense. 18ª Edição.
  • MARTINS Souza, José.Divisões Perigosas: Políticas Raciais no Brasil Contemporâneo.Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira,2007 p. 99
  • SANTOS, Joel Rufino dos. (1988). Zumbi. Projeto Passo à Frente - Coleção Biografias.Editora Moderna.
  • SCISÍNIO, Alaôr Eduardo. Dicionário da escravidão. Rio de Janeiro: Léo Christiano, 1997.
  • VAINFAS, Ronaldo (org.). Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000