quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dizer ‘negro safado’ não é racismo, afirma delegada da Paraíba


terça-feira, 25 de maio de 2010
Dizer ‘negro safado’ não é racismo, afirma delegada da Paraíba
A delegada da Juvanira Holanda, titular de uma distrital de João Pessoa, disse que chamar alguém de “negro safado”, ou de “seu negro” ou ainda de “sua branca” não é racismo. “Para caracterizar racismo tem de haver uma série de coisas.”

Ela estava se referindo ao caso da estudante africana Kadija Tu (foto), 23, que levou chutes no abdômen dentro do campus da Universidade Federal da Paraíba por um vendedor de cartão de crédito.

Kadija (ou Cadidja) estuda no Brasil por conta de um convênio entre o Brasil e a Guiné Bissau.

De acordo com testemunha, houve um desentendimento porque o vendedor teria feito para Kadija um gesto obsceno ou uma cantada grosseira e depois, em um bate-boca, ele teria dito “pega essa negra-cão”.

O rapaz prestou esclarecimento à delegada e foi solto.

Juvanira disse que o vendedor negou ter usado expressões racistas, até porque ele afirma ser negro. De acordo com a delegada, Kadija, na versão do rapaz, correu atrás dele depois de tê-lo empurrado.
“O que houve foi uma discussão simples.”

A estudante teve de ser internada para se acalmar e já foi liberada.


Agora à tarde, Duciran Van Marsen Farena, procurador da República e presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos do Homem, de Paraíba, pediu à Secretaria de Segurança do Estado a substituição da delegada Juvanira.

Ele argumentou: "Dizer que não há racismo em chamar o outro de "negro cão" ou "negro safado" é revelar desconhecimento da lei. Se vítima e agressor vivessem juntos, será que a delegada iria dizer que houve apenas injúria e vias de fato, para não aplicar a Lei Maria da Penha?”

O pedido dele foi atendido.



Com informação de ClickPB