terça-feira, 31 de maio de 2011

Kit anti-homofobia pode abranger outras formas de preconceito

O governo estuda ampliar o enfoque do "kit anti-homofobia" e transformá-lo em uma iniciativa de combate a todas as formas de discriminação, disse nesta terça-feira o ministro Fernando Haddad (Educação).

De acordo com o ministro, a medida foi sugerida por parlamentares da Frente da Família, que se preocupariam "com todas as formas de preconceito", e está sendo avaliada. A produção do kit, destinado a alunos do ensino médio, foi suspensa na semana passada por ordem da presidente Dilma Rousseff, que afirmou que o governo não pode "defender uma opção sexual".

A nova versão do material, agora, poderá abranger também o combate a outras formas de intolerância, como a religiosa, segundo Haddad. Ele afirmou que já há materiais elaborados pelo MEC (Ministério da Educação) sobre esses outros temas.
A Folha
ANGELA PINHO
DE BRASÍLIA

MORRE NO RIO O BABALORIXÁ, PROFESSOR,ESCRITOR E ANTROPÓLOGO FLAVIO PESSOA DE BARROS


O adeus a José Flávio Pessoa

Babalorixá, Professor, Escritor, Fiel à VerdadeO Professor Dr. José Flávio Pessoa de Barros faleceu no último dia 29 de maio. O enterro acontecerá no dia 31 de maio, às 10hs, no cemitério de Jacarepaguá - Pechincha Rua Retiro dos Artistas nº 307 , na Capela.

José Flávio Pessoa de Barros - doutor em Antropologia – USP, Pós-doutor em Antropologia – Universidade de Paris V, Professor adjunto aposentado da UERJ e da UFRJ e Babalorixá. Foi combatente sem trégua à intolerância religiosa, à corrupção e à exclusão social.

COMENTÁRIO

O acervo bibliográfico deixado pelo professor Flávio, é um dos mais importantes e esclarecedores à religião africanista, além da sua participação quando em vida de movimentos em defesa dos postulados religiosos afro-brasileiro. Quisera que outros babalorixás ostentassem a garra e disposição do professor Flávio em defesa das suas convicções. Que Deus/Olorum o receba em seus braços e possa dar-lhe a luz e a paz que porventura não tenha alcançado aqui no aiyê.

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá

segunda-feira, 30 de maio de 2011

ONU critica Brasil por permitir ensino religioso em escolas públicas






Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) que será apresentado essa semana ao Conselho de Direitos Humanos fará um alerta ao Brasil porque foi revelado que centenas de escolas públicas em pelo menos 11 Estados brasileiros desrespeitam o caráter laico do Estado e impõem o ensino religioso.

A pesquisa foi realizada pela relatora da ONU para o direito à cultura, Farida Shaheed, que também alerta que intolerância religiosa e racismo “persistem” na sociedade brasileira.

Shaheed pedirá uma posição mais forte por parte do governo para frear ataques realizados por “seguidores de religiões pentecostais” contra praticantes de religiões afro-brasileiras no País.

A relatora também chamará a atenção para uma das maiores preocupações é o com o ensino religioso, assunto que pôs Vaticano e governo em descompasso diplomático.

Os Estados citados por Farida, que visitou o País no final do ano passado, são Alagoas, Amapá, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A representante da ONU diz ter recolhido pedidos para que o material usado em aulas de religião nas escolas públicas seja submetido a uma revisão por especialistas, como no caso de outros materiais de ensino. Além disso, “recursos de um Estado laico não devem ser usados para comprar livros religiosos para escolas”, esclarece.

Para ela as principais preocupações que impedem a implementação efetiva do que é previsto na Constituição são: deixar o conteúdo de cursos religiosos serem determinados pelo sistema de crença pessoal de professores ou administradores de escolas; usar o ensino religioso como proselitismo; ensino religioso compulsório e excluir religiões de origem africana do curriculum.

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação o ensino religioso deve ser oferecido em todas as escolas públicas de ensino fundamental, mas a matrícula é facultativa. A legislação também pede que a definição do conteúdo seja feita pelos Estados e municípios, mas afirma que o conteúdo deve assegurar o respeito à diversidade cultural religiosa e proíbe qualquer forma de proselitismo.

“Em tese, deveria haver um professor capaz de representar todas as religiões. Mas, como sabemos, é impossível”, explica Roseli Fischmann, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP)

Para a professora da USP a educação religiosa deve ser restrita aos colégios confessionais, pois lá, o pai matricula consciente de que seu filho terá o ensinamento religioso.

domingo, 29 de maio de 2011

‘Hipnotizador’ acusado de molestar menina de 7 anos é condenado



.Grã-Bretanha

Martin Smith é acusado de ter cometido abusos durante 9 anos
Um britânico acusado de ter tentado hipnotizar uma menina de sete anos antes de abusar sexualmente dela foi condenado por um tribunal de Manchester, no norte da Inglaterra.

Martin Smith, de 45 anos, havia sido extraditado da Espanha neste ano para responder ao processo por 13 acusações de abuso sexual contra a garota.

Segundo os promotores, Smith tentou hipnotizar, bateu e ameaçou sua vítima - uma menina com quem ele tinha contato regular, mas que não pode ser identificada - durante um período de nove anos, de 1995 a 2004.

O caso ganhou repercussão no país por causa do assassinato dos dois filhos de Smith em um hotel espanhol quando ele estava preso aguardando a análise do pedido de extradição.


Lianne Smith é acusada da morte da filha Rebecca
Rebecca, de cinco anos, e Daniel, de 11 meses, foram asfixiados com um saco plástico. A mãe das crianças, Lianne Smith, de 44 anos, está presa em Girona, perto de Barcelona, aguardando julgamento pelos assassinatos.

Martin Smith também havia aparecido em programas de TV britânicos para investigar, na condição de médium, ocorrências paranormais e supostas aparições de fantasmas em uma cidade do país em 2007.

'Abuso sistemático'

Durante o julgamento por estupro e abuso sexual, a promotora Hilary Manley disse que o abuso sexual da vítima foi "sistemático e prolongado".

Inicialmente, Smith teria forçado a menina, então com sete anos, a tocar suas partes íntimas e teria feito o mesmo com ela. Ainda segundo a acusação, ele teria se tornado cada vez mais violento, agindo de maneira "dominadora e ameaçadora" e até usando hipnose para convencê-la a fazer o que ele queria.

"Ele tentava hipnotizá-la, apesar de que ela simplesmente fingia estar sob influência da hipnose", disse Manley.

No fim, Smith teria desistido de hipnotizar a menina e a partir dos 13 anos de idade, ela teria sido estuprada repetidamente por ele e "aceitava com resignação" a violência, segundo as declarações feitas no tribunal.

Em 2007, a suposta vítima teria finalmente "se sentido forte o suficiente" para denunciar o abuso à polícia e Smith foi preso em novembro do mesmo ano.

Ele negou as acusações e foi libertado sob fiança, viajando em seguida para a Espanha com a família.

No dia 7 de maio deste ano, Smith foi preso em Barcelona e extraditado. Cerca de duas semanas depois, os corpos de seus filhos foram encontrados em um hotel de Lloret de Mar, na Costa Brava
bbc brasil

Origem da Desvalorização da Mulher/Escrituras Milenares

Origem da Desvalorização da MulherEscrituras Milenares

"Mesmo que a conduta do marido seja censurável, mesmo que este se dê a outros amores, a mulher virtuosa deve reverenciá-lo como a um deus. Durante a infância, uma mulher deve depender de seu pai, ao se casar de seu marido, se este morrer, de seus filhos e se não os tiver, de seu soberano. Uma mulher nunca deve governar a si própria."


Leis de Manu (Livro Sagrado da Índia)

Solenidade homenageia Mulheres Ilustres e Sacerdotisas





No último dia 26 de maio, Sacerdotisas das Religiões Afro-Brasileiras e Mulheres Ilustres de diversos segmentos da sociedade, foram homenageadas em Ato Solene. Esta Homenagem às Mães (Prêmio Mametu Namboazaze), que já se tornou tradição, ocorreu na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, por iniciativa do mandato do Deputado Estadual José Cândido (PT) e coordenado pelo FOESP (Fórum das Comunidades de Terreiro e de Tradições de Matriz Afro Brasileira).

Após execução do Hino Nacional Brasileiro, o Deputado José Cândido agradeceu a presença dos representantes das Religiões Afro-brasileiras e demais representantes dos diversos segmentos, e assumiu novamente seu compromisso em colaborar com as causas ligadas às raízes afro-brasileiras. Foi solicitado um minuto de silêncio em memória a Abdias Nascimento, ícone das causas ligadas à defesa da igualdade racial.

Fizeram parte da mesa organizadora, cujos mestres de cerimônia foram Tata Matamoridê e Mãe Rosane de Yansan (FOESP), o Deputado José Cândido, o Babalorixá Walter de Odenitá, o coordenador da Coordenadoria de Políticas para a População Negra e Indígena da Secretaria de Justiça e Cidadania de São Paulo, o Dr. Antonio Carlos Arruda da Silva, o Sr. Otunba Adekunle Aderonmu e o Babalorixá Vadinho de Ogun. A deputada Leci Brandão, que faria parte da mesa, enviou representação.

Merece destaque, a presença de Sacerdotes que vieram do Estado de Osun, na Nigéria, a convite do Deputado José Cândido, e que haviam participado da comemoração pelo dia da Árica, também na ALESP, no dia anterior.

A justificativa da homenagem, se deve ao fato de que as Sacerdotisas de Matriz Afro-brasileira há muito vêm sendo relegadas a um segundo plano em vários aspectos da sociedade. Fato inegável é seu importante papel social ao ajudar a mitigar a dores da sua comunidade através de ajuda espiritual e às vezes até financeira. Estas mulheres poderosas, detém o poder de controlar o sobrenatural e fazer o bem a qualquer pessoa através de suas orações.

O Ilê Asé Oluaye Omoode Ocorin Efon - Adamris Sá Oliveira teve homenagem especial pela resistência

Escolas do Rio terão Aulas de Catequese

Serão obrigatórias na Rede Municipal de EnsinoO Prefeito Eduardo Paes a pedido da Arquidiocese do Rio de Janeiro quer aulas de catequese nas escolas públicas do município. Alunos serão obrigados a estudar o catecismo da Igreja Católica independente de sua opção religiosa. Vereadores Católicos, representantes da secretaria municipal de Educação e membros da Cúria Arquidiocesana estiveram em reunião no último dia 19 de maio na Câmara de Vereadores para articularem o Projeto de Lei e sua aprovação.

O Projeto de Lei que vai tornar obrigatório o ensino do catecismo da Igreja Católica nas escolas públicas do Rio de Janeiro é um pedido da Arquidiocese Metropolitana que cobra do Prefeito Eduardo Paes uma dívida de campanha quando o mesmo conseguiu o apoio da Igreja para a sua eleição. Alunos evangélicos, sem-religião, ateus, umbandistas, candomblecistas, budistas entre outros serão obrigados pela Prefeitura a estudarem a vida dos santos, da virgem Maria, a veneração de imagens entre outras tradições católicas.

Está previsto ainda a contratação de 600 professores de Ensino Religioso pela Prefeitura do Rio de Janeiro que em 2013 irá realizar concurso público para a área. Uma das regras para a contratação destes professores, caso seja aprovado, é que os mesmos apresentem certidão emitida pela Arquidiocese do Rio de Janeiro garantindo a sua confissão na fé católica. A contratação dos 600 professores de catequese custará aos cofres do município R$ 16 milhões de reais anuais.

A Igreja Católica nas duas últimas décadas tem assistido o avanço das igrejas evangélicas sobre o seu rebanho e o crescente número de pessoas sem-religião além do desinteresse crescente dos jovens com as tradições católicas. O ensino obrigatório da catequese tem como objetivo conquistar novos fiéis para a Igreja Católica bem como aproximar católicos não-praticantes dos ensinamentos da Igreja.

Estatistica

Católicos: 51%Evangélicos: 21%Espíritas (Kardecistas, Candomblecistas, Umbandistas): 9%Sem-Religião (Ateus, não religiosos, agnósticos): 16%Outras (Judeus, Mulçumanos, Budistas, etc.): 3%

Projeto de Lei fere a Constituição Federal

O Projeto de Lei que torna obrigatório o ensino religioso católico no município do Rio de Janeiro fere a Constituição Federal de 1988, que garante a total separação da Igreja e Estado. Isso significa que o Estado não pode privilegiar uma determinada religião.

Enviado por Rosiane Rodrigues – Comissão Intolerância Religiosa

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Idosa que levou chute em templo evangélico receberá R$ 51 mil de indenização

A Igreja Universal do Reino de Deus de Rio das Ostras bem que tentou diminuir a indenização de R$ 51 mil a que foi condenada a pagar a uma senhora que levou um chute durante um culto. Edilma de Oliveira, que à época do fato tinha 71 anos de idade, foi lançada, por um auxiliar do pastor, a uma distância de três metros, sofrendo fratura na perna com lesões irreversíveis. A 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, porém, negou provimento ao recurso e manteve a sentença.

Nos autos, consta que Edilma não recebeu qualquer socorro após o incidente. Ela foi submetida a duas cirurgias para colocação de parafusos de platina. Em consequência, a idosa passou a necessitar de consultas médicas periódicas e também de tratamento fisioterápico. Além disso, ficou impossibilitada de fazer seus afazeres domésticos e os doces que vendia para ajudar em seu sustento.

Em apelação, a Igreja requereu nulidade de parte da sentença de 1º grau quanto à condenação dos danos emergentes, dos alimentos indenizativos e contra o período fixado para os alimentos, porque a autora não teria comprovado despesas com o evento e renda mensal. A ré também tentou convencer a Justiça de que o fato de a autora ter idade avançada e alguns problemas de saúde seria motivo para diminuir a indenização. “Como se a dor moral do idoso valesse menos”, reagiu o dembargador relator da 15ª Câmara Cível, Celso Ferreira Filho.

Na decisão, o relator afirmou que a Igreja foi contraditória ao negar o nexo de causalidade, embora tenha reconhecido que a dinâmica do evento danoso se deu no interior de suas dependências, “lugar que por sabença comum, se destina a práticas espirituais que deixam muitas vezes os fiéis fora de si e, portanto, com possíveis comportamentos de violência, movidos pela delirante força para neutralizar atuações pretensamente demoníacas”. Segundo o desembargador, “não foi fruto do acaso nem fato imprevisível que a autora tenha entrado sã nas dependências da ré e de lá saído incapacitada em razão de lesões”.

O desembargador Celso Ferreira Filho considerou ardilosa a defesa da Igreja ao nominar a “ação de indenização de danos morais”. Segundo ele, tal método visava à alegação futura de decisão “extra-petita”, com eventual condenação em danos materiais. “Embora a ré procure preservar a fé nos indivíduos, paradoxalmente, atua aqui com má-fé, fingindo não ter lido a inicial, onde está explicitado com todas as letras o pleito de dano material (lucros cessantes e danos emergentes)”. O recurso foi desacolhido.

Na decisão, o desembargador, ao manter a sentença de 1º grau, pergunta: “Será que a ré não tem a percepção para dimensionar a dor sofrida por uma idosa que entrou íntegra em suas dependências apenas para orar e, ao sair, estava multilesionada, tendo que percorrer uma verdadeira “via crucis”, por corredores de hospitais e através da interminável estrada da terapia medicamentosa"”.

Processo nº 0002127-23.2005.8.19.0068

Site do TJRJ

comentário

A presente decisão serve de espelho também aos candomblecistas e umbandistas, senão vejamos:O trecho da decisão que diz:
“lugar que por sabença comum, se destina a práticas espirituais que deixam muitas vezes os fiéis fora de si e, portanto, com possíveis comportamentos de violência, movidos pela delirante força para neutralizar atuações pretensamente demoníacas”.
Ou seja, o dirigente espiritual, seja ele pastor, padre, zelador de santo, ou babá de umbanda,não importa, o importante é ficar vigilante, pois uma pessoa que se dirija a uma casa de oração (evangélica, católica, umbandista ou candomblecista, deve brigatoriamente ser observada, pois se colocada em alguma situação que implique em desobessessão para retirada de possíveis forças malignas,pode tornar a pessoa em situação de descontrole emocional e até de se tornar violenta para consigo mesma, debatendo-se, jogando-se no chão, ou até violenta contra terceiros. Em um verdadeiro descontrole geral, cabendo pois, ao mentor espiritual munir-se de todas as cautelas necessárias para evitar possíveis danos físícos a essa pessoa, bem como a terceiros, e se ele assim não agir, estará sujeito ao ordenamento jurídico, que prevê punição (civil ou penal), a quem diferentemente agir.
É o que podemos extrair dessa decisão contra a Igreja Universal, sendo pois, um espelho no qual, devemos todos nós espiritualistas nos mirar.

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá

Ciganos ainda são "povos invisíveis"


Agência Brasil

Faltam informações sobre números da populaçãoBrasília – Apesar de viverem no país desde o século 16, os ciganos ainda são uma parcela da população pouco conhecida pelos brasileiros e até mesmo pelo Poder Público. Faltam informações oficiais precisas sobre o número de ciganos que vivem no território nacional. As estimativas variam de 800 mil – a mais adotada por órgãos do governo e entidades não governamentais – até 1,2 milhão de pessoas.

De acordo com o diretor executivo da Pastoral dos Nômades, padre Wallace Zanon, os ciganos ainda não têm seus direitos respeitados. “Eles ainda estão um passo atrás, pois nunca foram reconhecidos.” Para a presidenta da Associação Cigana das Etnias Calons do Distrito Federal e Entorno, Marlete Queiroz, há descaso tanto da sociedade e quanto do governo. “Os ciganos fazem parte de um Brasil invisível.”

O desconhecimento acaba levando à discriminação contra esses povos, tratados, muitas vezes, como ladrões e vagabundos. Um dos exemplos do preconceito está guardado no arquivo histórico do Senado Federal: o Decreto 3.010, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas em 1938, um ano após instalação do Estado Novo. A norma restringia a entrada de estrangeiros no país e impedia que “indigentes, vagabundos, ciganos e congêneres” ingressassem em território brasileiro.

No Brasil, atualmente, predominam três clãs ciganos: os Rom (vindos da ex-Iugoslávia, Sérvia e de outros países do Leste Europeu), os Calom (que vieram da Espanha e de Portugal) e os Sinti (vindos da Alemanha, Itália e França).

Entretanto, não há consenso entre esses grupos sobre a identidade cigana. “Calom não é cigano, é brasileiro que quer ser cigano”, afirmou o rom Maicon Martins, descendente de iugoslavos.

Residentes em Caxias do Sul (RS), os Martins não perderam o hábito de fazer do comércio sua principal atividade econômica. Eles também mantêm o costume de viajar pelo país em grupos familiares. A reportagem da Agência Brasil encontrou a família de Maicon em um centro comercial afastado da região central de Brasília. Ele e mais 15 parentes vieram para a capital federal em cinco caminhonetes de luxo. Apesar de o nomadismo não fazer mais parte de suas vidas, Maicon diz que as viagens ajudam a preservar a identidade cultural.

Líder de uma comunidade Calom, Elias Alves da Costa confirma a discriminação sofrida pelo seu clã. “O cigano Rom é rico e o Calom é pobre. Eles [Rom] acham que só eles são ciganos, mas nós também somos.”

Segundo ele, o que diferencia um clã de outro é a cultura. Diferentemente dos Rom e dos Sinti, os Calom não cultuam Santa Sara Kali e adotaram Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, como sua santa protetora.

A língua também é um diferencial. Os Rom e os Sinti falam o romanês (língua dos ciganos). Os Calom falam o shib kalé, uma fusão do romanês com o espanhol e o português. Os ciganos que vivem no Brasil também falam português.


A Tarde On Line





comentário





Seguem vários artigos pubicados no Jornal a Tarde de Salvador sobre os ciganos no Brasil,que estaremos dando visibilidade no nosso blog, dada a importância da pesquisa sobre o povo cigano no Brasil, devido a muita desinformação, principalmente no campo religioso, onde muitas casas de culto deixam de tratar e cuidar das energias ciganas, justo por falta de informação, tais como: "cigano é alimentado com ejé (sangue)? Se faz assentamento de energia cigana?Existe feitura de médium para a incorporação da energia cigana? Entre outras questões importantes.Vamos assim conhecer a real situação desse povo nos dias atuais no Brasil, e depois então entraremos in prfundo na análise da situação do povo cigano, segundo a visão espiritualista, que é o que nos interessa.

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá

Abdias do Nascimento morre aos 97 anos

Abdias do Nascimento lutou contra a discriminação racial e pela valorização da cultura negra.

Morreu na manhã desta terça-feira, 24, no Rio de Janeiro, o escritor, político, jornalista, artista plástico, poeta, ator e diretor teatral Abdias do Nascimento. Abdias foi um dos maiores expoentes do país da luta contra a discriminação racial e pela valorização da cultura negra.

Nascido na cidade de Franca (SP), em 14 de março de 1914, o professor foi o criador do chamado Teatro Experimental do Negro, que promoveu, a partir de 1944, a inserção do artista afrodescendente no cenário teatral brasileiro. No campo da política, iniciou sua atividade em 1930 na Frente Negra Brasileira e, posteriormente, na organização do 1º Congresso Afro-Campineiro, que tinha por objetivo discutir políticas de combate à discriminação racial.

Por conta da perseguição política, o professor esteve exilado por 13 anos, quando passou pelo Caribe, pela África e pelos Estados Unidos, foi professor universitário e escreveu uma série de livros sobre discriminação racial. Na volta, exerceu os cargos de deuptado e senador,além de ter sido secretário de estado de Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras, no Rio de Janeiro, e de Direitos Humanos, em São Paulo.

No campo das artes, foi pioneiro ao atuar e dirigir um espetáculo que teve como tema elementos da religiosidade afro-brasileira, no espetáculo Aruanda, de Joquim Ribeiro. Como jornalista, Abdias comandou, entre 1948 e 1951, o jornla Quilombo, órgao que se voltada para notícias de diversos movientos negros. Mais tarde, em 1961, como resultado da atuação no teatro e no jornalismo, lança dois livros: Damas para Negros e Prólogos para Brancos, que reúnem peças nacionais sobre a cultura negra, encenadas pelo Teatro Experimental do Negro.

Abdias deixa a esposa Elisa Larkin, um filho e incontáveis seguidores. A família ainda não informou quando será o enterro.

As informações são do blog Correio Nagô. A reportagem de A TARDE apura maiores detalhes.

comentário

O movimento negro no Brasil e a religião afro-brasileira, amanhecem mais pobres e mais tristes nesta quarta-feira (25/05/2011, face o desenlace desse grande expoente da luta dos negros pelos seus direitos de liberdade no Brasil. Abdias Nascimento, foi e sempre será um referencial para todos aqueles que um dia ousaram levantar a bandeira da defesa dos direitos do negro nessa terra. Exilado que foi, pelas suas convicções políticas, jamais deixou apagar a chama da resistência no seu âmago, e ao retornar ao Brasil nos idos da década de 80, flamejante, pôs-se à luta. Galgou cargos políticos na câmara federal e depois no senado, onde se tornou a voz desse povo mestiço, aguerrido e caboclo. Olorum o chamou! E temos que acatar esse chamamento. Que ele o tenha a partir de agora! Mas as suas pegadas jamais serão apagadas.

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá

Corpo de Abdias Nascimento será velado amanhã na Câmara dos Vereadores do Rio


| Agência A Tarde

Cinzas do ex-senador serão levadas para o Quilombo dos PalmaresO corpo do ex-senador Abdias Nascimento será velado a partir das 18h de amanhã, 26, na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, na Cinelândia, Centro da cidade. Na sexta-feira, 27, às 11h, o corpo seguirá para o crematório da Santa Casa de Misericórdia, no Caju, zona norte do Rio. Um dos maiores ativistas da luta pela cidadania dos negros no Brasil, Abdias Nascimento morreu às 22h50 da última segunda-feira, 23, no Hospital dos Servidores do Estado (HSE), aos 97 anos, vítima de complicações decorrentes de diabetes.

A cremação, agendada para as 13h30 de sexta-feira, será uma cerimônia restrita a familiares e amigos próximos. Em cumprimento a um desejo do próprio Abdias, suas cinzas serão levadas para a Serra da Barriga, em Alagoas, local do maior centro da resistência negra no Brasil, o Quilombo dos Palmares.

Nascido em 1914, no município de Franca (SP), Abdias Nascimento começou a luta pela igualdade racial ainda estudante, na capital paulista, onde em 1936 foi preso por protestar contra a exigência de entrar numa boate pela porta dos fundos, por ser negro. Em 1944, já vivendo no Rio de Janeiro, ele fundou o Teatro Experimental do Negro. Além de ator e dramaturgo, foi jornalista, escritor e artista plástico.

O ativista sofreu pressões durante a ditadura militar e ficou exilado 13 anos nos Estados Unidos. De volta ao Brasil, Abdias Nascimento iniciou carreira política, foi deputado federal, nos anos 80, e senador, de 1991 a 1992 e de 1997 a 1999 pelo PDT.

A última homenagem em vida ao ex-senador foi a criação do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento, lançado há 15 dias pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Com inscrições abertas até 19 de agosto, o prêmio vai contemplar as melhores reportagens sobre temas relacionados à população negra.

Casamento entre jovens é tradição mantida por ciganos


Agência Brasil

Muitas comunidades cultivam tradições de séculos passadosBrasília – Muitas comunidades ciganas que vivem no país ainda cultivam tradições de séculos passados. Além do nomadismo de algumas famílias, é comum ver jovens entre 13 e 15 anos casando-se e formando família. Em muitos casos, a união é feita entre parentes.

De acordo com Elias da Costa, líder de um acampamento Calom no Distrito Federal, os ciganos casam cedo para garantir a união da comunidade. A festa de casamento chega a durar três dias. “A gente casa cedo porque é uma tradição de muito tempo. Para segurar a nossa adolescente, para que ela fique dentro da comunidade. Como cigano nunca estudou, nunca se formou, se casa cedo.”

Daqui a dois meses, o filho de Elias, de apenas 14 anos, vai se casar com uma adolescente de 13. O casamento foi combinado entre os pais dos noivos, pois, segundo a tradição, ciganos são proibidos de namorar. Entre os Calom, não há dote, mas uma ajuda conjunta da comunidade para que o casal comece a vida conjugal.

“O primeiro dinheiro do comércio, para ele começar [o negócio], sou eu que dou. Por exemplo, vou dar um carro para ele começar a vender as coisas. Mas ele tem dinheiro para comprar a mercadoria e começar a vender”, disse Elias.

No clã Rom, os casamentos também têm festas que duram três dias e custam até R$ 140 mil. A família da noiva costuma oferecer um dote ao noivo. “A cultura cigana é casamento, três dias de festa, 5 mil litros de chope, 20 carneiros no rolete, 16 porcos no rolete, festa grande mesmo”, disse o rom Maicon Martins.

O casamento entre pessoas do mesmo clã não é mais uma regra tão rígida para os ciganos, segundo Nicolas Ramanush, do clã Sinti.

Eles gostam de preservar sua identidade cultural. As mulheres Calom gostam de usar saias longas e acessórios, como pulseiras e brincos. A maquiagem é essencial. A influência brasileira, entretanto, já mudou alguns hábitos ciganos. Em uma comunidade de ciganos Calom em Planaltina, cidade do Distrito Federal, os homens não dispensam o cinto com fivela nem o chapéu de caubói. As canções ciganas cederam lugar à música sertaneja.

Já as mulheres Rom e Sinti mantêm a tradição de usar saias longas apenas em festas. “Nós usamos calça, fazemos o que queremos, somos donas do nosso nariz”, diz a cigana Rom Vanessa Martins.

As músicas, com influência europeia, são tocadas por grupos musicais formados por pessoas do próprio clã. As mulheres dançam para acompanhar o ritmo.

Escolas devem aceitar matrícula sazonal de ciganos nômades


Agência Brasil

Crianças podem ser matriculadas por um semestreRio de Janeiro - Frequentar escolas ou ser atendido em unidades de saúde não são direitos acessíveis para muitos ciganos que vivem em acampamentos no país. Ao lado do preconceito que faz com que muitos pais evitem matricular seus filhos na escola, o acesso a direitos básicos é dificultado pela falta de políticas públicas que levem em conta o fato de muitas comunidades serem nômades e não terem endereço fixo.

Mas, assim como os pais que trabalham em circos e migram com frequência de uma cidade para outra, os ciganos também podem matricular seus filhos nas escolas, em regime sazonal, durante um semestre em vez de um ano. Segundo o Ministério da Educação (MEC), nenhuma unidade pode negar uma matrícula, ainda que o aluno não tenha documentos ou certificados de escolas anteriores.

"Os circenses foram atrás desse direito, das escolas sazonais, que são para pessoas que caminham, que não têm endereço. Isso existe por toda a Europa. O problema aqui é que os ciganos nômades não conhecem a lei, só quando coincide de a população ser nômade e circense", constata a pesquisadora Cristina da Costa Pereira, autora de Os Ciganos Ainda Estão na Estrada.

Do grupo Calom, o professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Jucelho Dantas da Cruz, de 48 anos, que ainda tem família vivendo em acampamentos na Bahia, é o único de 11 irmãos que completou os estudos, depois que os pais passaram a morar em uma casa.

Para ele, além de esclarecer as comunidades sobre as escolas sazonais, é preciso desafiar a cultura machista de muitos ciganos que não permitem que as filhas frequentem a escola.

"Muitas mulheres são semialfabetizadas. Sei que a tradição é uma coisa, mas respeitar os direitos de cada individuo é fundamental", completa o cigano, que mantém as tradições, como a língua, mesmo não morando em acampamento há anos.

Como os ciganos nômades não têm endereço fixo, tirar documentos também é um problema, o que dificulta o cadastro em programas sociais do governo, como o Bolsa Família. Sem esses dados, ciganos nômades também não têm acesso a atendimento em unidades de saúde.

"Muitos são nômades, não têm endereço, não tem CEP. Não podem provar que moram numa casa, não têm conta de água e luz. E, sem residência fixa, precisam que o governo vá aos acampamentos tirar os documentos e fazer o cadastro para programas como o Bolsa Família", diz o presidente da União Cigana do Brasil, Mio Vacite, do grupo Rom.

A falta de moradia fixa também faz com que muitos ciganos não sejam atendidos em unidades de saúde, que exigem o endereço do paciente para colocar no prontuário. O Ministério da Saúde precisou editar uma portaria, em abril deste ano, para assegurar que ciganos e moradores de rua, por exemplo, recebam atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).

As irmãs Sara e Sandra Rocha, moradoras de um acampamento cigano em Planaltina de Goiás, não existem para o Estado brasileiro. Elas têm 17 e 19 anos, respectivamente, e até hoje não têm certidão de nascimento. O pai não fez o registro das meninas por desconhecer a lei e temer preconceito no cartório. Elas nunca frequentaram uma escola e têm dificuldades para receber atendimento em hospitais públicos. "É ruim não ter documento porque a gente não pode estudar, não pode trabalhar, fica inválida", disse Sara.

A Secretaria de Direitos Humanos, que desenvolve ações para emissão de documentos em comunidades tradicionais como indígenas, quilombolas e ribeirinhas, informou que não existe nenhum programa específico para os acampamentos ciganos.


AVALIAÇÃO: Boa 1 voto Imprimir Enviar

Faltam políticas públicas para ciganos



Agência Brasil

Ausência de políticas públicas é evidente em comunidadesA falta de políticas públicas específicas para a população cigana é, hoje, o maior desafio do governo federal para melhorar a qualidade de vida dessa população, respeitando as peculiaridades culturais. Entre as poucas ações governamentais adotadas recentemente está a instituição, em 2006, do Dia Nacional do Cigano, lembrado hoje (24 de maio). A data é uma homenagem à padroeira Santa Sara Kali.
No entanto, desde então, nenhuma ação ligada à educação, saúde e programas assistenciais para os ciganos foi implantada. “Não temos uma política para as comunidades ciganas, mas estamos trabalhando na perspectiva de ter”, afirmou a secretária de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais da Secretaria de Políticas e Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Ivonete Carvalho.


A ideia é que cada ministério defina ações e destine recursos para execução de políticas voltadas a esses povos. Os ciganos têm representação no Conselho Nacional de Políticas de Igualdade Racial (CNPIR) e na Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. No entanto, os dois órgãos são apenas consultivos.


A ausência de políticas públicas é mais evidente entre as comunidades Calom que, até hoje, mantêm a cultura do nomadismo, mais por necessidade do que por apego à tradição. Essa realidade pôde ser constatada pela reportagem da Agência Brasil em visita a uma comunidade de 150 famílias recém-assentadas pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU), na zona rural da cidade de Planaltina, no Distrito Federal. Eles têm água e luz, mas ainda vivem em barracas, em meio à poeira vermelha típica do Cerrado.

Ciganos: preconceito é o pior problema



Agência Brasil

Agência Brasil
População está sendo preparada para vencer abusosRio de Janeiro - Nascido em um acampamento do grupo cigano Calom, no interior da Bahia, o professor doutor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Jucelho Dantas da Cruz, de 48 anos, foi o único de 11 filhos a cursar o ensino superior. Alfabetizado pelos irmãos mais velhos, completou os estudos quando a família se estabeleceu na cidade de Ibirapitanga, no interior do estado.

Por causa do preconceito na escola, os pais de Jucelho, que sempre incentivaram o acesso ao ensino, preferiam educar as crianças nos acampamentos. Essa prática, adotada por muitas famílias, reflete-se até hoje no baixo índice de escolaridade entre os ciganos nômades, a maioria do grupo Calom.

O problema da discriminação perseguia os ciganos não apenas nos bancos escolares. "Isso [preconceito] foi o que mais aconteceu na minha vida", contou Jucelho. "Até os meus 15 anos, eu era nômade e, principalmente quando mudávamos, montados em animais, com aquela carga toda, sofríamos preconceito do pessoal que, ao longo da estrada, nos tinha como malfeitores e ladrões. O local podia ter ladrão de toda espécie, mas quem levava a culpa éramos nós."

De uma família Rom, grupo de situação financeira melhor do que a dos Calom, a advogada Mirian Stanescon, de 61 anos, nunca viveu acampada. Filha de uma família de caldeireiros que vendia panelas para instituições militares, ela conta que convenceu os pais a deixá-la estudar. Mas não podia contar as ofensas que ouvia.

"Se meu time ganhava é porque eu tinha feito feitiço. Se sumia um lápis ou borracha de um colega, a primeira pasta a ser revistada era a minha. Foi assim muito tempo", afirma.

Representando os ciganos no conselho da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Mirian diz que os ciganos de hoje ainda têm desafios para estudar: convencer os pais e vencer o bullying. Para muitas comunidades, a melhor escola é a família, que pode ensinar as tradições e os costumes.

Criado longe dos acampamentos, na capital fluminense, o professor de música da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Antonio Guerreio, de 62 anos, cujo pai era Calom e a mãe inglesa, do clã Rom, não teve problemas na escola, mas fala da discriminação que persegue os ciganos mesmo adultos. Por isso, segundo ele, poucos assumem sua ascendência.

"Estava em um hotel em Porto Seguro onde a atendente me viu conversando com um dos líderes ciganos locais. Na hora de pagar a conta, ela não aceitou meu cheque, desconfiou que o dinheiro poderia ser roubado. Tive que pagar de outro jeito", diz.

De acordo com o professor aposentado da Universidade Federal de Goiás (UFG) Ático Vilas-Boas da Mota, que estuda a cultura e a história cigana no Brasil, o preconceito contra esses povos é "coisa antiga" e ocorre porque a população em geral não aceita pessoas que vivem de forma diferente.

Já para a estudiosa Cristina da Costa, que tem cinco livros publicados sobre essa minoria, a falta de conhecimento e de pesquisas sobre a condição de vida dos ciganos no Brasil, aliada à inexistência de políticas públicas, alimenta o preconceito.

Ciganos ainda são "povos invisíveis"
Agência Brasil

Agência Brasil
Faltam informações sobre números da populaçãoBrasília – Apesar de viverem no país desde o século 16, os ciganos ainda são uma parcela da população pouco conhecida pelos brasileiros e até mesmo pelo Poder Público. Faltam informações oficiais precisas sobre o número de ciganos que vivem no território nacional. As estimativas variam de 800 mil – a mais adotada por órgãos do governo e entidades não governamentais – até 1,2 milhão de pessoas.

De acordo com o diretor executivo da Pastoral dos Nômades, padre Wallace Zanon, os ciganos ainda não têm seus direitos respeitados. “Eles ainda estão um passo atrás, pois nunca foram reconhecidos.” Para a presidenta da Associação Cigana das Etnias Calons do Distrito Federal e Entorno, Marlete Queiroz, há descaso tanto da sociedade e quanto do governo. “Os ciganos fazem parte de um Brasil invisível.”

O desconhecimento acaba levando à discriminação contra esses povos, tratados, muitas vezes, como ladrões e vagabundos. Um dos exemplos do preconceito está guardado no arquivo histórico do Senado Federal: o Decreto 3.010, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas em 1938, um ano após instalação do Estado Novo. A norma restringia a entrada de estrangeiros no país e impedia que “indigentes, vagabundos, ciganos e congêneres” ingressassem em território brasileiro.

No Brasil, atualmente, predominam três clãs ciganos: os Rom (vindos da ex-Iugoslávia, Sérvia e de outros países do Leste Europeu), os Calom (que vieram da Espanha e de Portugal) e os Sinti (vindos da Alemanha, Itália e França).

Entretanto, não há consenso entre esses grupos sobre a identidade cigana. “Calom não é cigano, é brasileiro que quer ser cigano”, afirmou o rom Maicon Martins, descendente de iugoslavos.

Residentes em Caxias do Sul (RS), os Martins não perderam o hábito de fazer do comércio sua principal atividade econômica. Eles também mantêm o costume de viajar pelo país em grupos familiares. A reportagem da Agência Brasil encontrou a família de Maicon em um centro comercial afastado da região central de Brasília. Ele e mais 15 parentes vieram para a capital federal em cinco caminhonetes de luxo. Apesar de o nomadismo não fazer mais parte de suas vidas, Maicon diz que as viagens ajudam a preservar a identidade cultural.

Líder de uma comunidade Calom, Elias Alves da Costa confirma a discriminação sofrida pelo seu clã. “O cigano Rom é rico e o Calom é pobre. Eles [Rom] acham que só eles são ciganos, mas nós também somos.”

Segundo ele, o que diferencia um clã de outro é a cultura. Diferentemente dos Rom e dos Sinti, os Calom não cultuam Santa Sara Kali e adotaram Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, como sua santa protetora.

A língua também é um diferencial. Os Rom e os Sinti falam o romanês (língua dos ciganos). Os Calom falam o shib kalé, uma fusão do romanês com o espanhol e o português. Os ciganos que vivem no Brasil também falam português.


A Tarde On Line



comentário



Seguem vários artigos pubicados no Jornal a Tarde de Salvador sobre os ciganos no Brasil,que estaremos dando visibilidade no nosso blog, dada a importância da pesquisa sobre o povo cigano no Brasil, devido a muita desinformação, principalmente no campo religioso, onde muitas casas de culto deixam de tratar e cuidar das energias ciganas, justo por falta de informação, tais como: "cigano é alimentado com ejé (sangue)? Se faz assentamento de energia cigana?Existe feitura de médium para a incorporação da energia cigana? Entre outras questões importantes.Vamos assim conhecer a real situação desse povo nos dias atuais no Brasil, e depois então entraremos in prfundo na análise da situação do povo cigano, segundo a visão espiritualista, que é o que nos interessa.

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá

Papa diz em novo livro que Jesus não era ‘revolucionário’


De Roma para a BBC Brasil


O livro de Bento 16 será lançado em 24 idiomas
No segundo volume de seu livro sobre a vida de Jesus, lançado oficialmente nesta quinta-feira, o papa Bento 16 afirma que o Cristo não era um “revolucionário”.

Em Jesus de Nazaré, da Entrada em Jerusalém até a Ressurreição, o sumo pontífice diz que Jesus “não vem (ao mundo) como um destruidor. Ele não vem empunhando a espada de um revolucionário”. Em vez disso, Jesus vem “com o dom da cura”, para revelar “o poder do amor”.

Bento 16 afirma que, na época em que Jesus viveu, não havia separação entre política e religião, e que teria sido o próprio Jesus que estabeleceu a distância entre as duas coisas.

"Naquela época as dimensões política e a religiosa eram absolutamente inseparáveis", disse Bento 16. "Jesus, com sua mensagem e modo de agir, inaugurou um reino não político do Messias e começou a separar uma coisa da outra."

Extremismo

O livro, dividido em 9 capítulos, é a continuação do que Bento 16 escreveu em 2007, Jesus de Nazaré, e fala sobre a trajetória de Cristo desde a sua entrada em Jerusalém até sua morte e Ressurreição.

Este segundo volume da vida de Jesus Cristo, segundo o papa, será lançado em 24 línguas. No Brasil, ele será publicado pela editora Planeta.

No livro, Bento 16 faz referência aos extremismos religiosos, afirmando que "os terríveis resultados de uma violência motivada religiosamente estão, de modo drástico, diante dos olhos de todos nós. A violência é o instrumento preferido do anticristo, não é útil ao humanismo, mas à desumanidade”.

"Toda a atividade e a mensagem de Jesus, desde as tentações no deserto, ao batismo no Jordão, ao discurso da montanha, até a parábola do juízo final, se opõem decididamente a este imagem."

"A subversão violenta e o assassínio de outros em nome de Deus não correspondem a seu modo de ser", escreve Bento 16.

O papa afirma que a imagem de Jesus como revolucionário teve relevância na década de 1960, quando autores interpretaram a passagem da purificação do Templo como um ato de violência política.

O fato de Jesus ter sido preso e justiçado seria outra prova de que foi um revolucionário, na visão de autores naquela década.

"Esta tese provocou uma onda de teologias políticas e de teologias da revolução", escreve o papa, sem citar explicitamente movimentos como a Teologia da Libertação.

"Desde então, acalmou-se a onda das teologias da revolução que tentou legitimar a violência como meio para instaurar um mundo melhor."

Situação atual

Na introdução do livro, o papa esclarece que também teve a preocupação de enfocar a "figura realmente histórica” de Jesus, “de modo que possa ser útil a todos os leitores que queiram encontrar Jesus e acreditar nele".

Na parte final do livro, Bento 16 recorda uma das passagens o Evangelho e a utiliza para fazer uma comparação com a situação atual da Igreja Católica.

Ele cita a parte em que, depois de multiplicar os pães, Jesus manda os discípulos pegarem um barco e esperarem por ele no outro lado do rio. Um vento forte e o mar agitado ameaçam os discípulos e, assim, Jesus vai na direção deles caminhando sobre as águas.

"Hoje o barco da Igreja, com o vento contrário da História, navega através do oceano agitado do tempo. Muitas vezes temos a impressão que vai afundar. Mas o Senhor está presente e chega no momento oportuno."

Com informação da BBCBrasil

Pastor que previu apocalipse diz agora que fim do mundo será em outubro



O pastor disse agora que o fim do mundo acontecerá em outubro
Um pastor cristão evangélico americano ridicularizado por ter anunciado que o mundo seria assolado por um terremoto cataclísmico no último sábado disse ter se enganado na data.

O californiano Harold Camping, que tem 89 anos, explicou que sua previsão estava cinco meses adiantada.

Ele admitiu que cometeu um erro de interpretação, mas insistiu que os fatos estão corretos: o apocalipse vai acontecer no dia 21 de outubro.

Horas antes do horário previsto para o cataclismo, em entrevista à BBC, Camping admitiu ter errado uma previsão anterior - de que o mundo terminaria em 1994.

O repórter da BBC lembrou Camping de que, após errar sua previsão em 1994, o pastor havia dado entrevistas a jornalistas.

"É verdade", respondeu Camping. "Mas não tente marcar uma entrevista comigo desta vez, porque não vou estar aqui amanhã", retrucou o pastor.

Após constatar que sua previsão estava novamente errada, Camping comentou que se sentiu tão mal que saiu de casa com a esposa e se hospedou em um hotel.

Escolhidos

De acordo com as previsões de Camping, o dia 21 de maio seria o dia do Julgamento Final, quando um grupo seleto contendo entre 2 e 3% da população do planeta seria levado para o céu.

Os que ficassem para trás enfrentariam meses de sofrimentos antes de perecer na destruição final da Terra, com data prevista para o dia 21 de outubro.

Na segunda-feira, o pastor falou a ouvintes de seu programa na Family Radio, uma rede cristã de rádio fundada por ele.

Segundo o pastor, o que houve foi um erro de interpretação. Deus é misericordioso e decidiu não punir a humanidade com cinco meses de sofrimento.

O mundo ainda vai acabar, porém no dia 21 de outubro, ele explicou.

Vários seguidores do pastor abandonaram suas casas, poupanças e empregos para se preparar para o fim do mundo.

Alguns contrataram serviços de empresas para cuidar de seus bichos de estimação, que seriam deixados para trás.

Cm informação da BBC Brasil.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Pajé poderá atender índios em hospital


Foi decisão do Ministério Público Federal, após entender que a medicina do homem branco é insuficiente para livrar os espíritosRS - Em São Miguel das Missões, a união da medicina ocidental com as tradições indígenas se converterá em benefício a pacientes de uma comunidade especial. Por decisão do Ministério Público Federal (MPF), os 110 integrantes da aldeia Alvorecer ganharam o direito de receber atendimento médico e tratamento do líder espiritual nas dependências de um hospital.

Em fevereiro, o procurador da República em Santo Ângelo, Felipe Müller, recebeu a reivindicação para que os índios possam ser atendidos por médicos e também pelo pajé da tribo mbyá-guarani. Dois meses depois, foi celebrado acordo entre a Associação Hospitalar São Miguel Arcanjo e o cacique Ariel Ortega. Agora, uma estrutura física está à disposição da comunidade “Tekoa Koenjú” para que o profissional da saúde e o representante da comunidade trabalhem em harmonia.

O MPF entendeu que, segundo a crença indígena, a medicina do homem branco é insuficiente para livrar os espíritos. Mas no hospital, um ambiente onde o fumo é proibido (os guarani utilizam cachimbos nesses tratamentos) e onde deve predominar o silêncio, o tratamento pelas tradições indígenas ficava prejudicado. Agora, os índios têm uma sala privativa, com espaço para até três leitos e banheiro.

No local, após os médicos examinarem os índios e fazerem o tratamento necessário, se o pajé desejar, poderão ser feitos rituais de cura com cachimbo, orações e ervas. A ideia é que, com a união da medicina e da fé, o reestabelecimento do paciente ocorra de forma plena. – Já atendíamos os índios. Agora, terão um local separado para cultuar as tradições. No local, serão livres para exercer o ritual de cura que aprenderam com os antepassados – diz o diretor da associação, Inácio Müller.

A conquista foi recebida com alegria pelo cacique Ariel Ortega, já que os cerimoniais de cura próprios da cultura guarani não poderiam ser exercidos, não fosse a intermediação do MPF e acordo com o hospital. – Quando temos febre, gripe e outras doenças vamos ao hospital, mas o homem branco cuida do corpo, nós da alma – diz Ortega. Segundo o chefe da Secretaria da Saúde Indígena (Sesai) Jair Pereira Martins, não há precedentes de acordo semelhante.

Para o presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremers), Fernando Weber Matos, o apoio espiritual e emocional do povo indígena pode ser um complemento à medicina tradicional. No ano de 2009, um indiozinho doente chegou a São Paulo. Os pais, desesperados, decidiram chamar um pajé para salvar a vida de um menino em um ritual indígena de cura. Em um hospital público de São Paulo, o pajé, líder espiritual da tribo, rezou e cantou. Apático, o menino não queria comer e nem sair da cama. A família pediu, então, a ajuda de um pajé. Yawa Mi U foi trazido pelo projeto Xingu, da Universidade Federal de São Paulo, que há mais de 40 anos trabalha com índios

Fonte: Zero Hora
Imagens: Zero Hora e Vó Benedita

Deputado quer símbolos fora de prédios públicos

O deputado estadual José Bittencourt (PDT) apresentou projeto de lei que proíbe a colocação de símbolos religiosos nos prédios públicos e autarquias de todo Estado.

O pedetista negou que a motivação tenha sido por ideologia religiosa, mas por base jurídica e explicou que se entende por símbolos religiosos "tudo que represente religião, credo, crença ou qualquer ideologia religiosa. Símbolos tem que ficar dentro de igreja. Não é questão de perseguição religiosa."

Mesmo contrário à mistura de religião e Estado, em 2009, Bittencourt conseguiu a aprovação da lei de sua autoria que institui "o dia da Assembleia de Deus", comemorado no dia 18 de junho. Além da lei que inclui no Calendário Oficial do Estado o evento "ExpoCristã", que se realiza, anualmente, no dia 12 de setembro, na Capital.

A Constituição de 1988 determina no artigo 19 a vedação à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios a realização de cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, com exceção de casos, na forma da lei, em que houver interesse público.

O advogado constitucionalista, mestre em Direito de Estado e professor da PUC Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira ponderou que embora o Estado seja laico deve-se tomar cuidado na interpretação da lei, caso seja aprovada, para evitar que a crença individual seja ferida. O especialista citou situação de um servidor público que tenha um símbolo em sua mesa de trabalho. A lei pode dar margem a entender que o espaço ocupado pelo servidor também faz parte da esfera pública. "O governador não pode impor sua crença, mas tem liberdade para ter em seu gabinete símbolo religioso. Ele não pode ser obrigado a retirar o símbolo de sua estante."

O coordenador da comissão de bens culturais da Diocese de Santo André, Padre Paulo Afonso, disse que o projeto "não tem sentido", uma vez que do ponto de vista cultural, a história do País está vinculada a esses símbolos. "Não fere a diversidade, pois não são símbolos explícitos, mas do processo cultural." Para ele, cabe a cada um ver com bom senso e não como agressão. "Do contrário teríamos que retirar o Cristo Redentor e derrubar as igrejas históricas."



Dilma teria apenas devolvido crucifixo de gabinete para Lula


Ao assumir a presidência da República no início do ano, Dilma Rousseff (PT) foi alvo de críticas por ter retirado um crucifixo de seu gabinete. A Secretaria de Comunicação da Presidência explicou que a presidente apenas devolveu o símbolo para seu dono, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que havia ganho de um amigo ao assumir o Executivo em 2003. A Pasta disse ainda que na ocasião foram devolvidos outros itens não religiosos a Lula, além do crucifixo.

O deputado estadual José Bittencourt (PDT) comentou que caso a presidente tenha tido a intenção de retirar os símbolos o fez "acertadamente."

Contudo, nas ruas do Grande ABC, a opinião de municípes é contrária ao projeto do pedetista. O garçom Demerson Ricardo dos Reis, 25 anos, que mora no bairro andreense Cata Preta, afirmou não ser adepto de nenhuma religião mas discordou enfaticamente da proposta do deputado. "Não existe isso. Acho que deve ser mantido como está. Não tenho religião, mas tem que respeitar. Há outras coisas para os políticos se preocuparem como melhorias para Saúde e Educação."

A diarista Shirlei Mauro, 32, moradora do Jardim Zaíra, em Mauá, fez coro e ponderou que "os símbolos religiosos devem ser respeitados onde quer que estejam."

Élida Bispo, doméstica, 42, reside no Jardim Irene, em Santo André, e demonstrou surpresa com o projeto de lei. "Sou evangélica e não me incomodo em ver em prédio público qualquer símbolo. Indiferentemente da religião, o mais importante é o respeito."



Do Diário do Grande ABC

quinta-feira, 19 de maio de 2011

"Nasceu o diabo em São Paulo", noticiava o "NP" há 36 anos



FABIO ANDRIGHETTO
da Livraria da Folha

No dia 11 de maio de 1975, o extinto jornal "Notícias Populares" estampava em sua primeira página: "Nasceu o diabo em São Paulo". Com a manchete, nascia também a saga do Bebê-Diabo, "uma criança peluda que apavorou a cidade nos anos 70", como resumiu Zé do Caixão. Para os autores do livro "Nada Mais que a Verdade", "um romance de folhetim interativo".

Divulgação

Mais que uma "biografia" do jornal, este livro é um romance fantástico

O recém-nascido, no início da história, não tinha pelos. Ele os "desenvolveu". O menino cresceu nas conversas de bar e nos comentários da vizinhança. Tornou-se uma lenda do jornalismo.

Em um hospital do ABC paulista, no dia anterior, uma criança havia nascido com um prolongamento no cóccix e duas saliências na testa. A deformidade foi rapidamente corrigida graças a uma simples cirurgia na própria maternidade.

Marco Antônio Montadon, repórter enviado ao local, decidiu escrever, sem maiores pretensões, uma crônica de horror inspirada no evento. O jornalista imaginou que o nascimento era um assunto tão fraco que não valia a reportagem. Por falta de assunto melhor, o texto foi publicado.

"Durante um parto incrivelmente fantástico e cheio de mistérios, correria e pânico por parte de enfermeiros e médicos, uma senhora deu a luz num hospital de São Bernardo do Campo a uma estranha criatura, com aparência sobrenaturais, que tem todas as características do Diabo, em carne e osso. O bebêzinho, que já nasceu falando e ameaçou sua mãe de morte, tem o corpo totalmente cheio de pelos, dois chifres na cabeça e um rabo de aproximadamente cinco centímetros, além de um olhar feroz, que causa medo e arrepios."

O caso foi esquecido pela redação do periódico. No dia seguinte, o jornal chegou às bancas e a criança infernal ganhou às ruas. A tiragem esgotou rapidamente, causando furor na população e nos jornaleiros. A multidão queria saber mais. "Bebê-Diabo desaparece", foi publicado no dia seguinte. O "monstrinho" continuou a aparecer por quase um mês.


Antes do diabinho, uma loira fantasma e o Vampiro de Osasco passaram pelas páginas do "NP". O sobrenatural era tema recorrente. Entretanto, nenhum de precedente alcançou a fama como o Bebê-Diabo. Hoje adulto, ninguém sabe por onde anda o "filho do capeta". Abaixo, veja a primeira página --imagem cedida pelo Banco de Dados da Folha de S.Paulo-- e a cronologia das manchetes extraída de "Nada Mais que a Verdade".

Evangélicos tentam anular decisão do STF sobre união homoafetiva



Por Ana Cláudia Barros
JB ON LINE

PublicidadeA Frente Parlamentar Evangélica (FPE) começa a articular investida para tentar anular os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à união homoafetiva. O grupo está colhendo assinaturas e vai apresentar um requerimento para a convocação de uma comissão geral no plenário da Câmara dos deputados, objetivando discutir o assunto.

No último dia 5, a corte máxima da Justiça brasileira decidiu, por 10 votos a zero, reconhecer a união homossexual estável como unidade familiar. Na prática, ela foi equiparada à relação estável entre homem e mulher, permitindo que direitos e deveres comuns aos casais heterossexuais sejam estendidos aos casais do mesmo sexo. Conquista para o movimento gay, desconforto para os segmentos religiosos mais conservadores.

- Achamos que o remédio para isso é o Parlamento aprovar um projeto de decreto legislativo, com fundamento na Constituição Federal, que diz caber ao Parlamento zelar pela sua competência. O remédio que tem é sustar, através do decreto legislativo, os efeitos dessa decisão (do Supremo). Agora, se a Casa terá esse mesmo entendimento e irá aprovar, evidentemente, depende de um debate a partir da apresentação desse projeto. Esta é a nossa disposição - adiantou o presidente da FPE, deputado João Campos (PSDB-GO).


Supremo reconheceu por dez votos a zero a união estável entre casais do mesmo sexoNa avaliação dele, o Supremo vem praticando um "ativismo judicial perigoso", invadindo a e atropelando a competência do Legislativo.

- Isso é muito ruim para o Estado Democrático de Direito, pois ofende o princípio da separação de poderes, fere o princípio do equilíbrio entre os poderes. O Judiciário não tem legitimidade democrática para alterar nenhuma norma. Ele pode interpretar. Em alguns casos, como o da união homoafetiva, como o da fixação do quantitativo das câmaras de vereadores, como o da fixação das regras para o uso de algemas, o Judiciário não interpretou lei nenhuma, mas legislou. Isso é um absurdo. É como se o Parlamento, em nome da demora do poder Judiciário, avocasse processos aqui para que nós pudéssemos dizer a sentença.

Sobre as críticas de que o STF teria sido impelido a se posicionar em relação à união estável homoafetiva diante da suposta inércia, do vácuo deixado pelo Legislativo, rebate:

- Esse argumento é falacioso. Se a própria Constituição e o Código Civil criaram uma regra, que, do meu ponto de vista, não cabe nem interpretação de tão clara que é, não há vácuo. Outro argumento que os ministros do Supremo utilizaram foi o da demora do Parlamento em deliberar. Onde é que está escrito que, quando o Parlamento demora a decidir por que a sociedade não constituiu dentro dele uma maioria acerca daquele assunto, outro poder tem que decidir? Se o argumento da demora vale para o Judiciário, então, vale para o Legislativo em relação ao Judiciário. Então, nós poderíamos alocar o processo do mensalão, que está quase prescrevendo sem que o Judiciário se pronuncie, e dizermos a sentença. Isso não tem cabimento - provoca.

"Kit gay"

O material do projeto "Escola sem Homofobia", elaborado pelo Ministério da Educação (MEC) para ser distribuído em colégios da rede pública, também vai receber marcação cerrada dos religiosos.

Segundo João Campos, que participou na quarta-feira (19) da reunião entre deputados evangélicos, católicos e o ministro Fernando Haddad, ficou acertado que a Frente Parlamentar Evangélica, a Frente Parlamentar da Família e a bancada católica irão compor uma comissão para examinar o material, que recebeu a pecha de "kit gay".

- Esta comissão será nossa interlocução com o MEC. Ela, em nosso nome, irá examinar o conteúdo do kit, que não será aprovado antes de ser avaliado pela comissão. A ideia é verificar se há excessos sob nossa visão.

O deputado afirma que, se forem atendidas todas as exigências da comissão, não há objeção quanto à aprovação do material anti-homofobia. Entretanto, pondera em tom de crítica:

- Se ele se adequar àquilo que achamos razoável do ponto de vista pedagógico, não há por que ter objeção. Só achamos que o governo, ao invés de fazer um material que previna preconceito, discriminação a gays, deveria elaborar um material que pudesse prevenir preconceito, violência contra qualquer pessoa. Por que um material apenas para este segmento?

Ele confronta a ideia de que lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais seriam mais vulneráveis à violência em razão da intolerância.

- A sociedade brasileira não é intolerante, preconceituosa. Graças a Deus, as ocorrências de intolerância em relação a preconceitos são muito pontuais. Pela nossa formação, essa miscigenação que ocorreu no Brasil, somos uma síntese da sociedade mundial. Mas o que parece é que o governo brasileiro e o movimento homossexual querem vender para o mundo que a sociedade brasileira é intolerante. Querem criminalizar condutas, oferecer toda uma estrutura de governo para enfrentar a intolerância. Se for assim, teremos que criar um plano nacional de cidadania para os religiosos, para os ciganos, daí por diante, com a mesma linha, com a mesma estrutura, o mesmo financiamento do voltado para o movimento homossexual.

Na interpretação dele, as estatísticas sobre crimes motivados por homofobia no Brasil não encontram paralelo com a realidade.

- Todos nós somos contra a violência. Isso é base, fundamento do cristianismo. Mas há dados hoje que nos preocupam. Não batem. Tem situações em que o homossexual foi vítima de uma lesão corporal, um homicídio, mas não por homofobia. Foi um desentendimento numa boate etc. Aí, colocam tudo isso numa estatística como se fosse homofobia. É como se colocássemos todos os religiosos que foram vítimas de violência num determinado mês e falássemos que a motivação foi religiosa. Há dados que indicam que os maiores algozes do homossexual são os próprios parceiro deles. Se o autor é o companheiro, certamente a motivação não é homofobia.

Vazamento

Durante a reunião com parlamentares católicos e evangélicos, o ministro da Educação, Fernando Haddad, negou que alguns materiais em circulação, atribuídos ao kit anti-homofobia, tenham sido aprovados pelo MEC.

- O ministro disse que o governo contratou uma empresa para elaborar o material, que só agora o apresentou ao ministério. Segundo ele, houve um vazamento. Nós estamos presumindo que o vazamento partiu da empresa contratada. Aí, o nosso questionamento, como uma empresa contratada pelo governo para elaborar um material dessa natureza, se antecipa e coloca na mídia? Queremos que seja apurada a responsabilidade. Senão, vamos concluir que houve concordância, aquiescência do governo. Mas independentemente de ele ter concordado, vamos fazer uma representação para que isso aconteça - avisa.

Justiça condena docente por racismo contra uma colega em SP

O TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo condenou uma professora de uma escola estadual de Ribeirão Preto (313 km de SP) a indenizar em 50 salários mínimos (o equivalente a R$ 27.500) outra docente por ofensa à honra e injúria por racismo. Cabe recurso.

Segundo a denúncia, o caso ocorreu durante uma reunião com professores e alunos na escola estadual Guimarães Júnior, envolvendo as docentes Dirce Grandini Remolli e Maria Conceição Ferreira de Barros.

De acordo com a denúncia que consta no despacho, Dirce se referiu "de forma injuriosa" à colega Maria Conceição, dizendo: "gente daquele tipo quando não apronta na entrada, apronta na saída" --alusão a um ditado popular de cunho racista.

Pela sentença, a suposta afirmação seria uma observação depreciativa da cor de pele de Maria Conceição --parda, segundo texto do TJ.

Maria da Conceição, diz ainda a denúncia, afirma que a colega docente ainda se referiu a ela como uma pessoa de "má influência" e que possui "má conduta".

A suposta vítima afirma que o comentário de Dirce pesou para que o conselho deliberativo, durante a reunião, decidisse pelo seu desligamento da escola.

Na decisão, o relator Luiz Ambra cita testemunhas que confirmaram ter ouvido de Dirce as palavras "má influência" e "má conduta".

Uma funcionária disse em depoimento, de acordo com a decisão, que ouviu de alunos o comentário de que a acusada se referiu a Maria Conceição com a frase "quando não apronta na entrada, apronta na saída".

Em seu despacho, Ambra afirma que "a honestidade da professora [Maria Conceição] foi posta em dúvida em razão dos comentários da ré, além das injúrias racistas, altamente reprováveis, com enorme repercussão na esfera moral da vítima".

O suposto racismo ocorreu em 1998, quando Maria da Conceição era professora do ensino básico naquela escola e substituía aulas de uma professora titular, que depois se aposentou. A decisão do TJ foi divulgada ontem.

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO
A Folha on Line

terça-feira, 17 de maio de 2011

Bispo Edir Macedo publica texto contra kit gay do MEC:”Nossos filhos não vão virar gays






O Bispo Edir Macedo resolveu usar seu blog para divulgar um texto escrito por um obreiro anônimo que fala sobre o projeto do Ministério da Educação que levará às escolas públicas de ensino médio um material didático com vídeos e cartilhas que explicam o homossexualismo.

A visão compartilhada pelo fundador da Igreja Universal do Reino de Deus é parecida com a de muitos parlamentares que desaprovaram o projeto, para eles esse material não busca combater o preconceito e sim ensinar as crianças a serem homossexuais.

“O que deveria servir para combater a discriminação vira propaganda explícita do homossexualismo”, escreveu o ator do texto que classifica essa iniciativa como um absurdo que agride aos pais e a fé cristã.

Leia o texto na íntegra:

Nossos filhos não vão virar gays!

Imagine esta cena: Seu filho chega à escola para mais um dia de aprendizado, e, em plena sala de aula, a professora inicia uma nova lição que é debater um vídeo em que duas meninas lésbicas falam sobre como é bom ser homossexual. E mais: nos livros didáticos, a professora lê, com seu filho, histórias com famílias gays, histórias de homens e mulheres bissexuais, transexuais e travestis.

Acredite: é isto que pretendem fazer nas escolas públicas do Brasil, no segundo semestre deste ano. O Ministério da Educação quer distribuir vídeos e livros como esses em 6 mil escolas do País.

O absurdo é tão desmedido que fere a lógica. Agride qualquer pai. Agride nossa fé.

O que deveria servir para combater a discriminação vira propaganda explícita do homossexualismo.

Não tenho preconceito, pois eu mesmo já atendi a vários homossexuais na Igreja. Oramos por eles, aconselhamos e os auxiliamos com o mesmo zelo espiritual dedicado a qualquer outro sofrido que atravessa as portas dos Cenáculos do Espírito Santo.

A Palavra de Deus e a IURD nos ensinam que devemos aceitar o homossexual, mas nunca, jamais, o homossexualismo!

Meus filhos não vão virar gays! É meu, SOMENTE MEU, o direito de não desejar um filho gay! A Constituição me garante isto. Temos o direito de almejar para os nossos filhos o que entendemos como o melhor para o futuro deles. E, sob a luz da nossa fé, o caminho da felicidade passa pela construção de uma família com marido e esposa, isto é: homem e mulher.

Que o Espírito Santo toque em nossas autoridades, para que acabem com esta aberração. E que nosso grito de protesto chegue aos homens de Brasília.

Obreiro anônimo

Fonte: Gospel Prime



comentário

Somente em uma demcracia se pode permitir tanto preconceito, em outras nações onde o conceito de democracia não é tão extenso e intenso quanto no Brasil, jamais se permitiria embates tão acalorados como o que vem ocorrendo no caso da criminalização da homofobia e a união estável gay, já garantida pelo Supremo Tribunal Federal.
A coisa tomou rumos tão importantes que o governo federal resolveu entrar na briga, e através do Ministério da Educação foi elaborada uma cartilha com orientações sobre como professores e alunos deverão se comportar diante de casos de homosexulaidade.
Essa cartilha tem um propósito muito mais didático do que evangelizador.

Evidente que se chegou a essa situação é por que no Brasil nunca se matou tanto homosexual quanto nos dias atuais, nunca se dscriminou homosexuais quanto tem se discriminado atualmente. Essa grita dos evangélicos, embora seja um direito deles, pois o direito de expressão é garantido na Constituição Federal, sendo que, na concepção deles, só eles, mas somente eles, é que teriam o direito de exercer esse direito, como por exemplo, o de comercializar a fé, de vender lugares no céu, de curar pessoas de doenças no horário nobre da televisão, entre outras sandices, e tudo com o beneplácito das autoridades. E assim eles vão levando suas vidas (negócios),e não querem que outros segmentos societários exerçam o seu direito de expressão.
Essa cartilha na realidade não vai ensinar ninguém a ser gay, muito pelo contrário, servirá para orientar jovens e adultos de como se comportar diante de casos por ventura existentes na escola.

O homosexualismo nas escolas, nas famílias, nos locais de trabalho, indistintamente, é tão antigo quanto o mundo. Essa revolução que está ocorrendo no Brasil quanto a esse problema, faz com que a sociedade passe a olhar o problema (se é que é problema), de frente, sem preconveito, sem hipocrisia, de tal forma, que a repetição no seu Blg do texto do tal "obreiro anônimo", o Bispo Macedo, simplesmente passa a integrar o grupo dos preconceituosos e contrários a evolução e garantia dos direitos do cidadão, seja ele homosexual, negro, índio,pobre, rico, mulçulmano, candomblecista, umbandista, ateu ou assemelhados.
Mas a história registra que contra esse tipo de evolução, os contrários jamais ganharam um "round".
Senhores contrários, com toda a sua bancada evangélica ou católica, com todo o seu imperio midiático, engulam seus recalques e hipocrisias.

João Batista de Ayrá/advogado/jrnalista/babalorixá

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Comunidade Quilombola recebe Certidão de Autodefinição no RJ.



- A comunidade quilombola de Tapera, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, está em festa. No próximo dia 16 de maio, às 16 horas, seus integrantes receberão a Certidão de Autodefinição, que atesta às instituições e órgãos públicos que aquela comunidade se autodefine como remanescente de quilombo. Este é o primeiro e mais importante passo para a obtenção da Titulação das terras quilombolas, fornecida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, irá pessoalmente à sede da prefeitura de Petrópolis assinar o documento, na presença do prefeito Paulo Mustrange e da população local. A Certidão foi assinada oficialmente no dia 4 de maio, e a previsão inicial era de que fosse entregue no dia 9.

Serviço
Assinatura da Certidão de Autodefinição da Comunidade Quilombola de Tapera
Onde: Prefeitura Municipal de Petrópolis – Avenida Koeller, 260. Rio de Janeiro
Quando: 16 de maio às 16 horas

Fonte: Áfricas

MORRE NO RIO O BABALORIXÁ GARDEL DE EXU


Babalorixá Gardel de ExuA coordenação estadual do Intecab-SP ao divulgar notícias anteriores de icones do Candomblé de seu retorno ao Orun, vem a público divulgar mais uma informação do Babalorixá Gardel de Exu que seguiu rumo ao Orun, sendo ele também um dos mais velhos do Candomblé do Rio de Janeiro. aos familiares e Família de Santo nossos sentimentos.

Mal se sepultava o Babalorixá Ninô D’Ogun , quando veio a noticia de que através de um infarto fulminante, veio falecer o Babalorixá Gardel de Exu. O Rio de Janeiro de luto , triste por mais esta perda,mais uma estrela deixa de brilhar aqui na terra. Gardel era um homem irreverente, alegre, brincalhão igual a Exu. Adorava festas e participava de quase todas, era amigo de todos, se você estava triste ficava alegre com sua presença e suas brincadeiras, tinha todo um jeito especial de dançar, animava qualquer ambiente com sua alegria e espontaneidade...

Enviado por Intecab - SP



comentário


O grupo Brasil Candomblé Verdade se solidariza com a familia carnal e espiritual de Babalorixá Gardel de Exu, que veio a falecer no Rio de Janeiro, posto que, pessoa da qual todos guardam as melhores lembranças, e nós do Jornal Brasil Candomblé, chegamos a registrar em uma das nossas edições entrevista feita com ele, na qual ele falou da sua origem dentro do mundo do santo, suas tristezas e suas esperanças.Que Exu, Vodun ori dele, receba-o nesta nova vida e lhe abra, e o conduza nos caminhos da espiritualidade, e que o espírito dele possa, assim como fez quando cá esteve entre nós, baiar, dançar nas rodas de xirê no orum.
João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá

Evangélicos barram votação de projeto contra homofobia

Integrantes da bancada evangélica pregaram adesivos na boca, em protesto, alegando que o projeto reprime a liberdade de expressão deles

Brasília - A pressão da bancada evangélica impediu a votação do projeto de lei complementar 122/06 que criminaliza os atos de homofobia. Ele seria votado na manhã do dia 12 de maio na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. Em uma sessão que ao final contou com troca de xingamentos e ofensas entre o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) e a senadora Marinor Brito (PSOL-PA), o projeto foi retirado de pauta sem previsão de retorno.

Representantes da Frente Parlamentar Evangélica presentes à sessão pediram o adiamento alegando que devem ser realizadas audiências públicas, porque ele não teria sido suficientemente discutido no Congresso. "Precisamos debater à exaustão, sem privilegiar ninguém. Há pelo menos 150 milhões de brasileiros que não foram ouvidos", disse o senador Magno Malta (PR-ES). O projeto de autoria da ex-deputada Iara Bernardi (PT-SP) tramita há dez anos no Congresso e somente em 2006 foi aprovado no plenário da Câmara. Relatora do projeto na CDH, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) queria tentar aprovar o seu parecer, a tempo das comemorações do Dia Nacional de Combate à Homofobia, que ocorre em 17 de maio, que vão movimentar a Esplanada em Brasília.

A proposta modifica a Lei de Racismo para criminalizar também os atos de homofobia, estendendo a eles as mesmas punições impostas aos crimes de preconceito racial. O projeto pune com reclusão de um a três anos condutas discriminatórias, como recusar o atendimento a gays em bares e restaurantes e reprimir trocas de afeto em locais públicos, como beijos ou abraços. O item mais polêmico pune com prisão, de um a três anos, e multa aqueles que induzirem ou incitarem a discriminação ou preconceito contra os homossexuais. A avaliação é de que padres e pastores serão proibidos de pregar contra a homossexualidade nas igrejas e templos religiosos. Na sessão desta manhã, integrantes da bancada evangélica pregaram adesivos na boca em protesto, alegando que o projeto reprime a liberdade de expressão deles.

Para atender às reivindicações da bancada evangélica, a senadora Marta Suplicy (PT-SP), incluiu uma emenda permitindo que todas religiões e credos exerçam sua fé, dentro de seus dogmas, desde que não incitem a violência. "O que temos na fé é o amor e o respeito ao cidadão. Me colocaram que o problema não era intolerância nem preconceito, mas liberdade de expressão dentro de templos e igrejas. O que impede agora a votação? O que, além da intolerância, do preconceito, vai impedir a compreensão dessa lei?", questionou Marta. Na saída da sessão, durante uma entrevista coletiva de Marta aos jornalistas, o deputado Jair Bolsonaro e a senadora Marinor Brito trocaram xingamentos e ofensas mútuas. Bolsonaro exibia uma cartilha do Ministério da Educação (MEC), expondo o Plano Nacional de Promoção à Cidadania LGBT, que ele considera moralmente ofensivo à sociedade. Exaltada, Marinor deu um tapa no livreto e chamou o deputado de "criminoso". Bolsonaro retrucou chamando-a de "heterofóbica" e ambos partiram para a discussão.

Fonte: UOL

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá

domingo, 15 de maio de 2011

Polícia Civil prende PASTOR acusado de estuprar duas menores .



Sáb, 14 de Maio de 2011 21:37 PC/AC

foto: Pastor Laudionor Siqueira de Araújo durante depoimento prestado ao delegado Rafael Pimentel.

Acusado se apresentava como pastor evangélico e realizava cultos nas residências de moradores dos ramais ao longo da rodovia.
Investigadores do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas – Nucria prenderam na Rodovia AC 40 (Estrada do Quinari), Ramal do Monte Oreb, o suposto pastor evangélico Laudionor Siqueira de Araújo, 43 anos, por estupro de vulnerável. Ele é acusado de abusar sexualmente de duas menores, de 16 e 13 anos.

De acordo com o delegado Rafael Pimentel, o acusado se apresentava como pastor evangélico e realizava cultos nas residências de moradores dos ramais ao longo da rodovia. No caso das menores ele realizou cultos em suas residências e ao final ele se aproximou das vítimas e disse que Deus tinha revelado a ele que elas estavam possuídas pela Pombagira Maria Padilha – espírito demoníaco.

O conceito e o papel da Pombagira variam segundo a religião e, ainda, entre as facções internas das crenças. Na Umbanda, por exemplo, enquanto para uns a face feminina de Exu é considerada a mensageira dos orixás, a corrente mais ligada ao Cristianismo acredita que Pombagira seja uma entidade negativa, geralmente associada à mulher de Exu-diabo. Há ainda outra linha, com maior influência da doutrina espírita, que vê a mensageira como um espírito em evolução.

Com essa argumentação ele, convencia as vítimas a passarem por uma sessão de descarrego, mas lembrava que as garotas tinham que ir até sua casa para a “assentada religiosa”, sozinhas. Na residência dele era proferida algumas orações, onde alegava que as meninas seriam ungidas no corpo e nas partes íntimas, pois elas estavam com o espírito da Pombagira e que Deus havia revelado à ele, que esse espírito fazia os homens sentirem desejos pelas garotas e que inclusive elas estariam ameaçadas, porque, esses desejos poderiam levar algum homem a querer matá-las.

Ele passava o óleo no corpo e na região vaginal das meninas e dizia que tinha que penetrá-las para que o espírito saísse de seus corpos. Ele fazia questão de dizer que tudo que estava fazendo era a mando de Deus.

O delegado descobriu que anos atrás o acusado já cumpriu pena por estupro. Os exames laboratoriais procedidos por solicitação da autoridade policial revelou que houve o estupro nas meninas, sendo o acusado indiciado pelo crime e encaminhado ao presídio à disposição da Justiça.

fonte: Riobranconet

comentário

O que de imediato se questiona, é onde estavam os pais dessas crianças, que em suas próprias casas, foram aborddas, doutrinadas até, sobre que seria pomba gira, e o que esta entidade estaria fazendo em suas vidas, ou seja houve um processo lento de persuação que nos leva a crer que houve pessoas assistindo as tais "pregações", ´possivelmente os pais ou até parentes. Mas por que não esboçaram reação, principalmente quando foi sugerido pelo pastor que as vítimas teriam que ir a sua casa onde seriam submetidas a uma sessão de "descarrego" no tal "tratamento", no qual o dito pastor "ungia as partes íntimas das vítimas com óleo santo. Elas foram sozinhas? Se foram, é no minímo inconsequente.

Mas não duvidamos da capacidade de convencimento de um pedófilo religioso, que possui toda uma capacidade própria de convencimento, principalmente se as vítimas estiverem agasalhadas no segmento religioso evangélico, que por conta muitas das veze do alto grau e fanatismo se dixam convencer e conduzir com muito mais facilidades, por aqueles que se dizem e apresentam como arautos e obreiros de jesus, principalmente com poderes de exorcizar "demônios", e geralmente esses demônios são justamente os exus e pombas-giras, pretos velhos e orixás. Justo pela propaganda negativa que eles mesmo (evangélicos), fazem dessas entidades da umbanda e do candomblé, que na realidade são espítitos de luz e incapazes do cometimento de tais crimes, ou seja levar o ser humano a tais práticas.

Outro detalhe que não nos passa desapercebido, é quanto a alegada "sessão de descarrego", ritual próprio do candomblé e da umbanda, no qual as pessoas diagnosticadas através do jogo de búzios ou através de consultas com exus ou guias espirituais, como portadoras de algum tipo de pertubação espiritual, são submetidas para livrá-las das influências negativas. Porém,muito raramente com a imposição das mãos do ministrante (zelador de santo ou preposto) no corpo das pessoas.

Podemos assim, considerar que tais aberrações (crimes) acontecem por conta da pregação negativa que muitos evangélicos fazem das entidades de umbanda e do candomblé e das suas influências negativas nas vidas das pessoas, daí ser mais fácil usar tais fatos como ponte para o cometimento de crimes.
Espera-se que as autoridades consigam provar a culpabilidade desse sujeito.E que procurem na sua jurisdição alertar a comunidade evangélica sobre o !"modus operandi" (modo de agir) de tais criminosos.

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá


--------------------------------------------------------------------------------

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ministro Luiz Fux recebe Medalha do Mérito


Extraído de: Supremo Tribunal Federal -

esta sexta-feira (13), em comemoração ao Dia da Abolição da Escravatura, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux recebe da Sociedade Afrobrasileira de Desenvolvimento Sociocultural (Afrobras) a Medalha do Mérito Cívico Afro-Brasileiro 2011. A homenagem será realizada durante jantar comemorativo, às 20 horas, em São Paulo (SP).
Promovida pela Organização Não-Governamental Afrobras e pela Faculdade Zumbi dos Palmares, a medalha tem como finalidade agraciar pessoas físicas e jurídicas que tenham contribuído direta ou indiretamente com os valores do respeito à diferença, tolerância e igualdade de oportunidades, contribuindo para a elevação moral, social e inserção socioeconômica, cultural e educacional dos negros brasileiros.
DV/CM

Bolsonaro divulga folheto 'antigay' e troca insultos com senadora



Após a suspensão da votação do polêmico projeto que criminaliza a homofobia no país, a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) e o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) trocaram insultos e quase se agrediram fisicamente nesta quinta-feira, no Senado.
Ao final da sessão, Bolsonaro se colocou atrás da senadora Marta Suplicy (PT-SP), relatora do projeto, que dava entrevistas sobre o assunto. Ele e outros parlamentares exibiam folhetos "anti-gays" para as câmeras. De acordo com o panfleto, o plano pretende transformar jovens estudantes em homossexuais. Segundo o governo, o plano, que envolve material a ser distribuído nas escolas, foi elaborado para incentivar a tolerância e o respeito aos homossexuais.

Marinor fez um gesto brusco para retirar o panfleto da frente das câmaras e acusou o deputado de "homofóbico" e "assassino de homossexuais". Então começaram fortes acusações entre os dois parlamentares, com Bolsonaro afirmando que tinha o direito de se manifestar e classificando Marinor de "heterofóbica".
Senadora Marinor Brito (PSOL-PA) e deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) discutem durante reunião na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), que debate proposta que pune a discriminação a homossexuais

O desentendimento acabou impedindo a continuidade da entrevista com Marta Suplicy, que então explicava a decisão tomada durante a reunião, de pedir a retirada de pauta do PLC 122/06. A intenção é tentar chegar a um acordo para atender os segmentos que fazem oposição ao texto, especialmente igrejas evangélicas. Muitos integrantes dessas igrejas marcaram presença na reunião, usando um adesivo na boca para ressaltar que o projeto oprime seus direitos de expressão.

Na entrevista, Marta mostrava dúvidas sobre a possibilidade de um acordo em torno de um novo texto. Segundo ela, isso se torna difícil quando as posições são colocadas como "dogmas de fé".
Após o episódio, Marinor relatou o fato na reunião da Comissão de Direitos Humanos (CDH) e pediu ao presidente da comissão, Paulo Paim (PT-RS), que tome as providências cabíveis. De acordo com a senadora, os manifestantes contrários ao projeto se colocaram de forma desrespeitosa atrás da senadora Marta Suplicy, no momento em que ela concedia entrevista.
- Eles estavam ali com o firme propósito de agredir, de desrespeitar - disse Marinor. A senadora afirmou também que pedirá a apuração sobre a confecção e o conteúdo do panfleto, o qual, segundo ela vincula o homossexualismo à pedofilia.
Já Bolsonaro chegou a afirmar que havia sido agredido pela senadora.
Adiamento da votação
A votação do texto na comissão estava prevista para acontecer nesta quinta. Ao justificar a retirada da matéria, Marta disse que, no começo, assustou-se com a rejeição por parte de igrejas cristãs com relação ao projeto, mas que ao entender o temor de que ele poderia restringir as liberdades de culto e de expressão, decidiu resguardá-las em seu substitutivo. Como ainda persistem resistências ao projeto, ela se disse disposta a ouvir e prosseguir o debate.
- A sociedade está caminhando para uma maior tolerância. Esse projeto tem a ver com tolerância, respeito, cidadania - disse
O senador Magno Malta (PR-ES), contrário ao projeto, manifestou seu agrado com a retirada do projeto de pauta e a possibilidade de discussão mais aprofundada sobre a matéria.
O debate na CDH foi acompanhado por militantes dos movimentos de defesa dos direitos dos homossexuais e por representantes de entidades contrárias ao projeto. Deputados federais também estiveram presentes. Um deles, Jair Bolsonaro, tem se notabilizado por polêmica oposição ao movimentos de grupos homossexuais.
Em seu substitutivo, Marta incorporou algumas modificações que já haviam sido introduzidas pela relatora anterior, a ex-senadora Fátima Cleide, e acrescentou outras. As principais mudanças com relação ao texto original, proveniente da Câmara, foram a inclusão de punições para a discriminação de idosos e de pessoas com deficiência e a especificação de que a pena de três anos de detenção para quem "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito" não se aplica à "manifestação pacífica de pensamento decorrente de atos de fé, fundada na liberdade de consciência e de crença".

Entre outras coisas, o projeto pune quem impedir manifestações de afetividade entre pessoas homossexuais em locais públicos, quem recusar ou sobretaxar a compra ou a locação de imóveis em razão de preconceito, ou quem, pelo mesmo motivo, prejudicar recrutamento, promoção profissional ou seleção educacional.
Caso passe na CDH, o projeto segue para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e, se aprovado, para o Plenário. Se for aprovada pelos senadores, a matéria retornará à Câmara, uma vez que terá sido modificada.

Jornal do Brasil
Com Agência Senado