quinta-feira, 22 de setembro de 2016

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22/09/2016

 

Pai de santo que apoia Crivella ficou chateado com reação de entidades da umbanda e do candomblé

Douglas Maia, pai de santo que posou para fotos com Crivella, frequenta terreiro em Jacarepaguá
Douglas Maia, pai de santo que posou para fotos com Crivella, frequenta terreiro em Jacarepaguá Foto: Reprodução
Rafael Soares
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O candidato a prefeito do Rio Marcelo Crivella (PRB) conheceu o pai de santo Douglas Maia no dia em que fez uma passeata em Madureira, na Zona Norte, no início de setembro. Na ocasião, Douglas, vestido com os trajes do candomblé, abraçou Crivella, posou ao lado do candidato e até subiu numa picape com ele. Dias depois, em seu site oficial, Crivella, bispo licenciado da Universal, noticiou o apoio de Douglas de Iansã à campanha.
O apoio de Douglas a Crivella desagradou entidades que estudam religiões de matriz africana. Em nota, divulgada ontem pelo EXTRA, instituições de vários estados, como Maranhão, Acre e Rio, lamentaram “a postura do religioso, que resolveu postar-se ao lado do seu algoz”, e o acusam de “equívoco e má-fé”.


Douglas frequenta o terreiro Igbá Asé Igí Afefé, do babalorixá Marcos, em Jacarepaguá. Segundo frequentadores da casa, ele foi iniciado há 12 anos no candomblé e tem filhos de santo, apesar de não ter um terreiro próprio.
— Ele ficou chateado com a reação. No candomblé, as pessoas não entendem aproximação com evangélicos — disse ao EXTRA uma pessoa que frequenta a casa.
Em seu perfil no Facebook, Douglas defende sua religião. Numa foto em que aparece numa festa no terreiro, o pai de santo escreveu a legenda: “Defendo aquilo em que acredito, protejo aquilo que amo, e jamais terei vergonha de ser quem sou”. Procurado, Douglas não quis falar com o EXTRA.

Pai de santo não gostou da reação de entidades da umbanda e do candomblé
Pai de santo não gostou da reação de entidades da umbanda e do candomblé Foto: Reprodução
Ao EXTRA, Crivella afirmou, através de sua assessoria de imprensa, que o pai de santo não trabalha na campanha. O candidato ainda alegou que “tem dito desde o início da campanha que respeita a todos, independentemente de credo e vai governar para todos os cariocas” e que “repudia qualquer ato de violência, seja ele contra qualquer pessoa, de qualquer religião”. Ele disse também que “é alvo de preconceito e campanhas covardes por meio de seus adversários políticos”. No próximo domingo, Crivella se comprometeu a assinar um termo de compromisso de manter a liberdade religiosa na cidade, na presença de representantes de várias religiões.
 
COMENTÁRIO DO BLOG:
A revolta com este "Elegun" (filho de Orixá), dos adeptos da religião de matriz africana,  é muito justa, pois a partir do momento em que vivemos em um país "laico", ou seja, não temos uma religião oficial, é justo que qualquer cidadão possa aderir a qualquer segmento religioso que se lhe aprouver, está na constituição federal. Todavia, o questionamento que se faz, é pelo fato de outras religiões não respeitarem os nossos postulados afro-brasileiro, mormente uma grande parte das igrejas evangélicas, capitaneadas pela Igreja Universal, a qual o Bispo Marcelo Crivella pertence (é sobrinho do Bispo Macedo), igreja esta, que responde e já respondeu na justiça inúmeras ações por intolerância religiosa.
Basta lembrar que nos programas televisivos que se dizem religiosos e de responsabilidade da Universal, nós o "povo de santo", somos alcunhados de "adoradores do demônio" , e que as nossas Entidades (Orixás, Inkissis, Voduns, Caboclos, Exus, Pretos Velhos entre outros), são chamados de "encostos". Basta relembrar o livro publicado pelo Bispo Macedo denominado de "Orixás", no qual, ele retrata a religião de matriz africana como o celeiro destes "encostos".
E até os dias atuais, nada mudou quanto a esta filosofia adotada por eles (evangélicos das igrejas eletrônicas). Pois continuamos, vivenciando uma verdadeira "guerra santa", pois que, somos açodados diuturnamente por eles, que procuram com seus ataques ao povo de santo, "encherem os seus templos", desrespeitando assim,a "laicidade" garantida pelo nossa Carta Magna, isto é público e notório.
Quanto a este cidadão, ele tem todo o direito de aderir tanto a campanha política a Prefeito do Senador Marcelo Crivella, como de qualquer outro candidato,o que ele não pode,é aparecer na mídia, usando os nossos trajes sacro-religiosos, e também,  usar um discurso afro, no qual afirma ser "pai de santo", e que tem um  determinado número de "filhos de santo", mas que somente não não tem ainda um TERREIRO, OU SEJA UM TEMPLO AFRO RELIGIOSO.    O que é um paradoxo, ou seja, uma incoerência, pois nesta situação, o máximo de votos que iria transferir para o Candidato Crivella, seria o dele e/ou de mais um ou dois"filhos de santo" seu. 
De forma, que os adeptos do culto afro no Município do Rio de Janeiro, nem devem se preocupar com esses quinze minutos de fama na mídia, dados a esse cidadão. Vamos nos preocupar  com outros desideratos mais importantes para para a nossa religião.
E que Exu, tenha pena, tenha dó dessa alma!
 
João Batista de Ayrá, advogado, jornalista, babalorixá.