segunda-feira, 17 de maio de 2010

Família é mais pedófila que padre, afirma cardeal


segunda-feira, 17 de maio de 2010
Família é mais pedófila que padre, afirma cardeal

O cardeal Geraldo Majella Agnelo (foto), arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, disse ontem que as notícias em todo o mundo sobre abuso de crianças e adolescentes por sacerdotes fazem parte de “uma campanha para desacreditar a igreja”.

Ele afirmou que a pedofilia ocorre com mais frequência dentro da família e, no entanto, não obtém tanta cobertura da imprensa.

"Os casos [de abuso] não chegam a 1% dos 400 mil sacerdotes que existem no mundo. É uma abrangência baixa, pois dentro da própria família isso aumenta para mais de 10%. Outras categorias têm muito mais", disse.

Ele não citou a origem de suas informações.

Para o cardeal, a causa da campanha contra a igreja seria o fato de as pessoas se sentirem incomodadas com a pregação do Evangelho, que questiona o “comportamento da sociedade”.

"A vida cristã não é uma vida folgada. Ela exige renúncias e deveres."

As declarações de dom Agnelo somam-se a outras de sacerdotes da hierarquia da igreja que têm tentado ultimamente minimizar a gravidade da desenvoltura dos padres pedófilos.

No começo do mês, dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre (RS), disse que há entre médicos, professores e empresários mais pedófilos do que entre padres. Depois, dom Angélico Sândalo Bernardo, bispo emérito de Blumenau (SC), afirmou que “tocar numa criança é diferente de tocar num adolescente.”

A orientação para esse tipo de defesa foi dada pelo Vaticano. Um exemplo é fornecido pelo arcebispo Silvano Tomasi, representante do Vaticano nas Nações Unidas.

Em outubro do ano passado, Tomasi disse que “não se deve falar em pedofilia, mas de padres homossexuais atraídos por adolescentes”.

Com Agência Estado.