terça-feira, 1 de setembro de 2020

 

LAMENTÁVEL TUDO ISSO !! FAÇO MINHAS SUAS PALAVRAS MEU IRMÃO!
A imagem pode conter: texto
Alberto Jorge Silva
 está com 
Alex Neves
 e outras 48 pessoas.
21 h 
Não sou de meias palavras, não sou de mandar indiretas.
Sou Sacerdote de Vòdùn Xɛbyosò Gbàdɛ́.
Vou direto ao ponto central.
Uma propaganda oferecendo fios de contas do Tambor de Mina, com marcação oriunda da Casa de Kadamanja, descendente direto do Terreiro do Egito, Casa onde fui feito no Tambor de Mina em 19 de Janeiro de 1988, e a quem ainda me sinto ligado pelos 30 anos de 33 anos de vida religiosa, por ser filho de Vòdunnòn Francelino de Shapanan, está revoltando todos nós que nos damos respeito enquanto mineiros de tradição.
Vamos aos fatos👇🏾
Texto da página de Facebook de
Cícero Centriny
, Sacerdote legítimo, da Casa Camafeu de Oxossi, São Luís do Maranhão, o qual subscrevo:
HUNJEVÉ O OBJETO SAGRADO DO POVO FON.
Entre o povo fon do Benin, existe o Hunjevé, que é um colar de miçangas vermelhas normalmente de 12 fios usados pelos vodunsis dos "voduns vermelhos" ou hunvé tais como Heviossô, Dan e Loko em certas regiões e henu vodun como Agassu, Adjhutó, Bosikpon, Savá, Ohwee, Kpentinkon e outros...
No Brasil pode ser chamado de Hunjeve, Humjébe ou Humjebê, é composto por um unico fio de miçangas na cor de ferrugem (entre o vermelho e o marron) intercalados com contas de coral.
O Hunveje é entregue ao vodunsi (rodante que entra em transe) do Candomblé Jeje na obrigação de 7 anos "Odu oyê". Somente os vodunsis tem o direito de usá-lo.
Em determinadas Casas é vetado o uso para Ogãs e Ekédjis.
No Terecô tradicional de Codó, numa época que o mesmo era totalmente africanizado os Hunjevis eram confeccionados com os excrementos das cobras e usados com exclusividade pelos filhos de Dan e Sapaktá respectivamente, costume abolido no Terecô contemporâneo.
No Tambor de Mina do Maranhão?
Aí já são outros quinhentos, tem que realmente deitar na esteira pra saber quem tem o direito de usá-lo, onde, quando e porque!
Agora temos que assistir estupefados a sandice, a falta de informação e de conhecimento da tradição de um povo, estão vendendo o que eles apelidam de "Hunjeve" aleatoriamente como se vende tomates na feira, barganhas nas redes sociais como se fosse uma mera bijouteria barata sem nenhum cunho religioso.
Por quem são confeccionados os tais hunjeves, por que mãos ou preceitos isso passa?
Quais as autoridades religiosas que chancelam essa venda de esquina?
Gente vamos parar com essa loucura e vamos respeitar o legado nos deixados pelos nossos ancestrais, pelos nossos mais velhos.
Não vamos comercializar nossas tradições por alguns trocados.
Ponham a mão na consciência tanto de quem vende como de quem compra.
Diante desse texto penso que temos uma primeira manifestação direta e objetiva.
Rogo, encarecidamente, à Andrew de Lissá, filho de axé de Mãe Tânia de Belém do Pará, que reveja essa sandice, comércio estapafúrdio.
Caso contrário iniciaremos uma campanha nacional desautorizando, deslegitimando, DESMORALIZANDO esse comércio ABSURDO, INACEITÁVEL E IMORAL!
Cada um tem o direito de buscar meios de ganhar a vida, mas ninguém tem o direito de lançar mão de um patrimônio material e imaterial de nossa Nação e Família de Acɛ́.
Manaus, 31 de Agosto de 2020
Festa da Família de Légua Bijí Bwá
Hòunnón Hɛ̀biosòsi
Pai Alberto Jorge Silva
Dotɛ́ do Xwégbɛ̀ Acɛ́ Mina Geeji Fɔn Vòdùn Xɛbyosò Gbàdé
Coordenador Geral da ARATRAMA
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