segunda-feira, 10 de maio de 2010
13 de maio - E depois da abolição?
13 de maio - E depois da abolição? Nesta data, comemora-se a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, que ocupava então a Regência do Império do Brasil. O problema veio depois... Enfim...a Lei Áurea serviu para libertar milhares de escravos que ainda existiam no Brasil em 1888 e proibir a escravidão no país. Independentemente disso, não se pode deixar de reconhecer que a abolição não resolveu diversas questões essenciais acerca da inclusão dos negros libertos na sociedade brasileira. Depois da Lei Áurea, o Estado brasileiro não tomou medidas que favorecessem sua integração social, abandonando-os à própria sorte.
Essa dívida social, porém, não pode ser imputada somente à princesa Isabel e à Monarquia. A situação social dos negros não melhorou com a República. Sobre isso, o Estado só veio a se pronunciar com mais veemência no ano 2003, com a instituição da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que tem desenvolvido projetos visando a inclusão social do negro.
Apesar disso, as estatísticas do IBGE ainda registram grande desigualdade em relação a negros e brancos. Alguns exemplos referentes à educação são bastante significativos. Os dados mais recentes apontam a taxa de analfabetismo das pessoas com 15 anos de idade ou mais: 8,3% de brancos e 21% de negros. A média de anos de estudo das pessoas com 10 anos de idade ou mais é de quase seis anos para os brancos e cerca de três e meio para negros. Enquanto 22,7% dos brancos com 18 anos ou mais concluíram o ensino médio, somente 13% dos negros o fizeram.
Em 13 de maio de 1888, a herdeira imperial nada mais fez do que, após o projeto abolicionista ter sido aprovado no parlamento pelos representantes dos grandes proprietários, sancionar a Lei Áurea, assinando o atestado de óbito de instituição, devido a sua desorganização pela fuga dos cativos. Durante todo o Primeiro e o Segundo Reinados, os Braganças haviam defendido com unhas e dentes a escravidão, conscientes da aliança que os unia à classe dos escravistas. Nos últimos meses da escravidão, os mais resistentes negreiros, reconheciam a inevitabilidade do fim da instituição. Defendendo até o último momento o cativeiro, pretendiam apenas criar as melhores condições para reivindicar indenização pela propriedade libertada.
Assim, 13 de Maio é o dia da FALSA-ABOLIÇÃO!
Fonte: Médio
Espaço Acadêmico
A GAXÉTA