quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ilê Axé Opô Afonjá é invadido por vândalos


Ilê Axé Opô Afonjá é invadido por vândalos
Espaço sagrado, comandado por mãe Stella, foi alvo de ladrões
Ladrões invadiram, no último dia 30 de novembro, o Terreiro do Ilê Axé Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, na cidade de Salvador (BA). Entre os 20 quartos que foram invadidos e revirados está o espaço sagrado de Oxalá. “Foi um episódio de vandalismo”, reclamou o Ogan Ribamar Daniel, presidente do Conselho Civil da Sociedade Cruz Santa do Axé Opô Afonjá.

O crime aconteceu por volta das 4:30hs. Pouco depois, o segurança do terreiro se deu conta de que os quartos haviam sido invadidos. De acordo com seu depoimento, os bandidos fizeram um buraco, que deu acesso à cozinha da casa onde os filhos de santo se hospedam durante os trabalhos e rituais. “Mas não tinha nada de valor lá. Estava tudo fechado, os trabalhos foram finalizados e a Casa estava isolada”, explicou. Para Daniel, o crime pode ter sido praticado por pequenos usuários de drogas da localidade. “É uma falta de respeito para com um espaço religioso”, indignou-se.

Indignado com a ação, Ribamar Daniel disse que entrou em contato com o secretário da Segurança, César Nunes, que se comprometeu a enviar uma viatura ao local. No período da tarde, uma equipe do Departamento de Polícia Técnica (DPT) realizou a perícia, e em seguida o local por onde os bandidos invadiram o terreiro foi fechado, assim como foram lacradas as portas dos quartos. O crime vai ser apurado por policiais do Serviço de Investigação (SI). Roberto Rodrigues Olugobenirá, Ogã de Iansã do Ilê Axé Opô Afonjá, divulgou uma carta de repúdio, referente o caso. Confira:

“Irmãos (as)
Benção a todos!

É com tristeza que comunico que o Templo Sagrado do Ilê Axé Opô Afonjá, foi invadido nessa madrugada[...]. Temos que pedir orientação a OLORUM, para podermos encontrar uma forma que possa acabar com tanta violência em nossa Cidade e Estado. Vejam que as invasões nos terreiros de Candomblés, vem acontecendo sistematicamente e as autoridades não fazem absolutamente nada, nem explicações a sociedade eles são capazes. Não podemos mais ficar parados [...]. O que precisamos dos nossos governantes é algo simples e que está ao alcance deles [...].”

Fonte: A Tarde
Serge Pechine