terça-feira, 10 de agosto de 2010

Acusado de matar padre Hidalberto é condenado a 21 anos

Acusado de matar padre Hidalberto é condenado a 21 anos
O jovem Rafael Timóteo da Silva, 19 anos, foi condenado a 21 anos de prisão, em regime fechado, por homicídio duplamente qualificado, pelo assassinato do padre Hildaberto Henrique Gomes, de 53 anos, ocorrido em novembro de 2009. O julgamento ocorreu ontem, no Fórum do Barro Duro.

Para convencer os jurados de que o acusado era culpado, o promotor Flávio Gomes da Costa utilizou um data show para mostrar aos jurados e ao público imagens da casa do padre Guimarães, onde ocorreu o crime, em novembro do ano passado. Foram exibidas fotos de cada cômodo da residência. O objetivo foi tentar provar que, e em cada um, deles, houve uma sequência de violência até o religioso cair morto.

Por exemplo: no primeiro quarto foi encontrada uma faca quebrada, que também, segundo o Ministério Público, foi usada para ferir a vítima. O segundo quarto foi, possivelmente, o local do crime. No terceiro, os acusados tiraram os sapatos e se lavaram para apagar vestígios de participação no assassinato.

As imagens também mostraram os instrumentos utilizados no assassinato e os móveis remexidos. No entanto, o que mais chocou os presentes foi as grandes poças de sangue e, sobretudo, o rosto desfigurado da vítima, que foi encontrada quatro dias após, já em estado de putrefação. No momento em que foram mostradas as imagens, o afilhado do padre, identificado por Alexandre, se retirou do auditório. A Igreja Católica não mandou representantes para acompanhar o julgamento.

“O crime teve características de brutalidade, de raiva, de ódio e de intolerância. Acho que este rapaz (Rafael) estava possuído pelo satanás. A primeira facada foi dada no pescoço, igual se mata uma galinha. Isso é uma falta de humanidade. Ao todo, foram 24 facadas. Depois, o acusado se lavou, se limpou, enfim, tirou os vestígios do crime, pegou o DVD para vender o equipamento no dia seguinte”, disse o promotor Flávio Gomes da Costa em seu discurso.

Já o advogado do acusado explorou a tese de legítima defesa. José de Araújo Persiano alegou que o padre Guima, como o religioso era conhecido, foi quem puxou primeiro a faca logo após Rafael Temóteo e o menor – que também estava no local e participou do assassinato – terem se recusado a fazer sexo com ele.

Como foi – O padre Guima foi assassinato com 24 facadas no peito e no coração, e várias pauladas na cabeça. Após o crime, o acusado Rafael Timóteo da Silva, e o menor J.A.C.S, que na época tinha 16 anos, roubaram um DVD e um par de tênis, que foram vendidos em uma feira da capital.

Hidalberto Henrique Gomes, de 48 anos, era o pároco da Igreja de Nossa Senhora das Graças, em Murici. No dia 05 de novembro de 2009, o padre desapareceu depois de uma reunião de clero.

No sábado, dia 07 de novembro, o padre celebraria uma missa, na cidade de Branquinha, mas não apareceu. Um afilhado estranhou o desaparecimento do padre e o procurou em casa. O corpo foi encontrado ensangüentado e em estado inicial de decomposição, na cozinha do pároco. O acusado e o menor confessaram a autoria do crime alegando legítima defesa.

Na versão dos acusados, o padre ofereceu dinheiro para que eles fizessem um programa, e depois os ameaçou.


Publicado por Redação em 10/08/2010 as 07:29
Arquivado em Cidades, Manchete, Municípios
Elisana Tenório – Repórter