quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


As Religiões e o abate de Animais
04.06.12
Budismo
É contra a morte intencional de qualquer animal, por qualquer motivo; considera que todo ser vivo é sagrado e busca evitar sofrimento. Possuem o ‘direito’ de viver.
Islamismo
Os animais foram criados por Deus para servir aos homens; define normas de abate para consumo, como a proibição de matar um animal na frente do outro. Dão preferência ao abate de carneiros.
Candomblé
O sacrifício de animais é uma troca de energia (axé) entre homens e deuses. Os animais são sagrados, e os rituais são feitos em contato com a natureza. O que os homens não comem, são as partes sagradas entregues aos Deuses Africanos (*). O abate de animais na cultura africana negra é para fins de sobrevivência e não com fins religiosos.

Judaísmo
O ideal é não matar para comer, mas não impede o consumo de alguns bichos. Segue preceitos de abate. Alguns ortodoxos sacrificam galinhas para expiar pecados. Há sacrifícios de ovelhas.
Cristianismo
Os animais são dignos de piedade, mas inferiores ao homem por não contarem com o livre-arbítrio.
Umbanda
Como no candomblé, considera a natureza sagrada e regida pelos deuses, mas não realiza sacrifícios de animais.
Espiritismo
Não admite o sacrifício de animais. O espírito do animal é inferior, está para o humano como este para o divino. Precisam viver para colaborarem com o desenvolvimento dos seres humanos.
Hinduísmo
Em geral não admite o sacrifício de animais. Algumas divindades possuem aspectos de animais, como Vishnu (peixe, tartaruga e javali) e Ganesh (elefante). A vaca é um animal sagrado e dedicado ao Deus Krishna, e seu abate é um interdito imperdoável. Há templos que adoram macacos e ratos, pois estes pertencem aos deuses ou são suas representações. Ao Deus Agni é oferecido em abate, o cavalo.
(*) No Brasil as pontas dos animais abatidos eram dadas aos escravos: orelhas, pés e rabos de porcos eram aproveitados, nas ralas e pobres refeições das senzalas. Do simples ‘cozido’ da escravidão nasce a famosa feijoada.

Fontes: Reginaldo Prandi (sociólogo da USP especializado em religiões africanas)
Ruben Sternschein (rabino da congregação Israelita de SP)
Márcio Alexandre Gualberto (Coletivo de entidades Negras)
Solange Ramos de Andrade (historiadora)
Luiz Felipe Pondé (filósofo e psicanalista)
Pesquisa A Gaxéta.