terça-feira, 10 de maio de 2011

DEPUTADO BOLSONARO DIVULGA PANFLETO COM ATAQUES A LÍDERES GAYS



Segunda, 9 de maio de 2011

Por Cláudia Barros


Após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer a união homoafetiva estável como unidade familiar, conservadores resolveram reagir. Panfletos com ataques a representantes de movimentos de defesa dos homossexuais estão sendo espalhados pela cidade de Resende, interior do Rio de Janeiro. O material é assinado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que recentemente esteve envolvido em uma polêmica ao fazer declarações homofóbicas e racistas no humorístico CQC, da Bandeirantes. O material também está disponível no website do deputado (http://www.bolsonaro.com.br/jair/).

Em uma das partes do panfleto, "Defensores do fundamentalismo homossexual em ação", aparecem fotos e frases do presidente do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott, do presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis e de Beto de Jesus, integrante da executiva da entidade. O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (MEC), André Lázaro também é mencionado em razão de um comentário dele sobre um dos vídeos que fazem parte do kit de combate à homofobia - apelidado pelos críticos de "kit gay" -, que será distribuído em escolas públicas.

O panfleto está sendo distribuído no Rio de Janeiro e em Brasília, conforme apurou Terra Magazine. Alguns dos itens do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT também são citados no material, que faz a seguinte apresentação:

- Ilustríssimos senhores e senhoras chefes de famílias. Apresento alguns dos 180 itens deste que chamo de Plano Nacional da Vergonha, onde meninos e meninas, alunos de 1 grau, serão emboscados por grupos de homossexuais fundamentalistas, levando aos nossos inocentes estudantes, a mensagem de que ser gay ou lésbica é motivo de orgulho para a família brasileira. Tirem suas conclusões sobre as absurdas propostas do Governo, algumas já em execução conforme publicações em Diário Oficial da União.




Na mesma página, em destaque, mais um "alerta": "Querem transformar, na escola, seu filho de 6 a 8 anos em homossexual" - afirma em mais uma alusão ao kit de combate à homofobia que, segundo o MEC, será voltado exclusivamente para adolescentes.

No final do material, ao lado de uma foto do deputado Bolsonaro fardado, mais um recado:

- Com o falso discurso de combater a homofobia, o MEC em parceria com grupos LGBTs, na verdade, incentivam o homossexualismo (sic) nas escolas públicas de 1 Grau, bem como, tornam nossos filhos presas fáceis para pedófilos.

Logo depois da divulgação de que o Supremo se posicionou a favor da equiparação de relações estáveis homoafetivas a uniões estáveis heterossexuais, o parlamentar ironizou a decisão, dizedo que o próximo passo seria a legalização da pedofilia. O deputado também argumentou que a Corte Suprema extraplou sua função ao julgar tema já previsto na Constituição.


Terra Magazine



COMENTÁRIO



Se o deputado Bolsonaro não tivesse a blindagem parlamentar que ele tem, eu gostaria de ver se ele atacaria como tem atacado as instituições democráticas, sim! Porque a decisão do STF, deve ser acatada por todo cidadão brasileiro, independente da sua posição social ou profissional, seja ele parlamentar ou não.
E o que estamos assistindo, é um ataque de alguém que por puro preconceito insiste em menosprezar e desrespeitar brasileiros, que também pagam impostos, que serve também para pagar os vultuosos salários do deputado Bolsonaro e dos demais, que foram eleitos, para legislarem em favor da sociedade e não para atacar as castas sociais, com as quais ele não simpatiza.E as providências, quem as haverá de tomar, até quando vamos ficar assistindo inertes tais ataques? Que a bancada da defesa da democracia, que tem a frente o deputado Jean Willis dê a resposta.

joão Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá