segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Benedita da Silva é barrada em Caminhada Religiosa no RJ – Coordenadora da Comissão contra Intolerância explica

Durante a II Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que aconteceu no último dia 20 de setembro no Rio de Janeiro, a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, foi impedida de subir em um dos carros de som que reunia religiosos. Ela chegou acompanhada de uma deputada estadual ligada à Igreja Universal do Reino de Deus. O Sr. Ivanir dos Santos, porta-voz da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, disse à secretária, que a Comissão não havia recebido nenhum comunicado do governador do estado, sobre o envio de representantes e que, por esse motivo, ela não subiria a um dos carros do movimento. E completou dizendo que a caminhada não faz parte de movimentos políticos e só representa uma amostra da força da democracia em relação à liberdade religiosa. Sendo assim, nenhuma pessoa com cargo político seria autorizada a falar sem aviso prévio. No dia anterior à caminhada, a assessoria de Benedita, ameaçou pedir ao prefeito Eduardo Paes que autorizasse a montagem de uma barraca para receber os convidados especiais dela e alguns pastores. Posteriormente, a coordenação de Comunicação da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), que ficou responsável pela condução da imprensa e pela lista de autoridades que fariam discursos no carro de som, esclareceu que a lista de autoridades seguia uma lógica clara: a de que somente religiosos e apoiadores subiriam no carro e de que sua maior preocupação foi a de não dar coloração político-partidária ao Movimento Eu Tenho Fé! e sim, destacar as instituições que apoiaram a luta pela defesa da liberdade de consciência religiosa. E também que, quando Benedita da Silva chegou à Caminhada, o representante de sua secretaria tinha acabado de se pronunciar em nome do órgão. A SEASDH teve representante porque foi uma das apoiadoras do evento; A coordenadora de comunicação da Comissão, Rosiane Rodrigues, finalizou dizendo que no sábado (19 de setembro), véspera do evento, a assessoria da secretária telefonou ao secretário geral da CCIR e disse que - diante da recusa em deixá-la colocar a estrutura em Copacabana - colocaria uma tenda na marra e para isso entraria em contato direto com o prefeito Eduardo Paes. Imediatamente, a Comissão enviou um comunicado ao prefeito, afirmando que não se responsabilizaria por qualquer outra estrutura montada na orla. No momento em que chegou ao carro de som, convocada pela segurança, Rosiane presenciou a assessoria da secretária humilhando e constrangendo um umbandista (jornalista de sua equipe) que estava voluntariamente ajudando na recepção das autoridades, o que a deixou revoltada, uma vez que umbandistas e candomblecistas são achincalhados todos os dias e foi preciso ter muito estômago para lidar com a situação.