terça-feira, 8 de novembro de 2011
Justiça condena padre a 60 anos de prisão por abuso sexual em Franca
08/11/2011
Pároco aguarda decisão de recurso em liberdade.
Seis adolescentes relataram abusos entre 2009 e 2010.
Padre José Afonso Dé (Foto: Reprodução/G1)
O padre José Afonso Dé foi condenado pela 2 ª Vara Criminal de Franca, no interior de São Paulo, a 60 anos e oito meses de prisão por estupro e atentado violento ao pudor. Em abril de 2010, o pároco foi acusado de pedofilia e indiciado por abusar sexualmente de seis garotos, entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010.
As vítimas, com idades entre 12 e 16 anos, eram coroinhas e frequentadores da Paróquia São Vicente de Paulo, em Franca. Segundo o advogado de defesa, Eduardo Maestrelo Caleiro Palma, a decisão foi proferida no meio do ano, mas como o caso corre em segredo de Justiça, não havia sido divulgada.
O advogado entrou com um pedido de habeas corpus e, atualmente, o pároco aguarda a decisão do recurso ao Tribunal de Justiça (TJ) em liberdade.
Uma denúncia anônima feita no dia 24 de março de 2010 ao Conselho Tutelar de Franca deu origem à investigação da Delegacia de Defesa da Mulher. O denunciante, que não quis se identificar, havia dito que o sacerdote molestava adolescentes na sacristia da igreja onde ele celebrava missas e na própria casa. Os meninos relataram terem sido beijados e acariciados nos órgãos sexuais pelo Afonso Dé.
O padre foi afastado das suas funções pelo bispo de Franca, Dom Pedro Luís Stringhini, que também entrou em contato com a Nunciatura Apostólica, a ‘embaixada’ do Vaticano no Brasil, para encaminhar formalmente as acusações contra o pároco.
Durante a apuração, 31 pessoas foram ouvidas, entre o acusado, as vítimas, mães dos garotos e testemunhas. Além dos seis garotos molestados entre 2009 e 2010, a polícia identificou outras quatro vítimas, num total de dez. No entanto, como o abuso teria ocorrido entre os anos de 1990 e início de 2000, o crime prescreveu.
Do G1 SP, com informações da EPTV
comentário
É muito triste e lamentável este fato, até por que, o acusado é um padre, ou seja, alguém que fez um juramento de manter-se casto pelo menos durante o seu sacerdócio, além, da promessa de servir a deus nos seus mais sinceros postulados, e de repente se vê acusado de tantas barbáries. E o que mais nos revolta, é que não é um fato isolado, haja vista, a quantidade de padres envolvidos em escândalos dessa natureza nos últimos anos, embora não seja um desmérito somente de padres, mas tammbém de pastores e pais de santo entre outros.
No caso específico desse padre condenado, vamos fazer algumas ressalvas quanto a notícia:
A pena imposta de 60 anos (da qual cabe recurso, e mesmo, se transitada em julgado, jamais será cumprida na sua totalidade, pois o limite máximo de cumprimento de penas corporais no Brasil, segundo a nossa Constituição Federal, é de 30 anos.
Por outro lado, ele seria beneficiado também pelo fato de ter mais de 65 anos de idade, além de outros benefícios previstos na lei de execução penal. Ou seja, se ficar 5 anos encarcerado, ficará muito. Fazer o quê ? É a lei, e esta, é dura, mas precisa ser cumprida (sed lex dura lex), tanto para agravar quanto para minorar a situação penal do condenado.
Mas acredito, que a pena maior, estará por conta da reprovação da sociedade e da própria consciência desse que um dia jurou servir os mandamentos sacerdotais e os desrespeitou. A sua dívida maior será com deus. Que este, se apiede da sua alma.
João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá