quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Pena de chibatadas a mulher saudita que dirigiu carro 'é revertida pelo rei'


28 de setembro, 2011

Mulheres poderão votar e concorrer em 2015, mas ainda não podem dirigir

O rei Abdullah da Arábia Saudita reverteu uma decisão da Justiça que sentenciava uma mulher a dez chibatadas por burlar a proibição de dirigir imposta às mulheres do país, afirmam diferentes relatos.

A decisão do rei ainda não foi confirmada oficialmente, mas a informação foi divulgada por uma princesa saudita por meio da rede de microblogging Twitter.

Notícias relacionadasSaudita é condenada dez chibatadas por desrespeitar a lei e dirigirMedida é um primeiro passo para direitos das sauditas, diz analistaMulheres sauditas vão poder votar e concorrer em eleiçõesTópicos relacionadosInternacional, Oriente médio"Graças a Deus, as chibatadas em Shema foram canceladas. Obrigado ao nosso amado rei", publicou a princesa Amira al-Taweel, mulher do príncipe saudita Alwaleed bin Talal.

"Tenho certeza de que todas as mulheres sauditas ficarão muito felizes", afirmou ela.

Além dela, uma autoridade que não teve seu nome revelado deu a informação à agência de notícias AP.

A mulher condenada, identificada apenas como Shema, foi considerada culpada por dirigir na cidade de Jeddah, em julho passado.

A sentença para Shema foi dada dois dias depois de o rei ter anunciado que as mulheres vão poder votar pela primeira vez nas eleições municipais de 2015.

Abdullah disse ainda que elas poderão ser nomeadas para o Conselho Shura, órgão consultado em temas importantes no país.

Interpretação da lei

A interpretação saudita da lei islâmica inclui o sistema de tutela, sob o qual as mulheres precisam da permissão de um familiar do sexo masculino para participar da vida pública.

No entanto, correspondentes dizem que o rei optou por seguir uma tendência reformista desde que chegou ao trono, em 2005, especialmente no que diz respeito aos direitos das mulheres.

Nos últimos meses, diversas mulheres saíram guiando carros por cidades da Arábia Saudita, para pressionar o governo a mudar a lei que as proíbe de dirigir.

Outras duas sauditas devem ir a julgamento ainda neste ano devido a acusações parecidas com a de Shema, segundo correspondentes.
BBC