quarta-feira, 3 de março de 2010
Sacrifício de Animais
terça-feira, 2 de março de 2010
Sacrifício de Animais
Esta matéria deve ser lida com muita atenção, e, guardada, em especial dirigida àqueles, que sofrem preconceitos diversos por sua prática, bem como conhecimento com embasamento teológico.
Não há como se falar de sacrifício de animais, sem algumas situações correlatas, que sejam:
- Comparativo à outras religiões.
- Sua teologia, aplicação esotérica e prática, no contexto africano.
- Comparativo quanto a outros animais ou seres vivos.
Comparativo à outras religiões
No comparativo à outras religiões, ainda que posteriores à africana, não para se justificar, mas para comprovar que a negação e contrariedade é um ato de discriminação. Quando se aceita ou não, pratica o mesmo combate exacerbado das inúmeras práticas de sacrifício contidas nos testamento, algumas discorridas apenas como exemplificação, sendo o próprio testamento, um ajuste, contrato; na história bíblica as duas maiores alianças realizadas por Jeová uma com Abraão e outra com Moisés foram firmadas através de sacrifício de animais e sangue como elemento principal desta confirmação. Estes sacrificios eram por vários motivos, o principal deles, a expiação dos pecados, firmar tratados e testamentos, cura de leprosos...
Aspecto de pacto/testamento
O pacto da Lei foi quando da transmissão da Tábuas, transmitida por meio de anjos, pela mão de um mediador, Moisés, e que entrou em vigor com o sacrifício de animais no monte Sinai (Gál 3:19; He 2:2; 9:16-20). Naquela oportunidade, Moisés aspergiu sobre o altar a metade do sangue dos animais sacrificados, daí, leu o livro do pacto para o povo, que concordou em ser obediente. Depois disso, ele aspergiu o sangue sobre o livro e sobre o povo. ( Êx 24:1-8)
Aspecto de cura - A purificação do Leproso
A purificação do leproso. 1 O Senhor falou a Moisés, dizendo: 2 "Esta será a lei do leproso para o dia em que for declarado puro: Será conduzido ao sacerdote, 3 que sairá a seu encontro fora do acampamento para examiná-lo. Se o sacerdote constatar que a chaga do leproso foi inteiramente curada, 4 mandará trazer para o purificando duas aves vivas e puras, madeira de cedro, púrpura carmesim e hissopo. 5 Mandará imolar uma das aves em cima de uma vasilha de barro, cheia de água de fonte. 6 Depois, tomará a ave viva, a madeira de cedro, a púrpura carmesim e o hissopo, e os molhará, do mesmo modo que a ave viva, no sangue da ave imolada sobre a água de fonte. 7 Aspergirá sete vezes o que deve ser purificado da lepra, declarando puro, e soltará no campo a ave viva. 8 Então o purificando lavará as vestes, rapará todos os cabelos e se banhará em água, e será puro. Depois poderá entrar no acampamento, mas ficará fora da tenda durante sete dias. 9 No sétimo dia rapará todos os pêlos, a cabeça, a barba, as sobrancelhas, enfim, todos os pêlos, lavará as vestes e o corpo em água, e será puro.
10 No oitavo dia tomará dois cordeiros sem defeito e uma ovelha de um ano sem defeito, treze litros e meio de flor de farinha amassada com azeite, para oblação, e um quarto de litro de azeite. 11 O sacerdote que fizer a purificação apresentará perante o Senhor o purificando junto com essas oferendas, à entrada da tenda de reunião. 12 O sacerdote tomará um dos cordeiros e oferecê-lo-á como sacrifício de reparação, junto com o quarto de litro de azeite, agitando-os ritualmente diante do Senhor. 13 Depois imolará o cordeiro no lugar onde se imola a vítima expiatória e o holocausto, em lugar santo; porque a vítima do sacrifício expiatório, como a do sacrifício de reparação, pertence ao sacerdote e é coisa santíssima. 14 O sacerdote pegará um pouco do sangue da vítima de reparação e untará o lóbulo da orelha direita do purificando, bem como os polegares da sua mão e do pé direitos. 15 Depois tomará um pouco do azeite que derramará na palma da mão esquerda 16 e, untando o índice da mão direita no azeite que tem na palma da mão esquerda, aspergirá sete vezes perante o Senhor. 17 Depois, com o azeite que ficou na palma da mão untará o lóbulo da orelha direita do purificando, o polegar da mão e do pé direitos, por cima do sangue da vítima de reparação. 18 O resto do azeite que tiver na palma da mão o sacerdote o passará sobre a cabeça do purificando. Assim fará por ele a expiação diante do Senhor. 19 Depois o sacerdote oferecerá o sacrifício pelo pecado, fazendo a expiação por aquele que se purifica da mancha. 20 Em seguida o sacerdote oferecerá o holocausto e a oblação no altar. Tendo assim o sacerdote feito por ele a expiação, será puro.
21 Se for pessoa pobre e não tiver recursos suficientes, tomará somente um cordeiro como sacrifício de reparação a ser oferecido com um gesto de oferenda, para fazer por ele a expiação. Levará apenas quatro litros e meio de flor de farinha amassada com azeite, para a oblação, e um quarto de litro de azeite, 22 duas rolas ou dois pombinhos, segundo as posses, um como sacrifício expiatório e outro para o holocausto. 23 No oitavo dia os apresentará ao sacerdote para a purificação, à entrada da tenda de reunião, diante do Senhor.
24 O sacerdote tomará o cordeiro de reparação e o quarto de litro de azeite, e os oferecerá com um gesto de oferenda diante do Senhor. 25 Depois de imolar o cordeiro do sacrifício de reparação, pegando um pouco do sangue da vítima, o aplicará sobre o lóbulo da orelha direita, sobre o dedo polegar da mão e do pé direitos do purificando. 26 Derramará um pouco de azeite na palma da mão esquerda, 27 e com o dedo indicador da mão direita aspergirá sete vezes este azeite diante do Senhor. 28 Com o azeite que tem na mão untará o lóbulo da orelha direita, o polegar da mão e do pé direitos do purificando, no mesmo lugar onde aplicou o sangue da vítima de reparação. 29 O restante de azeite que lhe ficar na mão o sacerdote aplicará sobre a cabeça do que se purifica para fazer por ele a expiação diante do Senhor. 30 Depois, de acordo com os recursos, oferecerá uma das rolas ou um dos pombinhos 31 em sacrifício expiatório e o outro em holocausto, além da oblação. Assim o sacerdote fará diante do Senhor a expiação por aquele que se purifica". 32 Esta é a lei para aquele que esteve atacado de lepra e cujos recursos são insuficientes para a purificação.
A lepra das casas. 33 O Senhor falou a Moisés e Aarão, dizendo: 34 "Quando tiverdes entrado na terra de Canaã que vos darei em propriedade, e eu atingir com a infecção da lepra alguma casa da terra que possuirdes, 35 o dono da casa irá informar o sacerdote, dizendo-lhe: ‘Parece haver infecção de lepra em minha casa’.36 O sacerdote mandará desocupar a casa antes de ir examinar a mancha leprosa, a fim de não contaminar o que nela há. Feito isso, o sacerdote irá examiná-la. 37 Se, ao examinar a mancha, notar nas paredes da casa cavidades esverdeadas ou avermelhadas, parecendo mais fundas que a parede, 38 sairá pela porta da casa e fará isolar a casa durante sete dias. 39 Ao sétimo dia o sacerdote voltará. Se constatar que a mancha se espalhou pelas paredes da casa, 40 mandará arrancar as pedras infectadas e lançá-las fora da cidade, em lugar impuro. 41 Fará raspar a casa toda por dentro e o pó da raspagem será lançado em lugar impuro. 42 Outras pedras serão tomadas e colocadas no lugar das primeiras, e a casa será rebocada com nova argamassa. 43 Se, depois de tiradas as pedras e de a casa ter sido raspada e novamente rebocada, tornarem a surgir as manchas, 44 o sacerdote virá examinar. Se constatar que a manha se espalhou pela casa, há lepra contagiosa na casa. A casa está contaminada. 45 Será demolida a casa, com as pedras, madeira e toda a argamassa, que serão levadas para fora da cidade, a um lugar impuro.46 Quem entrar na casa enquanto esteve fechada, ficará impuro até à tarde. 47 Quem tiver dormido ou comido nesta casa, deverá lavar as vestes. 48 Se, ao entrar na casa, o sacerdote constatar que a mancha não se espalhou pela casa depois de rebocada, declarará pura a casa, pois o mal foi sanado. 49 Para fazer a expiação pela casa, tomará duas aves, madeira de cedro, púrpura carmesim e hissopo. 50 Sacrificará uma das aves sobre uma vasilha de barro com água de fonte. 51 Pegará a madeira de cedro, o hissopo, a púrpura carmesim e a ave viva, e os molhará no sangue da ave imolada sobre água de fonte. Depois aspergirá a casa sete vezes. 52 Feita a expiação da casa com o sangue da ave, com água de fonte, com a ave viva, com madeira de cedro, com hissopo e com púrpura carmesim, 53 soltará a ave viva no campo, fora da cidade. Assim fará a expiação pela casa e ela ficará pura". 54 Esta é a legislação referente a qualquer tipo de infecção de lepra, ou de sarna, 55 a infecções leprosas de vestes e de casas, 56 a tumores, pústulas e erupções da pele, 57 para ensinar quando alguma coisa é pura ou impura. Esta é a legislação sobre a lepra.
Aspecto de expiação do pecado - o sangue que expia (Lv 17,11), sem o qual não há remissão (Hb 9,22)
Nm 6.10 e ao oitavo dia trará duas rolas, ou dois pombinhos, ao sacerdote, à porta da tenda da reunião; Nm 6.11 e o sacerdote oferecerá, um para expiação do pecado, e o outro para holocausto; e fará expiação por ele, do que pecou relativamente ao morto; assim naquele mesmo dia santificará a sua cabeça. Nm 6.12 então separará os dias do seu nazireado a Javé, e para expiação da transgressão trará um cordeiro de um ano; e os dias antecedentes serão perdidos, porque o seu nazireado foi contaminado.
Portanto, vemos que o nazireu que tem que rapar a cabeça, tem que oferecer duas pombas, uma como holocausto e outra como oferta pelo pecado, e um cordeiro, como oferta pela transgressão.
Portanto, o apóstolo Paulo comprou oito pombas e quatro cordeiros, para os sacrifícios daqueles quatro homens cristãos.
E, ao que tudo indica, o apóstolo Paulo ofereceu também, ele próprio, duas pombas e um cordeiro, pois ele também tinha feito voto de nazireu, e tinha rapado a cabeça em Cencréia, como está escrito em: At 18.18 e Paulo ainda permaneceu ali muitos dias, e despediu-se dos irmãos, e navegou para a Síria, e com ele Priscila e Áquila, tendo rapado a cabeça em cencréia, porque tinha voto.
Portanto, vemos que o sacrifício de animais para expiação de pecados, instituído por Deus, só vale para os pecados cometidos por erro, isto é, sem querer, e que para os pecados cometidos à mão levantada, ou seja, intencionalmente, não há nenhum sacrifício de animal que possa servir de expiação, e que a alma que pecar intencionalmente, deve morrer.
Em Hebreus 10:1-3, está escrito: Hb 10.1 porque a lei, tendo a sombra das coisas boas que vão existir, não a própria imagem das coisas, a cada ano os mesmos sacrifícios que oferecem continuamente, nunca pode aperfeiçoar os que se aproximam. Hb 10.2 porque se não, parariam de ser oferecidos, por não terem mais consciência de pecados os que servem, uma vez purificados. Hb 10.3 mas neles, há recordação dos pecados a cada ano.
Portanto, vemos que os sacrifícios ordenados na Lei de Deus, no Templo, continuam, mesmo após a morte e ressurreição de Cristo, pois a Epístola aos Hebreus foi escrita após a morte, ressurreição e ascensão de Cristo, e ela diz que os sacrifícios continuam a ser oferecidos.
Em Números, capítulos 28:1-8, Javé ordenou que os sacerdotes, no Templo, ofereçam um sacrifício contínuo, um cordeiro de manhã, e um cordeiro de tarde, todos os dias, cada cordeiro acompanhado de uma oferenda de farinha de trigo amassada com azeite, e de uma libação de vinho.
Aspecto cerimonial
A páscoa foi instituída quando e em comemoração da saída do povo de Deus do Egito e deveria ser comemorada em família, como uma espécie de refeição sagrada, por ser uma festa e um sacrifício (Ex 12,25-28; Nm 9,13), presidida pelo pai, que atuará como sacerdote. Posteriormente com a centralização do culto, na reforma de Josias, passou a ser imolada no templo pelo sacerdote, que derramava o sangue no altar, prosseguindo-se o cerimonial em família ou com amigos ou parentes, em outros lugares ( Dt. 16,5-7; Cro 30, 15-17; 35, 10-14)
Dos Muçulmanos - Maomé disse no Alcorão sagrado: Surata, 22/28; Para auferirem benefícios e celebrarem o nome de Deus nos dias mencionados (os do sacrifício), sacrificando uma das agraciadas reses.
Se abandonaram sua prática e conduta religiosa, foram por razões próprias que não nos cabe discutir, mas nem por isso devemos abandonar as nossas, como muitos assim o querem.
Aceitar isto por parte de outras religiões e rechaçar o que é pratica dos africanos, é puro ato discriminatório, um ato de racismo disfarçado, e vai além disso, está imbutido uma escancarada disputa de mercado, cuja forma de aumentar e manter é nos atacando desta forma disfarçada e inescrupulosa.
Sua teologia, aplicação esotérica e prática no contexto africano
Para sua compreensão há a necessidade da explicação a aplicação da palavra AXÉ (visite a seção Axé), quer seja: Força/Energia vital
Neste contexto o ejé (sangue) é elemento primordial, não ao acaso, produz uma energia de fato, bem como elemento essencial para iniciação, na religião de toda e qualquer pessoa, sem o qual não haveriam nem novos babalorixás e iyalorixás, não haveria mais, sequer a religião.
Independente de qualquer discussão : Esta forma como que é utilizado, o sangue e demais vísceras dos animais, tem uma causa e objetivo nobre, o de produzir uma energia, o axé, já tantas vezes mencionado, que ao menos, irá cumprir uma função, de maior ou menor importância, beneficiando o alvo de qualquer religião: o ser humano.
Comparativo quanto a outros animais ou seres vivos
É feito algum tipo de comentário, por quem quer que seja sobre o abate industrial ou caseiro? Absolutamente não; porque? No fundo, no fundo, ninguém saberia dizer; Mas, intrinsecamente, já está embutido na cabeça das pessoas, um preconceito de ordem religiosa, moral, conservadora ... ou “pseudos” religiosos e moralistas...através de argumentos, os mais variados e convenientes.
Porém, quando essas pessoas, lêem na Bíblia Sagrada, diversas situações de sacrifício, já mencionadas; tão somente estavam repetindo um ato já praticado, provavelmente advindo dos africanos, que dizem dessas passagens bíblicas, nossos algozes?
Onde está a maldade, o diabólico, se isto pode ajudar alguém? O abate é o mesmo, só porque é um ato religioso? Os vermes, a barata, o pernilongo, a formiga, todos foram criados por Deus, com alguma função, mas criaturas divinas, claro que são nojentos, nocivos, e, devem se exterminados, as vezes esmagados, pisoteados, outras com ímpetos e rituais de sadismo e com plena satisfação, quer seja com o sapato, chinelo, vassoura, ou mesmo de forma maciça, o inseticida, o procedimento se faz de forma algoz, por envenenamento, a morte vem lenta e dolorosa ...
Do ponto de vista, de que são igualmente, criaturas criadas por Deus (por outro não seria), que diferença tem dos animais imolados no Candomblé? O mundo sacrifica animais diariamente.
A conclusão é que se trata de discriminação e mais além, disputa de mercado, pelo grande mercado consumidor que são os fiéis, disputados inescrupulosamente, e os subterfúgios são os mais variados, este é um deles.
"e ainda vale salientar que as carnes servem para alimentar a muitos! são doadas para hospitais, instituições e distribuidas a pessoas que não tem oque comer!(baba Egbe)"
fonte:http://translenza.com.br/orixa/lnk_topicos.php?id=30