terça-feira, 31 de julho de 2012


31/07/2012 11h56 - Atualizado em 31/07/2012 12h47

'Achava impossível mudar', diz ex-travesti que hoje é pastor em MT

Pastor diz ajudar quem quer voltar a ser hétero através de associação.
Para Joide Miranda, homossexualidade pode ser desaprendida.

Pollyana AraújoDo G1 MT
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Joide e Édna estão casados há 14 anos. (Foto: Pollyana Araújo/ G1)Joide e Édna estão casados há 14 anos e tem Pedro, de um ano e 11 meses. (Foto: Pollyana Araújo/ G1)
Acompanhado da mulher e do filho de 1 ano, o pastor evangélico Joide Miranda, de 47 anos, que até os 26 era travesti, afirma que é possível deixar de ser homossexual. A partir de sua experiência pessoal, ele decidiu ajudar quem quer voltar a ser hétero, por meio da Associação Brasileira de ex-Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABexLGBTTs). "A homossexualidade é um vício que, muitas vezes, vem desde a infância. Achava que era impossível mudar, mas é uma conduta que pode ser desaprendida", diz o pastor.
O trabalho da associação vai contra a posição do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que orienta profissionais da área a não colaborar com serviços que ofereçam tratamento e cura para homossexualidade e não reforçem preconceitos sociais já existentes em relação ao tema.
Joide retirou as próteses de silicone dos seios e dos quadris. (Foto: Arquivo pessoal)Joide retirou silicone dos seios e dos quadris após
a conversão. (Foto: Arquivo pessoal)
Joide Miranda, que aos 14 anos assumiu a homossexualidade e agora se diz "completamente restaurado", pontua que o trabalho que desenvolve busca a cura e a mudança a partir da espiritualidade e da experiência de vida dele, embora avalie que a psicologia seria importante nesse processo. "Aqueles que querem deixar o estado da homossexualidade dizem que me veêm como referência", afirma o pastor, que depois da mudança retirou as próteses de silicone dos seios e o silicone industrializado dos quadris.
Ele explica que a entidade, que foi regulamentada em novembro do ano passado, dá suporte emocional a pessoas de vários lugares, inclusive do Japão, Espanha e França. Até hoje, segundo ele, mais de 500 homossexuais o procuraram. O pastor diz que os maiores motivos alegados para querer deixar a homossexualidade são a solidão e a insatisfação. "Fazemos acompanhamento por telefone, mas pretendemos abrir uma casa de apoio, uma espécie de albergue, para podermos auxiliá-los melhor", conta o pastor, que mora em Cuiabá com a família.
Um dos pilares da associação, segundo ele, é a estruturação familiar. Para o pastor, a desordem familiar tem grande parcela de responsabilidade nos casos de homossexualidade. Ele diz alertar os pais durante as palestras que ministra para que se atentem sobre o comportamento dos filhos, de modo que atuem de forma preventiva. "Um dos maiores fatores que contribuem para a homossexualidade são os abusos sexuais e a ausência de limites para as crianças", enfatiza, ao relatar que, aos 6 anos, foi abusado por um vizinho.
Joide morou em vários países, entre eles na França. (Foto: Arquivo pessoal)Joide morou em vários países, entre eles na França
(Foto: Arquivo pessoal)
Além dos próprios homossexuais, Joide diz receber inúmeros telefonemas de mães que não concordam com a orientação sexual dos filhos. Ele diz que muitas delas pedem para conversar com a mãe dele, que, após muita insistência, conseguiu fazer com que ele fosse para a igreja. Antes disso, o ex-travesti morou em vários países, entre eles Itália e França, onde se prostituía.
Ele cita dois casos de ex-gays que teriam se tornado heterossexuais depois de receberem acompanhamento através da associação. Um deles na França, que morava com outro homem e hoje já está casado com uma mulher.
Outro é o caso de um ex-travesti do Maranhão, que colocou silicone até nos lábios e agora é missionário de uma igreja evangélica. "Quando a pessoa resolve mudar, o interior está todo bagunçado e demora algum tempo para mudar completamente, inclusive os trejeitos femininos", explica.
Joide se casou, mas diz que casamento não pode servir de fuga. (Foto: Arquivo pessoal)Joide se casou, mas diz que casamento não pode
servir de fuga. (Foto: Arquivo pessoal)
Casamento
No caso de Joide, a mulher Édna, que hoje o acompanha nas palestras em que dá o seu testemunho, foi quem o ajudou. "Falava para ele que não era para colocar a mão na cintura, nem cruzar as pernas como mulher", disse. Ela, no entanto, faz questão de enfatizar que se casou com um heterossexual e que nunca duvidou da mudança do marido. "Antes achava que gay era sempre gay, mas depois que o conheci mudei esse conceito. Não me importo em falar sobre o passado dele, pois falo de alguém que não existe mais", afirma.
Casada há 14 anos com Joide, Édna conta que os dois eram empresários e deixaram os negócios para ajudar as pessoas que pretendem deixar de ser homossexuais. "Só fazemos isso para que a nossa história possa ajudar outras pessoas". Ela conta que no início do relacionamento enfrentou certo preconceito por parte daqueles que não acreditavam na mudança de Joide.
No entanto, os dois afirmaram que o casamento não pode servir como uma "fuga". Antes de conhecer a mulher, o pastor disse não ter sentido atração por nenhuma outra pessoa do sexo oposto. "Tive tudo que um travesti sonha, como glamour e dinheiro, mas não era feliz. Sentia um vazio muito grande dentro de mim. Era uma vida de hipocrisia", recorda Joide, ao se dizer realizado hoje com a mulher e o filho, que foi adotado porque Édna não conseguia engravidar.
Na visão dele, a homossexualidade está na mente e, por isso, pode ser restaurada."Depois que fui abusado sexualmente, tive a minha heterossexualidade violada", afirma. Ele disse ainda que, quando foi molestado pelo vizinho, teve medo de contar para a família, principalmente ao pai, que era alcoólatra.

quarta-feira, 25 de julho de 2012


Posted 14/07/2012 by washington in Racismo
 

Record ataca religiões afro, novamente

Termo cunhado pelo Teólogo Afro Jayro Pereira de Jesus, Afrotheofobia se refere a discursos e práticas de todo o tipo que discriminem e preconceituam as religiões de matriz africana e afro-brasileiras. As religiões afro foram perseguidas ao longo da história humana devido a uma série de fatores, todos ideológicos. O principal perseguidor, desde sempre, foi o cristianismo tanto direta quanto indiretamente.
O que motiva essa perseguição, penso, é um dos elementos mais importantes dessa religião: o conceito de bem e mal, ou melhor, o seu maniqueísmo. Para os cristãos o bem e o mal são forças distintas que se originam em “seres” distintos. Assim o “bem” tem origem em Javé, enquanto o “mal” tem origem no diabo. Estas ideias teológicas possuem fundamentação em Agostinho de  Hipona, que publicou em 426 o seu “Cidade de Deus”, onde descreve o mundo dividido entre o dos homens (o mundo terreno, sem deus e por consequência à mercê do diabo) e o dos céus (o mundo espiritual, livre do mal e do diabo). A cidade de deus seria aquela que estivesse em plena conformidade com os desígnios desse deus, fundamentado em suas escrituras sagradas. Isto significa que tudo o que não estivesse em conformidade com essas escrituras, pertence ao diabo.
O que surge daí é a Idade Média.
Durante a Idade Média ouve uma grande perseguição à todas as formas religiosas que não estavam em conformidade com a bíblia. Assim as religiões tradicionais europeias foram associadas ao diabo e sua prática foi esmagada pela Igreja.
Hoje vemos algo idêntico.
Recentemente foi ao ar uma matéria jornalística no programa Domingo Espetacular da Rede Record de Televisão, onde o repórter Michael Keller associa assassinatos à práticas religiosas africanas. A matéria é completamente tendenciosa. O mais curioso é ver que o repórter utiliza as mesmas expressões utilizadas pela Santa Inquisição durante a Idade Média para definir as práticas ritualísticas ugandenses.
Na edição de chamada da matéria já demonstra a má-fé dos jornalistas da Record ao falar de crianças assassinadas e mostrar cenas de rituais que, no decorrer da reportagem, percebemos que não tem nada a ver com os fatos.
Já no início da reportagem Keller fala sobre as décadas de atraso econômico do país, mas não diz que é devido à exploração colonial inglesa e seu decorrente abandono após a independência em 1962. Depois afirma o crescimento fantástico que o país está tendo, mas associa isso à supostos rituais que incluiriam assassinatos de crianças.
O termo que usa é “sacrifícios de seres humanos” e não assassinato, ou seja, ele atribui caráter religioso aos assassinatos com a intenção óbvia de desqualificar a religiosidade local. Mas não só isso: ao dizer que para cada prédio existe um assassinato, Keller quer que acreditemos que essas são práticas típicas do país, o que é desmentido em seguida já que aparecem várias notícias em jornais, entrevistas com pais inconformados e fundações que lutam contra o infanticídio. Isto por si só já demonstra que esses assassinatos não são uma expressão cultural ou religiosa, mas sim um fato social que é combatido pela população.
Keller visita templos e sacerdotes numa tentativa débil de relacionar uma coisa à outra. A narrativa que dá sobre as imagens é de pura má fé. Com certeza esse “profissional” matou as aulas de antropologia na faculdade que estudou. Chama os templos de “casas de feitiçaria” e as sacerdotisas de “bruxas” tal qual um inquisidor medieval. Não entende os rituais que presencia, nem busca entendê-los, apenas os descreve segundo seu entendimento pessoal completamente desconectado de seus propósitos teológicos e sociais.
É público e notório que a Record pertence ao Bispo fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo e que as igrejas neopentecostais, mas esta em especial devido ao imenso poder econômico que possui, declararam guerra às religiões de matriz africana. Essa matéria, visivelmente encomendada pela Igreja, é mais uma demonstração da articulação cristã na tentativa de caluniar as religiões de matriz africana. Não é de hoje que somos acusados de assassinos de crianças, mas devido à inexistência de provas a Igreja mandou seus repórteres direto na origem de nossa religião, a África, para, numa tentativa vil, provar que falam a verdade.
É triste ver um veículo concedido por nós cidadãos se dedicar à vilipendiar inescrupulosamente uma cultura exclusivamente para fins próprios. A história está se repetindo. O próximo passo é queimar pessoas em praça pública. Se o caro leitor compactua com isso, se mantenha sentado, mas se não, então junte-se ao movimento pela liberdade religiosa.
Axé.

Posted 12/07/2012 by tprince in Política
 

ONU alerta que racismo pode manchar as Olimpíadas de Londres

Em informe apresentado no início desse mês ao Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra, o relator da Organização das Nações Unidas sobre o Racismo, Mutuma Rutere, afirmou que o racismo é um grande problema nos esportes e pode manchar as Olimpíadas de Londres, caso não seja resolvido urgentemente.
Rutere citou os recentes incidentes ocorridos nos jogos do Campeonato Europeu de Futebol 2012, realizados na Ucrânia e na Polônia, e alertou para o que chamou “cenas de violência e de racismo”, como indícios de que mais deve ser feito para vencer as tendências de discriminação verificadas.
De acordo com o relator, a presença de grupos extremistas, incluindo os neonazistas e cabeças-raspadas, em eventos esportivos levanta graves preocupações. O especialista acrescentou ainda que não devem ser tolerados símbolos neonazistas, slogans e cartazes exibidos durante as partidas de futebol, além de hinos racistas dirigidos a jogadores ou simpatizantes de origem africana.
Medidas – Como os jogos olímpicos acontecem no fim do mês, em Londres, Rutere considerou essencial que novas medidas preventivas sejam tomadas para evitar incidentes racistas cheguem a todas as partes do mundo.
O relator referiu que a internet tornou-se vital no exercício da liberdade de expressão, mas também “uma nova arena para a propagação de ideias racistas, a difusão das suas ideologias e incitamento ao ódio racial.”
O discurso pede ainda a atenção dos Estados para os primeiros sinais de racismo, acrescentando que se o fenômeno não for tratado como tal “pode levar a conflitos e a graves violações dos direitos humanos.”
Racismo no futebol – No que se refere ao futebol, a Associação dos Jogadores Profissionais (PFA) da Premier League apresentou em maio deste ano um projeto que prevê a demissão de esportistas que cometerem o crime de racismo previsto na Declaração dos Direitos Humanos, que consagra a ideia da igualdade independente de raça, cor, religião, nacionalidade ou sexo. 
O presidente da PFA, Gordon Taylor, acredita que os conselhos e clubes esportivos responsáveis pela contratação de seus atletas precisam ser responsabilizados pela conduta de seus jogadores dentro e fora do campo. “Se há jogadores que são considerados culpados de insultos racistas, os clubes e atletas visados têm de estar conscientes de que esse é um motivo sólido para a rescisão de contrato”, afirma. 
Dia Contra a Discriminação – Já a Federação Internacional de Futebol (FIFA) promove anualmente em uma das competições o Dia Contra a Discriminação para elevar a conscientização sobre a necessidade de abolir o racismo e qualquer outra forma de preconceito no mundo todo. 
Entre as atividades da data estão uma entrevista coletiva, um boletim de imprensa e um protocolo especial antes das partidas, com os capitães das seleções lendo uma declaração contra o preconceito. Após a leitura, as seleções e árbitros se reúnem no centro do campo e mostram uma mensagem que ratifica a posição do futebol contra a discriminação. 
O Código Disciplinar da FIFA ,que descreve as punições por violações ao Estatuto da FIFA, é válido em todos os jogos e competições organizados pela entidade máxima do futebol. O cumprimento dessas normas é obrigatório para todas as federações e seus dirigentes, jogadores, árbitros e todas as pessoas aceitas pela FIFA em um jogo ou competição, inclusive os espectadores. 

04/07/2012 - 11h30

Termo 'evangélico' é genérico e mal-empregado, diz leitor

LEITOR IVAN AZEVEDO
DE SÃO PAULO (SP)
Com o crescimento das mais diversas igrejas cristãs, não católicas, registra-se uma pluralidade imensa de crenças, denominações e padrões.
Isso inviabiliza o uso de "evangélicos" para um grupo restrito no Brasil.
Assim como há evangélicos que aceitam a homoafetividade na igreja, há aqueles que creem ser sinônimo de dominação diabólica.
Há igrejas que exigem saias cumpridas e cabelos longos das mulheres. Porém, há evangélicas com piercings espalhados pelo corpo e diversas tatuagens.
Eduardo Knapp 30.nov.2011/Folhapress
Senhora durante Culto evangélico na igreja "Deus é Amor"
Senhora durante um culto o na igreja "Deus é Amor"
O IBGE acaba de divulgar que este grupo representa mais de 40 milhões de brasileiros, separados por igrejas históricas, pentecostais, neopentecostais e tantas outras formas de classificação.
Matérias que empregam o termo "evangélico", "bancada evangélica", "pastor evangélico" já me ligam o alerta.
Para se ter ideia do problema de generalizar, há deputados evangélicos que não integram a bancada.
Como evangélico, seguidamente me vejo contrário a diversas ideias da "bancada evangélica", dos "pastores evangélicos", como a legalidade do casamento gay.
Compreender essa diversidade é fundamental para diminuir a generalização na mídia.

fonte : Folha de São Paulo

sexta-feira, 20 de julho de 2012


16/07/2012 - 15h40

Pastor é preso sob suspeita de abusar de jovem em retiro

E
DE SÃO PAULO

Um pastor evangélico foi preso na madrugada de domingo (15) sob suspeita de ter abusado de um adolescente durante um retiro espiritual em um sítio de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
O pastor, que tem 63 anos e não teve o nome divulgado pela polícia, foi autuado em flagrante na delegacia de Itapecerica e deve ser transferido hoje para o Centro de Detenção Provisória do município.
Segundo a polícia, o pastor trabalha como porteiro e ministra cultos na periferia de Itapecerica. Ele alugou um sítio no bairro Jardim do Éden para passar o fim de semana com fiéis, a maioria crianças e adolescentes.
Na noite de sábado, após ocorrerem diversas atividades recreativas, todos se reuniram para o jantar na sede principal do sítio. A ceia acabou por volta das 22h, quando todos foram dormir.
Na madrugada, o pastor foi para o quarto onde dormiam alguns dos jovens e, segundo relatos deles, estava "atormentado".
Uma criança de dez anos contou aos pais que o pastor chegou a mexer em seu cobertor, mas não foi além disso.
Já um rapaz de 17 anos disse a seus pais que, quando acordou, encontrou o pastor fazendo sexo oral nele. Os jovens chamaram seus responsáveis, que acionaram a Polícia Militar.
O pastor foi levado para a delegacia e indiciado sob suspeita de estupro. A reportagem não teve acesso ao pastor, e não conseguiu localizar seu advogado.

fonte: Folha On Line


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BREJO DE MADRE DE DEUS

Casal revela detalhes da morte de garoto em ritual de magia negra

Acusados contaram ter matado o garoto com um torniquete no pescoço após receber R$ 400 de um pai de santo

Publicado em 11/07/2012, às 20h35

Pedro Romero

Movimentação foi grande em frente à delegacia do município durante o dia / Foto: Wenyson Aubiérgio/Reprodução da TV Jornal

Movimentação foi grande em frente à delegacia do município durante o dia

Foto: Wenyson Aubiérgio/Reprodução da TV Jornal

O menino Flanio da Silva Macedo, 9 anos, cujo corpo foi encontrado anteontem na zona rural do distrito de São Domingos, em Brejo da Madre de Deus, no Agreste, foi morto num ritual macabro e cruel. Segundo a polícia, cinco pessoas praticaram o crime. O casal Genival Rafael da Costa, 62, e Maria Edleuza da Silva, 51, confessou o crime e está preso. Também foram detidos na noite de ontem Ednaldo Justo dos Santos, 33, e Edilson da Costa Silva, 31. A polícia procura um pai de santo, apontado pelo casal como outro envolvido.

uminutos antes de morrer. No ritual, teve o pescoço apertado por um torniquete de madeira até a cabeça se separar do corpo. Segundo o delegado responsável pelo caso, Antônio Dutra, o casal, que também morava em São Domingos, ficou com medo de ser descoberto e linchado pela população e se entregou no posto policial do distrito.

“Eles contaram ter recebido R$ 400 do pai de santo para pegar o menino e participar do ritual. Antes de matar a criança, Genival e o pai de santo se revezaram em atos de abuso sexual”, detalhou Antonio Dutra. Segundo ele, os outros dois homens acompanharam o crime, mas não participaram do abuso.
Flanio Macedo estava desaparecido desde o dia 1º, quando saiu de casa, na Travessa Ana Maria da Conceição, por volta das 6h, para carregar frete na feira. Depois de procurar a polícia e a imprensa, parentes souberam que ele tinha sido visto na zona rural empurrando a carroça e na frente um homem, em uma bicicleta.

O corpo do menino foi encontrado anteontem, em estado de decomposição, num local de difícil acesso, no Sítio Camarinhas, em Brejo da Madre de Deus. Flanio Macedo estava com a cabeça a cerca de um metro do corpo e sem os olhos. Seus braços e pernas foram amarrados e ele estava sem roupas.

Perto do corpo havia objetos usados em rituais, como bonecos vodus, penas, ossos, velas, panelas e comida. A carroça com que o menino fazia frete também estava no local, que segundo a polícia, é conhecido pelos rituais de magia negra. O corpo foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal do Recife.

Segundo o pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão (INCTI) da Universidade de Brasília, Alexandre L’omi L’odò, o ritual não pode ser enquadrado no campo das religiões de origem afro. “Não conheço dentro das religiões de matizes africanas e indígenas nenhum ritual que envolva sacrifício humano. Dentro do meu campo de estudo, nunca ouvi falar em ritual de retorno.”

fonte :JC ON LINE


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INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Evangélicos tentam invadir terreiro em Olinda

Vídeo que mostra grupo evangélico tentando invadir terreiro em Olinda, domingo, foi repudiado por internautas

Publicado em 18/07/2012, às 00h02

Do JC Online

Babalorixá Érico Lustosa filmou o que classificou de ato de intolerância religiosa / Foto: Marcos Pastich/JC Imagem

Babalorixá Érico Lustosa filmou o que classificou de ato de intolerância religiosa

Foto: Marcos Pastich/JC Imagem

Centenas de evangélicos com faixas e gritando palavras de ordem realizam protesto em frente a um terreiro de matriz africana e afro-brasileira – candomblé, umbanda e jurema. As imagens poderiam ser de um filme sobre a Idade Média. No entanto, foram registradas no domingo, no Varadouro, em Olinda, Grande Recife. As cenas de intolerância religiosa circularam ontem nas redes sociais e provocaram a revolta de milhares de internautas.
As imagens foram captadas pelo filósofo e babalorixá Érico Lustosa, vizinho do terreiro alvo dos ataques. Segundo ele, por pouco os evangélicos não invadiram o espaço. “Eles gritavam ‘Sai daí, satanás’ e forçaram o portão. Foi aí que me coloquei em frente ao portão e meu filho começou a gravar. Um deles gritou para a gente tomar cuidado, que ele era evangélico mas era também um ex-matador”, relembrou.

O fato ocorreu uma semana depois que pessoas invadiram terreiros em Brejo da Madre de Deus, no Agreste, após o assassinato de uma criança, segundo a polícia, a mando de um pai de santo. Pesquisadores dizem que essas religiões não realizam sacrifício de humanos.
Com a repercussão nas redes sociais – o vídeo teve mais de 1,5 mil compartilhamentos no Facebook e cerca de 400 visualizações no YouTube em menos de 12 horas – representantes de dezenas de terreiros se reuniram, ontem à tarde, no Palácio de Iemanjá, no Alto da Sé, em Olinda.
No encontro foram discutidas propostas para coibir a intolerância religiosa. Entre elas a de ser registrado um boletim de ocorrência coletivo para denunciar o fato ocorrido no Varadouro.

O terreiro alvo dos ataques é o de Pai Jairo de Iemanjá Sabá, na Rua Manuel Souza Lopes. Vizinhos repudiaram o protesto. “Moro aqui desde criança e o pessoal do terreiro nunca trouxe problema. Sou católica, mas respeito as outras religiões. O que fizeram foi um absurdo. Por pouco não invadiram o espaço”, disse a dona de casa Cintia Gomes, 25 anos.

O secretário-executivo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial do Estado, Jorge Arruda, lamentou o fato em Olinda e afirmou que os ataques têm relação com o caso de Brejo da Madre de Deus. A igreja responsável pelo protesto não foi identificada.

Hoje haverá reunião entre representantes do Ministério Público, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e de terreiros. Também será lançada a cartilha Diversidade Religiosa e Direitos Humanos e debatida a intolerância contra as religiões de matriz africana e afro-brasileira em Pernambuco.

terça-feira, 17 de julho de 2012



14/05/2012 09h31 - Atualizado em 14/05/2012 09h36

Amantes ficam presos em sexo no Quênia após marido usar magia negra

Marido disse que desconfiava do caso e procurou curandeiro.
'Casal' foi separado após homem aceitar pagar indenização ao traído.

Do G1, em São Paulo
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Um homem acabou preso enquanto mantinha relações sexuais com uma mulher casada em Nairóbi, no Quênia. Aparentemente, os dois mantinham um caso há algum tempo. O marido traído disse que desconfiava e usou magia negra contra a mulher.
Homem acabou preso enquanto mantinha relações sexuais com uma mulher casada. (Foto: Reprodução)Homem acabou preso enquanto mantinha relações sexuais com uma mulher casada. (Foto: Reprodução)
Como suspeitava que a mulher o estava traindo, ele visitou um curandeiro, que teria feito uma magia negra na esposa, fazendo com que ela ficasse presa durante o ato sexual com o amante.
Segundo a imprensa local, uma grande multidão se reuniu do lado de fora de casa para acompanhar o drama do casal de amantes.
Marido traído disse que desconfiava do caso e procurou curandeiro. (Foto: Reprodução)Marido traído disse que desconfiava do caso e procurou curandeiro. (Foto: Reprodução)
Depois que o homem concordou em pagar ao marido uma indenização, um pastor local foi chamado para orar e os dois finalmente conseguiram ser separados.

comentário


Se os nossos curandeiros tupiniquins tivessem essa fórmula, iriam ganhar era dinheiro, aqui pelas bandas do Brasil. Mas, enfim!

SEGUNDA-FEIRA, 16 DE JULHO DE 2012


Collor é acusado de praticar magia negra. Mas magia cristã, ele pode?


Rosane, ex-Collor
 Rosane misturou seu ressentimento de
ex-mulher com o seu ranço evangélico 
O ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, como se sabe, faz parte do lixo da história, mas qual é o problema de ele ter realizado em sua casa, em Brasília, sessões de magia negra, conforme denuncia a sua ex-mulher Rosane(foto)?

Houve sacrifico humano nessas sessões? Não. Então por que a implicância? Não ocorreu  nenhuma transgressão à lei, e a Constituição garante o direito à crendice. Cada cidadão pode ser devoto da divindade que quiser e realizar culto, principalmente dentro de sua casa. Existe liberdade de culto. De qualquer culto.

Magia negra se equipara às crenças religiosas, como o cristianismo. Se na casa de Collor tivesse havido a celebração de missa ou de culto, Rosane, que se tornou evangélica, não veria nada de mais.

A acusação de Rosane, nesse caso, reflete o seu (e de parte da população brasileira) preconceito contra credos considerados exóticos. Mas todos os credos podem ser considerados estranhos, dependendo do ponto de vista de quem observa. Um não católico pode achar bizarro o ritual de se beber o sangue de Cristo durante a celebração de uma missa. Isso pode ser chamado de magia católica.

Em entrevista ao Fantástico de ontem, Rosane misturou seu ressentimento de ex-mulher com o seu ranço evangélico. Falou em “maldição do Collor”.

“Pessoas que tentaram prejudicá-lo morreram de forma estranha”, disse a ex-primeira dama, referindo-se à morte do PC Farias, tesoureiro da campanha eleitoral de Collor.

Se isso não for crendice — e tudo levar a crer que seja, levando em conta os dotes espirituais de Rosane —, trata-se de uma insinuação de que Collor tenha mandado queimar o arquivo vivo que PC Farias era. Se Rosane sabe alguma coisa nesse sentido, ela deveria ir logo ao ponto.

“O Fernando ficava durante três dias isolado no porão, dormindo em esteira, com roupa branca. Ele acreditava que assim o mal que faziam contra ele, voltaria!”, disse. Se fosse sessão evangélica de exorcismo, podia?

Não há nada de errado alguém promover em sua casa sessão de magia negra ou de magia católica ou ainda evangélica, seja lá do que for.

O que é discutível é a celebração de cultos por parlamentares da bancada evangélica em dependências da Câmara dos Deputados — o país é (ou deveria ser) laico, é sempre bom lembrar. Mas isso ninguém discute. 


Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2012/07/rosane-acusa-collor-da-pratica-de-magia-negra.html#ixzz20tSEXqMG
Paulopes informa que reprodução deste texto só poderá ser feita com o CRÉDITO e LINK da origem. 

domingo, 15 de julho de 2012


Se religião resolvesse os problemas do cotidiano da humanidade, todos seriam felizes!


Crônica: João Batista de Ayrá (para refletir)








Se todos fossem buscar no fator religioso a solução para todos os seus problemas, de ordem espiritual, material, amorosa entre outros, e obtivessem uma resposta quase que de imediato, o mundo seria um paraízo! Vamos tomar como exemplo a nossa umbanda, quimbanda e candomblé, onde muitos seguidores, alguns iludidos por falsas propagandas de obtenção de lucros e amores rápidos e fáceis, e outros por que são iniciados e cumprem com suas obrigações, acham que as divinades, exus, encantados entre outros, teraim a obrigação de lhes darem uma resposta imediata e positiva.



Ledo engano, por mais que você se submeta a ebó iku(limpeza física e espiritual do corpo), ebó onâ (oferendar os seus exus de caminho), ebós rerê (ebós para os orixás), feitiços para derrubar inimigos, para fazer voltar uma pessoa amada(mal) amada, para passar em concursos, para realizar bons negócios, para conseguir um bom emprego, e etc.Você, tenha certeza, estará na contramão da realidade, pois o maior feitiço que se pode fazer, é colocar-se na frente de todos problemas que nos aflige, tomando cada um das armas que dispõe, e ir à luta, buscar seus objetivos, transformar seus sonhos em realidade, não importa a que custo.



Pois na medida que você começa a transferir para a religião e seus deuses a sua responsabilidade, o seu fracasso é mais do que certo. Deus criou o homem a sua semelhança, por conseguinte, lhe deu o mundo,para que dele se apossasse com todas as suas benesses, ou seja, ônus e bônus, com o suor do seu próprio rosto. Mas cadê que a maioria pensa ou age assim!Não. Eles querem um milagre. Por que deram seu dízimo, sua oferta, fizeram seus ebós, seus feitiços, rogaram a Deus, a Buda, a Jeová, a Oxalá, a Xangô, a Oxum , a Oxumaré, a Exu, a Yemanjá, a Obá, a Ewá, a Ossãe, a Ibeji, a Obá, a Iroko, a Omolu, a Nanã, a Ogum, a Yansã, a Logum Odé, ou aos exus aiyekurus (Tranca Ruas, Marabô, Pinga Fogo, Maria Padilha, Maria Mulambo, Sete Saias entre outros), por tais atuações, ficam no aguardo do acontecimento daquilo que querem que aconteça sem maiores esforços.

Continuem agindo assim, que o insucesso lhes espera, e no fim, com a não obtenção dos seus objetivos, a descrença também os aguardam, a quantidade cada vez maior do agnósticos e ateus, que o diga.

Mas nem tudo está perdido! Vamos cada um de per si, continuar cultuando nossos deuses e aiyekurus sem maiores pretensões, esperando apenas a elevação espiritual, que o resto acontecerá na medida dos nossos esforços, e eles nos ajudarão sem qualquer pressão, naquilo que fraquejarmos.
É como uma receita de bolo ou de uma comida, se não tentarmos fazer, não saberemos se temos a capacidade ou não de nos colocar à prova.

O trabalho escravo e a legislação brasileira

 

O artigo 149 do Código Penal (que trata do crime de submeter alguém as condições análogas a de escravo) existe desde o início do século passado. A extensão da legislação trabalhista no meio rural tem mais de 30 anos (lei n.º 5.889 de 08/06/1973). Portanto, tanto a existência do crime como a obrigação de garantir os direitos trabalhistas não são coisas novas e desconhecidas. Além disso, os proprietários rurais que costumeiramente exploram o trabalho escravo, na maioria das vezes, são pessoas instruídas que vivem nos grandes centros urbanos do país, possuindo excelente assessoria contábil e jurídica para suas fazendas e empresas. Há acordos e convenções internacionais que tratam da escravidão contemporânea. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) trata do tema nas convenções número 29, de 1930, e 105, de 1957 - ambas ratificadas pelo Brasil. A primeira (Convenção sobre Trabalho Forçado) dispõe sobre a eliminação do trabalho forçado ou obrigatório em todas as suas formas. Admite algumas exceções de trabalho obrigatório, tais como o serviço militar, o trabalho penitenciário adequadamente supervisionado e o trabalho obrigatório em situações de emergência, como guerras, incêndios, terremotos, entre outros. A segunda (Convenção sobre Abolição do Trabalho Forçado) trata da proibição do uso de toda forma de trabalho forçado ou obrigatório como meio de coerção ou de educação política; castigo por expressão de opiniões políticas ou ideológicas; medida disciplinar no trabalho, punição por participação em greves; como medida de discriminação. Há também a declaração de Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho e seu Seguimento, de 1998.
O fim da escravidão e de práticas análogas à escravidão é um princípio reconhecido por toda a comunidade internacional. As duas convenções citadas são as que receberam o maior número de ratificações por países membros dentre todas as convenções da OIT.
As diversas modalidades de trabalho forçado no mundo têm sempre em comum duas características: o uso da coação e a negação da liberdade. No Brasil, o trabalho escravo resulta da soma do trabalho degradante com a privação de liberdade. O trabalhador fica preso a uma dívida, tem seus documentos retidos, é levado a um local isolado geograficamente que impede o seu retorno para casa ou não pode sair de lá, impedido por seguranças armados. No Brasil, o termo usado para este tipo de recrutamento coercitivo e prática trabalhista em áreas remotas é trabalho escravo; todas as situações que abrangem este termo pertencem ao âmbito das convenções sobre trabalho forçado da OIT. O termo trabalho escravo se refere à condições degradantes de trabalho aliadas à impossibilidade de saída ou escape das fazendas em razão a dividas fraudulentas ou guardas armados.
A legislação brasileira estabelece que o empresário é o responsável legal por todas as relações trabalhistas de seu negócio. A Constituição Federal de 1988 condiciona a posse da propriedade rural ao cumprimento de sua função social, sendo de responsabilidade de seu proprietário tudo o que ocorrer nos domínios da fazenda. Tendo como base essa premissa, o governo federal decretou em 2004 (e pela primeira vez na história), a desapropriação de uma fazenda para fins de reforma agrária por não cumprir sua função social-trabalhista e degradar o meio ambiente.
A sanção penal tem sido insuficiente. Menos de 10% dos envolvidos em trabalho escravo no sul-sudeste do Pará, entre 1996 e 2003, foram denunciados por esse crime, de acordo com a Comissão Pastoral da Terra. A questão da competência para julgar o crime e o tamanho atual da pena mínima prevista no artigo 149 do Código Penal (dois anos) têm inibido qualquer ação penal efetiva, como pode ser visto neste estudo. Se julgado, há vários dispositivos que permitem abrandar a eventual execução da pena. Ela pode ser convertida em distribuição de cestas básicas ou prestação de serviços à comunidade, por exemplo.
Há medidas que vêm sendo tomadas na tentativa de atingir economicamente quem se vale desse tipo de mão-de obra - como as ações movidas pelo Ministério Público do Trabalho. Ações Civis por danos morais tem sido aceitas por juizes do Trabalho com valores cada vez mais elevados.
[1] o primeiro condenado criminalmente por trabalho escravo, antônio barbosa de melo, da fazenda alvorada, em água azul do norte, sul do pará, teve sua pena convertida em pagamento de 30 cestas básicas por seis meses.


fonte: Reporter Brasil