sexta-feira, 30 de março de 2018
A empresa e o esquema
eram comandados por um pastor da Assembleia de Deus conhecido como José
Caitano Neto -não é possível saber se esse é seu nome verdadeiro porque
ele possui mais de uma identidade. A igreja evangélica, que a princípio
não tem relação direta com os crimes, disse que não comenta casos
particulares.
O advogado do pastor, Ademir Sérgio dos Santos,
afirmou em nota que as denúncias são falsas, que não foram encontrados
indícios de irregularidade no local e que "trata-se de prisão
arbitrária". Antes de ser preso, Caitano Neto disse à reportagem que o
responsável pela venda dos documentos era um ex-funcionário, já demitido
(leia abaixo).
ASSINATURAS FALSAS
Para fazer os diplomas,
ele usava assinaturas e históricos escolares falsos. Os documentos, por
exemplo, emitidos em nome da Facel (Faculdade de Administração,
Ciências, Educação e Letras) e da Spei (Sociedade Paranaense de Ensino e
Informática) são assinados pela secretária geral Josefa Ambrósio Mourão
e o diretor geral Saulo Gomes Pena.
No entanto, ambos nunca foram
vistos por funcionários nas duas faculdades, em Curitiba, nem na sede
da Digamma em São Paulo. Quem fazia as assinaturas era o próprio Caitano
Neto, como indicam fotos obtidas pela reportagem.
As outras seis
instituições que o grupo detém são: Afirmativo (Fafi), Fatesf (Faculdade
São Francisco), Fama (Faculdade Educacional de Matelândia), Ação,
Fasvipa (Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar) e EBS (Faculdade
Estação).
As oito faculdades estão espalhadas por cinco estados
(PR, SC, MT, RO e AL) e realmente existem. Têm cursos de graduação e
pós-graduação registrados no MEC, porém algumas delas estão em estado de
abandono desde que a Digamma as comprou, entre 2015 e 2017.
A
suspeita é de que Caitano as comprava para pegar o dinheiro em caixa e
emitir os diplomas falsos, atrasando o pagamento de contas e
funcionários.
Nos emails, parte dos diplomas falsos é encomendada
por um homem chamado Leonardo Pujatti. Em uma das mensagens, em setembro
de 2017, ele diz: "Prezado Caitano, diploma de administração para esta
aluna. Ela não terminou o ensino médio. Precisa fazer do ensino médio
também".
Não é a primeira vez que Caitano Neto e Pujatti são
suspeitos de atuar juntos. Ambos são investigados pelo caso de uma
instituição chamada FTB (Faculdades Integradas da Terra de Brasília),
descredenciada pelo MEC em 2011 após suspeita de venda de mais de 600
diplomas.
Antes da prisão dos suspeitos, Pujatti afirmou à
reportagem por email que conhece José Caitano Neto, mas "não tem relação
com diplomas" e está "apenas repassando e-mails". Também negou ter
qualquer relação com o caso da FTB. A polícia não informou se ele está
entre os detidos.
O PASTOR
Na Justiça Federal, Caitano Neto
já é réu ao menos desde 2002. Existem contra ele diversos processos em
estados como Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal. Ao menos quatro
são por estelionato ou uso de documento falso.
Em 2007, por
exemplo, ele apresentou uma carteira fictícia do Cremesp (Conselho
Regional de Medicina de SP) para tentar obter benefícios do INSS a uma
mulher. Mesmo tendo sido condenado em primeira instância a prestar
serviços comunitários em 2016, ele ainda se identifica como pediatra a
conhecidos e no site de sua empresa.
Hoje ele tem ao menos dois
RGs, um no nome de José Caitano Neto, que teria nascido em Palmeirais
(PI), e outro como Caitano Eleazar Neto, natural de Embu Guaçu (SP).
Além
do imóvel em Itaim Paulista de onde o pastor comandava o esquema, a
Digamma funcionava em outras duas casas na zona leste de SP e tinha
cerca de 2.300 funcionários no país, segundo o próprio dono da empresa.
A
reportagem apurou que parte dos empregados da empresa e das faculdades
não sabia das atividades ilegais e irregulares praticadas.
Teoricamente,
uma das funções do grupo era achar entidades parceiras (institutos,
escritórios etc.) para fazer a venda dos cursos a distância das
faculdades para alunos que moram em áreas distantes -o que é permitido.
Há
suspeitas, porém, de terceirização da educação superior, ou seja, de
que as faculdades estivessem delegando a responsabilidade pelas aulas a
terceiros não credenciados pelo Ministério da Educação -o que é
irregular.
A faculdade Afirmativo, por exemplo, que fica em
Cuiabá, já estava sendo investigada pelo MEC por oferta irregular de
ensino em várias regiões do país, segundo o órgão. Uma medida cautelar
(preventiva) de julho de 2017 determinou a interrupção imediata de
práticas como a terceirização e os "cursos livres equivocadamente
caracterizados como de extensão".
Outras três instituições do
grupo -a Facel, a Fama e a Spei- também são alvo de processos
administrativos, mas ainda em etapa inicial. O MEC disse que só pode
fornecer informações após o fim das ações. O órgão ressaltou que atua
"apenas no âmbito educacional" e que "não tem poder punitivo ou de
polícia para investigações de crimes".
Segundo a Polícia Civil, os
suspeitos responderão por falsificação de documento, associação
criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, exercício
ilegal da profissão, crime contra relações de consumo e por promover,
constituir, financiar ou integrar organização criminosa.
OUTRO LADO
A
defesa de José Caitano Neto afirmou, por meio de nota, que a denúncia é
falsa e partiu de um ex-funcionário que tentava "se livrar" de uma
acusação de desvio nos cofres do Grupo Digamma Educacional, registrada
pelo chefe no 22º DP na semana passada.
Segundo o advogado Ademir
Sérgio dos Santos, os documentos apreendidos nos escritórios do grupo
são verdadeiros e foram esclarecidos à polícia. "Os fatos foram apurados
de forma genérica sem sequer um resultado pericial que atestasse
qualquer falsidade. [...] Trata-se de prisão arbitrária que com certeza
será revogada de imediato pelo Judiciário", declarou.
Antes de ser
preso, José Caitano Neto havia afirmado à reportagem que o responsável
pela venda de diplomas em nome de suas faculdades também era um
ex-funcionário, que já havia sido demitido.
Segundo o pastor, o
antigo empregado agiu "de má-fé com acordos obscuros com outras
instituições, onde o mesmo falsificava assinaturas para a liberação de
diplomas", disse ele na ocasião por email.
O funcionário teria
continuado a falsificar documentos em nome da Facel mesmo após sua
demissão, em meados de 2016. No entanto, os pedidos de diplomas falsos
obtidos pela reportagem foram todos feitos em emails internos da empresa
enviados no segundo semestre de 2017, portanto não poderiam ter sido
acessados pelo ex-colaborador.
Em uma dessas mensagens, o próprio
Caitano Neto responde que um diploma de administração custa R$ 15 mil.
Quanto a isso, o pastor também declarou ter sido alvo de invasão de
ex-funcionários.
Pessoas que trabalhavam no departamento de
tecnologia da informação, disse ele, invadiram a rede de dados para
prejudicar a direção do grupo. Segundo o pastor, elas já haviam sido
flagradas tentando produzir provas contra os dirigentes.
"Infelizmente
algumas pessoas não se satisfazem com seus salários e, por uma questão
de índole, cometem certas atrocidades com bens alheios", afirmou.
Caitano
Neto havia declarado ainda que "não tem consistência" a informação de
que ele falsificava as assinaturas dos diretores das faculdades e que é
falsa a constatação de que ele tem dois RGs. "Já houve caso de
falsificação [de identidade] mas já foi denunciado, utilizados por
ex-funcionários."
Questionado sobre seu número de registro de
médico no Cremesp, ele declarou que o credenciamento foi cancelado após
sua "opção de mudar de ramo, de médico para empresário". Seu nome não
consta como ativo nem inativo no sistema do órgão e ele não respondeu em
qual faculdade se formou.
Sobre os processos administrativos que quatro das oito faculdades do
Grupo Digamma sofrem no Ministério da Educação, ele responsabiliza as
administrações anteriores. "Não estavam explícitos quando elas foram
adquiridas. Com respeito a cláusulas confidenciais não podemos relatar
nem detalhar a respeito, o que nos cabe é somente a regularização."
Com
informações da Folhapress.domingo, 25 de março de 2018
Só a fé salva!
25 de dezembro de 2017
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3 min de leitura
Um
incêndio destruiu uma casa que ficava no mesmo terreno em que um
terreiro de umbanda e candomblé, na tarde desta segunda-feira (25), em
São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O local
teria queimado por completo, mas, por incrível que pareça, a única parte
que ficou intacta foi o quarto em que estavam guardados os santos dos
orixás.
O incêndio começou por volta das 13h, na Rua Floresta, bairro Ouro Fino. “Eu estava em casa sozinha, fiz almoço e saí para ajeitar as coisas do lado de fora da casa. Nisso ouvi uns estalos e vi que o quarto da minha filha estava pegando fogo”, contou Célia Maria Carneiro.
A mulher contou que tentou correr e apagar o fogo, mas não deu tempo. “Foi muito rápido. Parece coisa de outro mundo. Não deu tempo de fazer nada e o fogo já tinha tomado a casa toda”.
Os bombeiros chegaram e precisaram agir de uma forma rápida para evitar que o incêndio atingisse as casas vizinhas. “O fogo estava muito alto mesmo. Tentamos salvar o que conseguimos, mas a parte residencial do terreno queimou por completo”, explicou o tenente Hunzicker.
Depois que os bombeiros liberaram para que a família entrasse no terreno, que pertence à filha de Célia, os moradores se surpreenderam com o que viram. “A única parte da casa que ficou intacta é o quarto de Exu. Os santos não se queimaram, a cadeira que usamos não sofreu nada. Isso é a resposta que precisávamos para termos força de seguir em frente”, disse Allan Roberto da Cunha, 21 anos, neto da mulher e filho da dona do local.
Segundo o rapaz, a família sofre o mesmo preconceito que pessoas de outras religiões não tão conhecidas vem sofrendo no país. “As pessoas costumam duvidar da nossa fé ou nos apontar os dedos como se estivéssemos errados, mas nossos orixás estão vivos e nos mostraram isso”, desabafou.
Para o rapaz, se houvesse pelo menos respeito às diferenças, nada disso teria acontecido. “Sofremos opressão por causa da nossa religião, por termos natureza africana. Mas isso não vai fazer a gente desistir. Vamos seguir em frente e reerguer tudo isso”.
O tenente do Corpo de Bombeiros explicou que somente a perícia do Instituto de Criminalística vai poder apontar o que aconteceu. “Encontramos várias velas nos cômodos da casa, mas nos disseram que no quarto que começou o incêndio não tinha vela. Agora cabe à polícia apurar isso”, comentou Hunzicker.
O incêndio começou por volta das 13h, na Rua Floresta, bairro Ouro Fino. “Eu estava em casa sozinha, fiz almoço e saí para ajeitar as coisas do lado de fora da casa. Nisso ouvi uns estalos e vi que o quarto da minha filha estava pegando fogo”, contou Célia Maria Carneiro.
A mulher contou que tentou correr e apagar o fogo, mas não deu tempo. “Foi muito rápido. Parece coisa de outro mundo. Não deu tempo de fazer nada e o fogo já tinha tomado a casa toda”.
Os bombeiros chegaram e precisaram agir de uma forma rápida para evitar que o incêndio atingisse as casas vizinhas. “O fogo estava muito alto mesmo. Tentamos salvar o que conseguimos, mas a parte residencial do terreno queimou por completo”, explicou o tenente Hunzicker.
Depois que os bombeiros liberaram para que a família entrasse no terreno, que pertence à filha de Célia, os moradores se surpreenderam com o que viram. “A única parte da casa que ficou intacta é o quarto de Exu. Os santos não se queimaram, a cadeira que usamos não sofreu nada. Isso é a resposta que precisávamos para termos força de seguir em frente”, disse Allan Roberto da Cunha, 21 anos, neto da mulher e filho da dona do local.
Segundo o rapaz, a família sofre o mesmo preconceito que pessoas de outras religiões não tão conhecidas vem sofrendo no país. “As pessoas costumam duvidar da nossa fé ou nos apontar os dedos como se estivéssemos errados, mas nossos orixás estão vivos e nos mostraram isso”, desabafou.
Suspeita de crime
Allan foi categórico em dizer que não acredita que o incêndio tenha sido um acidente. “Não tenho dúvidas de que foi criminoso. Isso tudo por preconceito. Já tínhamos sofrido um ataque antes, mas percebemos em tempo e não aconteceu nada”, contou.Para o rapaz, se houvesse pelo menos respeito às diferenças, nada disso teria acontecido. “Sofremos opressão por causa da nossa religião, por termos natureza africana. Mas isso não vai fazer a gente desistir. Vamos seguir em frente e reerguer tudo isso”.
O tenente do Corpo de Bombeiros explicou que somente a perícia do Instituto de Criminalística vai poder apontar o que aconteceu. “Encontramos várias velas nos cômodos da casa, mas nos disseram que no quarto que começou o incêndio não tinha vela. Agora cabe à polícia apurar isso”, comentou Hunzicker.
Ajuda bem-vinda
Célia disse que não vai desistir e que pretende se reerguer. “Conto com a ajuda de quem quiser nos ajudar, com qualquer coisa. Sabemos que não vai ser fácil, mas não vamos desistir”. O telefone para contato é o (41) 99788-0863.terça-feira, 13 de março de 2018
Publicado
em 13/03/18 12:11 Atualizado em 13/03/18 14:18
Investigado por estupros,
pastor conhecido como Maníaco da Orelha é preso, em MG
Pastor investigado por diversos abusos sexuais e
por estupro de vulnerável foi preso em Minas Gerais Foto: Divulgação da Polícia
Civil de Minas Gerais
JORNAL Extra
Um pastor
da Igreja do Evangelho Quadrangular foi preso na manhã desta terça-feira, em
sua casa em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na Operação
Libertação da Polícia Civil de Minas Gerais. Wilson Jorge Ferreira, de 51 anos,
é investigado por diversos abusos sexuais e por estupro de vulnerável desde
maio de 2017. O caso está em andamento na Delegacia Especializada de Combate a
Violência Sexual da capital do estado.
Apontado
como um dos líderes da congregação e atuante na região de Belo Horizonte há 25
anos, o pastor ficou conhecido pelo
apelido de Maníaco da Orelha, por sempre iniciar seus assédios lambendo as
orelhas das vítimas.
Segundo a delegada Larissa Mascotte, responsável pelas investigações,
pelo menos 10 vítimas são esperadas para prestarem depoimentos nesta semana.
"Em
nenhum dos casos em investigação houve conjunção carnal. Segundo se apurou, o
suspeito colocava a mão na genitália das vitimas, lambia a orelha delas e as
aliciava. Também estamos investigando um caso de uma menina, que na época dos
fatos era menor de idade, e relatou que foi estuprada entre 12 e 16 anos de
idade", destacou.
Também
foi cumprido um mandado de busca e apreensão na residência do suspeito, sendo
apreendidos diversos aparelhos eletrônicos.
Mascotte
disse ainda que várias das vítimas e testemunhas já foram ouvidas, como consta
no inquérito policial.
"Há
notícias de pelo menos outras dez vítimas que deverão prestar depoimentos sobre
os fatos nos próximos dias. A prisão preventiva foi representada pela Polícia
Civil para manutenção da ordem pública, além do fato de algumas vítimas terem
relatado que estavam sendo ameaçadas pelo autor", afirmou Mascotte Delegada Larissa Mascotte em
entrevista coletiva em BH Foto: Divulgação da Polícia Civil de Minas Gerais
A
delegada informou que o pastor se aproveitava de sua posição na Igreja para abusar
sexualmente das vítimas e depois as ameaçava para que não denunciassem os
abusos, ou ainda as difamava nos cultos visando desacreditá-las.
"O
silêncio é o maior inimigo das vítimas nesses casos. É muito importante essas
mulheres procurem a delegacia para denunciar", disse.
O caso
segue em investigação e deverá ser remetido à Justiça concluído nos próximos
dias. O pastor responderá por importunação ofensiva ao pudor, estupro de
vulnerável e estupro simples.
segunda-feira, 5 de março de 2018
Por R$ 50, workshop diz ensinar a expulsar demônio e gera polêmica
Pastores de MT citam profissionalização de evento com 'coffee break' e kit
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Os pastores e irmãos Alex, 32, e Alexandre Metelo, 28, da igreja Casa do Senhor
Os pastores e irmãos Alex, 32, e Alexandre Metelo, 28, da igreja Casa do Senhor - Reprodução
5.mar.2018 às 2h00
EDIÇÃO IMPRESSA
Diminuir fonte Aumentar fonte
Anna Virginia Balloussier
SÃO PAULO
“Só Jesus expulsa o demônio das pessoas”, diz o bordão evangélico pichado em muros país afora. No dia 14 de abril, quem estiver disposto a desembolsar R$ 50 pode aprender como dar uma mãozinha nessa operação. É o que promete o “Curso de Libertação e Expulsão de Demônios na Prática”, um oferecimento dos pastores e irmãos Alexandre Metelo, 28, e Alex Metelo, 32.
Os dois pregam numa pequena igreja de Cuiabá (MT), a Casa do Senhor. Mas a aula a que se propuseram dar —“baseados em dez anos de experiência no assunto”, segundo diz Alexandre à Folha— provocou burburinho nacional após sua propaganda viralizar na internet.
Eles fizeram um vídeo para explicar a polêmica, já que choveram críticas pela taxa cobrada. “Qualquer evento que você vai, fazem com qualidade. Por que com igreja tem que ser o pior? Iremos fazer o melhor ‘coffee break’, com diversos salgados, sucos, chá”, afirma Alexandre.
Por telefone, o pregador caçula esmiúça outros gastos: os mais de cem alunos inscritos também ganharão um kit para anotação, com caneta, pasta e papel, e uma fita personalizada da igreja, para identificação. Com três horas, a aula mostrará a necessidade de profissionalização àqueles “que acham que basta falar ‘sai em nome de Jesus’” para desalojar o tinhoso do corpo que não lhe pertence, diz.
Alex compara: é mais ou menos “como um carro, meu amigo, que você precisa aprender a dirigir na autoescola, depois fazer aula prática e aí pegar carteira para saber o risco de ir na estrada”.
O pior coisa-ruim, diz Alexandre, é o que leva “pessoas a terem pensamentos suicidas”. Segundo o pastor, os demônios podem se manifestar de várias formas no corpo: “Gritando, quebrando correntes, batendo, brigando”.
Cartaz de divulgação do curso
Cartaz de divulgação do curso - Reprodução
Conta o pior caso que enfrentou: “A pessoa foi mandada ao hospício e de lá à igreja. Com o demônio no corpo, quis matar mãe e irmã com uma faca. Oramos, e então ela estava completamente livre, não precisou mais ir ao manicômio”.
Alex diz que muitas vezes a pessoa nem sabe que está com o diabo no corpo: “Fica com uma dor que não passa, mas exame não mostra nada”. Em outros casos, fica bem explícita: “Já tive caso de pessoas que andaram na parede, como se fossem aranha”.
É por meio de oração que se afugenta entidades malignas, ensinam os irmãos. “No curso a gente vai especificar qual a preparação [para o exorcismo], como vai ser o enfrentamento com a pessoa endemoniada”, afirma Alexandre.
No curso, eles mostrarão como funciona na prática, como num vídeo em que dizem socorrer um morador
de rua endiabrado.
O despreparo fez com que, há uma década atrás, quando começava no ofício, ele e o irmão “levassem tapas e chutes” dos possuídos, justamente por não saberem “como operar a libertação”, diz.
A base teórica vem de quatro correntes de estudo dentro da teologia: cristologia (Cristo), demonologia (demônios), angelologia (anjos) e pneumatologia (Espírito Santo).
Ceticismo e zombarias lotaram de dúvidas a caixa de comentários abaixo do vídeo em que os irmãos Metelo explicam o workshop. Um deles cita a Bíblia para criticar os R$ 50 cobrados: “MATEUS 10.08: ‘Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes,
de graça dai.’”.
Outro indaga: “Tem que levar os demônios de casa? Ou o curso fornece os demônios para a prática?” E mais: “Precisa entregar TCC [Trabalho de Conclusão de Curso]?”.
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