segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dilma contra a Umbanda


01Fevereiro
Dilma contra a Umbanda Procurado pelo jORNAL “O Estado de São Paulo” para comentar sobre a polêmica decisão da ministra, Pai Ronaldo Linares expõs sua opinião Segundo o “O Estado de São Paulo” de 21 de janeiro de 2010, na página A4:
“DILMA ADIA LEGALIZAÇÃO DE TERREIROS DE UMBANDA PARA EVITAR UMA CRISE” e, como sub-título: ‘PLANO SERIA LANÇADO ONTEM, MAS FOI BARRADO POR RECEIO DE ATRITOS COM IGREJA CATÓLICA E EVANGÉLICOS NO ANO ELEITORAL“. E sob uma foto da ministra, a legenda: “EMPENHO - DESDE O ANO PASSADO, DILMA TEM FEITO ESFORÇOS PARA SE APROXIMAR DE CATÓLICOS E EVANGÉLICOS”.

No corpo da matéria vê-se que a candidata à Presidência da República mandou a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial adiar o anúncio do Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa. O plano prevê ainda a legalização fundiária dos imóveis ocupados por Terreiros de Umbanda e Candomblé - além de até mesmo o tombamento de Casas de Culto - e seria lançado no dia anterior ao que se comemora o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (22 de janeiro). O ministro-chefe da Secretaria da Igualdade Racial, Edson Santos, teria afirmado que “o programa de promoção de políticas públicas para as comunidades tradicionais de Terreiros já estava adequado, mas, como é um plano de governo, precisa ser pactuado para não haver constrangimentos.” Afirma ainda o jornal, que o ministro Santos não escondeu a decepção com a ordem da ministra Dilma.

E mais adiante, o coordenador das reuniões realizadas para a confecção do plano, o sub-secretário de Políticas para as Comunidades Tradicionais, Alexandro Reis, tentou contornar o desapontamento geral afirmando: “A preocupação do governo é que determinados setores, por motivos eleitorais, utilizem o Pano de Proteção à Liberdade Religiosa como algo negativo”. Reis admitiu que o texto “precisa ser pactuado com evangélicos e católicos para não ser contaminado pelo ambiente político de 2.010”. Disse, no entanto, que os Terreiros não podem participar dessa briga. Na mesma data 21de janeiro de 2010, o Babalaô Ronaldo Antonio Linares foi procurado pelo “O Estado de São Paulo”, que desejava saber qual a opinião da Umbanda sobre a reportagem publicada. Na ocasião, ele mencionou que repudiava o texto como uma violação à Constituição, que afirma: todos os brasileiros são iguais perante a lei e perguntou:

“Então, para salvaguardar o direito de Umbandistas e Candomblecistas (e demais cultos de raízes africanas), é necessário o aval das igrejas evangélicas e católicas?” E mais ainda, a declaração do sub-secretário Alexandro Reis de que Terreiros não podem participar dessa briga: “Por quê é que não podemos participar dessa BRIGA? Como disse o Sr. Reis, será que teremos que contratar como advogados de nossa causa os bispos evangélicos que nos demonizam e os padres católicos que nos desprezam? Se a ministra, candidata à Presidente da República, antes mesmo da campanha já nos discrimina dessa forma, o que devemos esperar se for eleita? Pergunto: Onde fica a Constituição Brasileira? Onde fica a inclusão social? Onde fica a isonomia? Onde fica o sacro-santo direito, que até ao mais cruel assassino, a lei assegura o direito de se defender? Não nos é dado sequer o direito de participar da briga! Não nos é permitido a defesa e, nem mesmo buscar como cidadãos que somos, o direito de professar em paz nossos ritos religiosos ao amparo da lei que, constitucionalmente, temos direito! É preciso antes agradar padres e pastores?”

“Todos nós esperamos que o Presidente Lula, partindo de uma base tão humilde e, através dos trabalhadores, chegou a máxima magistratura brasileira, e que tanto se empenha na candidatura da ministra Dilma como sua sucessora, alerte a mesma sobre esse “tiro no pé”, essa humilhação com que o sub-secretário Reis afronta a comunidade afro-brasileira quando afirma que não devemos participar dessa briga e que o pacto com católicos e evangélicos é que evitarão a contaminação política. Não somos vermes, bactérias ou micróbios políticos e se, o assunto em pauta nos diz respeito, TEMOS SIM TODO O DIREITO DE PARTICIPAR DESSA BRIGA!.É dessa forma que comemoramos o DIA NACIONAL DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA?”

“É DESSA FORMA QUE A SECRETARIA DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL PROMOVE A IGUALDADE RACIAL? Ministra, nós também votamos. Desculpe, mas nós também ficamos melindrados.”

Babalaô Ronaldo Antonio Linares - Irmão-presidente da FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC”