Zumbi dos Palmares
Zumbi dos Palmares | |
---|---|
Pintura por Antônio Parreiras. | |
Conhecido(a) por | Zumbi, o senhor da guerra[1] |
Nascimento | 1655 Serra da Barriga, Capitania de Pernambuco Brasil Colonial |
Morte | 20 de novembro de 1695 (40 anos) Serra Dois Irmãos, Capitania de Pernambuco Brasil Colonial |
Cônjuge | Dandara dos Palmares |
Índice
Etimologia
Zumbi dos Palmares
Polêmicas
Escravidão no Quilombo dos Palmares
Cronologia
- Por volta de 1580: negros fugidos do trabalho escravo nos engenhos de açúcar das capitanias de Pernambuco e Bahia no Brasilfundam, na Serra da Barriga, o Quilombo dos Palmares. A população de Palmares em pouco tempo já contava com mais de 3 mil habitantes. As principais funções dos quilombos eram a subsistência e a proteção dos seus habitantes, e eram constantemente atacados por exércitos e milícias.
- 1630: Começam as invasões holandesas em Pernambuco, o que desorganiza a produção açucareira e facilita as fugas dos escravos. Em 1644, houve uma grande tentativa holandesa de aniquilar o Quilombo de Palmares que, como nas investidas portuguesas anteriores, foi repelida pelas defesas dos quilombolas.
- 1654: Os holandeses deixam o nordeste brasileiro.
- 1655: Nasce Zumbi, num dos mocambos de Palmares.
- 1670: Ganga Zumba, filho da Princesa Aquatune e tio de Zumbi, assume a chefia do quilombo, então com mais de trinta mil habitantes.
- 1675: Na luta contra os soldados portugueses comandados pelo Sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi revela-se grande guerreiro e organizador militar. Neste ano, a tropa portuguesa comandada pelo Sargento-mor Manuel Lopes, depois de uma batalha sangrenta, ocupa um mocambo com mais de mil choupanas. Depois de uma retirada de cinco meses, os negros contra-atacam, entre eles Zumbi com apenas vinte anos de idade, e após um combate feroz, Manuel Lopes é obrigado a se retirar para Recife. Palmares se estendia então da margem esquerda do São Francisco até o Cabo de Santo Agostinho e tinha mais de duzentos quilômetros de extensão, era uma república com uma rede de onze mocambos, que se assemelhavam as cidades muradas medievais da Europa, mas no lugar das pedras havia paliçadas de madeira. O principal mocambo, o que foi fundado pelo primeiro grupo de escravos foragidos, ficava na Serra da Barriga e levava o nome de Cerca do Macaco. Duas ruas espaçosas com umas 1500 choupanas e uns oito mil habitantes. Amaro, outro mocambo, tem 5 mil. E há outros, como Sucupira, Tabocas, Zumbi, Osenga, Acotirene, Danbrapanga, Sabalangá, Andalaquituche.
- 1678: A Pedro de Almeida, governador da capitania de Pernambuco, mais interessava a submissão do que a destruição de Palmares, após inúmeros ataques com a destruição e incêndios de mocambos, eles eram reconstruídos, e passou a ser economicamente desinteressante, os habitantes dos mocambos faziam esteiras, vassouras, chapéus, cestos e leques com a palha das palmeiras. E extraiam óleo da noz de palma, as vestimentas eram feitas das cascas de algumas árvores, produziam manteiga de coco, plantavam milho, mandioca, legumes, feijão e cana e comercializavam seus produtos com pequenas povoações vizinhas, de brancos e mestiços. Sendo assim o governador propôs ao chefe Ganga Zumba a paz e a alforria para todos os quilombolas de Palmares. Ganga Zumba aceita, mas Zumbi é contra, não admite que uns negros sejam libertos e outros continuem escravos. Além do mais eles tinham suas próprias Leis e Crenças e teriam que abrir mão de sua cultura.
- 1680: Zumbi assume o lugar de Ganga Zumba em Palmares e comanda a resistência contra as tropas portuguesas. Ganga Zumba morre assassinado com veneno.
- 1694: Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo comandam o ataque final contra a Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares e onde Zumbi nasceu, cercada com três paliçadas cada uma defendida por mais de 200 homens armados, após 94 anos de resistência, sucumbiu ao exército português, e embora ferido, Zumbi consegue fugir.
- 1695, 20 de Novembro: Zumbi, então aos 40 anos, foi traído e denunciado por um antigo companheiro (Antonio Soares), ele é localizado pelo capitão Furtado de Mendonça, preso, tem a cabeça cortada, salgada e levada, ao governador Melo e Castro.[14] Ainda no mesmo ano, D. Pedro II de Portugal premia com cinquenta mil réis o capitão Furtado de Mendonça por "haver morto e cortado a cabeça do negro dos Palmares do Zumbi".[15]
Tributo
- Música composta por Edu Lobo e Vinicius de Moraes e popularizada por Elis Regina.
- Mencionado em diversas letras da banda Soulfly.
- Mencionado na música "Ratamahatta", da banda Sepultura.
- Mencionado na música "Apesar de Cigano", composta por Altay Veloso e Aladim Teixeira, e interpretada por Jorge Vercillo no álbum "Leve".
- Seu nome é dado a um lutador no jogo feito em Adobe Flash: Capoeira Fighter 2.
- Quilombo, 1985, filme de Carlos Diegues sobre o Quilombo dos Palmares, ASIN B0009WIE8E
- Gilberto Gil lançou um CD chamado "Z300 Anos de Zumbi".
- A banda de nome Chico Science & Nação Zumbi (atualmente é chamada somente de Nação Zumbi, após a morte do vocalista Chico Science).
- Música de Jorge Ben também cantada por Caetano Veloso nos CDs Noites do Norte e Noites do Norte Ao Vivo.
- Música "300 anos" gravada por Alcione em 2007 (composta por Altay Veloso e Paulo César Feital).
- Nome do aeroporto de Maceió, Alagoas (Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares).
- Música "Palmares 1999" feita por Natiruts.
- Música da banda Vibrações - 1655-Zumbi
- Homenageado em 2015 pela Escola de Samba Fusão do Samba, de Joinville, com o enredo "A Consciência Negra Volta a Sorrir: Valeu Zumbi!"
Genealogia
Rei do Congo | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Aqualtune | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Ganga Zumba | Ganga Zona | Sabina | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Zumbi dos Palmares | Dandara | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Motumbo | Harmódio | Aristogíton | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Referências
- ↑ ab «Glória e morte dos Palmares». Nova Escola. X (86): 18-23. Agosto de 1995
- ↑ Dicionário Kimbundu/Português (ligação inativa)
- ↑ ab «Afro-descendente recebe medalha». UOL.com.br. Consultado em 7 de março de 2015
- ↑ Cronologia do Quilombo dos Palmares
- ↑ Martins, José de Souza. Divisões Perigosas, p. 99
- ↑ Carneiro, Edison. O Quilombo dos Palmares, Editora Civilização Brasileira, 3a ed., Rio, 1966, p. 35
- ↑ idem, p. 27
- ↑ Libby, Douglas Cole e Furtado, Júnia Ferreira. Trabalho livre, trabalho escravo: Brasil e Europa, séculos XVIII e XIX. págs. 321-322. Annablume, 2006 - ISBN 8574196274, 9788574196275
- ↑ ab Landmann, Jorge. Tróia Negra. Mandarim, 1998 - ISBN 8535400931, 9788535400939
- ↑ Cornwell, Bernard. O Último Reino. Record, 2006 - ISBN 8501073520, 9788501073525
- ↑ Risério, Antonio. A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros. [S.l.]: Editora 34 data = 2007. p. 406. ISBN 8573263857, 9788573263855
- ↑ Berger, Marc (2007). O Quilombo - Forma de Resistência Histórica dos Escravos. [S.l.]: GRIN Verlag. p. 11. ISBN 3638943577, 9783638943574
- ↑ Martins, José de Souza, professor titular de Sociologia da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, O Estado de S. Paulo, 19 de novembro de 2006. Citado em Mendonça, Armando. 'Vi Li Ouvi VI, p. 71. Thesaurus Editora, 2008. ISBN 8570627610, 9788570627612.
- ↑ Zumbi dos Palmares, O Guerreiro da Liberdade. Grandes Personagens da História do Brasil. Museu da Cruzada.
- ↑ "Da invisibilidade à afirmação". Número 27, janeiro/março de 2000. Revista do Legislativo.
- ↑ [1] Lei 12.519, de 10 de novembro de 2011
- ↑ "Normas para o Ano Cristão". Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. 27 de novembro 2014. Disponível em: [2]. Página visitada em 20 de julho de 2015.
- ↑ Aqualtune, Semana da Consciência Negra
- ↑ Reginaldo de Souza Santos, Damas Negras, citado no site Geledés Instituto da Mulher Negra
- ↑ Décio Freitas, Palmares - A Guerra dos Escravos, Edições Graal, 1982
Bibliografia
- CARNEIRO,Edison.O Quilombo dos Palmares, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 3a ed., 1966, p. 35
- FONSECA Júnior, Eduardo. Zumbi dos Palmares, A História do Brasil que não foi Contada. Rio de Janeiro: Soc. Yorubana Teológica de Cultura Afro-Brasileira, 1988. 465 p.
- FREITAS, Décio. Palmares, a guerra dos escravos. Porto Alegre: Movimento,1973.
- LEAL, I.S. & LEAL, A. (1988). O menino de palmares. Coleção "Jovem do Mundo Todo". Editora Brasiliense. 18ª Edição.
- MARTINS Souza, José.Divisões Perigosas: Políticas Raciais no Brasil Contemporâneo.Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira,2007 p. 99
- SANTOS, Joel Rufino dos. (1988). Zumbi. Projeto Passo à Frente - Coleção Biografias.Editora Moderna.
- SCISÍNIO, Alaôr Eduardo. Dicionário da escravidão. Rio de Janeiro: Léo Christiano, 1997.
- VAINFAS, Ronaldo (org.). Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000