quinta-feira, 7 de julho de 2011
Em vigor cota para negros e índios em concursos do RJ
07.07.2011.
O decreto não exime negros e indígenas de obterem as notas mínimas para cada concurso
Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou, no último dia 6 de julho, um sistema de cotas para negros e índios nos concursos públicos para órgãos do Poder Executivo e da administração do Estado do Rio de Janeiro. Segundo o decreto assinado no Palácio da Guanabara pelo governador Sérgio Cabral, que passa a vigorar em 30 dias, 20% das vagas serão destinadas a negros e índios.
“Com essa política, reconhecemos que o negro e o índio foram vítimas durante séculos e que as oportunidades ainda não são iguais. O Estado do Rio foi o primeiro a estabelecer cotas para negros e índios na universidade e a política de cotas da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ) é um sucesso. Agora, a paisagem do serviço público brasileiro começa a mudar a partir do Estado do Rio” declarou o governador Cabral.
A ministra da Igualdade Racial, Luiza Barros, disse que os agentes políticos e a iniciativa privada de outros estados devem se mobilizar para multiplicar esta nova experiência. Ela acredita que a iniciativa vai contribuir para a luta contra as desigualdades raciais no país. “O Rio de Janeiro deu o pontapé inicial e os outros Estados virão atrás. A assinatura deste decreto torna mais evidente a importância de termos no Brasil o Estatuto da Igualdade Racial que dá ao Poder Público amplas possibilidades de trabalhar de forma efetiva para a igualdade racial no Brasil”, disse a ministra.
Mas, segundo o especialista em concurso público, o professor Ricardo Ferreira, a medida gera insatisfação para os não beneficiados, que passam a se sentir mais preocupados e isso pode acentuar problemas decorrentes da decisão, como preconceito com os grupos contemplados. Ricardo entende que a cota não deveria ser racial, mas sim social. “Talvez não seja o melhor critério. Poderia ter sido feito algo em conjunto com outras medidas como um melhor investimento na base educacional. É um processo que leva tempo”, declarou.
Fonte: Folha/ UOL
Imagem: Áfricas