domingo, 22 de novembro de 2015




DIA

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Em dias passados, o que era apenas comemorado como o dia em homenagem a Zumbí dos Palmares, personagem símbolo da resistência contra a escravidão, sendo este, o responsável pela criação do maior quilombo já existente no Brasil Colônia, para onde se dirigiam os negros escravos, que logravam fugir dos seus feitores. Quilombo este que durante a sua existência tomou ares de um estado independente, porém, a Corôa, a exemplo de tudo que representava perigo para a sua hegemonia, determinou a sua extinção, com a prisão e morte dos resistentes, inclusive do seu líder maior, Zumbí. E tanto o seu nome quanto os seus feitos em prol do seu povo, ficaram para a posteridade.
Até que, nos dias atuais, os progressistas do Brasil, resolveram transformar este dia em dia da comemoração a Consciência Negra, em face dos movimentos sociais e petições dos afros descendentes, para que houvesse um respeito maior as suas origens. Sendo então, este dia transformado em feriado nacional. Nada mais justo! Muito embora as desigualdades continuem, o afro descendente continuam na sua grande maioria, morando em favelas (hoje denominadas de comunidades), escolhidos para os chamados subempregos, ganharam alguns avanços nas suas petições, hoje, possuem a lei de cotas, que lhes dá acesso as universidades, o racismo hoje é punido, mesmo que de forma branda, pois temos dois tipos de punições para o crime de racismo, se a prática racista for praticada de forma individual, teremos apenas o crime de injúria racial, punida com pena de um a três anos, consequentemente  jamais haverá a prisão corporal, no mínimo o regime aberto ou semiaberto, se o racismo for praticado contra uma coletividade a pena é maior, e é imprescritível. Hoje o negro fala um pouco mais alto, mas lá no fundo da nossa realidade brasileira, ele continua escravo de um sistema, que não obstante os avanços em favor do afro descendente ainda está eivado de muita discriminação, há muito, ainda o que caminhar neste sentido, mormente, quando nos deparamos com o fator religioso, que é o mais discriminado, a ponto de adeptos dos cultos afros serem alcunhados de adoradores do demônio e outras bestialidades mais. Quando sabemos, que em África jamais existiu esta figura desse tal demônio de rabo e de chifres, cuja figura fora trazida para o novo continente muito antes dos negros começarem a ser trazidos da África na condição análoga os de escravo. Os africanos sempre cultuaram as divindades ligadas à natureza, em essência, ou seja, sem imagem de barro ou de gesso, estas práticas vieram aprender no Brasil, inicialmente para esconder o seu culto que sempre fora de essência da natureza, surgindo daí, o tal sincretismo.
Que nos perdoem os adoradores de imagens, porém, hoje, já não existe esta necessidade, estamos livres para cultuar o dogma e seus fetiches que se nos aprouver, sem qualquer restrição. Todavia, como o País é laico, temos que respeitar a tudo e a todos, porém, a reciproca não é verdadeira deles para conosco.
Mas a luta tem que continuar pelo respeito a nossa origem, costumes e dogmas. Axé.
Autor João Batista de Ayrá-advogado/jornalista/babalorixá- E-Mail: drjbayra@hotmail.com – Tel. 99136-4780 / (21) 2671-1988