sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Iemanjá é depredada pela 4ª Vez



Para representantes da Umbanda, o ataque é mais um exemplo da intolerância religiosa que acontece em Teresina
Mais um ato de vandalismo contra a imagem de Iemanjá, localizado à margem do rio Poti, na Avenida Marechal Castelo Branco mexeu com os ânimos da comunidade umbandista de Teresina. A imagem, que representa um dos orixás mais populares e reverenciados pelo candomblé e pela Umbanda teve as duas mãos retiradas e ainda parte da cabeça atingida na noite de segunda feira.

Para representantes da Umbanda, o ataque é mais um exemplo da intolerância religiosa que acontece em Teresina. É a quarta vez que a imagem é alvo de vândalos e há uma ano foi carregada pelas águas do rio Poti, ficando mais de três meses soterrada. Depois disso, a escultura foi recuperada pelo escultor Clemilton Santos e transferida para um local mais seguro.

Para o umbandista Gilvano Quadros, representante do grupo “Coisa de Nego”, esta ação foi mais uma manifestação causada pela intolerância religiosa, o que segundo ele, é recorrente contra os símbolos da Umbanda e do Candomblé . “A partir do momento em que presenciamos depredação dos nossos símbolos, isso significa dizer que está havendo preconceito com a nossa religião”, disse o umbandista que acredita que o ataque partiu de religiões intolerantes.

Gilvano Quadros acrescenta que o preconceito e a intolerância também são revertidos na ausência de políticas públicas voltadas aos terreiro de umbanda e macumba. Segundo ele, poucas ações contemplam esse segmento da sociedade, o que contribui ainda mais para práticas preconceituosas.

O umbandista reclamou ainda da deturpação que ocorre nos meios de comunicação. “Muitas vezes a mídia utiliza-se dos símbolos da umbanda de maneira pejorativa. Isso também é preconceito”, finaliza.

Carolina Durães
Jornal Meio Norte