quinta-feira, 18 de março de 2010
Padre Condenado é Suspenso por Abusos Sexuais na Alemanha
Padre Condenado é Suspenso por Abusos Sexuais na Alemanha. Veja também casos no Brasil. Berlim (Alemanha) - O arcebispado de Munique e Freising anunciou em um comunicado a suspensão do padre Peter H, condenado em 1986 por abusos sexuais contra menores e mesmo assim continuou a exercer atividades pastorais em uma paróquia. Segundo o comunicado, o superior direto de Peter H, Josef Obermaier, o suspendeu por ter violado a proibição de cuidar de crianças e de adolescentes.
Em 1980, o padre, que tem 62 anos, havia sido transferido da diocese de Essen, onde havia cometido os crimes, para a de Munique. Na época, o papa Bento XVI era o responsável pela arquidiocese alemã. Nos últimos dias, uma nota da diocese informou que o sacerdote estava afastado, contudo, o vigário-geral da Baviera, Gerhard Gruber, permitiu que ele realizasse trabalho pastoral em Munique, e as violações se repetiram até que o reverendo H fora condenado a apenas 18 meses de prisão.
Trata-se portanto de mais um caso de pedofilia envolvendo a Igreja Católica da Alemanha. Desde o início do ano, uma série de denúncias veio à tona no país. Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, a Igreja acompanha o tema com "preocupação". "Não se pode negar a gravidade do tormento que a Igreja está atravessando", mas "não é preciso renunciar a fazer todo o possível para que se obtenha no final também resultados positivos", disse o religioso em um de seus pronunciamentos.
No Brasil
O Vaticano reconheceu no último dia 16 de março, que existem casos de abuso sexual de menores cometidos por sacerdotes no Brasil e desmentiu que os responsáveis sejam "bispos", indicou o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi. "Eram padres", afirmou Lombardi ao se referir às notícias publicadas um dia antes pelo site UOL, que havia relatado que dois monsenhores e um padre são acusados de integrar esquema de pedofilia e vão responder a um inquérito policial por conta de denúncias feitas por ex-coroinhas e familiares do município de Arapiraca (AL), a 130 km de Maceió.
Dois dos três acusados, foram suspensos de suas tarefas eclesiásticas e estão sendo submetidos a um processo canônico por suspeita de pedofilia, segundo o porta-voz do Vaticano. A Polícia Civil já instalou inquérito para investigar o caso. Duas delegadas já foram designadas para apurar as denúncias. O pedido de investigação partiu do Ministério Público Estadual. O escândalo de pedofilia foi denunciado em 11 de março pelo programa "Conexão Repórter", do SBT, denunciando diversos casos de pedofilia envolvendo membros da igreja. Um vídeo mostra um dos monsenhores praticando sexo com um jovem de 19 anos.
A gravação seria de janeiro de 2009 e teria sido feita por outro ex-coroinha, que também teria sofrido abusos do padre. Segundo moradores, o monsenhor Luiz Marques, um dos afastados pela Igreja, era reconhecido como um dos religiosos mais conservadores da região agreste. Como prova da influência, ele foi homenageado com o título de monsenhor e dá nome a uma escola municipal, além de ter sido um dos escolhidos pela igreja, na década de 80, para receber o então papa João Paulo II no Nordeste.
O advogado do monsenhor, Daniel Fernandes, afirmou que toda relação sexual contida no vídeo foi consentida pelos adolescentes e negou prática de pedofilia do seu cliente. Segundo ele, os jovens teriam tentado extorquir o monsenhor pedindo R$ 5 milhões para não divulgar o vídeo. Um documento chegou a ser assinado pelos ex-coroinhas, em junho de 2009, onde eles se comprometeriam em não divulgar e destruir o vídeo, em troca do "pagamento de uma dívida de cartão de crédito" superior a R$ 32 mil.
Durante o programa do SBT, o monsenhor não negou o assédio sexual a menores. “Não preciso admitir, nem negar. É caso de confessionário. Só ao meu confessor eu posso dizer qualquer pecado meu. Não admito que o senhor venha na minha casa saber disso. O senhor não tem esse direito, de entrar na minha privacidade”, disse. Os outros dois integrantes da igreja acusados de participar do esquema negam qualquer ato ou assédio sexual a menores.
Fonte: ANSA
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