quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
IEMANJÁ RECEBE HOMENAGENS NO RIO DE JANEIRO
Cerca de mil pessoas compareceram nesta terça-feira (2) no cortejo de homenagem a Iemanjá, que aconteceu na Cinelândia, na região central do Rio de Janeiro.A procissão foi promovida pela Associação Cultural Recreativa Afoxé Filhos de Gandhi.
Oferendas das mais variadas, como perfumes, lavandas, brincos, pentes e colares, além de frutas e bebidas, foram colocadas em balaios que foram levados ao mar ao som de orações e cantigas à orixá. Há 44 anos acontece a festa, que aconteceu das 9h às 12h.
O cortejo, que saiu da Cinelândia, seguiu pelas ruas Santa Luzia, avenida Presidente Antonio Carlos, rua Marechal Agnaldo Caiado de Castro, praça Marechal Âncora e praça do Mercado até a Praça 15.Rio e Salvador comemoram Dia de Iemanjá
Rio de Janeiro - Em homenagem ao Dia de Iemanjá, a Mãe D’Água, a comunidade afro-brasileira do Rio realizou hoje (2), às 10h30, uma procissão da Federação dos Blocos Afros e Afoxés do estado (Febarj), da Lapa à Praça XV, no centro. O grupo seguiu para a Baía de Guanabara, onde despachou balaios, que representam os orixás e são oferecidos à deusa do mar, com flores, sabonetes e perfumes. Rodas com danças e cantos afro-brasileiros também ocorreram, antes de os blocos retornarem para o almoço de confraternização na Febarj.
Segundo a organizadora da atividade, Atanizia D’Oyá, fundadora e presidente da Casa de Cultura Afoxé Estrela D’Oyá, a festa ocorre há 15 anos com a participação de umbandistas, candomblecistas, capoeiristas, ciganos, o movimento negro e simpatizantes, uma mistura da cultura afro-brasileira. Cândida Celeste da Silva, governadora da Província do Namibe, no sul de Angola, também participou da atividade e destacou a semelhança cultural entre os dois países.
“Por meio de acontecimentos, a gente começou essa atividade mostrando a nossa cultura, a religiosidade, a capacidade do negro de realizar algo quando quer. O que você está vendo aqui é um resgate, uma valorização e divulgação da cultura afro-brasileira. Então, hoje em dia no Brasil está mais fácil, porque o negro está sabendo se posicionar e se conduzir muito melhor do que antes”, afirmou Atanizia.
O culto à Iemanjá faz parte da tradição cultural brasileira, sobretudo na Bahia, onde são esperadas mais 400 mil pessoas para os festejos em Salvador. Segundo Marcelo do Oxum, coordenador da atividade no Rio, Iemanjá “é a dona de todas as cabeças e orixás, é um culto africano, diz-se que um pescador encontrou sua imagem no fundo do mar”.
Marcelo destacou também as dificuldades que ainda ocorrem no país em relação ao culto da religião africana: “Ainda temos muita dificuldade, existem alguns preconceitos, até pela falta de oportunidades de projetos para os barracões com arte, cultura, dança afro, cânticos, culinária. Falta muita coisa ainda, veem a religião afro como uma coisa tenebrosa, e esses tabus têm de ser quebrados. Essa manifestações são importantes, como as da intolerância religiosa, para demonstrar o nosso potencial e que somos todos iguais”, afirmou.
(Foto: Tasso Marcelo/Agência Estado)