quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
SP - Evangélicos protestam contra estátua de Yemanjá
Foto ilustração
28.02.12
Um projeto de um vereador de São Vicente deseja construir uma imagem com mais de 2 metros para homenagear a "Mãe das Águas"
Evangélicos da cidade de São Vicente, litoral de São Paulo, se reuniram no último dia 15 de fevereiro, para protestar contra a instalação de uma estátua da Yemanjá na Praia do Itararé. Os manifestantes alegam que a escultura, custeada pela prefeitura, é inconstitucional. A instalação da estátua que homenageia aquela que é considerada como a “Mãe das Águas” é uma proposta apresentada pelo vereador Hilton Macedo (PSB) que assim que foi divulgada gerou muita polêmica. De um lado cristãos, em sua maioria evangélicos, que não apoiam a ideia de outras pessoas que aceitam e torcem para que Yemanjá receba a homenagem em uma das praias principais da cidade.
O pastor Izaías Lopes, da Associação Amigos Pastores de São Vicente, explicou que o protesto não tinha intenção de tirar a liberdade de culto, mas de demonstrar a democracia. “O culto deve ser exercido em locais apropriados. A praia não é o local. Além de haver um impacto ambiental devido às oferendas que serão deixadas na areia”, diz Lopes. O protesto dos evangélicos deixou os representantes de religiões afro-brasileiras da Baixada Santista indignados. Eles se sentiram vítimas de preconceito e alegam que a Constituição Federal prevê a liberdade religiosa.
O presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Valter Guerreiro, que também é ministro religioso e Pai-de-Santo, classifica o ato dos evangélicos como intolerância religiosa. “Isso chega a ser um crime. Não vamos ficar parados assistindo uma cultura milenar ser tratada com preconceito”, disse. Quem também criticou a manifestação dos evangélicos foi o diretor-presidente da Federação Nacional da Religião Orixá, Gladston Bispo. “Estou muito machucado e constrangido com mais esse ato de violência ao longo dos tempos”, diz.
Em uma das faixas erguida pelos evangélicos durante o protesto estava escrito: “Não somos contra a liberdade de culto, mas contra a institucionalidade de estátuas!”. O fato é bastante curioso, uma vez que em outras cidades diversos vereadores pedem a retirada de elementos religiosos de locais públicos, em São Vicente a prefeitura planeja construir uma estátua de 2,30 metros de altura e 1,05 metro de largura para homenagear a entidade.
Muitas outras cidades brasileiras possuem uma estátua de Iemanjá, inclusive Praia Grande (também litoral de São Paulo), que foi visitada por mais de 30 mil pessoas nas festas de final de ano.
Fonte: Jornal A Tribuna
Estudo revela novos indícios sobre a ressurreição de Jesus Cristo
Reprodução
"Também foi achada uma inscrição grega que faz referência à ressurreição"
SÃO PAULO - Segundo informou a agência Efe, um grupo de arqueólogos e especialistas em assuntos religiosos apresentou em Nova York as conclusões de uma pesquisa que apresenta indícios da ressurreição de Jesus a partir de um túmulo localizado em Jerusalém há três décadas.
'Até agora me parecia impossível que tivessem aparecido túmulos desse tempo com provas confiáveis da ressurreição de Jesus ou com imagens do profeta Jonas, mas essas evidências são claras', afirmou nesta terça-feira à Agência Efe o professor James Tabor, diretor do departamento de estudos religiosos da Universidade da Carolina do Norte, um dos responsáveis pela pesquisa.
O túmulo em questão foi descoberto em 1981 durante as obras de construção de um prédio no bairro de Talpiot, situado a menos de quatro quilômetros da Cidade Antiga de Jerusalém. Um ano antes, neste mesmo lugar, foi encontrado um túmulo que muitos acreditam ser de Jesus e sua família.
Ao lado do professor de Arqueologia Rami Arav, da Universidade de Nebraska, e do cineasta canadense de origem judaica Simcha Jacobovici, Tabor conseguiu uma permissão da Autoridade de Antiguidades de Israel para escavar o local entre 2009 e 2010.
Em uma das ossadas encontradas, que os especialistas situam em torno do ano 60 d.C., é possível ver a imagem de um grande peixe com uma figura humana na boca, que, segundo os pesquisadores, seria uma representação que evoca a passagem bíblica do profeta Jonas.
A pesquisa, realizada com uma equipe de câmeras de alta tecnologia, também descobriu uma inscrição grega que faz referência à ressurreição de Jesus, detalhou à Agência Efe o professor Tabor, que acrescentou que essa prova pode ter sido realizada 'por alguns dos primeiros seguidores de Jesus'.
'Nossa equipe se aproximou do túmulo com certa incredulidade, mas os indícios que encontramos são tão evidentes que nos obrigaram a revisar todas as nossas presunções anteriores', acrescentou o especialista, que acaba de publicar um livro com todas as conclusões de sua pesquisa, 'The Jesus Discovery'.
O professor reconhece que suas conclusões são 'controversas' e que vão causar certo repúdio entre os 'fundamentalistas religiosos', enquanto outros acadêmicos seguirão duvidando das evidências arqueológicas da cristandade.
Anteriormente, essa mesma equipe de pesquisadores participou do documentário 'O Túmulo Secreto de Jesus', produzido pelo cineasta James Cameron. Na obra, os arqueólogos encontraram dez caixões que asseguram pertencer a Jesus e sua família, incluindo Virgem Maria, Maria Madalena e um suposto filho de Jesus.
Segundo o documentário, as ossadas encontradas supostamente apresentavam inscrições correspondentes às identidades de Jesus e sua família, o que acaba reforçando a versão apresentada no livro 'O Código da Vinci', de Dan Brown, o mesmo que indica que Jesus foi casado com Maria Madalena e que ambos teriam tido um filho juntos.
Por estadão.com.br, estadao.com.br, Atualizado: 29/2/2012 14:53
domingo, 26 de fevereiro de 2012
O cantador Humberto do Maracanã. Rafael Lage
Vida de cantador: Humberto do Maracanã
JULIO DE PAULA | 22.06.2010
Palmeiras balançam no Maracanã. O maracá de prata do Guriatã comanda o Batalhão de Ouro. No encalço do boi, a comunidade pulsa no sotaque da matraca.
Maracanã é bairro da zona rural de São Luís que mantém viva (e crescente) a tradição do bumba-meu-boi de matraca – ou sotaque da ilha. O Boi de Maracanã figura ao lado do Boi da Maioba como os dois maiores brinquedos do Maranhão.
Nascido em 1939, Humberto Barbosa Mendes tem o hábito do boi desde menino. Figura emblemática, iniciou-se como compositor e intérprete de toadas aos 12 anos de idade. Aos 34, tornou-se Cantador Humberto do Maracanã. Hoje é reconhecido pelo Ministério da Cultura como Mestre em Cultura Popular e um dos maiores divulgadores da tradição musical maranhense.
Cantador Humberto pertence à Velha Escola do Boi. Tem acompanhado a evolução da brincadeira – ou se adaptado aos novos tempos. De auto proibido (que se viu resguardado nas periferias de São Luís), ao atual fenômeno de turismo, os cinco sotaques do boi – matraca, orquestra, zabumba, costa de mão e pandeirões – correm soltos por ocasião dos festejos do mês de junho.
“O boi no Maranhão é secular, sempre existiu. Desde uns 20 anos pra cá, ele se desenvolveu bastante. Tem muitos grupos hoje”, diz Humberto em entrevista ao programa Veredas gravada no dia 16 de março de 2004, ocasião em que esteve em São Paulo como convidado do projeto Turista Aprendiz, do grupo A Barca.
Cantador Humberto é o Guriatã, porta-voz do boiato, sinônimo do lugar. A lira do cantador é seu maracá de prata. A toada nasce na boca do amo e cresce forte no batalhão, gigante como as árvores do quintal.
“O brasileiro, em alegria, sátira, sentimentalismo, piedade, justiça e arbítrio, samba e oração, está reunido no Bumba-meu-boi”. (Cascudo)
Maracanã é bairro da zona rural de São Luís que mantém viva (e crescente) a tradição do bumba-meu-boi de matraca – ou sotaque da ilha. O Boi de Maracanã figura ao lado do Boi da Maioba como os dois maiores brinquedos do Maranhão.
Nascido em 1939, Humberto Barbosa Mendes tem o hábito do boi desde menino. Figura emblemática, iniciou-se como compositor e intérprete de toadas aos 12 anos de idade. Aos 34, tornou-se Cantador Humberto do Maracanã. Hoje é reconhecido pelo Ministério da Cultura como Mestre em Cultura Popular e um dos maiores divulgadores da tradição musical maranhense.
Cantador Humberto pertence à Velha Escola do Boi. Tem acompanhado a evolução da brincadeira – ou se adaptado aos novos tempos. De auto proibido (que se viu resguardado nas periferias de São Luís), ao atual fenômeno de turismo, os cinco sotaques do boi – matraca, orquestra, zabumba, costa de mão e pandeirões – correm soltos por ocasião dos festejos do mês de junho.
“O boi no Maranhão é secular, sempre existiu. Desde uns 20 anos pra cá, ele se desenvolveu bastante. Tem muitos grupos hoje”, diz Humberto em entrevista ao programa Veredas gravada no dia 16 de março de 2004, ocasião em que esteve em São Paulo como convidado do projeto Turista Aprendiz, do grupo A Barca.
Cantador Humberto é o Guriatã, porta-voz do boiato, sinônimo do lugar. A lira do cantador é seu maracá de prata. A toada nasce na boca do amo e cresce forte no batalhão, gigante como as árvores do quintal.
“O brasileiro, em alegria, sátira, sentimentalismo, piedade, justiça e arbítrio, samba e oração, está reunido no Bumba-meu-boi”. (Cascudo)
"cura" da homossexualidade gera pedido de ação por parte do MP contra igreja evangélica ABGLT SOLICITA AO MINISTERIO PUBLICO TOMADA DE MEDIDAS CABIVEIS SOBRE POSSIVEL PRATICA CHARLATANISMO |
2012-02-24 11:30:28
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ABGLT solicita ao Ministério Público tomada de medidas cabíveis sobre possível prática do charlatanismo na suposta "cura" da homossexualidade:
Ofício PR 022/2012 (TR/dh) Curitiba, 24 de fevereiro de 2012 "cura" da homossexualidade Ao: Exmo. Sr. Jefferson Aparecido Dias Procurador Regional dos Direitos do Cidadão – PR/SP Procuradoria da República em São Paulo Rua Peixoto Gomide, 762/768 São Paulo-SP 01409-904 jadias@prsp.mpf.gov.br Assunto: Solicitação de tomada de medidas cabíveis Senhor Procurador, A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, foi criada em 31 de janeiro de 1995 com 31 grupos fundadores. Hoje a ABGLT é uma rede nacional com 257 organizações afiliadas. Sua missão é Promover ações que garantam a cidadania e os direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, contribuindo para a construção de uma sociedade democrática, na qual nenhuma pessoa seja submetida a quaisquer formas de discriminação, coerção e violência, em razão de suas orientações sexuais e identidades de gênero. Neste sentido, participamos ativamente das chamadas “redes sociais”, por meio das quais recebemos diariamente diversas informações das mais variadas fontes. Ocorre que circulou recentemente nas referidas redes o vídeo disponível no seguinte link http://www.youtube.com/watch?v=utRxkhgRecI&feature=player_embedded que mostra a suposta “libertação” de um rapaz da homossexualidade, por integrantes de uma igreja evangélica. A ABGLT e suas 257 organizações afiliadas respeitam o Art. 5º, inciso VI, da Constituição Federal, que estabelece que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Porém, por outro lado, em 17 de maio de 1990, a Assembleia Mundial da Saúde determinou que a homossexualidade não é doença, resultando em sua retirada da Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde. Portanto, parece-nos que o vídeo em questão, assim como vários outros disponíveis na internet com conteúdos parecidos, é uma prova cabal da prática do charlatanismo, uma vez que divulga publicamente a suposta “cura” de uma condição que não é doença, além de disseminar a demonização e manifesta intolerância da homossexualidade. Assim, vimos por meio deste requerer a tomada das medidas cabíveis, visando salvaguardar os direitos humanos e a dignidade das pessoas homossexuais. Na expectativa de sermos atendidos, estamos à disposição. Atenciosamente Toni Reis Presidente |
Superpopulação Carcerária, Por Dráuzio Varella
O lema "lugar de bandido é na cadeia" é vazio e demagógico. Não temos prisões suficientes
As fábricas de ladrões e traficantes jogam mais profissionais no mercado do que sonha nossa vã pretensão de aprisioná-los.
Levantamento produzido pela Folha, com base nos censos realizados nas 150 penitenciárias e nas 171 cadeias públicas e delegacias de polícia, mostra que o Estado de São Paulo precisaria construir imediatamente mais 93 penitenciárias, apenas para reduzir a superlotação atual e retirar os presos detidos em delegacias e cadeias impróprias para funcionar como presídios.
Para Lourival Gomes, o atual secretário da Administração Penitenciária, cuja carreira acompanho desde os tempos do Carandiru, profissional a quem não faltam credenciais técnicas e a experiência que os anos trazem, o problema da falta de vagas não será resolvido com a construção de prisões.
Tem razão, é guerra perdida: no mês passado, o sistema prisional paulista recebeu a média diária de 121 novos detentos, enquanto foram libertados apenas 100. Ficaram encarcerados 21 a mais todos os dias.
Como os presídios novos têm capacidade para albergar 768 detentos, seria necessário construir mais um a cada 36 dias, ou seja, 10 por ano.
Esse cálculo não leva em conta o aprimoramento técnico da polícia. Segundo o mesmo levantamento, a taxa de encarceramento, que há oito meses era de 413 pessoas para cada 100 mil habitantes, aumentou para 444. Se a PM e a Polícia Civil conseguissem prender marginais com a eficiência dos policiais americanos (743 para cada 100 mil habitantes), seria preciso construir uma penitenciária a cada 21 dias.
Agora, analisemos as despesas. A construção de uma cadeia consome R$ 37 milhões, o que dá perto de R$ 48 mil por vaga. Para criar uma única vaga gastamos mais da metade do valor de uma casa popular com sala, cozinha, banheiro e dois quartos, por meio da qual é possível retirar uma família da favela.
Esse custo, no entanto, é irrisório quando comparado aos de manutenção. Quantos funcionários públicos há que contratar para cumprir os três turnos diários? Quanto sai por mês fornecer três refeições por dia? E as contas de luz, água, material de limpeza, transporte, assistência médica, jurídica e os gastos envolvidos na administração?
Não sejamos ridículos, caro leitor. Se nossa polícia fosse bem paga, treinada e aparelhada de modo a mandar para atrás das grades todos os bandidos que nos infernizam nas ruas, estaríamos em maus lençóis. Os recursos para mantê-los viriam do aumento dos impostos? Dos cortes nos orçamentos da educação e da saúde?
Então, o que fazer? É preciso agir em duas frentes. A primeira é tornar a Justiça mais ágil, de modo a aplicar penas alternativas e facilitar a progressão para o regime semiaberto, no caso dos que não oferecem perigo à sociedade, e colocar em liberdade os que já pagaram por seus crimes, mas que não têm recursos para contratar advogado.
A segunda, muito mais trabalhosa, envolve a prevenção. Sem diminuir a produção das fábricas de bandidos, jamais haverá paz nas ruas. Na periferia de nossas cidades, milhões de crianças e adolescentes vivem em condições de risco para a violência. São tantas que é de estranhar o pequeno número que envereda pelo crime.
Nossa única saída é oferecer-lhes qualificação profissional e trabalho decente, antes que sejam cooptados pelos marginais para trabalhar em regime de semiescravidão.
Há iniciativas bem-sucedidas nessa área, mas o número é tímido diante das proporções da tragédia social. É necessário um grande esforço nacional que envolva as diversas esferas governamentais e mobilize a sociedade inteira.
Como parte dessa mobilização, é fundamental levar o planejamento familiar para os estratos sociais mais desfavorecidos. Negar-lhes o acesso à lei federal que lhes dá direito ao controle da fertilidade é a violência mais torpe que a sociedade brasileira comete contra a mulher pobre.
O lema "lugar de bandido é na cadeia" é vazio e demagógico. Não temos nem teremos prisões suficientes. Reduzir a população carcerária é imperativo urgente. Não cabe discutir se estamos a favor ou contra, não existe alternativa. Empilhar homens em espaços cada vez mais exíguos, não é mera questão de direitos humanos, é um perigo que ameaça todos nós. Um dia eles voltarão para as ruas.
Reprodução do blog Luiz Fernando Pereira Neto
domingo, 19 de fevereiro de 2012
'Pai de santo' é detido acusado de abusar sexualmente de adolescente
17 de fevereiro de 2012
Um “pai de santo”, identificado como Francisco Alves Viana, de 43 anos, morador do povoado Bacuri, no município de Santa Quitéria, foi preso na cidade de Primeira Cruz. Ele é acusado de abusar sexualmente de uma adolescente de 12 anos.
De acordo com as informações da delegada Maria de Jesus, titular da delegacia de Primeira Cruz, Francisco Alves saiu da cidade de Santa Quitéria como peregrino para morar em Primeira Cruz. Chegando lá, conheceu uma família humilde, que recorreu aos trabalhos do curandeiro. Ele prometeu curar a adolescente que se encontrava doente, e como pagamento iria morar com a menina logo que ela melhorasse. A delegada disse, ainda, que a relação entre os dois teve o consentimento da mãe.
No depoimento, a garota assumiu o relacionamento com o acusado. Para a delegada não justifica o envolvimento entre o casal, tendo em vista que a vítima é menor de idade e foi usada pela mãe. Segundo ela, a adolescente precisa de cuidados médicos, pois está bastante abatida e desnutrida.
Francisco Alves foi autuado em flagrante e enquadrado em crime de estupro vulnerável. A delegada também enquadrou a mãe da adolescente por conveniência. A vítima foi entregue ao Conselho Tutelar do município de Imperatriz.
FONTE: JORNAL PEQUENO
17 de fevereiro de 2012
Um “pai de santo”, identificado como Francisco Alves Viana, de 43 anos, morador do povoado Bacuri, no município de Santa Quitéria, foi preso na cidade de Primeira Cruz. Ele é acusado de abusar sexualmente de uma adolescente de 12 anos.
De acordo com as informações da delegada Maria de Jesus, titular da delegacia de Primeira Cruz, Francisco Alves saiu da cidade de Santa Quitéria como peregrino para morar em Primeira Cruz. Chegando lá, conheceu uma família humilde, que recorreu aos trabalhos do curandeiro. Ele prometeu curar a adolescente que se encontrava doente, e como pagamento iria morar com a menina logo que ela melhorasse. A delegada disse, ainda, que a relação entre os dois teve o consentimento da mãe.
No depoimento, a garota assumiu o relacionamento com o acusado. Para a delegada não justifica o envolvimento entre o casal, tendo em vista que a vítima é menor de idade e foi usada pela mãe. Segundo ela, a adolescente precisa de cuidados médicos, pois está bastante abatida e desnutrida.
Francisco Alves foi autuado em flagrante e enquadrado em crime de estupro vulnerável. A delegada também enquadrou a mãe da adolescente por conveniência. A vítima foi entregue ao Conselho Tutelar do município de Imperatriz.
FONTE: JORNAL PEQUENO
Brasil CandomblÉ Verdade apresenta "LÁ DO FUNDO BAÚ":
Tiveram um filho chamado José, que era muito inteligente e tocava instrumentos como ninguém. O garoto herdou do pai o gosto para tocar e fabricar liras, das quais construía 7 diferentes modelos. Da mãe herdou os poderes paranormais: curava pessoas doentes, movia objetos com o olhar, tinha sonhos premonitórios, via a aura das pessoas etc. Na adolescência, conta a lenda que o garoto passou a incorporar espíritos enquanto tocava e uma destas almas seria a do bíblico Rei Davi. Por fazer muito sucesso com as mulheres, um marido ciumento entregou-o para os representantes da igreja, acusando José das Sete Liras de bruxaria. Foi queimado na fogueira pela Inquisição.
Seu Sete da lira trabalhando
A fama do Exu Sete Rei da Lira que baixava em Mãe Cacilda começou a crescer rapidamente devido à característica inusitada de suas giras - onde todo tipo de música poderia ser cantada e tocada - e no uso impressionante da ingestão de vários litros e litros de "marafo", além da roupa ritualística bordada em veludo preto, botas, capas e cartola. Quem presenciou a manifestação deste espírito se impressionou com o magnetismo e com a capacidade de movimentação das pessoas que acorriam ao seu templo, em Santíssimo, um bairro do Rio de Janeiro. Corriam as notícias de boca a boca, dos casos de cura de doenças gravíssimas etc e rapidamente a gira de seu Sete chegou à marca impressionante de mais de cinco mil pessoas por rito.
Eu me lembro bem do fato, pois todo mundo comentou: foi em 1971, eu tinha 5 anos e me é inesquecível o sotaque de uma portuguesa da vila em que eu morava no bairro do bexiga em sampa, agressiva e transtornada, ao comentar: "Um ab'surdo, c'mo deixaram um d'mônio daq'les b'xar no p'grama do Ch'crinha?? Viram o que el' fêx?? A revolta da mulher, católica radical (ainda não existiam os neopentecostais que mais tarde se aproveitariam do mesmo tipo de discurso), era acompanhada de uma credulidade não assumida: "T'do bem, o santo baixou em todo mundo, isso realmente é difícil de explicar, mashhhh..."
Reportagem na revista "Amiga" de 1970, sobre seu 7 da lira (Cortesia do irmão Maleronka!)
Na Censura Federal centenas de telefonemas de protestos e de narrativas de pessoas que haviam entrado em transe em suas casas entupiram as centrais telefônicas, a Igreja Católica constrangida reuniu sua cúria para debater o problema e a concessão das duas emissoras de TV quase foram suspensas pelo governo, alegando a defesa da "moralidade" e dos "bons costumes".
Na verdade, o que podemos concluir é que a Umbanda e as religiões afrobrasileiras fazem parte de uma parcela do imaginário brasileiro - principalmente a Kimbanda - que se for colocada à mostra em sua totalidade, pode gerar efeitos inesperados no senso comum e padrão das classes sociais e religiosas acomodadas, pois raramente se viu na história da cultura brasileira a religiosidade das classes subalternas manifestar-se de modo tão expontâneo e incontrolável e ainda, em escala nacional, como foi feito pelo Sr. Exu da Lira e só por ele, sozinho!
Uma das últimas fotos de Cacilda de Assis mediunizada... paradeiro????
FONTE:TEXTO E FOTOS
Acervo Ayom: música e espírito
MÃE CACILDA E SEU 7 DA LIRA - UMA HISTÓRIA UMA LEMBRANÇA
Mãe Cacilda de Assis em seu programa de rádio
O Rei da Lira se apresenta como Exu, muito embora suas características originais o liguem mais ao mundo da encantaria, onde é conhecido como Sete Rei da Lira, José das Sete Liras ou o Rei das Sete Liras. Poucos conhecem a sua história como encantado, que começa na Idade Média e vai até a sua reencarnação no século dezenove. Na Espanha Medieval, havia um casal: Caio e Zelinda. Caio era um descendente de gregos, que tocava e fabricava instrumentos musicais, especialmente liras. Zelinda era uma bela negra africana, que escondida dos poderosos da época, fazia rituais mágicos.
Seu Sete da lira trabalhando
A fama do Exu Sete Rei da Lira que baixava em Mãe Cacilda começou a crescer rapidamente devido à característica inusitada de suas giras - onde todo tipo de música poderia ser cantada e tocada - e no uso impressionante da ingestão de vários litros e litros de "marafo", além da roupa ritualística bordada em veludo preto, botas, capas e cartola. Quem presenciou a manifestação deste espírito se impressionou com o magnetismo e com a capacidade de movimentação das pessoas que acorriam ao seu templo, em Santíssimo, um bairro do Rio de Janeiro. Corriam as notícias de boca a boca, dos casos de cura de doenças gravíssimas etc e rapidamente a gira de seu Sete chegou à marca impressionante de mais de cinco mil pessoas por rito.
Compositora e escritora, Mãe Cacilda tinha um programa na Rádio Metropolitana de Inhaúma e o caso é que a fama de seu 7 se espalhou tanto que artistas como Tim Maia, Freddie Mercury e o grupo Kiss estiveram por lá sabe-se lá por qual razão, até que um dia alguém foi até o terreiro e desafiou o Exu a baixar em rede nacional. Ao contrário do que se esperava, o seu Sete concordou e foi aí que o "dendê ferveu"!
Fotos das milhares de pessoas que acorriam ao templo de seu Sete da Lira. Olhe bem e descubra onde está o Exu!
Eu me lembro bem do fato, pois todo mundo comentou: foi em 1971, eu tinha 5 anos e me é inesquecível o sotaque de uma portuguesa da vila em que eu morava no bairro do bexiga em sampa, agressiva e transtornada, ao comentar: "Um ab'surdo, c'mo deixaram um d'mônio daq'les b'xar no p'grama do Ch'crinha?? Viram o que el' fêx?? A revolta da mulher, católica radical (ainda não existiam os neopentecostais que mais tarde se aproveitariam do mesmo tipo de discurso), era acompanhada de uma credulidade não assumida: "T'do bem, o santo baixou em todo mundo, isso realmente é difícil de explicar, mashhhh..."
Incorporada pelo Exu "Seu" 7 Rei da Lira Cacilda havia transformado os programas de Chacrinha e Flávio Cavalcanti num verdadeiro ritual de Kimbanda, daqueles mais bravos. Não se questiona aqui a veracidade da presença do Exu naqueles momentos, ou se é válido esse tipo de exposição ou de manifestação em público, mas há a verdade inquestionável de que algum poder realmente tomou conta das pessoas naqueles programas, pois platéia, cantores, assistentes de câmera, seguranças, contrarregras e outros entraram em transe, desmaiaram ou foram "mediunizados" por exus e outras entidades.
Inabalável, seu Sete da Lira após "tocar a macumba" no programa de Flávio Cavalcanti, sem desincorporar saiu de carro dos estúdios da TV Tupi acompanhado por seus cambonos e foi até os estúdios da Rede Globo no programa do Chacrinha e nem bem entrou no palco, o mesmo fenômeno aconteceu: Chacretes, músicos, diretores e outros entraram em transe.
O próprio Chacrinha, o rei da caricatura e da esbórnia ficou sem ação, conforme o relato do professor universitário Paulo Duarte: "(...) me causou espanto, assistir, há dias àquele espetáculo de 'Seu Sete', apresentado como se fosse um retrato do Brasil: uma 'mandingueira' de cartola e charuto, espargindo cachaça pela multidão em transe, como um sacerdote o faz com água benta. Um adolescente entrou para colaborar, quando foi 'tomado' diante da Mãe de Santo. Esta, que já bebera em público largos goles de pinga, esborrifou-lhe o rosto com um pouco da bebida, aos efeitos mágicos da qual o moleque voltou à razão em meio ao alvoroço da multidão, sob o patrocínio de um Chacrinha mais inconsciente que legítimo".
Reportagem na revista "Amiga" de 1970, sobre seu 7 da lira (Cortesia do irmão Maleronka!)
Na Censura Federal centenas de telefonemas de protestos e de narrativas de pessoas que haviam entrado em transe em suas casas entupiram as centrais telefônicas, a Igreja Católica constrangida reuniu sua cúria para debater o problema e a concessão das duas emissoras de TV quase foram suspensas pelo governo, alegando a defesa da "moralidade" e dos "bons costumes".
Na verdade, o que podemos concluir é que a Umbanda e as religiões afrobrasileiras fazem parte de uma parcela do imaginário brasileiro - principalmente a Kimbanda - que se for colocada à mostra em sua totalidade, pode gerar efeitos inesperados no senso comum e padrão das classes sociais e religiosas acomodadas, pois raramente se viu na história da cultura brasileira a religiosidade das classes subalternas manifestar-se de modo tão expontâneo e incontrolável e ainda, em escala nacional, como foi feito pelo Sr. Exu da Lira e só por ele, sozinho!
Uma das últimas fotos de Cacilda de Assis mediunizada... paradeiro????
Pela primeira vez na história do país, cujo Estado e cujas classes dirigentes desfiam ao longo dos tempos uma compreensão e narrativa eurocêntrica sobre si mesmos, a sociedade brasileira se viu obrigada e se olhar no espelho tão profundamente que não aguentou se ver tão frágil e desnuda frente aos efeitos do trabalho de um Exu Guardião. E as reações subsequentes revelaram ainda posicionamentos elitistas arraigados nas velhas estruturas de dominação e da luta de classes no plano das representações simbólicas. Entre o próprio povo do santo a coisa se dividiu: em conversa com nosso querido amigo, o pai Pedro Miranda, esse nos relatou que certas "cúpulas" umbandistas da época recusaram-se a tentar entender o fenômeno "da Lira" e também tentaram abafar o caso...
Mas o evento mais grave e interessante aconteceria longe, no centro do poder: estavam assistindo aos programas o então presidente Médici e sua esposa D. Cyla. Indignado, o general iria tomar algumas "providências" contra Mãe Cacilda, quando, subitamente, ao seu lado, D. Cyla, incorporada, dá uma sonora gargalhada, pede uma rosa, uma champanhe e diz pro presidente não mexer com quem não podia...
Bastidores do Brasil... bastidores da Kimbanda...
Ao sr. Sete Rei da Lira: Mojubá Exu
FONTE:TEXTO E FOTOS
Acervo Ayom: música e espírito
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
FECHAMENTO DE CORPO NO CARNAVAL
Na realidade, esse tipo de propaganda enganosa já devia ter sido banida há muito tempo, pois depõe contra a religião afro.
Pois somente uma determinada casta é que estaria sujeita a se submeter a este ritual, sem a devida obrigatoriedade é claro! Pois o culto não obriga ninguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, pois isto é inerente ao senso de responsabilidade espiritual que cada seguidor afro tem dos seus deveres e direitos dentro do culto.
E existem alguns pressupostos necessários que o seguidor tem que ter, como por exemplo: ser iniciado, estar em fase de iniciação, ter pelo menos algum tipo de ojubò (assentamento) ligado aos seus guardiãs protetores (exu, orixá ou outros), ou seja, que tenha uma ligação terra, ar e corpo. Coisas que as pessoas comuns do povo não possuem, daí estarem desobrigados de passarem por esse ritual.
Mas na filosofia dos maus pregadores e exploradores da fé afro, qualquer um que se encontre no mundo do faz de conta,ou seja, "Eu digo que sou e você finge que acredita". Pode ser submetido a esse ritual tão importante e revestido de tantos mistérios.
É a banalização das coisas sagradas dos orixás. Esta na hora de mudar.
João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá
É muito comum nessa época dos festejos momescos, pessoas serem chamadas aos terreiros de candomblé e umbanda a passarem pelo tradicional ritual de fechamento de corpo, com vistas a poderem brincar o carnaval, sem correrem o risco de sofrerem algum tipo de acidente. Evidente, que tal prática deixou de ser um orô (segredo), dentro do culto afro, para ser um mero procedimento dos mais banais, por conta dos mercadores da fé que pululam também no mundo afro.
Nos dias de hoje, chamam qualquer um do povo para se submeterem a esse ritual, independente de serem iniciados ou não, bastando que pague pelo trabalho do chamado "pai de santo", que de posse de alguns frangos, algumas garrafas de dendê, cachaça, pólvora, algumas comidas votivas,entre outros elementos, submetem,se me permitem, os incautos, ao chamado "fechamento de corpo".
Na realidade, esse tipo de propaganda enganosa já devia ter sido banida há muito tempo, pois depõe contra a religião afro.
Pois somente uma determinada casta é que estaria sujeita a se submeter a este ritual, sem a devida obrigatoriedade é claro! Pois o culto não obriga ninguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, pois isto é inerente ao senso de responsabilidade espiritual que cada seguidor afro tem dos seus deveres e direitos dentro do culto.
E existem alguns pressupostos necessários que o seguidor tem que ter, como por exemplo: ser iniciado, estar em fase de iniciação, ter pelo menos algum tipo de ojubò (assentamento) ligado aos seus guardiãs protetores (exu, orixá ou outros), ou seja, que tenha uma ligação terra, ar e corpo. Coisas que as pessoas comuns do povo não possuem, daí estarem desobrigados de passarem por esse ritual.
Mas na filosofia dos maus pregadores e exploradores da fé afro, qualquer um que se encontre no mundo do faz de conta,ou seja, "Eu digo que sou e você finge que acredita". Pode ser submetido a esse ritual tão importante e revestido de tantos mistérios.
É a banalização das coisas sagradas dos orixás. Esta na hora de mudar.
João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL MOVE AÇÃO CONTRA O BISPO MALAFAIA POR EXPRESSÕES INJURIOSAS CONTRA OS GAYS-
"BAIXAR O PORRETE" E "ENTRAR DE PAU"
"BAIXAR O PORRETE" E "ENTRAR DE PAU"
A Procuradoria Regional do Direitos do Cidadão na pessoa do promotor Federal Jefferson Aparecido Dias, por conta de representação da Associação dos Gays Lésbicas e Simpatizantes,move ação contra o Pastor Silas MalafAia, a TV Bandeirantes e a União, pelos seguintes motivos:
"O réu, Silas Lima Malafaia, em Programa veiculado pela Televisão Bandeirantes Ltda., utilizou em um dos seus programas, as gírias "entrar de pau" e "baixar o porrete", em relação a alguns homossexuais, indeterminados, que participaram da parada gay em São paulo, por não concordar com uma manifestação destes relacionadas a símbolos religiosos da igreja católica".
Nesta ação o MPF requer que o Pastor Silas Malafaia seja condenado a fazer e deixar de fazer, ou seja:
a) Fazer: Deverá ser compelido a divulgar no seu programa na Rádio bandeirantes, no mesmo horário e no mesmo tempo destinado as tais injúrias, a se retratar das mesmas junto a comunidade gay.
b) Deixar de fazer:No sentido de não proferirem (ele e a emissora de televisão), e não exibirem , respectivamente, comentários hom
ofóbicos ou que incitem a violência ou desrespeito aos homossexuais.
sendo que a obrigação de fazer se estende também a União, que através da secretaria Eletrônica do Ministério da educação, par4a que proceda a fiscalização do programa comandado pelo Pastor Silas Malafaia e exibido pela emissora demandada.
Com informação do MPF
domingo, 12 de fevereiro de 2012
12/02/2012 - 12h19
Deputado José Cândido morre aos 69 anos em São Paulo
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DE SÃO PAULO
fonte: A Folha
Atualizado às 12h50.
O deputado estadual José Cândido (PT-SP) morreu na manhã deste domingo (12), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Pai do atual prefeito de Suzano (SP), Marcelo Cândido (PT), o parlamentar estava internado desde o último dia 12, após uma parada cardíaca ocorrida durante uma cirurgia para remoção de pedra na vesícula.
Divulgação Alesp |
Deputado José Cândido morre aos 69 anos em SP |
No sábado, o deputado apresentou complicações em seu quadro clínico e voltou à UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O corpo de Cândido será velado no Complexo Poliesportivo Paulo Portela, em Suzano, e o enterro ocorrerá no Memorial do Alto Tietê, também na mesma cidade.
Eleito pelo PT com 58.932 votos, Cândido iniciou a vida política aos 19 anos, quando liderou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade de Oriente e região.
Formado no curso de torneiro mecânico, participou da fundação, em Suzano, da Comunidade Católica e da construção do Centro Comunitário da Sociedade Amigos de Bairro.
Foi presidente nacional da Comunidade Kolping e ministro da Palavra e Eucaristia na Igreja Católica.
Também foi vereador do PT na cidade por três mandatos consecutivos. Em 2001, assumiu a coordenação, por cinco anos, da Macrorregião do Alto Tietê.
Em nota, a bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo afirma que "perde um virtuoso combatente da luta pela igualdade racial e inclusão dos menos favorecidos à sociedade".
Cândido deixa a mulher, Laura, seis filhos e cinco netos.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
05/02 - 09h49
Igreja Maranata: mais de R$20 milhões teriam ido parar no bolso de pastores
Letícia Cardoso
lcardoso@redegazeta.com.br
Vilmara Fernandes
vfernandes@redegazeta.com.br
Um esquema de corrupção para desviar recursos provenientes do recolhimento do dízimo foi montado na cúpula da Igreja Cristã Maranata, com o envolvimento de pastores, diáconos e até fornecedores. A ação, identificada em uma investigação da própria instituição, foi parar na Justiça. Nela, aparece o nome do vice-presidente, Antônio Ângelo Pereira dos Santos. Estimativas iniciais da igreja indicam que o rombo é de, no mínimo, R$ 21 milhões. Mas a ação protocolada na Justiça pede o ressarcimento de R$ 2,1 milhões.
lcardoso@redegazeta.com.br
Vilmara Fernandes
vfernandes@redegazeta.com.br
Um esquema de corrupção para desviar recursos provenientes do recolhimento do dízimo foi montado na cúpula da Igreja Cristã Maranata, com o envolvimento de pastores, diáconos e até fornecedores. A ação, identificada em uma investigação da própria instituição, foi parar na Justiça. Nela, aparece o nome do vice-presidente, Antônio Ângelo Pereira dos Santos. Estimativas iniciais da igreja indicam que o rombo é de, no mínimo, R$ 21 milhões. Mas a ação protocolada na Justiça pede o ressarcimento de R$ 2,1 milhões.
foto: Fábio Vicentini
A Igreja Cristã Maranata é uma das que mais crescem no país. Acima, foto do templo na Praia da Costa
O caso está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual. Em nota, o MP adiantou que os documentos exigem melhor apuração, mas apontam para várias irregularidades e crimes. Diz ainda que, se aproveitando da isenção de tributos que as igrejas possuem e da boa-fé dos fiéis, pastores estariam usando bens da igreja em benefício próprio. A lista de prováveis crimes praticados inclui desvio de recursos para o exterior, criação de empresa irregular, contrabando, fraudes ao Fisco e ao sistema financeiro.
foto: Divulgação
O pastor Antônio Ângelo e o contador Leonardo Alvarenga, vice-presidente e o contador da instituição, respectivamente, são acusados de desvio
DerrameCerca de 5 mil templos no Brasil são administrados pelo presbitério da igreja, em Vila Velha, que concentra o dízimo doado no país. O dinheiro foi desviado desse caixa único. A igreja não informa quanto arrecada, mas sabe-se que é a segunda em número de evangélicos no Estado e uma das que mais crescem no país.
O golpe era viabilizado por notas fiscais frias, que permitiam a retirada de valores do caixa da igreja. Segundo documentos obtidos pela Rádio CBN Vitória e pelo jornal A GAZETA, as notas eram emitidas por fornecedores do Presbitério da Maranata. Há indícios de que empresas foram criadas - em nome de laranjas - somente para essa finalidade.
O dinheiro desviado era destinado a um grupo de pastores. Além do nome do vice-presidente, as investigações chegaram ao do contador da Maranata, Leonardo Meirelles de Alvarenga. Eles foram denunciados na ação judicial aberta pela igreja. Há indícios de participação de mais pastores e funcionários. Nas apurações, envolvidos afirmaram que o dinheiro serviria para "ajudar irmãos no exterior".
As informações fazem parte de investigação interna da igreja, que orientou uma auditoria externa, cuja análise preliminar confirma as irregularidades. "Elementos obtidos (...) são contundentes quanto à ocorrência de fraudes e desvios perpetrados pelo vice-presidente e o contador", diz trecho do relatório da auditoria citado na ação judicial.
Parte dos recursos desviados era usada na compra de carros e imóveis e no pagamento de contas pessoais. "Por várias vezes fui orientado a depositar valores na conta do Antônio Ângelo para pagamento de cartão de crédito, prestação de veículos, condomínios, compras de equipamentos", diz um funcionário ouvido na investigação.
Outra parte dos recursos era investida na compra de dólares, diz um empresário no mesmo relatório: "O valor era depositado nas contas das minhas empresas. No mesmo dia, eu comprava os dólares e os entregava no presbitério". Os dólares eram levados para o exterior nas malas de fiéis.
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Eletrônicos eram contrabandeados na mala de fiéis
Destruição
Para evitar que a prática dos crimes fosse descoberta, funcionários foram orientados a destruir cópias de recibos. "Fui orientado pelo Antônio Ângelo e pelo Leonardo a destruir todos os documentos, recibos e depósitos que não passavam pelo caixa central do presbitério para não cair em nenhum tipo de fiscalização", relata um funcionário da igreja.
Há informações de que computadores foram formatados para que os rastros dos desvios fossem destruídos. "Os HDs foram corrompidos. Programas de envio de relatórios fiscais por internet (Receitas Federal e Estadual) foram apagados", consta num dos documentos. Outro problema detectado são atrasos na contabilidade da igreja há pelo menos quatro anos.
"Um montante muito elevado, chegando a cerca de R$ 500 mil mensais nos últimos 30 meses e R$ 6 milhões em 2010", relatório da Igreja Maranata sobre os desvios
"Relatório elaborado culmina com o prejuízo financeiro para os cofres da igreja equivalente a
R$ 2,1 milhões"
"A senha do contador Leonardo Meirelles lhe dava amplos poderes, alguns dos quais extrapolavam os limites das atividades próprias de contador"
"Verifica-se que documentos emitidos pela empresa do contador Leonardo Meirelles, assim como os registros da contabilidade, foram fraudulentos"
Trechos da ação
"A igreja pagou um total de R$ 941 mil em notas fiscais que não correspondem a mercadorias efetivamente entregues"
"Relatório elaborado culmina com o prejuízo financeiro para os cofres da igreja equivalente a
R$ 2,1 milhões"
"A senha do contador Leonardo Meirelles lhe dava amplos poderes, alguns dos quais extrapolavam os limites das atividades próprias de contador"
"Verifica-se que documentos emitidos pela empresa do contador Leonardo Meirelles, assim como os registros da contabilidade, foram fraudulentos"
Depois do questionamento, a expulsão
"Fui usado como mula. No ano passado, foram três viagens"
X, 28 anos, frequentava a igreja desde pequeno
"Fui um dos muitos fiéis que transportaram os equipamentos do projeto de videoconferência dos Estados Unidos para o Brasil. Fui usado como mula. Só no ano passado, foram três viagens. Trazia-os em minha bagagem, escondidos no meio das roupas. Nunca foram descobertos pela Alfândega. Após ganhar a confiança dos pastores, fui convidado pelo vice-presidente, Antônio Ângelo Pereira dos Santos, no final do ano passado, para uma outra viagem. Só que desta vez deveria levar
US$ 10 mil, valor máximo permitido para entrada nos Estados Unidos, e entregar a um outro pastor. Nesse dia, percebi que algo estava errado e o questionei sobre a legalidade das ações do Presbitério. Não aceitei levar os dólares e fui comunicado de que seria expulso de todos os trabalhos dentro da igreja."
US$ 10 mil, valor máximo permitido para entrada nos Estados Unidos, e entregar a um outro pastor. Nesse dia, percebi que algo estava errado e o questionei sobre a legalidade das ações do Presbitério. Não aceitei levar os dólares e fui comunicado de que seria expulso de todos os trabalhos dentro da igreja."
cbn de vitória
ALAGOAS se desculpa após 100 anos do Quebra de Xangô
06.02.12
Há 100 anos, terreiros das religiões de matriz africana de Maceió foram completamente destruídos a partir de uma ordem governamental, resultando no maior massacre de babalorixás da história do Brasil. Para marcar o centenário do episódio, conhecido como Quebra de Xangô, o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, fez no dia 1° de fevereiro, um pedido de perdão oficial às comunidades de terreiros do estado.
O fato inédito de oficialização do perdão será registro de um momento importante para esta sociedade que teve sua cultura transformada pelo massacre de 1° de fevereiro de 1912. O pedido será um marco importante, não apenas para a população de afrodescendentes de Alagoas, mas à própria história do país, ainda carregada de preconceitos dos mais diversos, especialmente no que diz respeito ao negro.
Reflexão – Em 2008, por meio de uma lei estadual, a data foi instituída Dia Municipal e Estadual de Combate a Intolerância Religiosa de Matriz Africana. Em Alagoas, seguidores de religiões como a umbanda e o candomblé promovem atividades para reflexão em torno do direito de crença e culto previsto na Constituição Federal e no Estatuto da Igualdade Racial.
Fonte: Palmares
Alckmin condenado por racismo
Em conteúdo de material pedagógico
31.01.12
Material distribuído por professora da rede pública a alunos associava a cor negra ao demônio; indenização será de R$ 54 mil a família que se sentiu atingida. O governo paulista foi condenado por disseminar o medo e a discriminação racial dentro de sala de aula. A decisão é do Tribunal de Justiça que deu uma “dura” no poder público e condenou o Estado a pagar indenização de R$ 54 mil a uma família negra. De acordo com a corte de Justiça, a escola deve ser um ambiente de pluralidade e não de intolerância racial.
O Estado quedou-se calado e não recorreu da decisão como é comum em processos sobre dano moral. O juiz Marcos de Lima Porta, da 5ª Vara da Fazenda Pública, a quem cabe efetivar a decisão judicial e garantir o pagamento da indenização, deu prazo até 5 de abril para que o Estado dê início à execução da sentença.
O caso ocorreu na capital do Estado mais rico da Federação e num país que preza o Estado Democrático de Direito instituído há quase 24 anos pela Constituição Federal de 1988. Uma professora da 2ª série do ensino fundamental, de uma escola estadual pública, distribuiu material pedagógico supostamente discriminatório em relação aos negros.
De acordo com a decisão, a linguagem e conteúdo usados no texto são de discriminatórias e de mau gosto. Na redação – com o título “Uma família diferente” – lê-se: Era uma vez uma família que existia lá no céu. O pai era o sol, a mãe era a lua e os filhinhos eram as estrelas. Os avós eram os cometas e o irmão mais velho era o planeta terra. Um dia apareceu um demônio que era o buraco negro. O sol e as estrelinhas pegaram o buraco negro e bateram, bateram nele. O buraco negro foi embora e a família viveu feliz.
O exercício de sala de aula mandava o aluno criar um novo texto e inventar uma família, além de desenhar essa “família diferente”. Um dos textos apresentados ao processo foi escrito pela aluna Bianca, de sete anos. Chamava-se “Uma Família colorida” e foi assim descrito:
“Era uma vez uma família colorida. A mãe era a vermelha, o pai era o azul e os filhinhos eram o rosa. Havia um homem mau que era o preto. Um dia, o preto decidiu ir lá na casa colorida.Quando chegou lá, ele tentou roubar os rosinhas, mas aí apareceu o poderoso azul e chamou a família inteira para ajudar a bater no preto. O preto disse: – Não me batam, eu juro que nunca mais vou me atrever a colocar os pés aqui. Eu juro. E assim o azul soltou o preto e a família viveu feliz para sempre”.
A indenização, que terá de sair dos cofres públicos, havia sido estabelecida na primeira instância em R$ 10,2 mil para os pais do garoto e de R$ 5,1 mil para a criança, foi reformada. Por entender que o fato era “absolutamente grave”, o Tribunal paulista aumentou o valor do dano moral para R$ 54 mil – sendo R$ 27 mil para os pais e o mesmo montante para a criança.
De acordo com a 7ª Câmara de Direito Público, no caso levado ao Judiciário, o Estado paulista afrontou o princípio constitucional de repúdio ao racismo, de eliminação da discriminação racial, além de malferir os princípios constitucionais da igualdade e da dignidade da pessoa humana.
“Sem qualquer juízo sobre a existência de dolo ou má-fé, custa a crer que educadores do Estado de São Paulo, a quem se encarrega da formação espiritual e ética de milhares de crianças e futuros cidadãos, tenham permitido que se fizesse circular no ambiente pedagógico, que deve ser de promoção da igualdade e da dignidade humana, material de clara natureza preconceituosa, de modo a induzir, como induziu, basta ver o texto da pequena Bianca o medo e a discriminação em relação aos negros, reforçando, ainda mais, o sentimento de exclusão em relação aos diferentes”, afirmou o relator do recurso, desembargador Magalhães Coelho.
Segundo o relator, a discriminação racial está latente, “invisível muitas vezes aos olhares menos críticos e sensíveis”. De acordo com o desembargador Magalhães Coelho, o racismo está, sobretudo, na imagem estereotipada do negro na literatura escolar, onde não é cidadão, não tem história, nem heróis. Para o relator, ao contrário, é mau, violento, criminoso e está sempre em situações subalternas.
“Não é por outra razão que o texto referido nos autos induz as crianças, inocentes que são, à reprodução do discurso e das práticas discriminatórias”, afirmou Magalhães Coelho. “Não é a toa que o céu tem o sol, a lua, as estrelas e o buraco negro, que é o vilão da narrativa, nem que há “azuis poderosos”, “rosas delicados” e “pretos” agressores e ladrões”, completou.
O desembargador destacou que existe um passado no país que não é valorizado, que não está nos livros e, muito menos, se aprende nas escolas.
“Antes ao contrário, a pretexto de uma certa “democracia racial”, esconde-se a realidade cruel da discriminação, tão velada quanto violenta”, disse. Segundo Magalhães Coelho, na abstração dos conceitos, o negro, o preto, o judeu, o árabe, o nordestino são apenas adjetivos qualificativos da raça, cor ou região, sem qualquer conotação pejorativa.
“Há na ideologia dominante, falada pelo direito e seus agentes, uma enorme dificuldade em se admitir que há no Brasil, sim, resquícios de uma sociedade escravocrata e racista, cuja raiz se encontra nos processos históricos de exploração econômica, cujas estratégias de dominação incluem a supressão da história das classes oprimidas, na qual estão a maioria esmagadora dos negros brasileiros”, reconheceu e concluiu o desembargador.
Fonte : APG
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