Silas Malafaia começa a fazer campanha para Bolsonaro
Agora, Malafaia gravou um vídeo [ver abaixo] criticando a Folha de S.Paulo por, segundo ele, fabricar um escândalo atribuindo à família de Bolsonaro lavagem de dinheiro na compra de imóveis.
Malafaia afirmou que não concorda com Bolsonaro em muitas coisas, mas, preste atenção, o pastor deverá gravar outros vídeos em defesa do “político injustiçado”.
Faz sentido, porque Bolsonaro, um cristão fundamentalista, é o candidato preferido dos evangélicos, de acordo com pesquisas.
Bolsonaro tem se colocado como o Trump brasileiro, mas as consequências aqui de uma provável eleição dele poderão ser piores do que tem ocorrido nos Estados Unidos, porque a nossa democracia não é tão robusta quanto a de lá.
Quem tem um mínimo de apreço pelo Estado laico deve começar desde já a se opor abertamente à candidatura de Jair Bolsonaro (foto) à Presidência da República.
Por um motivo óbvio: Bolsonaro é um inimigo declarado da separação entre Estado e Igreja.
Em fevereiro de 2017, em Campina Grande (PB), ele disse isto: “Não tem essa historinha de Estado laico, não. O Estado é cristão, e a minoria que for contra, que se mude”. [ver vídeo abaixo].
Essa declaração de intolerância religiosa tem de ser levada a sério, porque Bolsonaro, embora folclórico, tem, neste momento, chances de se eleger. Ele aparece no segundo turno das eleições presidenciais em todas as pesquisas.
É preciso, portanto, alardear que Bolsonaro é um candidato do retrocesso à Idade Média.
É bem verdade, já se sabe, que não haverá nenhum candidato a presidente que faça uma firme defesa do Estado laico, de modo a deixar claro que a Igreja e lideranças religiosas não podem se meter na administração pública.
Os candidatos, sem exceção, vão agradar as lideranças religiosas, na expectativa de obter os votos do rebanho.
Tem sido assim e assim continuará.
Mas Bolsonaro, diferentemente, já se assumiu como um “aitolá”, alguém que, maluco como é, como o Trump, tentará colocar em vigor uma sharia, se eleito.
Nos Estados Unidos, as instituições democráticas têm resistido a Trump, mas no Brasil, onde se compra parlamentares a baciada, há dúvidas de que haja o mesmo em relação a Bolsonaro.
O Estado laico brasileiro tem sido bombardeado intensamente nos últimos anos, inclusive pelo próprio Supremo Tribunal Federal, que defenderia defendê-lo.
Por isso, o Estado laico ele tem de ser defendido contra depredadores como Bolsonaro e outros. Agora mais do que nunca.