terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Padres são condenados a até 21 anos de prisão em Alagoas



Foto: Divulgação
EM UM DOS MAIORES ESCÂNDALO DA IGREJA CATÓLICA, TRÊS RELIGIOSOS QUE ABUSARAM SEXUALMENTE DE COROINHAS FORAM JULGADOS ONTEM PELA JUSTIÇA ALAGOANA, MAS PODERÃO RECORRER DA DECISÃO EM LIBERDADE


20 de Dezembro de 2011 às 08:44

Fernando Porfírio _247 – Os padres pedófilos ganharam seu castigo. O maior escândalo sexual a abalar a Igreja Católica no Brasil teve seu capítulo mais duro nesta segunda-feira (19). A Justiça alagoana condenou os três padres acusados de abuso sexual contra coroinhas na cidade de Arapiraca. O juiz João Luiz de Azevedo Lessa aplicou aos religiosos penas de 16 a 21 anos de prisão.

O monsenhor Luiz Marques Barbosa foi condenado a 21 anos de prisão; o monsenhor Raimundo Gomes e o padre Edilson Duarte vão amargar 16 anos e quatro meses de cadeia, cada um. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público alagoano, os religiosos prometeram vantagens econômicas às vítimas em troca de sexo.

Os três, no entanto, ganharam o benefício de recorrer da sentença em liberdade. A defesa vai recorrer da sentença ao Tribunal de Justiça de Alagoas. Além da pena de prisão, o monsenhor Luiz Marques, de 83 anos, terá que pagar uma multa, correspondente a 30 salários mínimos.

Os padres eram réus no processo que apurou crimes de atentado violento ao pudor. Os delitos foram praticados contra os coroinhas Fabiano Silva Ferreira, Cícero Flávio Vieira Barbosa e Anderson Farias Silva.

Os três sacerdotes foram intimados para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia. Em abril do ano passado, após prestar depoimento, o monsenhor Luiz Marques foi preso. Ele admitiu que mantinha relação sexual com ex-coroinhas.

O padre Edílson Duarte admitiu que manteve relações sexuais com dois ex-coroinhas, pagando-os com o dízimo dos fieis. A revelação deixou a opinião pública indignada e constrangeu o Vaticano. “Sim, tive relações sexuais com dois deles”, afirmou o sacerdote.

As denúncias de pedofilia praticada por religiosos em Alagoas vieram à tona depois que um programa de TV, em rede nacional, veiculou reportagem revelando o caso. Em um trecho da matéria, um vídeo mostrou o monsenhor Luiz Marques Barbosa, que tinha 82 anos na época, mantendo relações sexuais com um jovem de 19 anos.

A gravação foi realizada em janeiro de 2009 por outro jovem que também teria sofrido abusos, segundo as denúncias apresentadas pelo programa de TV. O jovem contou que desde os 12 anos, quando entrou para a Igreja Católica, era alvo do assédio sexual do monsenhor.