quinta-feira, 30 de junho de 2011

"O LADRÃO DE GALINHAS"






Atribuído ao escritor Luís Fernando Veríssimo, este texto circula já há um bom tempo na internet e é um retrato da corrupção deslavada que grassa no país. De bandido a mocinho, a transição é rápida. Tudo depende dos cifrões disponíveis na conta bancária do personagem.

O BRASIL EXPLICADO EM GALINHAS


Pegaram o cara em flagrante roubando galinhas de um galinheiro e o levaram para a delegacia.

- Que vida mansa, heim, vagabundo? Roubando galinha para ter o que comer sem precisar trabalhar. Vai para a cadeia!

- Não era para mim não. Era para vender.

- Pior, venda de artigo roubado. Concorrência desleal com o comércio estabelecido. Sem-vergonha!

- Mas eu vendia mais caro.

- Mais caro?

- Espalhei o boato que as galinhas do galinheiro eram bichadas e as minhas galinhas não. E que as do galinheiro botavam ovos brancos enquanto as minhas botavam ovos marrons.

- Mas eram as mesmas galinhas, safado.

- Os ovos das minhas eu pintava.

- Que grande pilantra… (mas já havia certo respeito no tom do delegado…). Ainda bem que tu vais preso. Se o dono do galinheiro te pega…

- Já me pegou. Fiz um acerto com ele. Comprometi-me a não espalhar mais boato sobre as galinhas dele, e ele se comprometeu a aumentar os preços dos produtos dele para ficarem iguais aos meus. Convidamos outros donos de galinheiros a entrar no nosso esquema. Formamos um oligopólio. Ou, no caso, um ovigopólio.

- E o que você faz com o lucro do seu negócio?

- Especulo com dólar. Invisto alguma coisa no tráfico de drogas. Comprei alguns deputados. Dois ou três ministros. Consegui exclusividade no suprimento de galinhas e ovos para programas de alimentação do governo e superfaturo os preços.

O delegado mandou pedir um cafezinho para o preso e perguntou se a cadeira estava confortável, se ele não queria uma almofada. Depois perguntou:

- Doutor, não me leve a mal, mas com tudo isso, o senhor não está milionário?

- Trilionário. Sem contar o que eu sonego de Imposto de Renda e o que tenho depositado ilegalmente no exterior.

- E, com tudo isso, o senhor continua roubando galinhas?

- Às vezes. Sabe como é.

- Não sei não, Excelência. Explique-me.

- É que, em todas essas minhas atividades, eu sinto falta de uma coisa. O risco, entende? Daquela sensação de perigo, de estar fazendo uma coisa proibida, da iminência do castigo. Só roubando galinhas eu me sinto realmente um ladrão, e isso é excitante. Como agora fui preso, finalmente vou para a cadeia. É uma experiência nova.

- O que é isso, Excelência? O senhor não vai ser preso não.

- Mas fui pego em flagrante pulando a cerca do galinheiro!

- Sim. Mas primário, e com esses antecedentes…

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Volta, Caboclo!

!06.04.11


Vem das tuas verdes matas para o recesso da minha mediunidade saudosa dos teus benditos fluídos!
Vem incensar minh’alma com o aroma da tua presença querida, fazendo ecoar em meus ouvidos atentos, o “quiô” da tua vibração!
Vem trazer-me o calor das tuas palavras fluentes, traduzidas na sonoridade das folhas das palmeiras quando se espanam no ar…
Quero, contigo, apanhar as folhas da Jurema para adornar todo o meu Juremá… Cruzar meu caminho com galhos de arruda e enfeitar minha gira com ramos de guiné…
Vem… Traz o teu arco forte e a tua flecha certeira… Vamos, numa só vibração, penetrar no seio da mata virgem, procurar o inimigo que lá se esconde e desarmá-lo, à pujança do teu braço forte!
Volta, Caboclo! Coloca em minha fronte o teu belo cocar… e entrosa em mim, tua essência pura de aromáticos jardins, contida em tão pequeno frasco!
Como podes usar-me, tu, enviado bendito das falanges superiores, para cumprimento da tua missão? A que sacrifícios se submete a tua aura, pois, sendo tão grande, consegue incorporar-se num tão diminuto ser!… Mesmo sabendo-me o mais insignificante dos teus médiuns, rogo-te, com ânsias desesperadas na voz e uma saudade torturante em meu coração: “Volta ao teu reino de luz onde impera a verdadeira caridade! Volta ao teu pegi de amor onde te aguardam, ansiosos, os teus filhos de fé e o teu modesto aparelho receptor…
As ondas vibráteis da minha mediunidade querem voltar a funcionar ao toque das tuas abençoadas mãos… Teu regresso será uma festa emocional onde as lágrimas mal contidas se confundirão com o sorriso de algumas criaturas que não sabem chorar…
Teu ponto riscado iluminado está… teu ponto cantado, entoado num só diapasão de voz, te abrirá ao nosso meio, para aconchego dos que reconhecem em ti, um trabalhador no campo sublime da caridade!…
Teu assobio atrairá a atenção daqueles que ainda te crêem em missão no Alto e de pronto, estarás entre nós, numa vibração harmoniosa que a todos envolverá.
Volta, Caboclo! Sem ti sou qual ave sem ninho… Pássaro sem asa… Árvore sem ramagens…
Volta, Caboclo… Minha cabana te espera… A copa dos arvoredos se cobre de flores ao ciclo mágico da primavera… O perfume dos jasmins perpassa pelo ar e o caminho do teu regresso está se aromatizando de incenso, mirra e de benjoim…
Curumins alegres – os teus curumins – vestidos de branco, irão espalhando, pela orla do vale, pétalas cheirosas à tua passagem… Nos cuités, haverá a água de coco fresquinha, o aluá e o néctar precioso que as abelhas produzem… Vem… Tudo se prepara para tua chegada… Os tambores saudarão a tua vinda junto com os aplausos daqueles que respeitam e reconhecem o valor da tua gira!
Volta, Caboclo! Minhas mãos te buscam na sinceridade DESTA súplica onde se patenteia o meu amor por ti e a gratidão ao Médium Supremo por me ter apontado para ser teu pequenino médium! Volta, Caboclo… Volta…

Autor Desconhecido
Publicado por:
Atila Nunes em Antologia de Umbanda

domingo, 26 de junho de 2011

Oxum, a Primeira Apetebi





10.06.11

A Apetebi seria a esposa de um Babalaô e Oxum foi a primeira Apetebi porque passou, então, a ser conhecedora do segredo (Yéyé S´awò - Mãe para o segredo). Quando Orunmilá convocou as 401 divindades para o céu, ele teve uma grande surpresa...O Orixá encontrou muitas Ajés no céu que começavam a devorar os Orixás...um por um. Orunmilá tinha oferecido sacrifício antes de deixar a terra, então, foi salvo por Òxum que vendo isto, o escondeu e substituiu sua carne pela carne de uma cabra, pois seria devorado em especial, em um dia festivo.
Foi assim que Orunmilá e Oxum tornaram-se próximos. Ele falou do bom retorno que Oxum lhe proporcionou. Ele perguntou o que deveria fazer retornando...Era a razão principal do porquê Orunmilá criou o jogo dos dezesseis búzios e em seguida entregou-os à Oxum.
De todos os Orixás que se utilizam do jogo dos dezesseis búzios, nenhum o teve antes de Oxum. Foi Ifá quem o deu à Oxum e disse para lançá-los e assim usasse uma outra forma de adivinhação. Isto foi o que Ifá usou para recompensar Oxum. E o relacionamento entre Ifá e Oxum é como algo que ninguém pode saber. Orunmilá então desposou Oxum e das muitas formas de adivinhação, o jogo dos dezesseis búzios passou a ser mais uma forma de adivinhação em Ifá. Em muitos Terreiros, a Apetebi, filha de Oxum, é a única mulher que pode jogar os búzios.

Fonte: Tradição Cultural Religiosa Afro-Brasileira

Religiosos contra a homofobia e intolerância

Caminhada de religiosos unidos em torno do texto bíblico “O amor lança fora todo o medo”

22.06.11KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço, juntamente com a Paróquia Anglicana da Santíssima Trindade, a Rede Ecumênica da Juventude (REJU) e a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT) apoiam a luta dos homossexuais pela aprovação de leis que lhes garantam o pleno exercício da cidadania. Para tanto, organizamos os seguintes eventos:

Dia 23 de junho: Feira Cultural LGBT que acontece no Vale do Anhangabaú;

Dia 26 de junho: Caminhada de religiosos e religiosas unidos em torno do texto bíblico encontrado em 1 João 4.18: “O amor lança fora todo o medo”. As pessoas interessadas em apoiar essa causa, poderão se inscrever pelo e.mail: eventos.sp@koinonia.org.br ou pelos telefones: 11-3667-9570 ou 3667-8161, fornecendo NOME, COR DA CAMISETA ( BRANCA ou PRETA) TAMANHO ( M ou G) (Em anexo). As 200 (duzentas) primeiras inscrições receberão uma camiseta com o slogan da caminhada. O bloco sairá na Parada Gay de São Paulo, denominado Bloco da Paz, onde religiosos estarão em manifestação também pelo combate à intolerância religiosa. O Povo de Terreiro está se organizando para esta manifestação, todos de branco ou se preferirem com trajes religiosos.

Tombamento da Umbanda e do Candomblé

24.06.11O

O Sr. Eduardo Brasil, presidente do INDRAB, recebeu recentemente um comunicado do Deputado Federal Vicentinho (PT/SP), informando que, sua sugestão de tombamento da Umbanda e do Candomblé como patrimônio imaterial da cultura brasileira, encaminhada ao Ministério da Cultura, fora acatado pelo órgão.

Trata-se sem dúvida alguma, de motivo de satisfação a toda a Comunidade dos Cultos Afro-Brasileiros. Memorável fato.

Fonte: Portal do Candomblé

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Satanás é invenção da Igreja Católica porque não existe no judaísmo



quinta-feira, 23 de junho de 2011

por Stephano Gualtieri

Satanás é apenas o planeta Vênus, que em grego se chamava LUXPHOROS, e significa a estrela d'Alva, aquele que é portador da Luz, justamente porque é a primeira que aparece quando o sol se põe e a última a desaparecer quando o sol nasce.

Erronea e propositalmente os padres da Igreja Católica Latina traduziram a profecia do rei de Tiro -- "...Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!", Isaías 14:12 -- para Lúcifer, no latim, como versão de Luxphoros.

Eles associaram a legenda com o mito que inventaram de Satanás, que não consta na teologia judaica, uma vez que o deus de Israel é tão exclusivamente único que não tem opositor, conforme está escrito: "Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá". (Isaías 43:10).

Essa história de possessão é outra farsa criada por traduções e contextualizações errôneas. Epilepsia e até febre eram consideradas demoníacas, quanto mais transtornos afetivos e surtos psicóticos.

A verdadeira "incorporação" é a dos fiéis ignorantes, que em transes semi-hipnóticos provocados por autossugestão, sentem arrepios, calores, frios e suores, tremedeiras e muito barulho na cabeça, crendo-se endemoninhados, quanto estão é sugestionados.

Alie-se a essa ilusão a performance dos atores, que, apesar de amadores, contorcem-se e falam com a manjadíssima voz inflexionada e rouca: “Eu sou o diabo, eu vou destruir a vida de quem não dá ofertas”.

Isso faz parte das manipulações dos espertalhões
fonte: weblogpaulolopes

comentário

Não é somente no judaísmo que não existe a figura do tal "demômio", "satanás", Lúcifer" ou outros nomes que queiram lhe dar, no candomblé também não existe esta figura, não se concebe a sua existência, posto que, nós candomblecistas louvamos e cultuamos em primeiro lugar a força divina de Deus, que conforme se disse é supremo e jamais permitiria a existência de uma outra forma a lhe opor resistência, como querem e pregam evangélicos e católicos, quando dão a essaa fugura enigmática e inexistente, o tal "demônio", poderes que ele não possui.
No candomblé luovamos e cultuamos as forças vivas da natureza, que em nenhum momento se propôem a demonstrar a quem quer qaue seja, que são superiores a força divina de deus, mas sim, que estão ali para nos mostrar que se existem é por obra e graça dele ( Deus), assim como existem os espíritos de luz, que evoluídos voltam a terra, e em forma de incoprporação nos sers humanos para tal preparados, ajudam a humanidade a carregar o seu carma muitas das vezes, pesados, por conta dos descaminhos que o próprio homem trilha ao longo da sua existência.
portanto, para nós força demoníaca, avassaladora e destruidora, é aquela que emana do próprio homem que foi criado a semelhença de Deus, e por conseguinte, tudo pode, estando tal querer na sua vontade, seja a vontade de amar, de elevar, de prosperar ou de destruir, de matar.

Jopão Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Juiz que cancelou união gay diz que agiu por Deus

22/06/2011

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JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

"Deus me incomodou, como que me impingiu a decidir", disse o juiz Jeronymo Villas Boas, que cancelou um registro de união estável de um casal de homens na semana passada, em Goiânia.

Decisão de juiz que cancelava união gay é anulada

A declaração do magistrado foi dada na manhã desta quarta-feira, na Câmara dos Deputados, em um ato das frentes parlamentares Evangélica e da Família e de lideranças evangélicas em defesa do juiz.

Apesar de afirmar que sua decisão não é discriminatória e "se resume ao controle de legalidade do ato" específico do casal de Goiânia, que não teria preenchido todos os requisitos necessários para o registro da união, Villas Boas deixou claro seu descontentamento com a decisão do STF que reconheceu a união estável para casais gays. "Eu respeito a Constituição como ela foi escrita."

Em vários momentos de sua fala, o juiz fez referências a Deus e à fé dos presentes. Ao argumentar que um juiz não pode ter medo ao proferir suas decisões, disse temer "a Deus, não aos homens".

Após o ato, questionado sobre a eventual influência da religião na sua decisão, Villas Boas se irritou e ensaiou deixar o local. "Eu, como você, tenho direito a expressar a minha fé e sou livre para exercer o meu ministério. Isso não interfere nos meus julgamentos. Mas sou pastor da Assembleia de Deus Madureira. E não nego a minha fé."

O juiz disse ainda que está tranquilo e seguro da decisão que tomou e que, se não for "impedido por decisão superior", vai fazer o mesmo controle com outros registros de uniões homoafetivas.

Deputados da bancada evangélica presentes declararam apoio irrestrito ao magistrado. "Essa desobediência santa nos inspira", afirmou o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ).

O efeito mais bombástico da Nova Lei de Prisões - Lei da prisão – Flagrante e Preventiva por Luiz Flávio Gomes


Cerca de 200 mil prisões em flagrante devem ser revistas prontamente, a partir do dia 4 de julho. Os presos não comprovadamente perigosos e/ou primários, poderão ter liberdade, com ou sem medidas cautelares alternativas. Dos mais de 500 mil presos no Brasil (cf. nossa pesquisa no www.ipclfg.com.br) , 44% deles não têm sentença definitiva (são presos provisórios ou cautelares). Desses, cerca de 90% estão presos em razão de prisão em flagrante. Milhares deles, desde que não apresentem periculosidade comprovada, deverão ser liberados se os juízes não fundamentarem a necessidade concreta do encarceramento cautelar.

Isso significa impunidade? Não. A lei nova não garante nenhuma impunidade, simplesmente está mandando os juízes cumprirem a constituição, em relação aos presumidos inocentes, para distinguir quem deve ficar preso (durante o processo) e quem não deve. A nova lei (Lei 12.403/11), para além de prever 11 medidas cautelares alternativas, que devem ser analisadas pelo juiz, antes de decretar ou confirmar a prisão, acabou com a velha e inconstitucional praxe do “carimbão” que, simplesmente, dizia: “Flagrante em ordem”. Colocava-se o “carimbão” na papelada dos réus pobres e tudo prosseguia, sem percalços. Em relação aos ricos isso nunca jamais ocorreu impunemente.

De acordo com a praxe forense ainda em vigor a prisão em flagrante (são centenas todos os dias) é mantida pelos juízes sem nenhum tipo de fundamentação (há exceções honrosas, claro). No lugar de uma análise minuciosa para distinguir o joio do trigo (quem deve efetivamente ficar preso e quem não deve), reinava, para os pobres, a cultura do “carimbão”. A prisão em flagrante servia de título para manter o sujeito preso durante todo o processo. Isso acabou com a nova lei. Por força do novo art. 310, com redação dada pela Lei 12.403/11, a prisão em flagrante, quando o caso, deve ser convertida em prisão preventiva, inclusive em relação aos pobres, em decisão fundamentada (tríplice é a fundamentação: quais fatos justificam a prisão, qual é seu fundamento jurídico e se ela é realmente necessária). Para os ricos essas exigências sempre foram cumpridas pelos juízes. A fiscalização deles é muito mais efetiva.

Doravante passamos a ter apenas duas espécies de prisão cautelar: a temporária e a preventiva. A prisão em flagrante ou é convertida em prisão preventiva ou é relaxada (quanto ilegal) ou é substituída pela liberdade provisória (com ou sem medidas cautelares alternativas). Considerando-se que a pobreza informativa do auto de prisão em flagrante, a respeito da vida pregressa do preso, constitui a regra, dificilmente o juiz terá elementos para justificar, de plano, a prisão preventiva. Não lhe restará outro caminho senão conceder a liberdade provisória, aplicando-se, se o caso, uma ou mais de uma medida cautelar alternativa.

Claro que a velha praxe das fundamentações consideradas ilegais ou inconstitucionais vão prosseguir. Alguns juízes continuarão falando em clamor público, gravidade abstrata da infração etc. Mas tudo isso não é aceito pelo STF, como motivação válida para a prisão. Na teoria, a nova lei acaba com o “direito penal do cadeião automático para os pobres ou equiparados”. Mas na prática a teoria é outra. Se não houver rigorosa fiscalização dos advogados e defensores públicos, a velha praxe das prisões infundadas dos pobres ou equiparados que são presumidos inocentes não vai morrer.

Todas as prisões em flagrante, concretizadas antes de 04.07.11, que não foram mantidas em decisão fundamentada (isso ocorria só em relação aos pobres, claro), devem ser reanalisadas (em razão da ilegalidade). Isso significa alguma coisa em torno de 200 mil em todo país. Cabe ao defensor postular ao juiz a devida revisão. Não encontrando motivo suficiente para a prisão, cabe ao juiz conceder liberdade provisória (com ou sem medidas cautelares alternativas). Havendo recusa do juiz ou decisão mal fundamentada contra o réu, só resta o caminho do habeas corpus.

Milhares de presos, que não ostentam periculosidade concreta, embora pobres, poderão responder ao processo em liberdade, cabendo ao juiz prestar atenção nas medidas cautelares alternativas. Se o réu tem condições econômicas suficientes, a fiança se apresenta como medida cautelar muito adequada, visto que ela existe para a reparação dos danos causados pelo delito às vítimas.

*Luiz Flávio Gomes – Jurista e cientista criminal. Fundador e presidente da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001)

Imagem: Nani

Apresentador Luiz Datena ofendeu ateus, diz juiz paulista


Voz da intolerância


Por Fernando Porfírio

O juiz da 1ª Vara Cível de Pinheiros, Régis Rodrigues Bonvincino, concedeu direito de resposta a um grupo de ateus contra a Rede Bandeirantes e José Luiz Datena. O apresentador fez declarações no programa Brasil Urgente associando a falta de crença com a prática de alguns crimes.

Os autores entraram com ação de obrigação de fazer e indenização por danos morais. Alegaram que o apresentador ofendeu a honra dos ateus ao fazer declarações como “o sujeito que é ateu não tem limites”, “os bandidos que matam com prazer, esses não acreditam em Deus”, “isso é um exemplo típico de um sujeito que não acredita em Deus: matou um menino de dois anos de idade e tentou fuzilar três ou quatro pessoas” e ainda teria associado ateus à prática de crimes como violentar bebês e bater em velhinhos.

Para o juiz, as declarações foram de conteúdo ilícito e contrariam o disposto no artigo 221 da Constituição Federal, segundo o qual as emissoras de televisão atenderão aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Na sentença, o juiz enumerou uma lista de ateus que deram contribuição inestimável a humanidade: Freidrich Niezsche, Albert Einstein, Voltaire, Galileu Galilei, Augusto Comte, Charlie Chaplin, José Saramago e o próprio inventor da lâmpada elétrica “sem o qual o imprudente apresentador não teria existência”, afirmou o juiz.

De acordo com a decisão, a TV Bandeirantes deverá conceder aos autores o direito de resposta pelo tempo e horário correspondente ao da duração das ofensas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. O juiz designou um oficial de Justiça para que a sentença seja cumprida no programa desta quarta-feira (22/6).

Datena é um dos principais clientes do Judiciário no mundo do entretenimento e do jornalismo popular. Apenas em São Paulo, ele é réu em ao menos 41 casos. Segundo um de seus advogados, ele corre risco calculado. Como as condenações giram em torno de R$ 25 mil, o que ele ganha causando dano moral a pessoas é bem inferior ao que ele perde pagando indenizações.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

PL 122 criminaliza homofobia e provoca ‘moralistas’



Apresentado pela ex-deputada Iara Bernardi, e desarquivado pela Senadora Marta Suplicy (PT/SP), o Projeto de Lei conhecido como PL 122, que tramita no Congresso Nacional desde 2006, altera a Lei nº 7.716 de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, dá nova redação ao § 3º do art. 140 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, e ao art. 5º da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e dá outras providências.
A redação sugerida, ou emenda, chama atenção em dois aspectos e que tem provocado muita polêmica e provocado religiosos:
“Define os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.”
“Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.”


A proposta conseguiu alguns opositores na esfera política, como o Senador Magno Malta (PR/ES) com formação evangélica, e do Deputado Federal Jair Bolsonaro (PP/RJ). O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) é defensor da aprovação da PL.
Na esfera religiosa, é conhecida como mordaça-gay, pelos evangélicos, pois deixa em desespero os EMPRESÁRIOS DA RELIGIÃO, como os pastores: Edir Macedo, Silas Malafaia, Feliciano, etc, que movimentam milhões de almas rumo à castração intelectual e ao estupro do senso crítico. Manipulam e influenciam vários pastores, de igrejas tradicionais à igrejas de garagem. A união entre as duas Igrejas, rivais na conquista de adeptos e de poder, Católica e Evangélica, para se opor à PL 122, mostra o desespero em pensar que FILHOS DE DEUS homossexuais podem ter seus DIREITOS oficialmente defendidos. Ironicamente, o pastor Silas Malafaia afirmou ter conseguido 1.000.000 de assinaturas contrárias à aprovação da PL, se contraponto a 100.000 assinaturas à favor. Também, usando de sua retórica o pastor declarou que não é obrigado a conviver com homossexuais, mas que os respeita! Isso sem esquecer o expressivo número de homossexuais que as duas Igrejas devem possuir, ‘como ovelhas convertidas’!
Estes avanços da democracia, da modernidade e da claridade jurídica vêm apavorando os conservadores e fundamentalistas, pois ameaçam impedir abusos, como a humilhação pela orientação sexual e a intolerância religiosa. Mais do que isso, ameaçam atingir a lucidez e a criticidade da população, dificultando a manipulação religiosa. Em blogs, frases discriminatórias sobre a PL 122 são encontradas, quase sempre com citações bíblicas: Quais os benefícios para família?; A razão humana é essa verdadeira luz que esclarece todo homem que vem ao mundo (João, 1:9).
Se as Escrituras Sagradas tivessem todas as respostas para todas as questões e mistérios da vida, Galileo não as teria desmentido, na Idade Média.

Fonte A Gaxeta.

comentário

A luta é deveras desigual, de um lado os homosexuais, que não se sabe efetivamente a sua quantidade e nem qual o tamanho da sua representação a nível de congresso, e do outro lado as igrejas evangélicas - que diga-se de pasagem, neste ponto, se encontram unidas e deixando de lado suas diferenças quanto ao "método de arrebanhar" fiéis- e a igreja católica. O que querem na realidade estes"puros" arautos da "honestidade e da santidade", é que não se proíba e nem se criminalize, o uso discriminado do fator homossexual, que é usado por eles, como meio de atrair novos fiéis sob a pecha de que homosexualismo é coisa de demônio, e portanto, somente eles é que possuem o poder de exorcizar tais "demônios".
O projeto caminha no rumo certo, por que depois virão os projetos que haverão de proibir o uso discriminado das entidades cultuadas no candomblé e na umbanda para atrair "fiéis, e que para eles são meros "demônios", e que também seriam os responsáveis pelas desgraças do ser humano, dai ser preciso também exorcizá-los para o bem da humanidade.
Vamos ver quem ganha essa briga, que não é somente dos homossexuais, mas também dos candomblecistas, espíritas, espiritualistas,e umbandistas.

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ministro do STF quer debate sobre uso de maconha em cultos religiosos

Após a liberação das manifestações pró-maconha no país, o STF (Supremo Tribunal Federal) agora pode analisar o uso religioso da droga. A informação é da reportagem de Felipe Seligman publicada na edição desta sexta-feira da Folha.

Após decisão do STF, SP terá Marcha da Maconha em julho
Procuradora cita FHC para defender Marcha da Maconha
Por unanimidade, STF aprova a realização da Marcha da Maconha

De acordo com o texto, a proposta foi defendida pelo ministro Celso de Mello, que "praticamente sugeriu", em seu voto no julgamento anteontem, que seja proposta uma ação pela legalização do uso da droga por religiões.

O ministro lembrou que já existem resoluções do governo que permitem o uso de substâncias psicotrópicas, como o chá de ayahuasca, por igrejas como o Santo Daime e a União do Vegetal. A permissão, diz, está vinculada à "liberdade de crença, de culto, de organização religiosa e a liberdade contra a interferência do Estado".

A Folha on line

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Mulheres homossexuais criam igreja evangélica no centro de SP



DE SÃO PAULO

Duas mulheres homossexuais abriram uma nova igreja evangélica, a Comunidade Cidade de Refúgio, no centro de São Paulo. A informação é da reportagem de Laura Capriglione publicada na edição desta quinta-feira da Folha.


De acordo com o texto, Lanna Holder já fez sucesso na igreja evangélica que frequentava antigamente, como ex-lésbica, ex-drogada e ex-alcoólotra, mas após 16 anos ela rendeu-se à homossexualidade e criou um refúgio a "todos os que foram escorraçados pela intolerância".

Localizada na avenida São João, na região da Santa Cecília, a nova igreja juntou 300 pessoas no primeiro dia. Sobre os pastores que as acusam de criarem um lugar de culto a Satanás, as duas líderes religiosas dizem apenas: "A nossa igreja é de Cristo, não é de lésbicas ou gays."

Eduardo Anizelli/Folhapress

Missionária Lanna Holder (cabelo preso) e pastora Rosania Rocha fundam a Comunidade Cidade de Refúgio

Projeto estabelece que templos religiosos teriam de prestar contas



Alessandra Mello


Tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei para regulamentar a imunidade tributária dos templos religiosos. De autoria do deputado federal Audifax Barcelos (PSB-ES), que exerce seu primeiro mandato, o projeto propõe o estabelecimento de critérios para que as igrejas tenham isenção de impostos. Entre as propostas está a proibição da distribuição de qualquer parcela de seu patrimônio ou renda e a manutenção da escrituração de suas receitas e despesas em livros “revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão ou meios digitais que atendam ao disposto na legislação pertinente”.

A justificativa do deputado, que é integrante da Frente Parlamentar Evangélica, é que a imunidade vem sendo alvo de polêmicas em torno de sua abrangência, “o que torna conveniente a edição de norma sobre a matéria”. “Constata-se também que tem sido observada a ocorrência de simulações, onde pessoas não religiosas tentam ocultar a ocorrência de fatos geradores de obrigações tributárias, mediante a utilização indevida de aparato religioso, visando a confundir a autoridade fiscal”, afirma o parlamentar, que é economista, na justificativa apresentada para o seu projeto. Audifax não foi localizado pela reportagem em seu celular para falar sobre o projeto.

Reportagem da Folha de S.Paulo publicada ontem revelou que a Igreja Universal do Reino de Deus injetou R$ 482 milhões na TV Record no ano passado. O valor representa 25% do faturamento da emissora e se refere à compra pela Universal — uma das maiores igrejas pentecostais do Brasil com cerca de 2 mil templos no Brasil e no exterior — de seis horas diárias da programação da Record. De acordo com a reportagem, os valores injetados na Record pela igreja do bispo Edir Macedo foram obtidos por meio de um cruzamento de dados feito a partir do balanço anual da Record e de informações fornecidas pelo mercado publicitário. Nesse balanço, publicado no Diário Oficial Empresarial, em 31 de maio, a Record informa em uma das notas técnicas do balanço que conta com parcerias fixas e clientes que lhe fornecem uma receita mensal fixa, sem identificar quem são esses clientes e qual o valor desses contratos

As igrejas de qualquer culto tem imunidade tributária garantida pela Constituição Federal (CF) de 1988. O artigo 150 da Lei veda aos estados, municípios e governo federal a instituição de impostos sobre “templos de qualquer custo”. De acordo com o parágrafo 4º desse artigo, essa imunidade alcança o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais dos templos. Esse benefício foi instituído pela Carta Magna para assegurar a liberdade de crença e o livre exercício de cultos religiosos.

Para o presidente da Associação Brasileira de Advocacia Tributária (ABAT), Halley Henares Neto, as discussões sobre os limites da imunidade para os cultos religiosos acrescentam no processo de melhorias das tributações nacionais. No entanto, as mudanças devem obedecer aos princípios constitucionais, levando em conta as características da sociedade brasileira e os benefícios que as instituições imunes representam. “Por representar um bem significativo para as pessoas, os impostos sobre renda e patrimônio religioso não são arrecadados. Por outro lado, com exceção do direito à vida, não existem direitos absolutos e as regras podem ser ponderadas e relativizadas, sem esvaziar ou impedir as atividades já aceitas pela sociedade.”


Correio Brasiliense

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Este projeto, apesar de está sendo apresentado por um deputado da bancada evangélica, deve ser revisto nas duas casas (Camara e Senado), por que, se transformado em lei, esta, seria estendida a todo e qualquer tipo de templo religioso, das tendas mais humildes de umbanda, dos terreiros de candomble mais próspero ou os mais humildes, que ficariam sujeitos ao "mandamus" de lei. E ai, como essas instituições religiosas afro ficariam quanto ao ter que prestar contas?
Há! Como faz falta uma bancada afro no Congresso
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João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Pesquisa mapeia intolerância religiosa no Brasil



Maranhão, Alagoas, Bahia e Rio de Janeiro foram as cidades com o maior número de denúncias
14.06.11

Episódios criminosos de intolerância religiosa registrados nos últimos 10 anos foram sistematizados pelo Mapa da Intolerância Religiosa – Violação ao Direito de Culto no Brasil, lançado recentemente, na Bahia. O documento inédito sistematiza a nível nacional os casos de desrespeito à liberdade de culto cometidos contra religiosos de matriz africana, muçulmanos, judeus, católicos, entre outros grupos religiosos. “A intolerância religiosa é um atentado à democracia e fere gravemente a pluralidade que marca a civilização nacional. Neste sentido, é importante divulgar manifestações racistas a fim de que providências sejam tomadas efetivamente”, afirma o diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da Fundação Cultural Palmares, Alexandro Reis.

A liberdade de culto é assegurada pela Constituição Brasileira, no entanto, segundo Marcio Alexandre Gualberto, autor do trabalho, é visível que exista uma vítima preferencial de intolerância religiosa em nosso país. “Essa vítima é o praticante das religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, sendo, portanto, estes os mais frequentes e, quase sempre, os mais graves casos de extremismo religioso”, afirma.
De acordo com o autor, a proposta do mapa não é apenas apresentar denúncias, mas mostrar o quanto se tem avançado no combate à intolerância religiosa e a importância do esforço de organizações e de movimentos sociais e religiosos que se mobilizam, se articulam e pressionam o poder público para pôr um fim à intolerância religiosa, seja produzindo documentos, ou até mesmo chamando para o diálogo outras tradições religiosas para somar força.

O objetivo é fazer do mapa um projeto permanente que transforme a pesquisa em um site que receba denúncias de todo o país, que aponte os estados onde ocorrem mais casos e que encaminhe as denúncias aos órgãos respectivos de cada estado ou município para que possam dar solução às intolerâncias sofridas.

É sempre bom lembrar! – No ano 2000, em Salvador, um ato de intolerância religiosa ocasionou a morte da líder de Matriz Africana Mãe Gilda, que foi vítima de um enfarto após ver sua foto publicada em um jornal de grande circulação acompanhada de um texto depreciativo. O triste episódio marcou o dia 21 de janeiro como uma data importante para estimular a sociedade a dialogar sobre o assunto e construir mecanismos de reconhecimento e valorização para que essas religiões possam ser devidamente protegidas e respeitadas.

Fonte: Denise Porfírio

domingo, 12 de junho de 2011

Morreu no último dia 06 a Yalorixá Neusa D. Soboadan




07.06.11O -

O Rio de Janeiro perde mais uma estrela de sua constelação. Faleceu esta madrugada, segundo as primeiras informações. A Yalorixá Neusa D. Soboadan (Mãe Neusa), uma Ya respeitada por todos, era a Yakekerê na casa da Yalorixá Obaganju.

O Sepultamento ocorreu no Cemitério de Irajá.Mãe Neusa era filha carnal de Mãe Obaganju(primeira foto).

Ator e diretor Wolf Maya condenado por injúria racial





09.06.11Campinas (SP)

- O diretor e ator Walfredo Campos Maya Júnior, conhecido como Wolf Maya, da TV Globo, foi condenado a dois anos e dois meses de prisão pelo crime de injúria com conotação racial contra um técnico de iluminação que trabalhou em uma de suas peças. A condenação, em primeira instância, foi definida pelo juiz Abelardo de Azevedo Silveira, da 2ª Vara Criminal de Campinas (93 km de SP). A defesa já recorreu. Maya sempre negou a acusação.

O juiz substituiu a pena de prisão pelo pagamento de indenização no valor de 20 salários mínimos (R$ 10,9 mil ao todo) mais um período de trabalho comunitário a ser definido pela Vara de Execuções Penais. De acordo com a sentença, Maya foi condenado por ter ofendido Denivaldo Pereira da Silva ao chamá-lo de "preto fedorento que saiu do esgoto com mal de Parkinson". O caso de injúria com conotação racial ocorreu em 12 de agosto de 2000, num teatro de Campinas que encenava a peça "Relax... It´s Sex", escrita e dirigida por Maya.

À época, Silva trabalhava numa prestadora de serviços de iluminação para a peça. Segundo o técnico, o diretor ficou furioso porque houve um erro ao iluminar um ator durante a peça. "Foi uma longa batalha para que o ato racista de uma pessoa importante como o senhor Wolf Maya não ficasse impune. São quase 11 anos, mas nunca desistimos de demonstrar que ninguém tem o direito de discriminar o outro", disse o advogado Sinvaldo José Firmo, do Instituto do Negro Padre Batista, que auxiliou o técnico.

Após o técnico ter denunciado o caso, Maya moveu uma ação na área cível por danos morais e pediu indenização de R$ 100. O diretor alegou que a acusação prejudicou sua imagem. Em maio de 2010, o juiz Gilberto Luiz C. Franceschini, da 6ª Vara Cível de Campinas, julgou improcedente o pedido de Maya e o condenou a pagar as custas processuais, no valor de R$ 2.000. Maya também já recorreu dessa decisão da Justiça. O advogado João Carlos de Lima Junior, defensor do ator e diretor Wolf Maya, afirmou que seu cliente "jamais cometeu qualquer ato racista contra quem quer que seja".

"Ao longo de mais de 30 anos de carreira, o Wolf jamais foi acusado de nada, por ninguém. Ele não seria capaz de dizer essa frase que o técnico de iluminação disse ter partido dele", afirmou. Segundo Lima Junior, Maya fez uma reunião para reclamar de algo que havia dado errado durante a peça, em agosto de 2000, mas Denivaldo da Silva nem participou. "Vamos recorrer dessa decisão em primeira instância justamente com a alegação de inexistência desse fato. Não houve. O Wolf jamais agrediu alguém com conotação racista. Esse fato é inverídico", afirmou o advogado.

Para Lima Junior, o técnico alegou ter sido alvo de ofensas racistas por parte de Maya porque o diretor fez críticas ao trabalho dele. "Nós temos várias testemunhas que dizem que isso [a injúria] não é verdade. Temos certeza de que o nosso recurso será aceito", afirmou Lima Junior.

Fonte: Folha

comentário



Embora ainda caiba recursos em ambas decisões, isto é, ainda não existe uma sentença trasitada em julgado. Mas vale alguns conselhos.Se vítima de qualquer tipo de discriminação, tenha ela conotação racista, religiosa ou não, deverá o ofendido buscar uma reparação na justiça, porém, não esquecendo que na justiça impera o princípio do "ônus probandi", ou seja, a obrigação de provar é de quem alega.

Sabemos que testemunhas nestes casos são muito difíceis, todavia, a luta pelo direito a uma reparação é um caminho muito árduo, mas que deve ser seguido, sob pena de dar ao ofensor cada vez mais disposição em injuriar alguém que não é da sua raça, cor ou que não prefesse a sua mesma religião.

Outro conselho bastante salutar, é que ninguém deve se deixar levar pelo momento jurídico que passa o Brasil, no campo do reconhecimento dos direitos das minorias, para buscar nas barras dos tribunais uma condenação ou reparação pelo simples desejo de vingança. Pois a justiça pode até ser cega, mas não é burra. Prevalecendo o velho adágio: "A Cesar o que é de Cesar", ou melhor, "A cada um o que é seu".

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sessão solene homenageou o Dia da África



Que é comemorado em 25 de maio

08.06.11 Brasilia -

Deputados manifestaram no dia 6 de junho, em sessão solene em homenagem ao Dia da África, o repúdio à intervenção estrangeira na Líbia. O deputado Amauri Teixeira (PT-BA), um dos autores do requerimento para a realização da sessão, lembrou que a busca por solução pacífica e negociada para os conflitos está prevista na Constituição brasileira. O deputado Luiz Alberto (PT-BA), também autor do requerimento da sessão, afirmou que a posição brasileira em relação em relação à guerra é muito importante. “Temos que estar atentos a tudo que acontece na África, para que nosso governo desenvolva as melhores relações”, afirmou.

O embaixador do Zimbábue, Thomas Sukutai Byuma, em nome do grupo de chefes de missões africanas, lamentou que a soberania e o povo da Líbia estejam sendo bombardeados por forças estrangeiras. “A União Africana quer um cessar fogo e o Brasil tem respeitado isso. O Brasil é parceiro dos povos africanos”, declarou. O Dia da África, comemorado no dia 25 de maio, é uma referência à criação, em 1963, Organização da Unidade Africana, que, em 2002, foi substituída pela União Africana, entidade que atua na promoção da democracia, dos direitos humanos e do desenvolvimento do continente, especialmente por meio de investimentos estrangeiros.

Acordos
O presidente da Câmara, Marco Maia, afirmou em mensagem lida em Plenário que, enquanto o Brasil segue firme para assumir o papel na liderança regional e influenciar na tomada global de decisões, boas gestões governamentais e a paz têm contribuído para melhoria significativa nos indicadores econômicos e sociais na África. “Diante disso, somos instados a firmar uma parceria de futuro, para a construção de um paradigma social mais justo”, afirmou. O deputado Luiz Alberto afirmou que nunca foram aprovados tantos acordos de cooperação técnica e de trocas culturais e tecnológicas entre o Brasil e os países africanos como nos últimos anos.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), também autora do requerimento da sessão, destacou que, cada vez mais, o Brasil tem reconhecido a dívida histórica que tem com o continente africano. “Ainda há desafios pela frente, mas estamos nos aproximando da África. O continente já está dando comprovações de que, com investimentos, pode fazer seu desenvolvimento econômico com inclusão social”, disse.

Fonte: Correio do Brasil


comentário



Em que pese os esforços dos parlamentares brasileiros em fazer esta justa homenagem, os africanos, com algumas exceções, não tem muito o que comemorar, desde que o imperialismo do primeiro mundo destruiu as suas savanas, roubou e vendeu para o mundos seus animais raros, transformou seus rios e nascentes em laboratórios de experimentos de novas drogas, usaram os africanos como cobaias para vários amtibióticos contra doenças, haja vista, os milhares e milhares de africanos contaminados pelo vírus da AIDS e, etc e etc. Vai daqui uma lágrima de solidariedade!

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/bablorixá

JUSTIÇA DETERMINA CIRURGIA COM TRANSFUSÃO DE SANGUE EM SEGUIDORA DA TESTEMUNHA DA JEOVÁ


07/06/2011 Concórdia
Mulher que pertencia a "Testemunhas de Jeová" passa por transfusão de sangue

O procedimento ocorreu nesta manhã.


A mulher que sofreu acidente no último domingo em Piratuba e que, por questões religiosas não queria passar por uma transfusão de sangue, foi submetida ao procedimento na manhã desta terça-feira, dia 7 de junho, no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital São Francisco. A paciente que pertencia à religião "Testemunhas de Jeová", não aceitava a transfusão, alegando crenças religiosas. Um médico entrou com uma ação na Justiça, solicitando a autorização para fazer o procedimento, justificando que essa seria a única forma de salvar a vida da paciente. O juiz Rudson Marcos concedeu liminar e autorizou a transfusão, que aconteceu por volta das 10 horas da manhã.



A mulher permanece internada em estado grave no CTI do hospital São Francisco. Ela sofreu uma fratura no fêmur. O quadro da paciente é estável. A vítima do acidente ainda corre risco de morte. Na colisão, que ocorreu domingo, por volta das 16 horas, na rua Primeiro de Maio em Piratuba, perdeu a vida o motociclista Raimundo Libório Graef, 46 anos. O motorista do Gol, que se envolveu em acidente com duas motos, fugiu do local. Ele já foi identificado e responderá criminalmente.

fonte Radio rural de Concórdia


COMENTÁRIO



Todos nós sabemos que é o Brasil um estado laico, ou seja, não pode se imiscuir em assuntos de natureza religiosa, a menos que seja para resguardar as instituições legais, porém, no caso dessa prática adotada pela igreja das Testemunhas de Jeová, o estado pode e poderá independentemente do consentimento de quem quer que seja, em se imiscuir, para preservar a vida, posto, ser esta um instituto sobre o qual o estado detém o poder legal de preservação. Dai, ser um absurdo que um médico para tentar salvar a vida de uma seguidora dessa religião tenha que formalizar um pedido na justiça. Existe um remédio para acabar de uma vez por todas com essa situação, visando preservar o bem maior que á vida, ou seja, uma lei que regule essa situação sem ferir os brios religiosos da igreja e preserve a vida de maneira mais rápida sem precisar de autorização judicial. A bancada católica e evangélica tão ágil hoje no congresso, principalmente nos ataques aos projetos contra a homofoba,poderia se candidatar e elaborar esse projeto de lei, quem sabe?


João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/bablorixá

sexta-feira, 3 de junho de 2011

13 DE MAIO - A outra realidade

13 DE MAIO
Num canto de um Terreiro de Umbanda sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, apreciando o som e observando o bailado das coreiras do tambor de crioula, um solitário preto-velho entristeceu-se. De seus olhos molhados, tristes lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei porque observando, aquilo me comoveu dai resolvir perguntar:



Por que choras meu Preto Velho? hoje é dia de festa, 13 de maio , dia da libertação.
Por que a tristeza?




E ele serenamente respondeu:
- Meu filho, tá vendo essa gente toda ai? esse entra e sai, essa comilança, essa bebedeira? pois é, a comemoração é deles , eu e meus irmão não temos o que comemorar e sim lamentar pela tristeza, pela situação em que meus irmãos se encontram nos dias de hoje em que comemoramos uma falsa abolição.
Quebraram as correntes de nossas pernas e de nossos braços e amarraram as correntes do preconceito, da discriminação em nossa alma, em nossos corações.



Nossas crianças vivem os maus tratos das autoridades que se dizem competentes.

Sem direito a moradia digna

Além de lhe tirar a dignidade, lhe tiram também a infância.


Obrigada ao trabalho escravo doméstico.

Nossos antepassados viajaram até aqui
em meio a humilhação, fome, dor, doença e morte.



E sua recepção foi conhecer a obediência, o medo, a submissão
e severos castigos com o chicote e o tronco.


A pobreza e a miséria subjulgaram nosso povo


Nossos reis e rainhas, principes e princesas não tiverão o
prazer de conhecer seus contos de fadas, tomaram-lhe suas coroas e seus tronos e colocaram mordaças e grilhões.



Mas mesmo assim mostramos que somos bravos e fortes



Tentaram nos calar por ser belos e joviais mas, pela graça divina
e por lembrança de nosso sofrimento, nossos ancestrais vivem até os dias de hoje em nossas memórias, há quem diga que alguns transformaram-se em santos ou viraram lendas do imáginário popular mas, sabemos que existimos de qualquer forma.





Tiraram as vestes de nossas mães, irmãs, mulheres e filhas,
para usarem e abusarem de seus corpos como mero objetos sem valor.





criticaram , perseguiram , aniquilaram com nossas alegrias, nossas festas, nossas danças.


Deturparam nossas danças,marginalizaram nosso lazer como lutas de morte.



Nossa fé , nosso credo, nossa religião foi perseguida e continua até os dias de hoje, pagamos com a própria vida por acreditar em
algo superior, divino e puro que pudesse nos confortar em momentos de tristeza e dor.



Agridem nossos deuses, nossos orishás, nossa energia
chamando-as de demônios, encostos, espiritos sem luz,


Nos culpam e menosprezam por cultuar a natureza.




Oferecemos o que existe de mais saboroso em nossa
culinária para nosso orixás, fruto de nosso sacrificio e eles
denominam como ato de magia negra, feitiçaria.





Saboreiam e degustam nossa comida


Mas, esquecem que foram feitas e preparadas com os restos
que nos ofereceram e que não tinham lugar em sua mesa.



Como a feijoada e o mocotó feitos com miúdos e víceras do boi e do porco.




Até nosso irmãos que viraram santos. muitas das vezes não tem muito crédito como os santos dos brancos.





comemorar o quê?


Festejar o quê?



Que abolição é essa? que liberdade é essa?

Por isso choro meu filho, por isso não vejo e não tenho alegria.


Márcio Arthur.
13 de maio de 2011

quinta-feira, 2 de junho de 2011

'Bruxas' da Romênia reclamam de cobrança de impostos


..Comportamento

Mulheres que se consideram ‘bruxas’ na Romênia estão em pé de guerra com o governo por causa de uma lei que as obriga a pagar imposto de renda sobre suas atividades.

O problema para as ‘bruxas’ não é começar a pagar imposto de renda, mas sim, segundo elas, receber muito pouco do governo em troca.


O imposto passará a incidir sobre bruxas e instrutores de auto-escola
Elas afirmam que o governo deveria dar-lhes local de trabalho e aposentadoria, pelo menos.

Uma feiticeira famosa no país disse não temer ninguém "nem o presidente" e afirmou que ele "vai ver", caso se meta com ela.

Mas nem todas as bruxas são contra o imposto. Para algumas, a medida é um reconhecimento tardio do trabalho que elas realizam.

"A medida é muito boa e me deixa feliz, porque mostra que o governo reconhece os poderes mágicos da categoria, famosos mundialmente", afirmou Mihela Minca.

A nova lei também obriga instrutores de autoescolas a pagarem imposto de renda, mas por enquanto, só as bruxas se queixaram.

Indiano é acusado de envenenar mulheres em teste de bruxaria

..Índia

Um curandeiro indiano foi preso após ter sido acusado de forçar dezenas de mulheres a beber uma poção para provar que não eram bruxas.

Trinta mulheres passaram mal após tomarem uma infusão herbal no vilarejo de Shivni, no Estado de Chhattisgarh, região central da Índia, como parte de uma caça às bruxas no domingo.

Um porta-voz da polícia, Rajesh Joshi, disse à BBC que moradores do vilarejo suspeitavam que a doença de uma jovem de 18 anos pudesse ter sido causada por bruxaria.

"O pai dela, Sitaram Rathod, e outros moradores suspeitavam que (a doença) poderia ter sido causada por um feitiço", disse o policial.

"Eles (os moradores) chamaram um ojha (curandeiro) para desfazer o feitiço."

Autoridades dizem que o curandeiro, identificado como Bhagwan Deen, havia recebido a ajuda de outros moradores para reunir todas as mulheres adultas no centro do vilarejo.

Ele teria então conduzido rituais que não conseguiram identificar a suposta bruxa e teria decidido apelar para o teste com a poção.

"O curandeiro forçou as mulheres a consumir uma bebida feita com uma erva venenosa local", disse Joshi.

"Ele disse que, após beber a infusão, a verdadeira bruxa confessaria voluntariamente."

Das 30 mulheres levadas a um hospital após o incidente, 25 já receberam alta.

A polícia diz que outras cinco continuam hospitalizadas, entre elas uma mulher de 70 anos cujo estado seria grave.

Outros seis moradores do vilarejo também foram presos por ajudar o curandeiro.

Caças às bruxas são comuns nas regiões Central e Leste da Índia. Todos os anos, mulheres acusadas de bruxaria são mortas.

Multidão apedreja e queima macaco 'bruxo' na África do Sul


..áfrica


Entidades afirmam que habitat de macacos vervet está sendo destruído
Os moradores do vilarejo de Kagiso, perto de Johanesburgo, na África do Sul, apedrejaram e queimaram vivo um macaco vervet depois de alegarem que o animal estava ligado a algum tipo de bruxaria.

Segundo o jornal sul-africano The Star, a multidão gritava "Mate aquele bruxo", enquanto o macaco era colocado em um balde e encharcado com gasolina. Em seguida, testemunhas relatam que os moradores atearam fogo ao animal.

Os boatos de que o macaco podia falar se espalharam no dia 23 de maio, quando o animal entrou no vilarejo. O bicho foi então capturado, apedrejado e queimado.

Antes de ser colocado dentro do balde e encharcado com gasolina, o animal conseguiu fugir e se refugiar em uma árvore, mas foi agarrado novamente e morto.

Um dos moradores de Kagiso, Tebogo Mswetsi, disse ao The Star que foi acordado por amigos logo pela manhã, que falaram sobre o macaco. Segundo eles o animal andava pelo vilarejo "falando com as pessoas".

Moswetsi se juntou à multidão por curiosidade e, quando o macaco subiu na árvore, foi ele quem o tirou de lá.

"Me sinto culpado, não devia ter tirado ele daquela árvore. Eu o derrubei depois que alguém despejou gasolina nele. Não tive escolha", disse Moswetsi ao jornal.

Traumatizante

A entidade de proteção dos animais locais, Comunity Led Animal Welfare (Claw), descreveu o incidente como "bárbaro" e enviou uma de suas gerentes, Cora Bailey, ao vilarejo, depois de ter sido alertada por um dos moradores, Johannes Bapela.

Bapela chamou a polícia para evitar a morte do animal, mas os policiais não conseguiram evitar a morte do primata.

"Eles bateram no macaco e então o incendiaram. Não consegui dormir naquela noite, pois foi muito traumatizante", disse Bapela ao The Star.

Para Bapela, as alegações de feitiçaria usadas para matar o macaco "não tem fundamento".

Cora Bailey, da Claw, afirma que chegou ao local tarde demais.

"Fiquei arrasada. Você mal podia dizer que (o macaco) tinha sido uma criatura viva. Havia crianças pequenas (no local) que ficaram muito confusas e assustadas", disse.

Bailey afirmou que os animais da região acabam vítimas da superstição devido ao fato de os moradores dos vilarejos não entender que este animais entram em locais habitados pois seu habitat natural foi destruído ou o animal se separou de seu grupo.

Casamento no Candomblé pela primeira vez em C.Grande (MS)



Pela primeira vez em Campo Grande é realizado um enlace matrimonial de acordo com os preceitos da religião de matriz africana, o Candomblé. A cerimônia foi realizada no último dia 14 de maio, no templo religioso denominado Ilè Dará Agan Oyá Asé Elegbara Omodé, dirigido pelos sacerdotes Mãe Zilá de Oyá e Pai Lucas de Odé e foi ministrada pelo Babalorixá Carlito de Oxumarè, do Ilè Olá Omi Asé Opò Araká, do Estado de São Paulo.

Após 25 anos de união, o jornalista Luiz Junot e a psicopedagoga Zilá Dutra, ambos devotos ao Candomblé, fizeram os votos matrimoniais. O ritual precedeu as tradicionais comemorações anuais em reverência a Oyá e Odé, os deuses africanos das tempestades e da caça, da fartura e prosperidade, respectivamente. Em meio ao público presente estiveram diversos membros da sociedade e da comunidade candomblessista de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Mato Grosso.

O presidente da Federação de Cultos Afro-brasileiros e Ameríndios de Mato Grosso do Sul (Fecams), sacerdote de Umbanda Irbs, também esteve presente no evento e destacou a importância da cerimônia. “Foi uma cerimônia belíssima e de extrema importância para as religiões de matriz africana, de modo a disseminar nossa cultura para toda a sociedade”, destacou.

Para o Babalorixá Carlito de Oxumarè, que presidiu o ritual, o acontecimento rompeu as fronteiras geográficas do Candomblé. “Além de mostrar que o Candomblé, ao contrário do que se pensa, encontra-se muito bem instalado fora do eixo Bahia - São Paulo - Rio de Janeiro, conseguimos mostrar a toda a sociedade que o povo de santo tem uma cultura abrangente e completa, somos sacerdotes tanto quanto os de qualquer outra religião, temos em nossa cultura rituais para casamentos, batizados, rituais fúnebres, entre tantos outros”, ressaltou.

O Candomblé na Imprensa - Em abril de 2008 o casamento do jornalista da Rede Tv! Felipeh Campos, 34, e do produtor de moda Rafael Scapucim, 26, ganhou as manchetes dos veículos de comunicação de todo o Brasil. Naquela ocasião a cerimônia foi realizada pelo Babalorixá Cido de Oxum, e teve grande repercussão na imprensa nacional, quebrando os paradigmas sociais por unir um casal homosexual nos preceitos da religião de matriz africana, o Candomblé. No decorrer da cerimônia o Babalorixá Cido disse: "A partir de hoje a história será outra, quando as pessoas abrirem as páginas dos jornais e verem que dois iguais se casaram, elas vão entender, e vai haver mais respeito".

Fonte: A Crítica

Crianças negras têm menor chance de adoção

Elas correspondem à metade do número de órfãos aptos para adoção no BrasilNa semana em que se comemora o Dia Nacional da Adoção, ainda é alta a taxa de crianças negras que aguardam por uma família. Elas correspondem a praticamente metade das quatro mil aptas para adoção entre 29 mil órfãos que vivem em abrigos espalhados pelo Brasil. Junto a eles, outros 21% dos meninos e meninas não são adotados por possuírem problemas de saúde ou algum tipo de deficiência. Os dados foram divulgados em abril pelo Cadastro Nacional da Adoção (CNA). De acordo com o documento, o número de interessados é sete vezes superior ao número de órfãos, porém, o perfil procurado é de recém-nascidos brancos e saudáveis, distante da realidade encontrada nos abrigos. Outra dificuldade da Justiça está em encaixar perfis com idade acima dos três anos, do sexo masculino, e crianças que possuem irmãos.

Os tabus e dificuldades nos processos de adoção foram discutidos no último dia 25 de maio, na Câmara dos Deputados. O juiz Nicolau Lupianhes Neto, coordenador do CNA, destacou a importância da conscientização para o uso da ferramenta. “Criamos uma cultura de querer crianças pequenas, as mais velhas ficam relegadas ao segundo plano. Precisamos mudar essa consciência”, afirmou. Para sensibilizar a sociedade quanto à importância da adoção, a ONG Aconchego e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República lançaram, também no dia 25 de maio, a campanha “Adoção: Família para Todos”, em comemoração ao Dia Nacional da Adoção. A ideia é estimular a preferência por crianças e adolescentes excluídos dos perfis idealizados pelos pais adotivos.

Na campanha, o governo brasileiro assume um compromisso público pelo direito à convivência familiar de todas as crianças do país. Só no Distrito Federal, 295 famílias são habilitadas para a adoção e 163 crianças aptas para serem adotadas. O número corresponde a 2,5 famílias por cada criança apta. No entanto, 100 desses meninos e meninas têm idade entre 12 e 18 anos – idade pouco procurada para adoção. A escolha por crianças brancas, independentemente da idade, pode ainda estar muito relacionada à questão do preconceito de cor, ainda presente na sociedade. Enquanto os prováveis pais sonham encontrar crianças que se adaptem ao “perfil do filho imaginado”, os idealizadores da campanha “Adoção: Família para Todos” preferem tratar o tema como um direito da criança.

Fabiana Gadelha, diretora jurídica do projeto Aconchego, compara o processo de adoção a uma gestação natural. “Na gravidez não escolhemos o sexo do bebê. Da mesma forma que podemos gerar filhos diferentes do esperado, a adoção também pode”, afirma. “Quando buscamos um filho, não queremos um patrimônio. Nessa espera está a possibilidade de receber filhos fora do padrão comum”, completou. Maria do Rosário, ministra dos Direitos Humanos, ressalta que é preciso superar escolhas muitas vezes motivadas por características étnicas e até pela pouca idade das crianças. Segundo a ministra, também é muito feliz adotar uma criança de outra raça ou de mais idade. “Assim, vamos tirar mais de 4 mil da situação de abandono”, ressaltou a ministra.

Fonte: Palmares
Imagem: Daiane Souza