segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Onde estava Deus quando isso aconteceu?
Título original: Onde está Deus?
por Rubens Alves para Folha
Eu estava ainda na cama gozando a deliciosa sensação de aconchego, oscilando entre a realidade e o sonho... Para entrar no mundo liguei a televisão.
Apareceram ante os meus olhos cenas surrealistas, de fim do mundo: tsunami nas montanhas, rostos cobertos de lama, lágrimas escorrendo nos rostos, as águas em fúria, o esforço impotente dos vivos na sua vã tentativa de encontrar as centenas de mortos, os esquifes não chegavam, as explicações das autoridades, a mulher que chorava tinha escrito na camiseta que vestia a afirmação confiante "sou feliz", quem está com Deus é feliz...
Comecei a me comover. Mas logo a televisão me salvou. Que máquina maravilhosa essa que, num momento mágico muda a realidade.
Esqueci-me do apocalipse que me assustara e vi-me transportado para um outro mundo. Nesse novo mundo todos usavam camisetas onde estava escrito a seguinte frase: "Sou feliz".
Tudo era festa! Homens falantes e confiantes, mulheres com longos cabelos sedosos, shoppings abarrotados com pessoas em busca da felicidade, proclamavam automóveis, fogões, liquidações sem juros, geladeiras, gerentes sorridentes oferecendo o dinheiro dos seus bancos. Até os pobres podem ser felizes! Agradeci a minha felicidade.
Mas o mais importante: moro num apartamento no 11º andar, é muito alto e sólido, estou a salvo da fúria dos rios e das chuvas.
Lembrei-me então das palavras tranquilizantes da Bíblia, palavras de Deus, ditada por Ele desde toda a eternidade: "Mil cairão à sua direita e 10 mil à sua esquerda, mas nenhum mal o atingirá" (Salmo 91).
Conclusão lógica: nenhum mal estava me atingindo; logo, eu estava sob a proteção divina.
Os mortos, não. Não estavam deitados em verdes pastos sob a proteção do Pastor, como diz o salmo 23. Estavam enterrados sob a lama.
Logo, eles faziam parte dos mil à minha direita e dos 10 mil à minha esquerda.
"Palavra do Senhor! Graças a Deus!"
Engenheiros e autoridades discutiam o que poderia ter sido feito para evitar a catástrofe.
Homens ímpios: não mencionaram "rezar". Deus não poderia ter evitado tudo. Com a palavra os teólogos, o Papa, os templos cheios de fiéis...
Deus é onisciente? É.
Sabe desde toda a eternidade o que aconteceu, o que acontece e o que acontecerá.
Deus é onipresente? É.
Ele está em todos os lugares, na fundura dos rios, na fúria dos mares, nas erupções dos vulcões, nos navios que afundam, nas crianças que nascem, nos velhos que morrem.
E Ele é onipotente? Sim.
Com um piscar de olhos Ele pode criar um universo. Com um piscar de olhos Ele abriu as águas do mar Vermelho. Com um piscar de olhos Ele ordenou o dilúvio. Com um piscar de olhos Ele poderia ter evitado tudo...
No dia seguinte ao ataque terrorista nas torres do World Trade Center, o jornal "The New York Times" publicou um editorial com o título: "Onde estava Deus quando isso aconteceu?"
É a única coisa que tenho a dizer.
paulolopesweblog
MP acusa prefeita evangélica e pastores de desvio de R$ 600 mil
sábado, 29 de janeiro de 2011
A prefeita Aparecida Panisset (PDT), 63, de São Gonçalo (RJ), repassou a duas igrejas evangélicas R$ 600 mil em convênio para atendimento médico à população carente, mas o serviço nunca foi prestado.
Agora, o Ministério Público denunciou (acusou formalmente) à Justiça a prefeita, que é evangélica, e os pastores Moisés Figueiró Moreira, da Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministérios da Reconciliação, e Zilar de Souza Couto e Isaque de Araújo Marques, do Templo Pentecostal Casa do Saber, de terem dado sumiço no dinheiro.
São Gonçalo tem perto de 1 milhão de habitantes e fica a 25 km do Rio.
Um convênio foi firmado em outubro de 2005 e outro, em julho de 2006. Quando estava investigando o caso, o Ministério Público pediu informações à prefeita, mas ela se negou a colaborar. Aparecida também está sendo denunciada por isso.
Nem a prefeita nem os pastores falam sobre a acusação. Porta-voz da prefeitura disse que Aparecida só se manifestará se a Justiça aceitar a denúncia do Ministério Público.
Durante campanhas eleitorais, Aparecida evocou a sua condição de evangélica como prova de sua honestidade. O seu discurso de vitória do segundo mandato foi religioso, quase um culto (ver abaixo), misturando política com crença, embora o Estado brasileiro seja laico, e esse tipo de coisa não poderia ocorrer.
Religião como cabo eleitoral
Com informação do Extra e imagens do Youtube.
paulolopes
Diabo diz que assumiu a Mundial e declara ‘guerra de morte’ à Universal
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
'Nóis tá na Mundial'
A disputa entre a Igreja Universal e a Igreja Mundial no mercado de fiéis se acirrou a ponto de o diabo manifestar de que lado está.
Durante uma sessão de descarrego, conforme mostra um vídeo, um pastor da Universal ‘entrevista’ o diabo, incorporado em uma mulher, e este disse que assumiu o controle da Mundial.
Afirmou o chifrudo, anunciando uma ‘guerra de morte’: “Nóis tá cupiando tudo o que ocêis da Universal faz pra acabar com ocêis”.
Alguém precisa fazer um estudo para encontrar a explicação por que o diabo ainda não aprendeu direito o português, embora tenha chegado aqui com os jesuítas dos navios de Pedro Álvares Cabral. Nem o português de Portugal ele fala. Nos Estados Unidos, nos filmes de Hollywood, o diabo pronuncia o inglês sem nenhum tropeço, embora, como é de supor, também lá o seu bafo não seja dos melhores.
O que já dá para concluir é que o diabo é burro, porque, se assim não fosse, não iria à Universal falar dos seus planos.
Enquanto o pastor da Universal conversa com o diabo, Valdemiro em uma única apresentação na TV cura mais pessoas do que Jesus em toda sua vida, de acordo com os relatos bíblicos. Por conta disso, a Mundial tem crescido rapidamente, inclusive fora do Brasil, sob a observação atenta de Edir Macedo.
Parece que entre as duas igrejas logo haverá mesmo uma ‘guerra de morte’.
'Nóis quer acabar com a Universal'
paulolopesweblog
Menina de 13 anos teria sido abusada DURANTE três anos por um pastor
Por Rianny Brandão
Da Editoria de Polícia do Agora
Bastante abalada criança esta fazendo tratamento psicologico
Uma pré-adolescente de apenas 13 anos, identificada pelas iniciais K.T.M denuncia que foi abusada sexualmente e psicologicamente desde os 10 anos por um pastor de uma instituição evangélica, a Assembléia de Deus Ministério do Brasil, localizada na Rua Belém, na Vila Militar. O caso da menor que foi orientada com a mãe pelo Ministério Público a denunciar os abusos, está sendo apurado pela delegada da Mulher Joselma Almada. O denunciado se encontra foragido, conforme informou ao Agora a PC, que inclusive já entrou com um pedido de prisão preventiva do mesmo na Justiça.
K. FALA SOBRE OS ABUSOS
A menor K.T.M. que nasceu em abril de 1997, contou para o Agora com detalhes, alguns momentos em que foi abusada por Nelson: "Nelson se tornou amigo dos meus pais e sempre arranjava passeios onde ele conseguia direto ficar um tempo sozinho comigo. A primeira vez que ele abusou de mim foi quando eu tinha dez anos e aconteceu em um sítio da família dele no Povoado Lago Verde. Nelson convidou meus pais, eu e meu irmão e ao chegar no sítio, todos foram pescar e ele disse que já estava indo e pediu para eu ficar para ele não ir sozinho, foi quando ele me puxou para um dos quartos, tapou minha boca, segurou minhas mãos, tirou a minha roupa, me virou de costas e fez comigo - abusou-, foi horrível, foi o dia mais triste da minha vida", contou a menina ainda abalada. Nota-se que ela ainda fica nervosa quando lembra dos atos, pois não para de tentar estalar os dedos e de se tremer. O primeiro estupro do pastor Nelson contra a menina K. que na época tinha apenas 10 anos, foi anal.
A vítima contou que desde a primeira vez ele sempre arrumava uma desculpa e um jeito para ficar sozinho com ela para abusá-la. Ela disse que não falou para ninguém porque todas as vezes que tentou Nelson a ameaçava dizendo que contrataria uma pessoa para matá-la e toda sua família.
Quando foi perguntada se ela sabia quantas vezes havia sido estuprada, ela disse que no começo ainda contava, mas parou e não tem noção da quantidade de vezes. A pré-adolescente disse que tinha muito medo que Nelson fizesse alguma coisa contra sua família, principalmente contra seu irmão, hoje com 15 anos, com quem é muito "apegada".
Ela contou também que já o presenciou abusando de outra menina da mesma idade que freqüenta a igreja. Como a casa do Nelson ficava no terreno por trás da Igreja, a menor estava na residência do Nelson com essa outra vítima e quando saiu por um instante para comprar uns biscoitos e retornou ao local, encontrou a outra vítima sentada no colo de Nelson com a saia "um pouco levantada" e ele com as mãos nas coxas dela: "ele a soltou e ela saiu às pressas de lá chorando muito para a casa do irmão que mora vizinho a Nelson". A menina K. lembrou que foi atrás da outra vítima e sentou-se ao lado dela, mas não conseguiu perguntar nada, só tentou consolá-la da mesma forma que, quando acontecia com ela, ela gostaria de ter uma pessoa ao lado dela, mesmo que silenciosamente.
A ultima vez que K. foi abusada, foi há três semanas quando ela viajou com Nelson e mais um casal para uma cidade vizinha na qual iria participar do coral da igreja. Segundo a garota, nessa oportunidade ela ficou uma única vez sozinha com Nelson e aconteceu um novo abuso sexual. A partir de então, ela ficava sempre ao lado do casal que viajou com eles e não desgrudou em nenhum momento.
A POLÍCIA ENTRA NO CASO
O caso dos abusos sexuais sofridos por K. chegou ao conhecimento da polícia em Santa Inês na segunda-feira, tendo a delegada da Delegacia da Defesa da Mulher, Joselma Almada assumido as investigações. Ela já tem pronto um pedido de prisão preventiva em desfavor de Nelson mas, segundo ela, o paradeiro dele é desconhecido. Acredita a Dra. Joselma que Nelson já deve ter saído da cidade e encontrando-se como foragido da justiça. A menor de idade está recebendo tratamento psicológico. Na manhã de ontem, sexta-feira, outras vítimas de Nelson teriam sido ouvidas pela delegada Joselma, levando a crer que são muitas as vítimas do pastor Nelson da Assembléia de Deus Ministério do Brasil. O caso da pré-adolescente que vinha sendo abusada pelo pastor desde os 10 anos de idade, quando era apenas uma criança, explodiu como uma bomba na sociedade de Santa Inês, indignando a todos.Esse é o segundo caso de abuso a crianças que a população tomou conhecimento em menos de uma semana.
A delegada Joselma Almada pede que caso alguém saiba do paradeiro de Nelson Domingos Moreno, entrar em contato com a Delegacia Regional pelos telefones (98)3653- 6550 ou (98) 3653- 6551 que será guardado sigilo total.
Jornal Agora Santa Inêz -MA
Caetano Veloso elogia Dilma por ter tirado crucifixo do gabinete
Caetano Veloso (charge) elogiou a presidente Dilma Rousseff por ter tirado a “Bíblia de cima da mesa [do gabinete dela] e o crucifixo da parede”. Em entrevista à Folha, disse: “Gostei muito. Lula era muito carola.”
O cantor e compositor cresceu em um ambiente familiar de forte formação católica e tem três filhos religiosos. Moreno, 38, é católico e Zeca, 18, e Tom, 13, evangélicos da Igreja Universal do Reino de Deus.
Ele é ateu, mas disse estar feliz com a religiosidade dos filhos porque nada foi imposto. “A minha geração teve de romper com a religiosidade imposta, e a deles [dos filhos] teve de recuperar a religiosidade perdida.”
Ainda assim ele criticou a moral das religiões, porque ela “repreende a religiosidade e a sexualidade”.
Caetano também se mostrou satisfeito com Dilma em relação a Lula na questão dos direitos humanos. Para ele, o bom relacionamento de Lula com Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, foi "abdominável.”
Antes de ser eleita, Dilma criticou o Irã pelo apedrejamento de mulheres julgadas como infiéis. Já presidente, ela reafirmou o que dissera.
A indignação de Caetano se estende ao endosso de Lula ao regime de Fidel Castro.
"Lula ir para Cuba no momento em que um dissidente preso fazia greve de fome! O sujeito morre e ele ainda sai arrogantemente, desumanamente apoiando aquelas pessoas sádicas como Fidel Castro e Che Guevara, que mataram mais do que a ditadura na Argentina! Esses caras adoravam um fuzilamento."
> Com informação da Folha de S.Paulo.
paulolopesweblog
Religiosos de Matrizes Africanas fazem homenagem a Yemanjá
Umbandistas e candomblecistas vão promover o Presente às Águas nos dias 30 de janeiro e 6 de fevereiro. A celebração, também chamada de Presente a Iemanjá, é uma das festas mais tradicionais entre os seguidores de religiões de matriz africana. Entre dezembro e os primeiros dias de fevereiro, várias casas religiosas se unem para a entrega das oferendas nas águas de todo o país.
A primeira homenagem à Rainha do Mar no Rio de Janeiro acontecerá no Calçadão da Cultura, na Praia de Charitas, em Niterói, a partir das 16h. A segunda será na Praia da Bica, na Ilha do Governador, a partir das 14h.
- Sairemos do Fonseca com um carro do Corpo de Bombeiros e vamos percorrer a Alameda São Boaventura, no sentido Icaraí. Em Charitas, teremos uma tenda para a colocação do balaio. A festa deste ano promete mais uma vez - garante Carlos Novo, presidente executivo da União Umbandista do Estado do Rio de Janeiro.
A Irmandade Religiosa de Cultura Afrobrasileira (Irmafro), que promove a celebração há 17 anos, entregará, pela primeira vez, as oferendas na Ilha. A escolha do local é uma homenagem à Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), que surgiu após traficantes de uma comunidade daquele bairro expulsarem umbandistas e candomblecistas de seus terreiros.
- A CCIR tem realizado trabalhos inacreditáveis. Sinto-me muito orgulhoso de ser membro deste grupo. Faremos o cortejo aqui para que não deixemos passar em branco o que aconteceu com os religiosos em 2008. Outra qualidade que buscamos desenvolver é a caridade. Neste momento, há milhares de pessoas precisando de alimentos, roupas e de um pouco de carinho. Vamos aproveitar o Barco de Iemanjá para arrecadar donativos para as pessoas atingidas pelas chuvas - diz o sacerdote de candomblé Renato D´Obaluayê.
fonte: Extra On Line
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CIAFRO
Centro de Integração da Cultura Afro-Brasileira
Nilópolis - RJ
Tel: 21 3761-3354 / 21 7837-3710
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
PAI-DE-SANTO ACUSADO DE CÁRCERE PRIVADO E LESÕES COPORAIS EM MENOR DE 15 ANOS SE LIVRA DA ACUSAÇÃO NA JUSTIÇA
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(Esta reportagem foi publicada no Jornal impresso Brasil Candomble Verdade)
(Atuou como advogado de defesa neste caso o Dr. João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá)
O Babalorixá (Tata T’ Nkisse) Mauro do Ogum Xoroquê (ANTONIO MAURO DA SILVA, que tem seu endereço na Rua Governador Portela lote 07 quadra 13 – bairro dos Trezentos – São João de Meriti, RJ. Viu-se enredado em um caso de polícia que o levou à prisão e a responder a um processo crime, por cárcere privado e lesões corporais a um menor de 15 anos (artigos 148 e 129 do Código Penal).
ENTENDA O CASO
O Babalorixá, em pleno exercício da sua função sacerdotal, atendeu na sua “casa de santo” (Terreiro de Candomblé), os pais de um jovem, que à época tinha 15 anos de idade, chamado JÚLIO CÉSAR CASTRO OLIVEIRA, os pais, Sr. RUY CASTRO OLIVEIRA e Sra. ANITA PEREIRA DO REGO, que afirmaram ao sacerdote, que ali estavam na busca de um socorro espiritual ao seu filho, que se encontrava envolvido com toda sorte de crimes, tais como tráfico e uso de drogas, roubos, furtos entre outras práticas criminosas, e que apesar dos conselhos, para afastá-lo do mundo do crime, este, jamais os atendeu, e que já tinham feito de tudo para retirar seu filho daquele caminho, motivos pelos quais, ali estavam diante do Pai de Santo (sacerdote), para pedir socorro para o mesmo (seu filho).
DO RECOLHIMENTO
E após a consulta a Exu e aos Orixás através do Jogo de Búzios, foi recomendado que o menor deveria ser submetido aos rituais de iniciação dentro da religião afro-brasileira (candomblé), religião esta, já professada pelos pais do jovem, que naquele momento autorizaram o Babalorixá a dar inicio aos preceitos religiosos, no sentido de tratar espiritualmente do filho de ambos, para colocá-lo em equilíbrio com suas forças espirituais, e afastar as influências negativas de “kiumbas” e obsessores (espíritos maus), dos quais o menino estava sendo vítima.
DO PRECEITO NO CANDOMBLÉ ANGOLA
O menino foi submetido aos rituais de limpeza e purificação do corpo (banhos, ebós e etc.). Após o que, o seu corpo foi ‘fechado” através das chamadas “curas”, que são pequenos cortes feitos no corpo do iniciado dentro do candomblé, nas costas, no peito, no ante-braço, nos pés, na panturrilha da perna, na palma dos pés e na língua, as pequenas incisões são cobertas com Atins (pós de axé), que possuem poder curativo, cicatrizante e energizante.
E EM VOLTA DO SEU PESCOÇO, FOI COLOCADA UMA CORRENTE DE FERRO UNIDA POR UM CADEADO TAMBÉM DE FERRO, QUE DENTRO DO RITO ANGOLA, QUE É A NAÇÃO DO CANDOMBLÉ A QUAL O BABALORIXÁ MAURO DO OGUM PERTENCE, SIGNIFICA A LIGAÇÃO DO CORPO DO SER HUMANO COM O ORIXÁ OGUM, SENHOR DO FERRO, DAS ESTRADAS E DOS CAMINHOS. SIGNIFICANDO NAQUELE MOMENTO PARA AQUELE JOVEM, UMA ALIANÇA COM OGUM PARA LIVRÁ-LO DE QUALQUER ATAQUE DE ARMA DE FOGO, FACAS, PUNHAIS, E TAMBÉM DE PRISÕES.
OCORREU QUE.....
Após três dias de recolhimento no terreiro, o jovem que ficou durante esse tempo em um quarto chamado de Roncó (onde ficam as pessoas submetidas ao ritual de iniciação), por sua livre e espontânea vontade, visto que, convencido pelos seus pais, de quanto àqueles trabalhos espirituais iriam fazer-lhe bem. E sem qualquer obstáculo, vez que a porta do Roncó não tinha chave, tranca ou cadeado, resolveu sair para passear, tendo escolhido a casa de uma irmã dele residente à época em Bangu, e lá chegando, a sua irmã que era evangélica ficou surpresa com o visual apresentado pelo jovem, somente de calça branca, sem camisa, e ainda com as marcas no seu corpo das citadas “curas”, ficou horrorizada e procurou a polícia onde denunciou o fato, tendo alegado à autoridade policial da 64ª DP, que o seu irmão fora vítima de um “ritual satânico”. Ato seguinte foi o menor inquirido, tendo este apresentado a sua versão que não condizia com a dos pais. Levando então as autoridades policiais, a proceder à prisão do Sacerdote Mauro do Ogum Xoroquê.
DO INICIO DO PESADÊLO....
Tendo então se iniciado o tormento do sacerdote, justo por que, no afã de ajudar os pais de uma criança que o procuraram pedindo socorro para um filho considerado uma ovelha negra e desgarrada, que estava sendo perdido para as drogas e o crime. E com base no princípio da caridade e do amor que norteia a sua religião, que cultua as forças divinizadas da natureza (os Orixás), que buscam aperfeiçoar seus adeptos para o caminho do bem através do equilíbrio da espiritualidade, aceitou aquela missão, sem se preocupar com qualquer tipo de represália, pois o culto as suas divindades estava (e está) protegido pela carta magna (Constituição), que diz que todo cidadão é livre para cultuar a religião que se lhe aprouver, e que ninguém será discriminado por sua opção religiosa ou sexual, bem como, por sua cor, raça ou etnia.
DA REPERCUSSÃO NA MÍDIA.....
VÁRIOS FORAM OS JORNAIS QUE À ÉPOCA, NOTICIARAM O FATO DE FORMA ALTAMENTE PRECONCEITUOSA CONTRA A RELIGIÃO DO CANDOMBLÉ, COLOCANDO NA BERLINDA DA DISCRIMINAÇÃO, NÃO O CIDADÃO, O SACERDOTE, O PAI DE SANTO, MAS SIM, A RELIGIÃO AFRO, QUE TERIA ENTRE AS SUAS PRÁTICAS, AS DE SUBMETER PESSOAS A CÁRCERE PRIVADO, E LESIONAR SEUS CORPOS EM UM VERDADEIRO RITUAL SANGRENTO E SATÂNICO, PRINCIPALMENTE CRIANÇAS.
DO PROCESSO...
Após quatro dias de encarceramento na 64ª DP do Vilar do Teles, o Delegado daquela unidade policial, requereu junto ao Juízo de Direito da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, a prisão preventiva do pai-de-santo, tendo sido indiciado, pela prática em tese dos crimes de cárcere privado e lesão corporal (art. 148 e 129 do Código Penal).
DA DEFESA RELIGIOSA E JURÍDICA
O Dr. João Batista Martins de Souza-OAB/RJ. Nº 59.615 conhecido como Dr. João Batista de Ayrá, na época tomou conhecimento do fato através da imprensa, falada e escrita, e procurou contatar o indiciado na carceragem da 64ª DP, sobre a sua verdadeira identidade, pois eram muitas as versões de que ele não era um sacerdote da religião afro, mas sim, um farsante e embusteiro, e que a acusação que pesava contra ele, estava prejudicando a religião do candomblé.
Tendo o Sacerdote Mauro do Ogum apresentado a sua versão ao Dr. João Batista de Ayrá, que ali mesmo na carceragem aceitou a sua defesa. E ato seguinte, requereu o relaxamento da sua prisão, que foi deferida. Passando então o Sacerdote a responder o processo em liberdade.
Tendo sido denunciado pelo Ministério Público pela prática dos crimes previstos nos artigo 148 (cárcere privado) e 129 (lesões corporais). Processo nº 1997.538.009874-0, que tramitou na 2ª Vara Criminal da Comarca de São João de Meriti, RJ.
DA DENÚNCIA
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de RUY DE CASTRO OLIVEIRA, ANITA PEREIRA DO REGO e ANTONIO MAURO DA SILVA, em 19 de maio de 2000, que foi recebida em 06/06/2000, como incurso o primeiro e segundo denunciados como nas penas do art. 148, par. 2º, c/c art.29, do C.P., e o terceiro denunciado como incurso nas penas do art. 148, par. 2º, do C.P., nos seguintes termos:
“No dia 20 de outubro de 1997, por volta das 07:40 horas, os dois primeiros denunciados (Ruy e Anita), pai e madrasta do menor de 15 anos Júlio Cesar Castro de Oliveira, a fim de corrigirem suposto envolvimento deste com marginais na localidade de Vila Kennedy, Bangu, resolveram submetê-lo a uma “raspagem de santo”. Para tanto, no dia seguinte, 21/10/1997, conduziram Júlio ao terreiro de candomblé Abassá do Ogum Xoroquê, localizado na Av. Governador Portela, lote 07, quadra 13, Morro Azul, nesta Comarca, entregando-o a terceiro denunciado (Antonio Mauro) que se intitulando pai-de-santo encarcerou o menor em um quarto existente nas dependências do terreiro, o qual era mantido trancado com cadeado a fim de evitar fuga.
Registraram os autos que o terceiro denunciado, que cobrou a quantia de R$ 800,00 (oitocentos reais) para a realização do “trabalho” espiritual, valendo-se de uma navalha, efetuou vários cortes nos braços, pulsos, e nas costas de Júlio. Além de fixar uma corrente em seu pescoço, causando-lhe grave sofrimento físico e moral. Conforme AECD de fls. 39.
Consta ainda do persecutório administrativo que no dia 02/11/97, o menor Júlio, mesmo ameaçado de morte pelo terceiro increpado caso fugisse e relatasse o ocorrido, logrou se evadir do cárcere em que era mantido, aproveitando-se do fato de Antonio Mauro estar bebendo cervejas com amigos em local um pouco afastado do cativeiro, tendo ido à procura de sua irmã Maria Rosângela Oliveira, a qual levou os fatos ao conhecimento da Autoridade Policial”.
DA DEFESA
Tendo ao longo da instrução criminal, argumentado o seu defensor (Dr. João Batista de Ayrá), que os acusados, jamais poderiam ter cometido os crimes que ora lhes são imputados. Senão vejamos:
O primeiro acusado (Mauro do Ogum), não possui qualquer mácula em sua vida profissional, social ou religiosa, sempre procurou e procura manter-se dentro dos postulados norteadores aos princípios religiosos, e, desta forma, contribuindo para uma sociedade mais justa e humana, pois no seu sacerdócio religioso, está sempre com as mãos estendidas à caridade.
E foi nesta situação que recebeu na sua casa, os pais do menor (RUY CASTRO DE OLIVEIRA E ANITA REGO DE OLIVEIRA), que desesperados buscavam auxílio espiritual para seu filho (JULIO CÉSAR), que devida às más companhias, desencadeara-se para os caminhos do vício das drogas e outros crimes, além de estar ameaçado de morte (fls. 167/170).
Assim sendo, assumiu o compromisso de através da invocação das forças dos Orixás, submeter o menor a um ritual e “purificação”, segundo os doutrinamentos que regem a religião Umbandista e Candomblecista no nosso país. Ritualista esta, que submete o “doente espiritualmente”, a banhos, rezas, curas (pequenos cortes, que são feitos nos membros superiores e inferiores, e nas costas e peito, que simbolizam marcas tribais, devido à origem do negro brasileiro, que fora trazido para o Brasil na condição de escravo, marcas estas, que religiosamente tem a crença de fechar o corpo dos iniciados no ritual do candomblé, aos maléficos de origem espiritual, a que estão sujeitos o homens no seu dia-a-dia, e a reclusão, em um local religiosamente cuidado para isto, reclusão esta, que não se pode atribuir o sentido de privação de liberdade, até por que, no caso “sub espécie”, tratava-se de um quarto sem trancas ou cadeados, de onde poderia qualquer pessoa que ali estivesse se afastar quando bem entendesse.
E que na religião afro-brasileira a reclusão é um ato, que simboliza o ventre materno, que protege o ser nascente de toda e qualquer impureza e vilanias externas, ou seja, do mundo, mantendo assim um cordão umbilical que alimenta o recluso durante aquele período.
Até para argumentar digníssimo julgador! Se fosse a justiça condenar todos aqueles que no seu mister religioso mantém pessoas “reclusas” em “camarinhas” (nome do quarto onde são colocadas as pessoas para o processo de iniciação), pela prática do crime de “cárcere privado”, não haveria lugares em todo o sistema prisional no nosso País, para se colocar tantas pessoas. Pois neste exato momento, esta prática religiosa acontece, como sempre aconteceu de forma pacífica e salutar, não só para aqueles que recorrem a estes tipos de “hospitais religiosos”, como para a sociedade, tão carente do reconhecimento dos valores humanitários.
No que diz respeito à corrente e o cadeado colocados em volta do pescoço do menor JÚLIO CÉSAR, NEM DE LONGE, data vênia, teria o condão de significar aprisionamento, até por que, não estava referida corrente e cadeado, presos a qualquer parte da “camarinha” (quarto de santo). Simbolizando referidos instrumentos, atitudes de submissão aos princípios que regem a honestidade, a fidelidade, o respeito aos pais e aos mais velhos, e a toda e qualquer regra de bom viver que são impostas aos homens na sociedade.
E que este preceito (reclusão), é comum a qualquer iniciado, seja adulto ou criança, o que diferencia a reclusão comum deste tipo de reclusão, é que no caso do candomblé a pessoa embora tenha que ficar por um determinado tempo, por cerca de 20 (vinte e um) dias, ele mantém contato com o mundo exterior através dos auxiliares do sacerdote, com funções sacerdotais específicas para isto, e com ele (sacerdote), que dar assistência ao recolhido do primeiro ao último dia do recolhimento. E que as portas de um Roncó (quarto de recolhimento), não possuem trancas ou fechaduras de qualquer espécie. Ademais, os próprios pais autorizaram o recolhimento do filho menor, muito embora tenham sido também denunciados como co-autores e no final também, tenham ficado livres da acusação junto com o Mauro do Ogum
ARGUMENTAÇÃO (LESÃO CORPORAL..).
Argumentando ainda a sua defesa, na pessoa do Dr. João Batista de Ayrá, quanto à acusação de lesões corporais prevista no artigo 129 do Código Penal, que esta também não poderia prevalecer, pois, aquilo que o Ministério Público via como uma lesão corporal, nada mais era do que uma prática comum, dentro da religião do candomblé. Visto que consistia e ainda consiste em uma série de incisões, que nunca chegam a ser ferimentos na verdadeira acepção da palavra, pois não causam qualquer sofrimento ao iniciado. Denotando uma prática cultural e religiosa, milenar de imprimir no corpo dos adeptos do candomblé as chamadas marcas tribais, pois em África, os membros de toda e qualquer Tribo passavam por este ritual, que os identificavam com o seu povo, e ao mesmo tempo os imunizavam contra os malefícios e feitiços dos inimigos e da natureza, e como o Candomblé é uma religião de matriz africana, natural que suas práticas tenham esse caráter milenar.
Dando-se como exemplo de semelhança, o ritual de circuncisão pelo qual passa o judeu, no prepúcio (glande do pênis), que é um ritual sangrento, mas que nunca foi considerado como uma lesão corporal ou nem mesmo um ritual satânico.
DA FALTA DE DOLO (INTENÇÃO)
Que é sabido que para a prática de qualquer tipo de crime é necessário que se fique comprovada a culpabilidade, tanto pela intenção (crimes dolosos) quando o agente pretende obter o resultado, quanto pelo risco que se corre de também se obtê-lo, pela imprudência, negligência ou imperícia, o chamado crime culposo. E no caso da acusação que pesa sobre o Sr. Mauro do Ogum, não restou provado em nenhum momento qualquer desses crimes.
Salientando-se que o jovem JÚLIO CESAR pivô deste processo veio a sucumbir diante daqueles de quem, supostamente, os seus pais buscavam afastá-lo, isto é, os verdadeiros demônios que assolam a nossa sociedade, que se nos apresentam através, do vício das drogas, do aliciamento dos nossos filhos, pelos traficantes, nas portas das escolas, e aos jovens de classe pobre, que se deixam enganar pelo chamado “canto da sereia”, na facilidade da aquisição de um tênis e roupas de marca e etc. Óbito este. Ocorrido em circunstâncias violentas (conforme cópia da certidão de óbito juntada ao processo), ao longo da instrução criminal, possivelmente por envolvimento com as pessoas, das quais os pais tanto lutaram par afastá-lo.
E culpar os pais de uma criança que no afã de buscar socorro, para retirar um filho dos maus caminhos, e um sacerdote que se colocou a serviço desta intenção salutar, e tiveram a desdita, de ver este filho, afastar-se daquele “hospital”, e de passagem criar tanto dissabores, a tantas pessoas que unidas buscavam uma solução pacífica para um problema social que aflige tanto lares, seria data vênia, ser “mais realista que o Rei”.
DA FALTA DE APOIO E SOLIDARIEDADE
Durante todo esse sofrimento passado pelo sacerdote Mauro do Ogum Xoroquê, ele somente se ressente do fato dos seus irmãos da religião não o terem procurado, para se solidarizar com ele, com pelo menos uma palavra de conforto, mas que se sente feliz, pois Xangô foi ao seu encontro na pessoa do Dr. João Batista de Ayrá, que naquele dia, uma quarta-feira, foi visitá-lo no cárcere da 64ª DP em Vilar dos Teles e aceitou a sua defesa, sem mesmo conhecê-lo. Tendo o levado ainda a um programa de Rádio que ele (Dr. João Batista de Ayrá) tinha na Rádio Mauá Solimões de Nova Iguaçu, atual Tropical Solimões 830 AM, chamado de “Mina Gêje-Nagô um Caminho uma Luz”, onde ele (Mauro do Ogum) pôde ser desagravado, tornando público que não era farsante ou embusteiro, como muito se divulgou, pois é ele filho no Santo da Yalorixá Marlene de Angorô, já falecida (2008), e neto do Tata T’nkisse Tata Mão Benta, bisneto de Oyá Matamba, e tataraneto de Nana Deuí do Axé Cassange de Angola de Aracaju, Sergipe. Mostrando assim, que tem origem e pedigree dentro do candomblé.
Decisão final
Julgada extinta a punibilidade dos acusados, em 28 de dezembro de 2006.
Transitada em julgado esta sentença, expeçam-se as comunicações de estilo, dê-se baixa na distribuição e, após, arquivem-se os autos.
P.R.I
São João e Meriti, 28 de dezembro de 2006
ANA HELENA MOTA LIMA VALLE
Juiz de Direito
Este foi mais um dos casos em que o Dr. João Batista de Ayrá atuou em defesa dos direito do povo de santo.
MAURO DO OGUM NOS DIAS DE HOJE
Hoje o Tata Nkisse Mauro do Ogum Xoroquê, continua no comando da sua casa de santo, denominada de Akanzalê do Ogum Xoroquê, Av. Governador Portela, lote 07, quadra 13, bairro dos Trezentos, São João de Meriti, RJ. Tel.: (21) 3777-4357.
Onde realiza festas em louvor aos Nkisse, e aos Exus Eguns, em especial o culto ao Exu Tranca-Ruas-das-Almas, com quem atende toda segunda-feira, e pelo lado feminino A Pomba Gira Maria Padilha, comanda a Gira, na cabeça da sua filha CARLA DE LEGBARA, Omorixá Exu (filha de Exu), que vem ser sua nora, pois casada com seu filho MARCIO DO GUIÃ, que é Ogã.
A reportagem do Jornal Brasil Candomblé Verdade, esteve em seu Axé para cobrir uma dessas festas, onde registrou a belíssima manifestação dos Exus Eguns, que são espíritos de luz batizados, e que têm a missão sublime de nos ajudar neste mundo terrestre, nos dando ou restituindo os caminhos, que precisam estar sempre abertos e prósperos. Pois o homem ao longo da sua existência, precisa sempre ativar um processo de troca espiritual, com suas forças superiores, através de oferendas e muitas das vezes atos de submissão, nunca significando subserviência, que pode resultar em fanatismo, o que não é saudável.
Eis uma história de Tranca Ruas que nos conta o Tata Mauro do Ogum
”Exu Tranca Ruas das Almas
O Senhor de Mbaré”
Suas Preferências
Essa entidade na linha das almas no reino das ruas aceita
todos os tipos de oferendas que são realizadas nas encruzilhadas, estradas,
cemitérios, etc...
Como Rei Majestade (Tranca Rua de Embaré) recebe suas obrigações e
oferendas em locais específicos de acordo com suas orientações ou através do
oráculo N'gombo (Oráculo dos Ossos) sob o qual Seu Tranca Rua de Embaré
também conhecedor.
Tem como seu curiador bebidas finas de malte envelhecido, adoração pelo
luxo, pedras preciosas, pratarias, porcelanas, e antiguidades valiosas.
Recebe padê como todas as entidades de N’ganga e alimentos de carnes
preparados dentro do templo pela pessoa específica do cargo e encarregada de
fazê-lo.
Seu vestuário é cartola sofisticada de época, sua capa varia nas cores azul
turquesa, roxo e negro tendo contrastes em vermelho decorada de safira de
preferência amarela dourada que simboliza sua riqueza e a presença de seu
reino.
Geralmente solicita para seu conforto tronos entalhados em madeira e marfim
é extremamente educado e fino, poderoso e sinistro é uma entidade muito
melindrosa nunca solicite os seus serviços sem de fato ter certeza do que
deseja porque os seus trabalhos são alta magia e muito eficazes.
Sr. Exú Embaré, Senhor do mundo espiritual onde está sua origem e sua
morada, no Reino de Safira (Este reino é espiritual). E neste caso temos
duas histórias que comprovam a existência desta divindade de N'ganga no
mundo espiritual e outra popular.
A primeira é da vinda desta entidade como mago, feiticeiro e bruxo ao mundo
dos mortais para ser útil a quem da magia tem necessidade para alcançar seus
objetivos. Este mestre mago feiticeiro, Rei do mundo espiritual vem ao mundo
físico e se apresenta como Vulgo (Apelido) Exú Tranca Ruas da Almas.
Ele tem o poder de fechar e abrir os caminhos para o ser humano e também de
ter as almas perdidas sem luz como escravos para prestar-lhe reverencias e
fazer o que ele ordenar.
Este é um dos motivos pelo qual ele foi enviado
aqui no plano físico, para pegar as almas perdidas, formar seu Exército para
lhe servir e também formar uma hierarquia para que todas as almas perdidas
fossem transformadas em seu exército, e desta forma encontrem o caminho
novamente para a luz através dele mesmo, podendo assim vigiar, receber as
oferendas que são depositadas nas ruas de qualquer cidade aonde Exú Tranca
Rua tem o poder absoluto (o Reino das Ruas ).
Essa entidade protege a entrada das casas de culto na esquerda da Umbanda e
no culto Kibundo (Kimbanda), nada se movimenta ou sai de uma casa para as
ruas, nada chega ao seu destino de origem como nas matas e outros locais
fora da cidade sem que antes sejam realizadas oferendas á Exú Tranca Rua.
Exu tranca Ruas é respeitado no mundo dos homens poderosos porque foi
através do poder de Seu Embaré que eles conseguiram suas fortunas, seus
impérios e assim viverem como Reis.
Este N’ganga é cultuado é tem réplica de seu Pepelê N'ganga em algumas
empresas por isso elas só crescem, geram grandes lucros e contribuem para o
equilíbrio do mundo porque esta entidade tem influência sobre o dinamismo do
ser humano, quando cultuada por eles.
Obs.: Esta entidade é a que mais possui conhecimento para indicar amuletos
na cabaça e outros apetrechos para ser colocado como segurança na entrada
dos estabelecimentos comerciais e nas residências, que servem contra inveja,
feitiços, pragas, demandas, etc...
Exú Tranca Ruas tem o poder de realizar magia para o amor com resultados
imediatos e quem nele se acredita para fazer a sua amarração e nunca mais sofrer por
amor.
Tranca Ruas das Almas, só ele pode abrir uma fenda entre o mundo físico e o
espiritual trazer ou levar os espíritos que estiver sob seu comando de
volta, só ele pode prendê - los para executar as tarefas que ele tiver
necessidade para beneficiar o ser humano.
Exú Tranca Rua (o Rei de Embaré) também é generoso, depois que as entidades
a seu serviço realizam as suas tarefas com êxito ele as recompensa cedendo
parte do seu poder e luz para a evolução das mesmas.
Por isso esta entidade é tão poderosa e respeitada e todos os Sacerdotes
adeptos aos cultos afro-brasileiros cultuam Exu Tranca Ruas das Almas na
frente de suas casas (pequenas tronqueiras) com muito respeito, por que
além dele proteger a porta e a rua ele também prende as almas perdidas que
tentam entrar nos lugares onde ele é cultuado.
Esta é uma história verídica que confere a Exu Tranca Ruas aqui no mundo
físico, mas temos a história de sua origem no mundo espiritual como N'ganga
Sr. do Reino de Safira o Rei de Embaré, que deu origem a essa entidade de
N’ganga e nos dias atuais trabalha nas casas de culto Kibundo onde realiza
suas magias junto ao Pepelê N'ganga, seus médiuns (sacerdotes kibundo) que
recebem esta entidade dentro desta linha kibundo é por que já passaram pelo
Kamarim Kibundo além de ter feito os preceitos dos sete reinos de N’ganga
como exige a própria entidade Tranca Rua de Embaré ( vulgo Tranca Rua das
Almas ).
(Esta reportagem foi publicada no Jornal impresso Brasil Candomble Verdade)
(Atuou como advogado de defesa neste caso o Dr. João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá)
O Babalorixá (Tata T’ Nkisse) Mauro do Ogum Xoroquê (ANTONIO MAURO DA SILVA, que tem seu endereço na Rua Governador Portela lote 07 quadra 13 – bairro dos Trezentos – São João de Meriti, RJ. Viu-se enredado em um caso de polícia que o levou à prisão e a responder a um processo crime, por cárcere privado e lesões corporais a um menor de 15 anos (artigos 148 e 129 do Código Penal).
ENTENDA O CASO
O Babalorixá, em pleno exercício da sua função sacerdotal, atendeu na sua “casa de santo” (Terreiro de Candomblé), os pais de um jovem, que à época tinha 15 anos de idade, chamado JÚLIO CÉSAR CASTRO OLIVEIRA, os pais, Sr. RUY CASTRO OLIVEIRA e Sra. ANITA PEREIRA DO REGO, que afirmaram ao sacerdote, que ali estavam na busca de um socorro espiritual ao seu filho, que se encontrava envolvido com toda sorte de crimes, tais como tráfico e uso de drogas, roubos, furtos entre outras práticas criminosas, e que apesar dos conselhos, para afastá-lo do mundo do crime, este, jamais os atendeu, e que já tinham feito de tudo para retirar seu filho daquele caminho, motivos pelos quais, ali estavam diante do Pai de Santo (sacerdote), para pedir socorro para o mesmo (seu filho).
DO RECOLHIMENTO
E após a consulta a Exu e aos Orixás através do Jogo de Búzios, foi recomendado que o menor deveria ser submetido aos rituais de iniciação dentro da religião afro-brasileira (candomblé), religião esta, já professada pelos pais do jovem, que naquele momento autorizaram o Babalorixá a dar inicio aos preceitos religiosos, no sentido de tratar espiritualmente do filho de ambos, para colocá-lo em equilíbrio com suas forças espirituais, e afastar as influências negativas de “kiumbas” e obsessores (espíritos maus), dos quais o menino estava sendo vítima.
DO PRECEITO NO CANDOMBLÉ ANGOLA
O menino foi submetido aos rituais de limpeza e purificação do corpo (banhos, ebós e etc.). Após o que, o seu corpo foi ‘fechado” através das chamadas “curas”, que são pequenos cortes feitos no corpo do iniciado dentro do candomblé, nas costas, no peito, no ante-braço, nos pés, na panturrilha da perna, na palma dos pés e na língua, as pequenas incisões são cobertas com Atins (pós de axé), que possuem poder curativo, cicatrizante e energizante.
E EM VOLTA DO SEU PESCOÇO, FOI COLOCADA UMA CORRENTE DE FERRO UNIDA POR UM CADEADO TAMBÉM DE FERRO, QUE DENTRO DO RITO ANGOLA, QUE É A NAÇÃO DO CANDOMBLÉ A QUAL O BABALORIXÁ MAURO DO OGUM PERTENCE, SIGNIFICA A LIGAÇÃO DO CORPO DO SER HUMANO COM O ORIXÁ OGUM, SENHOR DO FERRO, DAS ESTRADAS E DOS CAMINHOS. SIGNIFICANDO NAQUELE MOMENTO PARA AQUELE JOVEM, UMA ALIANÇA COM OGUM PARA LIVRÁ-LO DE QUALQUER ATAQUE DE ARMA DE FOGO, FACAS, PUNHAIS, E TAMBÉM DE PRISÕES.
OCORREU QUE.....
Após três dias de recolhimento no terreiro, o jovem que ficou durante esse tempo em um quarto chamado de Roncó (onde ficam as pessoas submetidas ao ritual de iniciação), por sua livre e espontânea vontade, visto que, convencido pelos seus pais, de quanto àqueles trabalhos espirituais iriam fazer-lhe bem. E sem qualquer obstáculo, vez que a porta do Roncó não tinha chave, tranca ou cadeado, resolveu sair para passear, tendo escolhido a casa de uma irmã dele residente à época em Bangu, e lá chegando, a sua irmã que era evangélica ficou surpresa com o visual apresentado pelo jovem, somente de calça branca, sem camisa, e ainda com as marcas no seu corpo das citadas “curas”, ficou horrorizada e procurou a polícia onde denunciou o fato, tendo alegado à autoridade policial da 64ª DP, que o seu irmão fora vítima de um “ritual satânico”. Ato seguinte foi o menor inquirido, tendo este apresentado a sua versão que não condizia com a dos pais. Levando então as autoridades policiais, a proceder à prisão do Sacerdote Mauro do Ogum Xoroquê.
DO INICIO DO PESADÊLO....
Tendo então se iniciado o tormento do sacerdote, justo por que, no afã de ajudar os pais de uma criança que o procuraram pedindo socorro para um filho considerado uma ovelha negra e desgarrada, que estava sendo perdido para as drogas e o crime. E com base no princípio da caridade e do amor que norteia a sua religião, que cultua as forças divinizadas da natureza (os Orixás), que buscam aperfeiçoar seus adeptos para o caminho do bem através do equilíbrio da espiritualidade, aceitou aquela missão, sem se preocupar com qualquer tipo de represália, pois o culto as suas divindades estava (e está) protegido pela carta magna (Constituição), que diz que todo cidadão é livre para cultuar a religião que se lhe aprouver, e que ninguém será discriminado por sua opção religiosa ou sexual, bem como, por sua cor, raça ou etnia.
DA REPERCUSSÃO NA MÍDIA.....
VÁRIOS FORAM OS JORNAIS QUE À ÉPOCA, NOTICIARAM O FATO DE FORMA ALTAMENTE PRECONCEITUOSA CONTRA A RELIGIÃO DO CANDOMBLÉ, COLOCANDO NA BERLINDA DA DISCRIMINAÇÃO, NÃO O CIDADÃO, O SACERDOTE, O PAI DE SANTO, MAS SIM, A RELIGIÃO AFRO, QUE TERIA ENTRE AS SUAS PRÁTICAS, AS DE SUBMETER PESSOAS A CÁRCERE PRIVADO, E LESIONAR SEUS CORPOS EM UM VERDADEIRO RITUAL SANGRENTO E SATÂNICO, PRINCIPALMENTE CRIANÇAS.
DO PROCESSO...
Após quatro dias de encarceramento na 64ª DP do Vilar do Teles, o Delegado daquela unidade policial, requereu junto ao Juízo de Direito da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, a prisão preventiva do pai-de-santo, tendo sido indiciado, pela prática em tese dos crimes de cárcere privado e lesão corporal (art. 148 e 129 do Código Penal).
DA DEFESA RELIGIOSA E JURÍDICA
O Dr. João Batista Martins de Souza-OAB/RJ. Nº 59.615 conhecido como Dr. João Batista de Ayrá, na época tomou conhecimento do fato através da imprensa, falada e escrita, e procurou contatar o indiciado na carceragem da 64ª DP, sobre a sua verdadeira identidade, pois eram muitas as versões de que ele não era um sacerdote da religião afro, mas sim, um farsante e embusteiro, e que a acusação que pesava contra ele, estava prejudicando a religião do candomblé.
Tendo o Sacerdote Mauro do Ogum apresentado a sua versão ao Dr. João Batista de Ayrá, que ali mesmo na carceragem aceitou a sua defesa. E ato seguinte, requereu o relaxamento da sua prisão, que foi deferida. Passando então o Sacerdote a responder o processo em liberdade.
Tendo sido denunciado pelo Ministério Público pela prática dos crimes previstos nos artigo 148 (cárcere privado) e 129 (lesões corporais). Processo nº 1997.538.009874-0, que tramitou na 2ª Vara Criminal da Comarca de São João de Meriti, RJ.
DA DENÚNCIA
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de RUY DE CASTRO OLIVEIRA, ANITA PEREIRA DO REGO e ANTONIO MAURO DA SILVA, em 19 de maio de 2000, que foi recebida em 06/06/2000, como incurso o primeiro e segundo denunciados como nas penas do art. 148, par. 2º, c/c art.29, do C.P., e o terceiro denunciado como incurso nas penas do art. 148, par. 2º, do C.P., nos seguintes termos:
“No dia 20 de outubro de 1997, por volta das 07:40 horas, os dois primeiros denunciados (Ruy e Anita), pai e madrasta do menor de 15 anos Júlio Cesar Castro de Oliveira, a fim de corrigirem suposto envolvimento deste com marginais na localidade de Vila Kennedy, Bangu, resolveram submetê-lo a uma “raspagem de santo”. Para tanto, no dia seguinte, 21/10/1997, conduziram Júlio ao terreiro de candomblé Abassá do Ogum Xoroquê, localizado na Av. Governador Portela, lote 07, quadra 13, Morro Azul, nesta Comarca, entregando-o a terceiro denunciado (Antonio Mauro) que se intitulando pai-de-santo encarcerou o menor em um quarto existente nas dependências do terreiro, o qual era mantido trancado com cadeado a fim de evitar fuga.
Registraram os autos que o terceiro denunciado, que cobrou a quantia de R$ 800,00 (oitocentos reais) para a realização do “trabalho” espiritual, valendo-se de uma navalha, efetuou vários cortes nos braços, pulsos, e nas costas de Júlio. Além de fixar uma corrente em seu pescoço, causando-lhe grave sofrimento físico e moral. Conforme AECD de fls. 39.
Consta ainda do persecutório administrativo que no dia 02/11/97, o menor Júlio, mesmo ameaçado de morte pelo terceiro increpado caso fugisse e relatasse o ocorrido, logrou se evadir do cárcere em que era mantido, aproveitando-se do fato de Antonio Mauro estar bebendo cervejas com amigos em local um pouco afastado do cativeiro, tendo ido à procura de sua irmã Maria Rosângela Oliveira, a qual levou os fatos ao conhecimento da Autoridade Policial”.
DA DEFESA
Tendo ao longo da instrução criminal, argumentado o seu defensor (Dr. João Batista de Ayrá), que os acusados, jamais poderiam ter cometido os crimes que ora lhes são imputados. Senão vejamos:
O primeiro acusado (Mauro do Ogum), não possui qualquer mácula em sua vida profissional, social ou religiosa, sempre procurou e procura manter-se dentro dos postulados norteadores aos princípios religiosos, e, desta forma, contribuindo para uma sociedade mais justa e humana, pois no seu sacerdócio religioso, está sempre com as mãos estendidas à caridade.
E foi nesta situação que recebeu na sua casa, os pais do menor (RUY CASTRO DE OLIVEIRA E ANITA REGO DE OLIVEIRA), que desesperados buscavam auxílio espiritual para seu filho (JULIO CÉSAR), que devida às más companhias, desencadeara-se para os caminhos do vício das drogas e outros crimes, além de estar ameaçado de morte (fls. 167/170).
Assim sendo, assumiu o compromisso de através da invocação das forças dos Orixás, submeter o menor a um ritual e “purificação”, segundo os doutrinamentos que regem a religião Umbandista e Candomblecista no nosso país. Ritualista esta, que submete o “doente espiritualmente”, a banhos, rezas, curas (pequenos cortes, que são feitos nos membros superiores e inferiores, e nas costas e peito, que simbolizam marcas tribais, devido à origem do negro brasileiro, que fora trazido para o Brasil na condição de escravo, marcas estas, que religiosamente tem a crença de fechar o corpo dos iniciados no ritual do candomblé, aos maléficos de origem espiritual, a que estão sujeitos o homens no seu dia-a-dia, e a reclusão, em um local religiosamente cuidado para isto, reclusão esta, que não se pode atribuir o sentido de privação de liberdade, até por que, no caso “sub espécie”, tratava-se de um quarto sem trancas ou cadeados, de onde poderia qualquer pessoa que ali estivesse se afastar quando bem entendesse.
E que na religião afro-brasileira a reclusão é um ato, que simboliza o ventre materno, que protege o ser nascente de toda e qualquer impureza e vilanias externas, ou seja, do mundo, mantendo assim um cordão umbilical que alimenta o recluso durante aquele período.
Até para argumentar digníssimo julgador! Se fosse a justiça condenar todos aqueles que no seu mister religioso mantém pessoas “reclusas” em “camarinhas” (nome do quarto onde são colocadas as pessoas para o processo de iniciação), pela prática do crime de “cárcere privado”, não haveria lugares em todo o sistema prisional no nosso País, para se colocar tantas pessoas. Pois neste exato momento, esta prática religiosa acontece, como sempre aconteceu de forma pacífica e salutar, não só para aqueles que recorrem a estes tipos de “hospitais religiosos”, como para a sociedade, tão carente do reconhecimento dos valores humanitários.
No que diz respeito à corrente e o cadeado colocados em volta do pescoço do menor JÚLIO CÉSAR, NEM DE LONGE, data vênia, teria o condão de significar aprisionamento, até por que, não estava referida corrente e cadeado, presos a qualquer parte da “camarinha” (quarto de santo). Simbolizando referidos instrumentos, atitudes de submissão aos princípios que regem a honestidade, a fidelidade, o respeito aos pais e aos mais velhos, e a toda e qualquer regra de bom viver que são impostas aos homens na sociedade.
E que este preceito (reclusão), é comum a qualquer iniciado, seja adulto ou criança, o que diferencia a reclusão comum deste tipo de reclusão, é que no caso do candomblé a pessoa embora tenha que ficar por um determinado tempo, por cerca de 20 (vinte e um) dias, ele mantém contato com o mundo exterior através dos auxiliares do sacerdote, com funções sacerdotais específicas para isto, e com ele (sacerdote), que dar assistência ao recolhido do primeiro ao último dia do recolhimento. E que as portas de um Roncó (quarto de recolhimento), não possuem trancas ou fechaduras de qualquer espécie. Ademais, os próprios pais autorizaram o recolhimento do filho menor, muito embora tenham sido também denunciados como co-autores e no final também, tenham ficado livres da acusação junto com o Mauro do Ogum
ARGUMENTAÇÃO (LESÃO CORPORAL..).
Argumentando ainda a sua defesa, na pessoa do Dr. João Batista de Ayrá, quanto à acusação de lesões corporais prevista no artigo 129 do Código Penal, que esta também não poderia prevalecer, pois, aquilo que o Ministério Público via como uma lesão corporal, nada mais era do que uma prática comum, dentro da religião do candomblé. Visto que consistia e ainda consiste em uma série de incisões, que nunca chegam a ser ferimentos na verdadeira acepção da palavra, pois não causam qualquer sofrimento ao iniciado. Denotando uma prática cultural e religiosa, milenar de imprimir no corpo dos adeptos do candomblé as chamadas marcas tribais, pois em África, os membros de toda e qualquer Tribo passavam por este ritual, que os identificavam com o seu povo, e ao mesmo tempo os imunizavam contra os malefícios e feitiços dos inimigos e da natureza, e como o Candomblé é uma religião de matriz africana, natural que suas práticas tenham esse caráter milenar.
Dando-se como exemplo de semelhança, o ritual de circuncisão pelo qual passa o judeu, no prepúcio (glande do pênis), que é um ritual sangrento, mas que nunca foi considerado como uma lesão corporal ou nem mesmo um ritual satânico.
DA FALTA DE DOLO (INTENÇÃO)
Que é sabido que para a prática de qualquer tipo de crime é necessário que se fique comprovada a culpabilidade, tanto pela intenção (crimes dolosos) quando o agente pretende obter o resultado, quanto pelo risco que se corre de também se obtê-lo, pela imprudência, negligência ou imperícia, o chamado crime culposo. E no caso da acusação que pesa sobre o Sr. Mauro do Ogum, não restou provado em nenhum momento qualquer desses crimes.
Salientando-se que o jovem JÚLIO CESAR pivô deste processo veio a sucumbir diante daqueles de quem, supostamente, os seus pais buscavam afastá-lo, isto é, os verdadeiros demônios que assolam a nossa sociedade, que se nos apresentam através, do vício das drogas, do aliciamento dos nossos filhos, pelos traficantes, nas portas das escolas, e aos jovens de classe pobre, que se deixam enganar pelo chamado “canto da sereia”, na facilidade da aquisição de um tênis e roupas de marca e etc. Óbito este. Ocorrido em circunstâncias violentas (conforme cópia da certidão de óbito juntada ao processo), ao longo da instrução criminal, possivelmente por envolvimento com as pessoas, das quais os pais tanto lutaram par afastá-lo.
E culpar os pais de uma criança que no afã de buscar socorro, para retirar um filho dos maus caminhos, e um sacerdote que se colocou a serviço desta intenção salutar, e tiveram a desdita, de ver este filho, afastar-se daquele “hospital”, e de passagem criar tanto dissabores, a tantas pessoas que unidas buscavam uma solução pacífica para um problema social que aflige tanto lares, seria data vênia, ser “mais realista que o Rei”.
DA FALTA DE APOIO E SOLIDARIEDADE
Durante todo esse sofrimento passado pelo sacerdote Mauro do Ogum Xoroquê, ele somente se ressente do fato dos seus irmãos da religião não o terem procurado, para se solidarizar com ele, com pelo menos uma palavra de conforto, mas que se sente feliz, pois Xangô foi ao seu encontro na pessoa do Dr. João Batista de Ayrá, que naquele dia, uma quarta-feira, foi visitá-lo no cárcere da 64ª DP em Vilar dos Teles e aceitou a sua defesa, sem mesmo conhecê-lo. Tendo o levado ainda a um programa de Rádio que ele (Dr. João Batista de Ayrá) tinha na Rádio Mauá Solimões de Nova Iguaçu, atual Tropical Solimões 830 AM, chamado de “Mina Gêje-Nagô um Caminho uma Luz”, onde ele (Mauro do Ogum) pôde ser desagravado, tornando público que não era farsante ou embusteiro, como muito se divulgou, pois é ele filho no Santo da Yalorixá Marlene de Angorô, já falecida (2008), e neto do Tata T’nkisse Tata Mão Benta, bisneto de Oyá Matamba, e tataraneto de Nana Deuí do Axé Cassange de Angola de Aracaju, Sergipe. Mostrando assim, que tem origem e pedigree dentro do candomblé.
Decisão final
Julgada extinta a punibilidade dos acusados, em 28 de dezembro de 2006.
Transitada em julgado esta sentença, expeçam-se as comunicações de estilo, dê-se baixa na distribuição e, após, arquivem-se os autos.
P.R.I
São João e Meriti, 28 de dezembro de 2006
ANA HELENA MOTA LIMA VALLE
Juiz de Direito
Este foi mais um dos casos em que o Dr. João Batista de Ayrá atuou em defesa dos direito do povo de santo.
MAURO DO OGUM NOS DIAS DE HOJE
Hoje o Tata Nkisse Mauro do Ogum Xoroquê, continua no comando da sua casa de santo, denominada de Akanzalê do Ogum Xoroquê, Av. Governador Portela, lote 07, quadra 13, bairro dos Trezentos, São João de Meriti, RJ. Tel.: (21) 3777-4357.
Onde realiza festas em louvor aos Nkisse, e aos Exus Eguns, em especial o culto ao Exu Tranca-Ruas-das-Almas, com quem atende toda segunda-feira, e pelo lado feminino A Pomba Gira Maria Padilha, comanda a Gira, na cabeça da sua filha CARLA DE LEGBARA, Omorixá Exu (filha de Exu), que vem ser sua nora, pois casada com seu filho MARCIO DO GUIÃ, que é Ogã.
A reportagem do Jornal Brasil Candomblé Verdade, esteve em seu Axé para cobrir uma dessas festas, onde registrou a belíssima manifestação dos Exus Eguns, que são espíritos de luz batizados, e que têm a missão sublime de nos ajudar neste mundo terrestre, nos dando ou restituindo os caminhos, que precisam estar sempre abertos e prósperos. Pois o homem ao longo da sua existência, precisa sempre ativar um processo de troca espiritual, com suas forças superiores, através de oferendas e muitas das vezes atos de submissão, nunca significando subserviência, que pode resultar em fanatismo, o que não é saudável.
Eis uma história de Tranca Ruas que nos conta o Tata Mauro do Ogum
”Exu Tranca Ruas das Almas
O Senhor de Mbaré”
Suas Preferências
Essa entidade na linha das almas no reino das ruas aceita
todos os tipos de oferendas que são realizadas nas encruzilhadas, estradas,
cemitérios, etc...
Como Rei Majestade (Tranca Rua de Embaré) recebe suas obrigações e
oferendas em locais específicos de acordo com suas orientações ou através do
oráculo N'gombo (Oráculo dos Ossos) sob o qual Seu Tranca Rua de Embaré
também conhecedor.
Tem como seu curiador bebidas finas de malte envelhecido, adoração pelo
luxo, pedras preciosas, pratarias, porcelanas, e antiguidades valiosas.
Recebe padê como todas as entidades de N’ganga e alimentos de carnes
preparados dentro do templo pela pessoa específica do cargo e encarregada de
fazê-lo.
Seu vestuário é cartola sofisticada de época, sua capa varia nas cores azul
turquesa, roxo e negro tendo contrastes em vermelho decorada de safira de
preferência amarela dourada que simboliza sua riqueza e a presença de seu
reino.
Geralmente solicita para seu conforto tronos entalhados em madeira e marfim
é extremamente educado e fino, poderoso e sinistro é uma entidade muito
melindrosa nunca solicite os seus serviços sem de fato ter certeza do que
deseja porque os seus trabalhos são alta magia e muito eficazes.
Sr. Exú Embaré, Senhor do mundo espiritual onde está sua origem e sua
morada, no Reino de Safira (Este reino é espiritual). E neste caso temos
duas histórias que comprovam a existência desta divindade de N'ganga no
mundo espiritual e outra popular.
A primeira é da vinda desta entidade como mago, feiticeiro e bruxo ao mundo
dos mortais para ser útil a quem da magia tem necessidade para alcançar seus
objetivos. Este mestre mago feiticeiro, Rei do mundo espiritual vem ao mundo
físico e se apresenta como Vulgo (Apelido) Exú Tranca Ruas da Almas.
Ele tem o poder de fechar e abrir os caminhos para o ser humano e também de
ter as almas perdidas sem luz como escravos para prestar-lhe reverencias e
fazer o que ele ordenar.
Este é um dos motivos pelo qual ele foi enviado
aqui no plano físico, para pegar as almas perdidas, formar seu Exército para
lhe servir e também formar uma hierarquia para que todas as almas perdidas
fossem transformadas em seu exército, e desta forma encontrem o caminho
novamente para a luz através dele mesmo, podendo assim vigiar, receber as
oferendas que são depositadas nas ruas de qualquer cidade aonde Exú Tranca
Rua tem o poder absoluto (o Reino das Ruas ).
Essa entidade protege a entrada das casas de culto na esquerda da Umbanda e
no culto Kibundo (Kimbanda), nada se movimenta ou sai de uma casa para as
ruas, nada chega ao seu destino de origem como nas matas e outros locais
fora da cidade sem que antes sejam realizadas oferendas á Exú Tranca Rua.
Exu tranca Ruas é respeitado no mundo dos homens poderosos porque foi
através do poder de Seu Embaré que eles conseguiram suas fortunas, seus
impérios e assim viverem como Reis.
Este N’ganga é cultuado é tem réplica de seu Pepelê N'ganga em algumas
empresas por isso elas só crescem, geram grandes lucros e contribuem para o
equilíbrio do mundo porque esta entidade tem influência sobre o dinamismo do
ser humano, quando cultuada por eles.
Obs.: Esta entidade é a que mais possui conhecimento para indicar amuletos
na cabaça e outros apetrechos para ser colocado como segurança na entrada
dos estabelecimentos comerciais e nas residências, que servem contra inveja,
feitiços, pragas, demandas, etc...
Exú Tranca Ruas tem o poder de realizar magia para o amor com resultados
imediatos e quem nele se acredita para fazer a sua amarração e nunca mais sofrer por
amor.
Tranca Ruas das Almas, só ele pode abrir uma fenda entre o mundo físico e o
espiritual trazer ou levar os espíritos que estiver sob seu comando de
volta, só ele pode prendê - los para executar as tarefas que ele tiver
necessidade para beneficiar o ser humano.
Exú Tranca Rua (o Rei de Embaré) também é generoso, depois que as entidades
a seu serviço realizam as suas tarefas com êxito ele as recompensa cedendo
parte do seu poder e luz para a evolução das mesmas.
Por isso esta entidade é tão poderosa e respeitada e todos os Sacerdotes
adeptos aos cultos afro-brasileiros cultuam Exu Tranca Ruas das Almas na
frente de suas casas (pequenas tronqueiras) com muito respeito, por que
além dele proteger a porta e a rua ele também prende as almas perdidas que
tentam entrar nos lugares onde ele é cultuado.
Esta é uma história verídica que confere a Exu Tranca Ruas aqui no mundo
físico, mas temos a história de sua origem no mundo espiritual como N'ganga
Sr. do Reino de Safira o Rei de Embaré, que deu origem a essa entidade de
N’ganga e nos dias atuais trabalha nas casas de culto Kibundo onde realiza
suas magias junto ao Pepelê N'ganga, seus médiuns (sacerdotes kibundo) que
recebem esta entidade dentro desta linha kibundo é por que já passaram pelo
Kamarim Kibundo além de ter feito os preceitos dos sete reinos de N’ganga
como exige a própria entidade Tranca Rua de Embaré ( vulgo Tranca Rua das
Almas ).
Apenas uma questão de querer
A associação dos deuses do panteão
africano, os encantados e exus brasileiros, ao
diabo cristão, antecedem o surgimento das
igrejas eletrônicas na década de oitenta, mas
foi a partir dessa década que a cultura de
massa foi condicionada a ter acesso maior
sobre a religião afro-brasileira. Parte da doutrina
cristã pentecostal tem pautado, nas últimas
décadas, os seus trabalhos de evangelização
apostando na máxima de que candomblé
e umbanda são celeiros de demônios.
E essa guerra santa, hoje não mais tão silenciosa,
desdobra-se em muitos eventos envolvendo
principalmente
candomblecistas/umbandistas e grupos
evangélicos mais radicais, que teimam nessa
associação ridícula, e com isso os ânimos são
cada vez mais acirrados, a tal ponto que nos
dias atuais a religião- afro, em um crescente
amadurecimento resolveu transpor os seus
muros e ganhar as ruas, levando à sociedade
o conhecimento da opressão que vem sofrendo
por parte desses grupos. Se no passado, a
opressão era por parte dos senhores de escravos,
nos dias de hoje, é por parte de grupos
agasalhados em denominações várias,
intituladas como fragmentos da religião pentecostal.
O amadurecimento do movimento de repressão
a essas agressões formou grupos seletos
de espiritualistas que através de ações
conjuntas e positivas têm feito valer os seus
direitos de culto garantido na Constituição
Federal, e em várias Leis esparsas que aumentam
esse domínio, como por exemplo, a
Lei Caó (nº Lei 7.716/89 em seu artigo 20, § 2°.
º), que enquadra como crime inafiançável e
comparado ao crime racial, punindo com
maior severidade, aqueles que, não importando
o meio utilizado (escrito, falado, televisado),
de forma direta ou indiretamente
comete ato de intolerância de cunho religioso.
E assim, num crescendo cada vez menos
sutil, galgam-se degraus políticos, jurídicos e
sociais, na busca pelo respeito pleno ao direito
de culto. Louvados sejam esses movimentos,
e aqueles que a frente dos mesmos,
expõe-se a criticas, elogios, e perseguições. É
disso que os espiritualistas precisam. É nisso
que devem se envolver cada vez mais. E isso
deve se tornar um hábito, na busca de uma
soberania, não a soberania tirana, que impõe
seus postulados a quem não os professar,
mas tão somente, uma soberania de respeito
à liberdade de culto, pautando sempre pela
reciprocidade, pois será respeitando a si
mesmo e a seus iguais, e depois seus diversos
(crentes de outras religiões), que a religião
espiritualista surgirá finalmente como
uma opção verdadeira, a quem quer que
queira entrar na mesma, para deixar de ser
uma religião tão somente de laço consangüíneo,
que afasta e discrimina, pois quem não
quer ser discriminado jamais deverá discriminar
Editorial postado no Jornal Brasil Candomble Verdade pelo seu editor
João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá
africano, os encantados e exus brasileiros, ao
diabo cristão, antecedem o surgimento das
igrejas eletrônicas na década de oitenta, mas
foi a partir dessa década que a cultura de
massa foi condicionada a ter acesso maior
sobre a religião afro-brasileira. Parte da doutrina
cristã pentecostal tem pautado, nas últimas
décadas, os seus trabalhos de evangelização
apostando na máxima de que candomblé
e umbanda são celeiros de demônios.
E essa guerra santa, hoje não mais tão silenciosa,
desdobra-se em muitos eventos envolvendo
principalmente
candomblecistas/umbandistas e grupos
evangélicos mais radicais, que teimam nessa
associação ridícula, e com isso os ânimos são
cada vez mais acirrados, a tal ponto que nos
dias atuais a religião- afro, em um crescente
amadurecimento resolveu transpor os seus
muros e ganhar as ruas, levando à sociedade
o conhecimento da opressão que vem sofrendo
por parte desses grupos. Se no passado, a
opressão era por parte dos senhores de escravos,
nos dias de hoje, é por parte de grupos
agasalhados em denominações várias,
intituladas como fragmentos da religião pentecostal.
O amadurecimento do movimento de repressão
a essas agressões formou grupos seletos
de espiritualistas que através de ações
conjuntas e positivas têm feito valer os seus
direitos de culto garantido na Constituição
Federal, e em várias Leis esparsas que aumentam
esse domínio, como por exemplo, a
Lei Caó (nº Lei 7.716/89 em seu artigo 20, § 2°.
º), que enquadra como crime inafiançável e
comparado ao crime racial, punindo com
maior severidade, aqueles que, não importando
o meio utilizado (escrito, falado, televisado),
de forma direta ou indiretamente
comete ato de intolerância de cunho religioso.
E assim, num crescendo cada vez menos
sutil, galgam-se degraus políticos, jurídicos e
sociais, na busca pelo respeito pleno ao direito
de culto. Louvados sejam esses movimentos,
e aqueles que a frente dos mesmos,
expõe-se a criticas, elogios, e perseguições. É
disso que os espiritualistas precisam. É nisso
que devem se envolver cada vez mais. E isso
deve se tornar um hábito, na busca de uma
soberania, não a soberania tirana, que impõe
seus postulados a quem não os professar,
mas tão somente, uma soberania de respeito
à liberdade de culto, pautando sempre pela
reciprocidade, pois será respeitando a si
mesmo e a seus iguais, e depois seus diversos
(crentes de outras religiões), que a religião
espiritualista surgirá finalmente como
uma opção verdadeira, a quem quer que
queira entrar na mesma, para deixar de ser
uma religião tão somente de laço consangüíneo,
que afasta e discrimina, pois quem não
quer ser discriminado jamais deverá discriminar
Editorial postado no Jornal Brasil Candomble Verdade pelo seu editor
João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá
ANCESTRALIDADE
Documentário do Doté Silvio sobre Ancestrais para O Jornal Brasil Candomblé Verdade
Este tema trás muita polêmica, eu
preparo todo o Lessem, pois eu cuido no
Ibó,
Caso Baba Egun queira aparecer para as
pessoas tudo bem é por que tiveram merecimento.
Eu sempre fui muito envolvido pelo encanto
da cultura ancestral que me levou a
grande terra mãe África, juntamente com
minha esposa a Doné Alzira da Osun que
me acompanha em todas as empreitadas da
minha vida.
No ano de 1996 partimos numa grande
missão que me foi confiada pelos meus voduns
e ancestrais, onde pude ver, sentir e
participar de vários rituais e dar obrigações
que me valeram muito, fazendo eu visualizar
o mundo de outra forma.
Fui juntamente com o africano Femin a
IBADÃN na NIGÉRIA ao Culto de
EGUNGUN, onde fui agraciado pelo
Alabá que me convidou para participar
de uma cerimônia de saída de Egungun.
pois fiquei muito contente de ter sido convidado
a participar desta cerimônia tão
secreta. Esperei ansiosamente e de repente
apareceu o Babaegun ILORO que
é o protetor dos soldados, pois fiquei
apreensivo, pois as histórias contadas aqui
no Brasil eram que se um Babaegun encostar-
se a um ser vivo este pode vir a
falecer ou ficar muito doente, mas não foi
isso que aconteceu Babaegun ILORO
cantava para mim, com muita alegria e
transmitiu para o Alabá que eu além de ter
o cargo de sacerdote e cuidar dos voduns
e Orixás eu teria que passar num ritual
para cuidar dos Ancestrais não só pelo
meu nascimento que foi no dia 02
/11/1951 ,mas pelos grandes fundamentos
que eu trouxe nesta existência de vida
herdada de meus ancestrais.
Logo em seguida Baba ILORO mandou
que eu me ajoelha-se e colocou um cetro
sobre meus ombros me consagrando como
membro do culto ,chamando o Alabà que
me levasse até Alapinin e fize-se obrigações
ritualísticas ,tomando banhos de
ervas abrindo curas com pós sagrados em
meus pulsos, rosto e na cabeça , pediram
para que eu desse Nayras para compra da
criação para sacramentar todo axé ancestral
no Ibó de Baba ILORO e me ensinaram
como arrumar um lessem completo
para que quando eu chegasse no Brasil
pudesse arrumar o Egungun do meu santo
e assim dando continuidade ao culto dos
ancestrais ,trazendo de lá a terra sagrada ,
um pedaço do axó e um siguidi ,onde tive
que arrumar o orixá Ossanhe do lado de
fora do lessem ,pois ele representa o
guardião da floresta da morte. Hoje eu
tenho o Babaegun do meu santo arrumado
que é Okin e mais seis que me trazem
muitas alegrias e vitórias na minha vida
que juntamente com meu Ogã Bravo de
Ode me ajuda nas empreitadas que os
Babaeguns me impõem e o Ogãs que são
meus irmãos de santo Manelzinho de Ode,
Cícero de Omolú e outros, que me ajudam
a tocar AXEXE. No Ibó de Baba ILORO
,com comidas secas, bebidas e logo em
seguida vieram outros Babas Eguns como
Ele Fin - Alarinsó - Fatunuké e outros para
a festa de minha consagração. Hoje me
sinto muito honrado pela graça que consegui
e ajudo a todos os zeladores, Ogâns,
Ekedis dando balaios de Eguns, e arrumando
lessem completo com Exu Eguns
preparado para carregar ebós, Onilé, Baba
Egun, Ikú, Oyá Bale e o grande Alá sagrado
coberto de espelhos. Também tendo o
conhecimento de arrumar Ayzãn e todos os
voduns da nação jêje onde fui iniciado.
Esta viajem trouxe para mim uma visão
toda especial sobre o culto dos ancestrais e
compreendendo que sem ancestrais não
pode haver o presente pois este é a continuidade
do passado.
Eu o Dote Silvio não me preocupo com
o que os outros falam, pois estando bem
com meu interior e fazendo bem a todos
que me procuram só tenho agradecer a
Olodumare pela missão a mim confiada e
só a ele e aos meus voduns que tenho que
prestar obediência.
As pessoas têm que entederem que o ritual
de Egungun é um dos segredos ritualísticos
da cultura do povo Yorubano e
Dahomeano que louvam as pessoas falecidas
que foram iniciadas no culto dos
Orixás e Voduns, também levando ao conhecimento
de todos os leitores que no
Japão existe um ritual com semelhança ao
culto Africano com diferença apenas que
não há materialização do Egunguns e todos
podem ver que este culto aos ancestrais
mantém o povo unido, por isso ser importante
a cultura ancestral.
O que eu achei muito interessante no ritual
de Egungun em IBADÃN que os Ojés
provocavam estas materializações, jogando
várias roupas no chão (axós) de
Egungun e minutos após, estas
começavam a inflar e tomar formatos humanos
como se corpos existissem dentro
de cada uma delas. Tais fenômenos acontecem
a luz do dia.
Os cargos no culto dos ancestrais
seguem uma escala neste seguimento na
África:
1- Ojé 2- Eledun 3- Ojé Lese Egun - 4
Ojé Alagbá - 5 Alapini - 6 Alagbá
7- Ologbô. No Brasil quando o escolhido
por Baba Egun e começa as obrigações
chama-se Omo Ixãn.
Sendo um ritual extremamente masculino
e só é permitida a entrada de mulheres
que são filhas do Orisá Oyá Igbalé, Oyá
Zagan, Oyá Messe Egun, OyáTolú e Oyá
Izô.
Existe um cargo dentro do culto que fica
meeiro com o nome Ojé Lesse Orisá que
faz uma intermediação entre Egungun e o
Sirê (Toque) dos Orixás ligados aos antepassados.
Este ritual fica mais apurado no ritual de
Geledê da Raiz Jêje.
Na nação Jêje fica vetado o Agutãn que é
sagrado na nação e é trocado pelo cabrito
branco.
O ritual é complexo e exige muito respeito,
dom e coragem.
Os Babás não devem ser tocados por
mãos humanas, a não ser por ixãns (varas
de amoreira), porém na Nigéria os Babás
Eguns podem permitir um toque de mão
para as pessoas realmente sentirem que não
existe matéria dentro da roupa.
Os Babás Eguns gritam e conversam no
dialeto Yorubá Castiço Ou Ewe que é
traduzido pelo Ojé que o acompanha. Os
Babás Egunguns atendem os pedidos em
troca de presentes durante as suas festas ou
no seu ibó.
Temos aqui o nome de alguns Babás
Eguns bem conhecidos Tanto na Nigéria,
Benin, Bahia e Pernambuco.
Pepéiye, Alarinsó, Aguian, Arisoji,
Sembé, Elegbodó, Zanthaí, Opetenan
Babá BANBUSHE ADINIMÓDÒ que
foi o dirigente do Quilombo dos Palmares
onde Devemos todo o saber da Cultura
Afro ___Babá Oba Olá-__Baká Baká
__Bara Segi Lona do falecido Djalma de
Lalú___Jootolú___Akimbywí___Ajimúd
a__Tolujenãn etc.
Estes Babás Eguns monitoram o destino
das pessoas e por que não dizer o destino
do Brasil.
SAUDAÇÃO A EGUN
EGUN AIYE ISIBO ORUN MOJUBÀ
RE EGUN MARIWÒ EGUNGUN.
IKÙ GBALÈ ALERIWÀ IKÙ TUGAN
ASE SIHUN AWE TO.
INVOCAÇÃO DE EGUN
BABA´LASE SE INSE IKÚ ALÚRA
KODUN KODUN A SAGAN NUGÁN
IKÚ ADERE.
IKÚ SUDAN DAN NUGAN SE INSE
BABÁ OPE IWO IWO EGUN ETILERIWO
TOKO BIBIWÁ MARIÁ
WOMOKOKAN TOTOPE IRIWÁ
OGUN ALÙRA.
EGUN IGI IGI DAGOLONÁN SATA
KADUKAN DI INTOTO RUKAN KOTOYO
KUDAN KOTOYO ESE E KOTOYO
SANDE.
BABÁ MIN TIE BABÁ YE OMO
KORIN ONÃN IKÚ EMI ONILÉ
GBARÉ BABÁ. BABAÁ ALAYE
BABÁ ADUPÉ AKODÁ IKUÚ ONÃN.
REZADE BABAEGUN
IKÚ SAN ALGUE NIGBI BABÁ
ALAPAODE IKÚ DANHAN BABÁ
OKIN
SALA OJU MAMAN NIFE AGATOLI
NIGBE OSO NIKÚ AFO AWE TO.
AWRÊ BABAEGUN ONÃN ODARA,
ASÉ ASÉ...
Poder e proteção: Atendimento a pedidos
de toda natureza, em benefício dos que
batem à casa de quem os tem assentado.
Comidas votivas: gosta de todas as comidas
de ÒSÀLÀ e também come de tudo
que tem na mesa de quem o tem assentado.
Dia indicado: Segunda - feira
Saudação: Egungun Mariwó
Egun IBILE, é o Eguns de fundamento
da Nigéria e é o mais cultuado naquele
lugar, é o mais cultuado nas famílias,
ALAKETU, GBANGBOSE e TOKINBO,
mais o povo de ISALE EKO e por
uma família que saiu da Nigéria, chamada
AMINOGU.
BABA EGUN GOGORU é um Egun
que está assentado a mais de 2000 anos em
OSOGBO e foi um sacerdote daquela
região.
BABA EGUN APAJÈ BUJÉ de tempos
em tempos sai uma vez. Ele só sai quando
existe abuso dentro do santo,ele sai em
sinal de revolta. Normalmente, sai de sete
em sete anos, nas localidades de OKELA,
IKU ou OKEGBE.
Entre a sociedade que cultua
SÒPÒNNÒ, a saída é um aviso, sobre
acontecimentos sérios na cidade, que
podem trazer grandes prejuízos.
Suas roupas são feitas de folhas secas de
bananeira e somente sai depois da meia
noite e retorna às cinco horas da manhã,
com o nascer do sol.
As festas de Eguns são realizadas durante
três dias e os Eguns saem da floresta,
De frente para os espectadores e cultuadores,
os EGUN_PARA_KA, sai no
final dançando e alegrando e depois do cerimonial
eles voltam para a floresta da
morte.
OEGUNGUN da cidade de ÒYÒ
chama-se AJOBIEWE. E veste-se com
uma roupa feita de retalhos que cobrem seu
corpo todo.
Os Eguns que são cultuados na maior
parte da Nigéria tem mais de dois ou três
mil anos de assentados.
EGUN OKE SERU: É o Eguns das crianças,
e somente dá sustos nas pessoas.
Sua roupa é de trapos velhos e ele usa uma
vara na mão de ATORI. Se por acaso pegar
alguém bate com ela até cansar.
EGUN ALAPANSAPO: É um Egun
muito brabo, sai somente em IBADAN,
quando esse EGUN sai , os maridos escondem
suas mulheres, porque esse EGUN
não gosta de mulheres. Se por acaso alguma
mulher o ver, deita-se imediatamente
de bruço no chão em sinal de subserviência,
pois só assim ele não fará mal nenhum.
BÀBÀ EGUN: Espíritos de iniciados no
culto dos ORISÀS do sexo masculino, especialmente
preparados para serem invocados,
aparecem recobertos de panos coloridos,
que permitem aos espectadores,
perceber ligeiramente formas humanas de
alturas diversas e corpos.
A presença de EGUN é a maior afirmação
mais evidente da continuidade da
vida.
No mês de setembro de 2007 eu toquei o
axexê da zeladora Gertrudes de Ogun
Boni,
E arrumei o lessem completo. Aherdeira
foi à zeladora Nidê da Osun, mudando o
nome da roça para:
ILÊ AXÉ OSUN ABAIA OJÚ OGUN
que fica situado a Rua do Planalto Q.30
L.5Jardim Miriandi, Alcântara - São
Gonçalo.
Tel.: 26 03 67 18
No mês de dezembro de 2007 arrumei o
lessem da casa da zeladora Jocelina de
XangôO endereço de sua roça é Rua José
Arraial nº41_Pacheco -São Gonçalo.Tel.:
27 24 56 08E graças aos Ancestrais todos
estão passando muito bem.
Arrumei outros lessens em todo nosso
Brasil e me sinto muito feliz por ajudar a
muita gente que bate na minha porta.
Agradecimentos ao Advogado,
Jornalista e BÀBÀ ÒRISÀ João Batista de
Ayrá e sua esposa que também é uma
grande Zeladora de Santo e que AJÈ
SALUGA dê a toda sua família e a minha
também e de todos os leitores muitas
riquezas são os votos do Dote Silvio de
Otolú e da Doné Alzira da ÒSÙN.
Olorum Modupé para todos os leitores.
sutil, galgam-se degraus políticos, jurídicos e
sociais, na busca pelo respeito pleno ao direito
de culto. Louvados sejam esses movimentos,
e aqueles que a frente dos mesmos,
expõe-se a criticas, elogios, e perseguições. É
disso que os espiritualistas precisam. É nisso
que devem se envolver cada vez mais. E isso
deve se tornar um hábito, na busca de uma
soberania, não a soberania tirana, que impõe
seus postulados a quem não os professar,
mas tão somente, uma soberania de respeito
à liberdade de culto, pautando sempre pela
reciprocidade, pois será respeitando a si
mesmo e a seus iguais, e depois seus diversos
(crentes de outras religiões), que a religião
espiritualista surgirá finalmente como
uma opção verdadeira, a quem quer que
queira entrar na mesma, para deixar de ser
uma religião tão somente de laço consangüíneo,
que afasta e discrimina, pois quem não
quer ser discriminado jamais deverá discriminar.
31 de janeiro – Dia Internacional da Solidariedade
Desde a Pré-História, o ser humano entendeu a necessidade de ser solidário Solidariedade: cooperação ou assistência moral que se manifesta ou testemunha a alguém, em quaisquer circunstâncias (boas ou más). É solidário quem age com o intuito de confortar, consolar, oferecer ajuda. Não se ensina a solidariedade com palavras, pois esta nasce no íntimo de cada pessoa.
Para que a solidariedade se mostre autêntica, tem que partir da vontade real da pessoa de ser útil a seu semelhante e à sociedade. Desde a Pré-História, o ser humano entendeu a necessidade da solidariedade, sem a qual não poderia viver. Os homens das cavernas caçavam juntos e dividiam as tarefas do cotidiano para garantir a sobrevivência em uma época em que tudo era um grande desafio.
Com o passar do tempo, a população mundial foi crescendo e necessitou de uma nova organização para que pudesse funcionar. Assim, surgiu a figura do Estado, que centralizava o poder de gerenciamento para o bem comum. Essa centralização, porém, aos poucos se tornou obsoleta para a população da terra.
O Estado já não era suficiente para suprir toda essa demanda. Dessa maneira, foram criadas organizações não-governamentais (ONGs) sem fins lucrativos, com a função de ajudar o Estado a cumprir suas metas. A solidariedade patrocinada por essas ONGs tem sido um importante auxílio às pessoas carentes.
Fonte: Quiosque
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Igreja Católica do México combate onda de crimes com exorcismo
A Arquidiocese da Cidade do México vai formar mais padres exorcistas para combater “práticas demoníacas”, que são as responsáveis pela onda de violência que atinge o país nos últimos anos, conforme acredita a igreja.
“Se você facilita o ataque do demônio, está facilitando o seu trabalho”, disse o padre Pedro Mendonza Pantoja, coordenador dos exorcistas daquela arquidiocese. “Há pessoas que se afastam de Deus para buscar o mágico, uma saída fácil para os problemas.”.
O plano da Igreja Católica é que haja nas grandes paróquias do país pelo menos um padre especialista em tirar o diabo das pessoas. No ano passado, abriu um templo – a Capela das Almas Benditas do Purgatório, em Queretaro – dedicada exclusivamente ao exorcismo.
O aumento de adeptos ao culto pagão da Santa Morte (conhecida por La Santíssima Muerte ou Doña Sebastiana) tem sido apontado por sacerdotes como prova de que o Satanás se encontra na ofensiva. Os devotos rezam à divindade com o pedido de proteção, amor e sorte. Ela seria a preferida dos narcotraficantes.
Recentemente, a Procuradoria Geral da Justiça prendeu o líder do Santuário Nacional da Santa, David Romo, sob a acusação de sequestro.
Documento da arquidiocese publicado recentemente relata rituais espíritas e bruxaria como práticas demoníacas mais frequentes no país.
Protestantes acusam a Igreja Católica de apelar ao exorcismo para que as pessoas frequentem mais a igreja. Sociólogos, médicos e ateus acusam-na de estar resgatando o fanatismo medieval, porque as causas da violência são sociais, além da falta de empenho das autoridades em combatê-la.
A associação da violência ao Satanás agrada as autoridades porque, assim, elas têm mais um argumento para justificar seu fracasso no combate à violência. Podem dizer que afinal lutam contra um inimigo poderoso.
Com informação da BBC Brasil.
paulolopesweblog
“Se você facilita o ataque do demônio, está facilitando o seu trabalho”, disse o padre Pedro Mendonza Pantoja, coordenador dos exorcistas daquela arquidiocese. “Há pessoas que se afastam de Deus para buscar o mágico, uma saída fácil para os problemas.”.
O plano da Igreja Católica é que haja nas grandes paróquias do país pelo menos um padre especialista em tirar o diabo das pessoas. No ano passado, abriu um templo – a Capela das Almas Benditas do Purgatório, em Queretaro – dedicada exclusivamente ao exorcismo.
O aumento de adeptos ao culto pagão da Santa Morte (conhecida por La Santíssima Muerte ou Doña Sebastiana) tem sido apontado por sacerdotes como prova de que o Satanás se encontra na ofensiva. Os devotos rezam à divindade com o pedido de proteção, amor e sorte. Ela seria a preferida dos narcotraficantes.
Recentemente, a Procuradoria Geral da Justiça prendeu o líder do Santuário Nacional da Santa, David Romo, sob a acusação de sequestro.
Documento da arquidiocese publicado recentemente relata rituais espíritas e bruxaria como práticas demoníacas mais frequentes no país.
Protestantes acusam a Igreja Católica de apelar ao exorcismo para que as pessoas frequentem mais a igreja. Sociólogos, médicos e ateus acusam-na de estar resgatando o fanatismo medieval, porque as causas da violência são sociais, além da falta de empenho das autoridades em combatê-la.
A associação da violência ao Satanás agrada as autoridades porque, assim, elas têm mais um argumento para justificar seu fracasso no combate à violência. Podem dizer que afinal lutam contra um inimigo poderoso.
Com informação da BBC Brasil.
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Polícia de Recife afirma haver indício de que autoflagelação matou padre
Colegas de trabalho do padre Ferdinand Azevedo (foto), 72, encontraram-no morto na segunda-feira (17) em um apartamento da Ordem Jesuíta na cidade Paulista, a 17 km de Recife (PE).
Na quinta, a polícia informou em que circunstância estava o corpo nu e em decomposição: uma corrente que saia de um pino na parede circundava o pescoço e uma corda amarrada na cintura prendia o braço esquerdo para trás. O padre usava a corda em celebrações de missa.
Severino Arruda, perito do Instituto de Criminalística, disse que as marcas no corpo são indícios de que o padre possa ter morrido durante uma sessão de autoflagelação em decorrência de um movimento mais brusco, em um acidente. Mas ele não descartou a possibilidade de o padre ter usado o equipamento de autoflagelação para se suicidar. Falou que só será possível se chegar a uma conclusão quando os laudos ficarem prontos, na segunda quinzena de fevereiro.
O certo é que não houve latrocínio (roubo seguido de morte). Nada foi levado do apartamento, incluindo R$ 600 do padre, e não havia sinal de violência, como arrombamentos e móveis desarrumados por luta corporal.
O norte-americano Azevedo era professor do curso de mestrado em ciências da religião da Unicap (Universidade Católica de Pernambuco), em Recife. Também era diretor da biblioteca da universidade, em cujo campus morava desde 1975. Estava em Paulista havia uma semana para um retiro espiritual.
A Ordem dos Jesuítas, em nota, informou que tem colaborado com as investigações, mas suas informações não sustentam nenhuma das duas hipóteses levantadas pela polícia. Comunicou que seus sacerdotes não se flagelam, negou que houvesse no local instrumentos dessa prática e disse que Azevedo não cometeria o suicídio.
O padre Pedro Rubens, reitor da universidade, confirmou a versão de que Azevedo não tinha perfil de suicida. “Ele não apresentava nenhum vestígio de depressão, tristeza, amargura ou revolta”, disse. “Quem o conhece pode testemunhar que ele tinha uma vida que não combina com esse tipo morte.”
O auge da autoflagelação na Igreja Católica ocorreu na Idade Média. De acordo com a crença, trata-se de uma forma de livrar o corpo das tentações do diabo de modo a preservar o espírito da perdição. Sacerdotes que se flagelam acreditam que assim ficam mais próximo de Deus.
Com foto da Unicap e informação de pe360graus
paulolopesweblog
Evangélico afirma que Haiti é maldito porque fez pacto com o diabo
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
O líder evangélico americano Pat Robertson (foto), 80, disse que o Haiti tem sofrido desastres naturais e está na miséria por castigo de Deus porque em 1804 fez um pacto com o diabo para expulsar os colonizadores franceses.
Em entrevista ao Christian Broadcasting Network The 700 Club, o pastor disse: “Algo aconteceu há muito tempo no Haiti, e as pessoas podem não querer falar sobre isso. Eles [os haitianos] estavam sob o domínio dos franceses, de Napoleão III, e então fizeram um pacto com o diabo. Eles disseram que serviriam ao diabo se ficassem livres dos franceses. E o diabo disse: ‘Ok, é um bom negócio’. Esta história é verdadeira.”
Como prova da maldição, Pat Robertson falou que a República Dominicana, vizinho do Haiti, na mesma ilha, é um país próspero, saudável e abundante em recursos.
O pastor pediu aos fiéis para que rezassem de modo que Deus perdoasse os haitianos. “Deus poderá suspender a maldição. Estou otimista.”
O pastor Franklin Graham, 57, também pediu orações para o Haiti, onde estivera recentemente.
Em um culto na Universidade de John Brown, no Arkansas, ele disse de sua ajuda ao Haiti: entregou exemplares da Bíblia a milhares de pessoas reunidas no estádio de Porto Príncipe, a capital do país. “Eu os convidei para que recebessem Cristo no coração.”
Vítima da natureza e de governantes ladrões, o Haiti precisa, neste momento, sobretudo de comida e assistência médica.
Com informação do The Huffington Post e The Christian Post.
paulolopesweblog
comentário:
Incrível a capacidade das pessoas em se colocar entre Deus e os homens, como se mensageiros fossem, e com a concepçõ de que teriam a capacidade da ubiquidade, ou seja, de estarem em vários lugares ao mesmo tempo, como no caso do ilustre Pastor americano, que utiliza o nome de Deus para referendar as suas afirmações absurdas e reacionárias, principalmente quando ele afirma que Deus amaldiçoou o Haiti por conta do pacto que este país teria feito om o demônio para expulsar os franceses do seu território em 1904.Ora! Como sabe este pastor desta tal maldição, ele estava ao lado de Deus, quando este jogou a maldição no Haiti? Como ele poderia ao mesmo tempo estar na terra e no céu ? Outra heresia e hipocrisia praticadas por ele, é quando afirma,“Deus poderá suspender a maldição. Estou otimista.”
Onde ele foi buscar tanta certesa desta maldição e de que Deus poderá pedoar o Haiti ? Tudo isto, somente vem reforçar a concepção que todos nós temos de que em nome do fator religioso,podem tudo, inclusive agredir a opção religiosa das pessoas. este comportamento,tem um nome, ou seja, a exploração da fé alheia. Ao invés desse pregoiero de falsos milagres, fingir deconhecer a desgraça natural que se abateu sobre o Haiti, prefere atribuir tal desgraça a um fenômeno religioso motivado por um comportamento do povo haitiano, que por conta de um acordo subjetivo (que não se pode provar) teria pactuado com o "demônio". Referindo-se para dar maior credibilidade as suas absurdas afirmações, o fato de que o país vizinho do Haiti, a República Dominicana, é um país próspero. Se aceitassémos tal teoria absurda, poderiamos afirmar que a trajédia que se abateu sobre as cidades serranas do Rio de Janeiro, poderia ser classificada como um castigo de Deus por conta do Rio de Janeiro, depois do Rio Grande do Sul e da Bahia, ser o estado que mais tem terreiro de umbanda e candomblé e se encontra na vanguarda da defesa da liberdade de culto e em luta constante contra a intolerância religiosa, sendo o único estado no Brasil onde a justiça mandou para a cadeia pastores evangélicos por depredarem e desrespeitarem a religião afro-brasileira.
graças a Deus que este pastor não é brasileiro, apesar do que os nossos pastores tupiniquins, não deixam nada a desejar nesse sentido, mas por aqui nas terras de Tupã, de Jeová, dos encantados, caboclos, pretos velhos e orixás, a reação a esses ataques já tomou forma aqui no Brasil, ainda bem.
João Batista de Ayrá/advogado/joprnalista/babalorixá
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Cão permanece ao lado da sepultura da dona, após tragédia em Teresópolis, RJ
Em meio às centenas de imagens desoladoras sobre a tragédia nas cidades da região serrana do Rio de Janeiro, parcialmente destruídas por deslizamentos de terra nas encostas das montanhas, uma em especial chama a atenção. Um cão permaneceu ao lado da sepultura de sua dona, Cristina Maria Cesario Santana, que morreu em consequência da catástrofe que atingiu Teresópolis.
Caramelo (que algumas fontes dizem chamar Leão) vivia com Cristina e mais três pessoas. Todas morreram, mas o cão se salvou e ajudou os membros do resgate a localizarem os corpos. Segundo o relato de membros da ONG Estimação, que passaram a cuidar do animal, o cão “está muito carente e pula no colo de qualquer pessoa que se aproxime”.
ATUALIZAÇÃO: o cão Caramelo foi adotado por uma família que vive na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. A ONG Estimação, contudo, ainda mantém outros cães para adoção e precisa de ração, jornal, potes, coleiras e tapetes para os animais recolhidos na região serrana fluminense. A Estimação também aceita doações em dinheiro.
(Fotos: Vanderlei Almeida AFP
comentário:
Quisera que os homens tivessem tantos sentimentos quantos tem um simples animal, tido como o verdadeiro amigo do homem. Uma amizade sincera, sem interesses escusos, exceto alguma coisa para comer, uns afagos, uma atenção, um teto...tão pouco, para tanto carinho e dedicação.A lição que ele nos ensina: Temos que aprender a nos amar mais e melhor, e com sinceridade.
João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá
21 de Janeiro – Dia das Religiões
A palavra RELIGIÃO se origina do latim ‘Religare’, significando o laço que liga o homem à Deus, ou às divindades. Pode-se definir RELIGIÃO como um conjunto de normas e regras – DOUTRINA-, que norteia a vida de seus adeptos. A doutrina pode manipular o comportamento e a racionalidade humana, que por sua vez, pode desencadear o fanatismo, ou fundamentalismo – visão única e radical da realidade.
O princípio BÁSICO e COMUM das religiões é a crença de uma força inteligente sobrenatural, considerada como criadora do Universo, e na continuidade da vida após a morte através da existência de outros planos, que não o físico: O MUNDO ESPIRITUAL.
A religião acompanha a história do homem, desde seu aparecimento na terra. Independente da designação que receba, ela se baseia sempre em rituais praticados sozinho ou em grupos e, na crença numa força maior, para a qual são dedicados sentimentos de amor, confiança ou respeito. O mecanismo que possibilita a religião é a FÉ. Acreditava-se que os animais, as plantas, os rios, o mar, o sol e a lua continham espíritos, sendo preciso estar em harmonia com eles. O antropólogo E. B. Tylor chamou esta “religião inicial” de animismo. Segundo Tylor, as religiões foram evoluindo junto com a humanidade, tanto cultural quanto tecnologicamente. Quando o homem abandonou sua postura nômade e passou a se fixar em determinadas áreas, surgiu o politeísmo (crença em vários deuses); e depois, com o surgimento da noção de grupos sociais, aparece o monoteísmo (crença em um único Deus).
As religiões apareceram para responder aos homens o quê eles não compreendiam e que a ciência não explicava.
INTERRELIGIOSIDADE – Admitir que a religião do outro é tão eficiente quanto a sua!
Fonte:
IBGE
Jornal A GAXÉTA
Imagem: Ricardo
Tratamento Digno e Respeitoso às Comunidades Tradicionais de Terreiros
A Constituição da República proclama em seu artigo 5°, inciso Vl, que é inviolável a liberdade de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo na forma de lei a proteção aos locais de cultos e suas liturgias.A mesma lei maior da nação, afirma dentre os objetivos fundamentais da República no artigo 3º, promover o bem de todos, sem preconceito de origem de raça, sexo, cor e idade e quaisquer outras formas de discriminação.O Programa Nacional de Direitos Humanos, dispõe dentre suas garantias, no ítem 109, o direito a liberdade de crença e cultos á todos os cidadãos brasileiros e no 110, prevenir e combater a intolerância religiosa, inclusive as minoritárias e os cultos afro brasileiros.Com muito empenho e militância foram construídas uma série de ações, renovando o compromisso de combate á Intolerância Religiosa, uma luta histórica, desde o período Colonial.Marchas, Congressos, Fóruns de Debate, Audiências Públicas construiu nossa unidade em torno do mesmo objetivo.Nossa caminhada em direção aos nossos ideais foi fortalecida pela atuação do Presidente Lula,que em favor das Comunidades Tradicionais de Terreiros, instituiu em forma da Lei 11.635, de 27/01/2007, o 21 de Janeiro como Dia Nacional de Combate á Intolerância Religiosa, com o papel de que se cumpra um efeito positivo de solidariedade às relações religiosas.
Uma profunda reflexão se faz necessária para que possamos avaliar nosso comportamento e pensamento sobre a opção de credo.
Precisamos avançar na busca do diálogo inter religioso, para garantir às futuras gerações, uma relação de confiança e respeito, onde cada qual cultuando o seu Deus, conviverá de forma fraterna, rompendo com a Intolerância Religiosa.
NOSSA LUTA VAI CONTINUAR
ASÉ
EDNA LOURENÇO
PRESIDENTE DO GRUPO FORÇA DA RAÇA
COMBATE AO RACISMO DO PT DA MACRO CAMPINAS
Texto enviado por Edna Lourenço – Publicado na íntegra
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Iurd terá de pagar R$ 2,6 milhões a pastor expulso por suposto adultério
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
A Justiça do Trabalho do Rio confirmou a condenação da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus) para que indenize um pastor expulso em 1994 por adultério sem que houvesse prova da acusação. A indenização é de R$ 2,6 milhões. Cabe recurso à sentença. O pastor estava na Universal havia 13 anos.
Pelo regimento interno da igreja, teria de ser instaurado um procedimento para se provar o adultério, o que não ocorreu. O pastor recorreu à Justiça com a queixa de que sofreu danos morais, além de ter o seu casamento desfeito.
No entendimento do juiz substituto Glener Pimenta Stroppa, da 49ª Vara do Trabalho, a ex-mulher do pastor, quando deu depoimento como testemunha, mostrou-se “pressionada a firmar declarações mentirosas em relação à conduta infiel” do marido. Disse que o pastor foi exposto a “uma situação constrangedora e de vergonha” diante de sua família.
Stroppa reconheceu que a sentença extrapola a competência da Justiça do Trabalho porque considera aspectos (como adultério) que não fazem parte de uma relação trabalhista. Lembrou, contudo, que tal abordagem tem o amparo de uma emenda constitucional.
Há pelo menos outros dois pastores demitidos pelo mesmo motivo, ambos de cidades do interior paulista. Em uma das gravações de videoconferência de 2008 da Universal obtidas pela Folha de S.Paulo, o bispo Romualdo Panceiro, o segundo na hierarquia da igreja, aparece dispensando-os sumariamente.
Um dos pastores foi denunciado à igreja pela própria amante, uma "senhora casada". Como prova do adultério, ela citou uma particularidade dele. Nas gravações, o bispo questionou o pastor diante de seus colegas: “Como ela vai saber que seu saco é raspado?”
Com informação do Tribunal Regional do Trabalho do Rio e do arquivo de Paulopes Weblog.
Pai de santo pega 20 anos de prisão por assassinato em ritual satânico
A população de Caruaru, no agreste pernambucano, ficou chocada em janeiro de 2009 com a crueldade de um crime: o esquartejamento do corpo do descarregador de caminhão Siconed Lima Bezerra, 33. Os pedaços do retalhamento foram encontrados em dois bairros. A cabeça, as mãos, o pênis e parte das nádegas estavam cozidos dentro de dois caldeirões.
Na última quarta-feira (12), o juiz Walmir Ferreira Leite condenou o pai de santo Jandeilson Mendonça de Queiroz (foto), 23, a 20 anos de prisão pelo assassinato.
A polícia pegou Queiroz no mesmo dia do crime e o manteve sob prisão preventiva até o dia do julgamento.
Quando foi preso, o pai de santo confessou o assassinato, segundo informação da polícia na época. Ele teria dito que conhecia Bezerra, que na noite do crime dormiu na casa dele. Queiroz disse à polícia que, a pedido de uma entidade espiritual, de madrugada matou Bezerra durante um ritual satânico.
Posteriormente, o pai de santo negou ter matado Queiroz e que tivesse realizado um ritual de magia negra, mas disse ter esquartejado o corpo para encobrir o assassinato. Falou que estava tomado por uma ‘entidade’.
Na casa de Queiroz, a polícia encontrou um colchão com marcas de sangue e uma faca que teria sido usada para o esquartejamento.
A família de Bezerra (foto) garantiu que ele nunca esteve envolvido com drogas, mas que era mulherengo. Existe a possibilidade, segunda a família, de Suzana Alves de Lima, companheira do pai de santo, ter sido um dos “casos” do descarregador.
Suzana irá a julgamento no próximo mês sob acusação de envolvimento no crime.
Com informação do Jornal do Commercio.
paulolopesweblog
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Yemanjá Branca – Umbanda e Catolicismo
No processo de formação da Umbanda, seus traços africanos originais são deixados de lado, assumindo características inteiramente européias Na África, Yemanjá governa a fertilidade e a maternidade das mulheres e também a colheita do inhame novo. E no Brasil a sua ascensão ocorreu à posição de grande mãe, perdendo suas características de mulher guerreira e de amante ardorosa, em função de sua associação com Nossa Senhora, a mãe virgem e casta. Mesmo considerada agora o Orixá do Mar, Yemanjá continua a ser saudada no Candomblé com a expressão originalmente africana “Odoiyá”, que significa Mãe do Rio, mas foi sua filha Oxum que herdou no Brasil todos os rios e regatos.
Outro aspecto de Yemanjá no Brasil a liga à figura da Rainha do Mar, personagem importante na vida dos pescadores. Este aspecto marítimo desenvolveu-se associando Yemanjá à figura da sereia, não só a européia, mas também a africana.
Como figura marinha, Yemanjá desempenha duplo papel. De um lado ela é a mãe que propicia a pesca abundante – que controla o movimento das águas, ondas e marés – da qual depende a vida do pescador. De outro ela é a sereia sedutora, sexy, que atrai o pescador, o ama e o mata ou o deixa morrer nas profundezas do mar para onde o leva e onde o prende para amá-lo.
Quanto mais o papel de Yemanjá como mãe se fortaleceu, mais foi se aproximando da mãe dos católicos, Nossa Senhora, com a qual é sincretizada nas diversas regiões do Brasil. Tanto é assim que suas festas mais importantes são comemoradas de acordo com o calendário católico. Com o surgimento da Umbanda na década de 1930, Yemanjá tem reforçado seu papel de mãe estritamente associada à Nossa Senhora. Ela assume aspectos que deixam de lado – conforme se dá em todo o processo de formação da Umbanda – seus traços africanos originais, assumindo características inteiramente européias.
Ela agora é branca, de longos cabelos negros e lisos, usa um vestido azul de mangas longas, trazendo na cabeça um diadema em forma de estrela. Ela é Stella Maris, como é Nossa Senhora. Embora ela seja a Grande Mãe da Umbanda, ao lado do Grande Pai que é Oxalá, seu papel cotidiano Umbandista é bastante reduzido. Ela assume a chefia de falanges de “espíritos de luz”, comandando espíritos de Caboclos e Iaras que, muitas vezes, recebem nomes alusivos a tal aspecto, como exemplo: Caboclo do Mar, Caboclo Estrela do Mar, Janaína, Cabocla Iara etc.
Na Umbanda, o duplo aspecto de Yemanjá como mãe e amante ficou limitado apenas ao primeiro, sendo que os aspectos ligados à sexualidade foram transferidos para outra entidade que é a Pombagira, associada à condutas muitas vezes consideradas imorais pela sociedade. É portanto na Umbanda que Yemanjá, como mãe, teve sua elaboração mais próxima das concepções da sociedade brasileira inclusiva, ou seja, da sociedade branca.
Outras formas de contato com a Rainha do Mar, a julgar pela crescente presença da população nas festas celebradas nas praias brasileiras – se não for fé, pelo menos pela emoção da participação coletiva – tornam possível declarar Yemanjá como o Orixá mais popular do Brasil, visto pelo povo do Candomblé, pelo povo da Umbanda ou ainda pela sociedade como um todo.
Fonte: Yemanjá, a Mãe Poderosa – Armando Vallado
Le Monde Diplomatique
Imagem: Tarologa Cecilia
Causas da homossexualidade
Existe gente que acha que os homossexuais já nascem assim. Outros, ao contrário, dizem que a conjunção do ambiente social com a figura dominadora do genitor do sexo oposto é que são decisivos na expressão da homossexualidade masculina ou feminina.
Como separar o patrimônio genético herdado involuntariamente de nossos antepassados da influência do meio foi uma discussão que monopolizou o estudo do comportamento humano durante pelo menos dois terços do século XX.
Os defensores da origem genética da homossexualidade usam como argumento os trabalhos que encontraram concentração mais alta de homossexuais em determinadas famílias e os que mostraram maior prevalência de homossexualidade em irmãos gêmeos univitelinos criados por famílias diferentes sem nenhum contato pessoal.
Mais tarde, com os avanços dos métodos de neuro-imagem, alguns autores procuraram diferenças na morfologia do cérebro que explicassem o comportamento homossexual.
Os que defendem a influência do meio têm ojeriza aos argumentos genéticos. Para eles, o comportamento humano é de tal complexidade que fica ridículo limitá-lo à bioquímica da expressão de meia dúzia de genes. Como negar que a figura excessivamente protetora da mãe, aliada à do pai pusilânime, seja comum a muitos homens homossexuais? Ou que uma ligação forte com o pai tenha influência na definição da sexualidade da filha?
Sinceramente, acho essa discussão antiquada. Tão inútil insistirmos nela como discutir se a música que escutamos ao longe vem do piano ou do pianista.
A propriedade mais importante do sistema nervoso central é sua plasticidade. De nossos pais herdamos o formato da rede de neurônios que trouxemos ao mundo. No decorrer da vida, entretanto, os sucessivos impactos do ambiente provocaram tamanha alteração plástica na arquitetura dessa rede primitiva que ela se tornou absolutamente irreconhecível e original.
Cada indivíduo é um experimento único da natureza porque resulta da interação entre uma arquitetura de circuitos neuronais geneticamente herdada e a experiência de vida. Ainda que existam irmãos geneticamente iguais, jamais poderemos evitar as diferenças dos estímulos que moldarão a estrutura microscópica de seus sistemas nervosos. Da mesma forma, mesmo que o oposto fosse possível - garantirmos estímulos ambientais idênticos para dois recém-nascidos diferentes - nunca obteríamos duas pessoas iguais por causa das diferenças na constituição de sua circuitaria de neurônios. Por isso, é impossível existirem dois habitantes na Terra com a mesma forma de agir e de pensar.
Se taparmos o olho esquerdo de um recém-nascido por 30 dias, a visão daquele olho jamais se desenvolverá em sua plenitude. Estimulado pela luz, o olho direito enxergará normalmente, mas o esquerdo não. Ao nascer, os neurônios das duas retinas eram idênticos, porém os que permaneceram no escuro perderam a oportunidade de ser ativados no momento crucial. Tem sentido, nesse caso, perguntar o que é mais importante para a visão: os neurônios ou a incidência da luz na retina?
Em matéria de comportamento, o resultado do impacto da experiência pessoal sobre os eventos genéticos, embora seja mais complexo e imprevisível, é regido por interações semelhantes. No caso da sexualidade, para voltar ao tema, uma mulher com desejo sexual por outras pode muito bem se casar e até ser fiel a um homem, mas jamais deixará de se interessar por mulheres. Quantos homens casados vivem experiências homossexuais fora do casamento?
Teoricamente, cada um de nós tem discernimento para escolher o comportamento pessoal mais adequado socialmente, mas não há quem consiga esconder de si próprio suas preferências sexuais.
Até onde a memória alcança, sempre existiram maiorias de mulheres e homens heterossexuais e uma minoria de homossexuais. O espectro da sexualidade humana é amplo e de alta complexidade, no entanto; vai dos heterossexuais empedernidos aos que não têm o mínimo interesse pelo sexo oposto. Entre os dois extremos, em gradações variadas entre a hetero e a homossexualidade, oscilam os menos ortodoxos.
Como o presente não nos faz crer que essa ordem natural vá se modificar, por que é tão difícil aceitarmos a riqueza da biodiversidade sexual de nossa espécie? Por que insistirmos no preconceito contra um fato biológico inerente à condição humana?
Em contraposição ao comportamento adotado em sociedade, a sexualidade humana não é questão de opção individual, como muitos gostariam que fosse, ela simplesmente se impõe a cada um de nós. Simplesmente, é!
Drauzio Varela
A Ética e a Moral na Religião Tradicional Africana
Mau comportamento pode destruir o destino de uma pessoa, enquanto bom caráter é uma armadura suficiente contra o mal e a desgraça – por Mário Filho Ao contrário do que muitos pensam, a ética e a moral são de importância substancial no pensamento e na vida dos africanos, que são baseadas nos costumes, em leis tradicionais, tabus e tradições de cada um dos povos da África. Deus é visto como o derradeiro sancionador e sustentador da moralidade. O relacionamento humano pelo parentesco e vizinhança é extremamente importante e a ética e moral tradicionais são construídas, largamente, através das relações humanas.
Moralidade pode ser resumida, em Yorùbá, pela palavra Ìwà - caráter. Os Akan de Gana chamam o caráter de suban. Caráter é a essência da ética africana e sobre ele se estabelece a vida de uma pessoa. Deus exige que o homem seja puro eticamente. Deus é o buscador de corações, que a tudo vê e sabe e cujo julgamento é correto e inevitável. Deus julga os homens por seu comportamento aqui e agora, bem como no porvir. Dessa forma a paz na vida após a morte é decidida de acordo com a moral exercida, pelo ser humano, sobre a terra. Mau comportamento pode destruir o destino de uma pessoa, enquanto bom caráter é uma armadura suficiente contra o mal e a desgraça.
Os costumes regulam o que deve e o que não deve ser feito. De acordo com John Mbiti: “Roubar, agredir as pessoas, mostrar desrespeito aos mais velhos, mentir, praticar feitiçaria, dormir com a mulher de alguém, matar, caluniar as pessoas e assim por diante são consideradas grandes ofensas, que podem ser severamente punidas pela sociedade através do degredo, indenização, pagamento de multas, espancamento, apedrejamento e até mesmo a morte. Por outro lado, a bondade, a cortesia, a generosidade, a hospitalidade, o respeito, a diligência, a frugalidade e o trabalho duro são aspectos da moral ensinada às crianças em várias comunidades africanas, como princípio básico de vida.”
Os Yorùbá e, na verdade, os africanos têm a moralidade como a essência que torna a vida alegre e agradável. Para os Yorùbá, segundo Bólájí Ìdòwú, o bom caráter (ìwà rere) deve ser a mola mestra na vida das pessoas. De fato é isso que distingue o ser humano dos animais. Quando os Yorùbá dizem de alguém O şe Ènìyàn (os atos da pessoa), querem dizer que ela se comporta como deve, ou seja, ela mostra que sua vida e suas relações com os outros são regrados pelas suas melhores características. A descrição contrária Kìí şe ènìyàn, n şe lof’awon ènìyàn bora (Ele não é uma pessoa, ele assumiu a pele de uma pessoa). Isso significa que a pessoa é socialmente indigna; em consequência de sua característica, não está apta a ser chamada de pessoa, embora tenha a aparência de uma.
Em geral, deve-se dar ênfase a que Deus, as divindades e os antepassados requerem um bom comportamento dos seres humanos. Mas podemos perguntar por que as pessoas que seguem a Religião Tradicional Africana, assim como os seguidores de outras religiões (Cristianismo, Islamismo, Judaísmo, Hinduísmo, etc.), praticam atos imorais? A resposta é simples: hoje, muitas pessoas professam uma determinada religião, porém deixam de agir de acordo com os princípios e os ditames dessa mesma religião, que é a principal causa para os atos de corrupção, violação dos Direitos Humanos, péssimas práticas eleitorais, etnicismo, bem como outras práticas imorais e éticas.
No entanto, esses problemas não são insuperáveis, basta que as pessoas façam valer aquilo que aprenderam e unam a religião à moralidade, que são coisas indissociáveis. Um adágio Yorùbá diz Ìwà l’èsìn, Èsìn ni Ìwà (religião é uma exibição de moralidade, moralidade é o maior ato de adoração). Por isso é que os adeptos das diversas religiões devem saber e acatar que nossos atos de adoração só se tornarão dignos e significativos ao Criador, se eles forem acompanhados pela ética e pela moral.
Mário Filho - Bacharel em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, com Especialização em Políticas Públicas de Gestão em Segurança Pública e Ciências da Religião (ambas pela PUC/SP)
Texto enviado por Egbomy Conceição Reis de Ogum – INTECAB/SP
Imagem: Carybe
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