quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Briga entre pastor e candomblecista acaba na polícia



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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Briga entre pastor e candomblecista acaba na polícia




Destruição de oferenda na Zona Oeste do Rio motivou queixa.
Evengélico diz que só pediu que material fosse retirado da porta de igreja.

Às vésperas do lançamento do "Guia da luta contra intolerância religiosa", uma briga entre um pastor evangélico e um candomblecista foi parar na polícia carioca. Segundo Cosme Luis dos Santos, autor da queixa, ele teve uma oferenda destruída pelo pastor, que o teria cercado com um grupo. Segundo o líder evangélico, no entanto, ele só pediu que o material fosse retirado da porta da igreja.

De acordo com Cosme, pouco depois de realizar a oferenda de agradecimento próximo à sua casa, no bairro de Paciência, na Zona Oeste do Rio, soube por um conhecido que ela havia sido destruída. Inconformado, resolveu pegar sua câmera e registrou fotos do vaso quebrado, quando teria sido abordado por um pastor com um grupo de cerca de 20 fiéis.

“Não queriam me deixar filmar e um dos membros da igreja chegou a tentar me agredir, mas foi contido pelo grupo. Eles se diziam servos de Deus e repetiam que não havia lei no país que me permitisse aquilo, só a lei de Deus. No dia seguinte, resolvi ir até a delegacia”, conta ele, que é praticante do candomblé.

Pastor nega acusação

Cosme fotografou os destroços da oferenda (Foto: Divulgação / Comissão de Combate à Intolerância Religiosa)
Segundo o pastor Romildo, da Igreja de Cristo Rio de Vida, no entanto, não houve conflito direto no episódio.

“Ele estava fazendo um trabalho na porta da igreja, a menos de 15 metros. Pedi que tirasse aquilo dali e, como ele não quis, esperei ele ir embora para retirar. Fica com cheiro muito forte na hora do culto. Não houve agressão, ninguém tem esse direito. Temos que nos respeitar e eu queria respeito”, ponderou o pastor.

“Cada religião tem sua prática e sua reverência. Agressão não é atitude religiosa, é crime. O Brasil representa todas as diferenças e devemos prezar pela democracia”, disse o babalaô Ivanir dos Santos, sacerdote da tradição iorubá e membro da Comissão de Combate à Intolerância religiosa.

De acordo com a Lei Caó, a intolerância religiosa pode ser considerada crime inafiançável e a pena pode chegar a três anos de prisão.

fonte:http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL962562-5606,00-BRIGA+ENTRE+PASTOR+E+CANDOMBLECISTA+ACABA+NA+POLICIA.html