quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Conselheiro quer abolir horário religioso das emissoras estatais
Conselheiro quer abolir horário religioso das emissoras estatais
Daniel Aarão Reis Filho, um dos conselheiros da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), apresentou proposta para acabar com os programas de proselitismo religioso nas emissoras sob o controle da estatal.
Entre essas emissoras estão a TV Brasil, que aos domingos dedica duas horas à Igreja Católica e aos sábados, 45 minutos à pregação evangélica, e a Rádio Nacional AM do Distrito Federal, que aos domingos transmite missa.
A rigor, como o Estado é laico, nenhuma emissora sustentada pelo dinheiro dos impostos poderia propagar crença religiosa, ainda mais privilegiando duas religiões entre as muitas que existem no país.
A Igreja Católica e algumas das principais denominações evangélicas já têm suas próprias emissoras de tv e rádio. Além disso, há religiões evangélicas que compram por milhões de reais horários em emissoras de sinal aberto, como a Bandeirantes.
Antes de tomar uma decisão, o Conselho Curador da EBC colocará a proposta de Reis Filho em consulta pública por cinco meses, de agosto a dezembro.
Preocupado com a reação de religiosos, o conselheiro afirmou que não se trata de “um ataque à religião em geral ou a alguma específica”.
Ele sugere que o horário católico e o evangélico sejam substituídos por programas de discussão sobre todas as religiões, sem nenhum proselitismo ou ritual, como missa.
Ima Célica Guimarães Vieira, presidente do conselho, admitiu ao repórter Wilson Tosta que deve haver resistência ao fim dos programas religiosos.
O site da EBC diz que se trata de uma "empresa pública de comunicação comprometida com o direito à informação, o pluralismo de opiniões e a expressão da diversidade social e cultural de nosso país".
Mas na prática não é bem assim.
Com informação do Estado de S.Paulo.