segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Fiéis se reúnem para celebrar dia de Santa Bárbara em Salvador


.04/12/2011



Festa é considerada patrimônio imaterial da Bahia.
Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil celebrou missa campal.


Imagem de Santa Bárbara seguiu em procissão pelas ruas do Centro Histórico (Foto: Imagem/ TV Bahia)O Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, celebrou a missa em homenagem a Santa Bárbara no Largo do Pelourinho na manhã deste domingo (4). No ofertório, a uva e o trigo do ritual católico se misturaram ao acarajé e ao abará, oferendas do candomblé à orixá dos raios e trovões.

“Essa festa é uma marca católica, que é o culto a Santa Bárbara, parte do estoque de santas femininas da igreja. É importante dizer que esse rito foi complementado e ganhou a proporção que tem hoje por causa dos fiéis do candomblé. O próprio rito católico passou a incrementar elementos do candomblé”, explica o especialista em história da cultura negra, Jaime Sodré.

Depois da missa, a imagem de Santa Bárbara seguiu em procissão pelas ruas do Centro Histórico, nas asas da pomba da paz, seguida por sete santos católicos. Uma parada foi feita no quartel do Corpo de Bombeiros, no bairro da Barroquinha, para as homenagens à padroeira da Corporação. Seguindo a tradição, a última parada da procissão foi no Mercado de Santa Bárbara, onde foi distribuído caruru para a população.

Patrimônio Imaterial

A festa de Santa Bárbara foi considerada patrimônio imaterial da Bahia no dia 3 de dezembro de 2008 pelo governo do estado. O decreto que registrou a cerimônia reafirma a importância da diversidade cultural e religiosa que a festa reúne. “Santa Bárbara passa a ser uma santa cultuada dentro da religião católica, que ganhou uma versão baiana quando ela foi similarizada a Iansã. Todo rito dela passa a ter parâmetros com a religião de matriz africana”, diz Jaime Sodré.

A culinária típica adotada na celebração para Santa Bárbara carrega uma forte influência da religião de matriz africana e, entre outras semelhanças, os devotos de Iansã e Santa Bárbara se vestem de vermelho para cultuar uma das figuras religiosas mais populares da Bahia.

“Duas características principais da festa de Santa Bárbara são essencialmente do candomblé, que é a prática do transe [quando ‘filhos de santo’ manifestam Iansã na procissão] e da culinária, com o tradicional caruru”, complementa Sodré. A intensa participação do povo no dia 4 de dezembro caracteriza oficialmente a festa de Santa Bárbara como a celebração que marca o início do ciclo das festas populares da Bahia.

Do G1 BA, com informações da TV BA

comentário

De norte a sul e de leste a oeste desse grande Brasil, louvam-se a grande santa guerreira Santa Bárbara, não somente pelos católicos, mas também pelos umbandistas e candomblecistas, que aqueles, se misturam e se embolam em uníssono entoando louvores. Para os católicos Santa Bárbara, para nós (os mais sincréticos), a santa é um misto de Bárbara e Yansã, senhora dos ventos, raios e trovões e do eguns (espíritos), a preferida de Xangô, que com ele distribui justiça a quem necessita. Nos terreiros rufam os tambores, no Tambor de Mina, além do toque dos tambores(festejos), temos ainda as ladainhas recitadas também em louvor a santa guerreira. Culto dos mais frenéticos e arrebatadores, o culto a Santa Bárbara (Yansã, Óyá, Sogbô), arrasta milhões de fiéis por todo o Brasil,causando inveja a outras religiôes, principalmente a evangélica, que fica sem entender tanta fé e fervor devotados a uma santa, que para eles sequer tem o seu culto garantido na igreja católica.
porém, fé não se discute, se aceita.
Salve Santa Bárbara!
Eparrey Yansã, mesam orum!
João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá