domingo, 3 de julho de 2011

Homofóbicos talvez. Humanitários sempre!


Homofóbicos talvez. Humanitários sempre!

Há mais de uma década estamos levantando e apresentando discussões sobre a polêmica e difícil situação dos homossexuais dentro dos Terreiros. Fundamos a Comissão sobre a Diversidade Sexual nos Cultos afro-brasileiros – COHOMO, para apresentar enfrentamentos que gerem discussões sobre o DIREITO DOS HOMOSSEXUAIS A FÉ E AO RESPEITO. A comissão já realizou inúmeros trabalhos, combatendo o preconceito, durante sua militância. Sua proposta tem fortes raízes com os princípios definidos pelos DIREITOS HUMANOS. Também, pela vertente religiosa, amparada na teologia apresentada pelos ancestrais, TODA A CABEÇA (ORI) É UM PEDAÇO DO SUPREMO DEUS, OLODUNMÀRE. Desta forma, toda e qualquer CABEÇA é SAGRADA, inclusive dos homossexuais.


Não há de se questionar a presença maciça desta comunidade dentro da Casas de Axé. O candomblé e a Umbanda são as únicas religiões que recebem a diversidade sexual, sem questionamentos. Os cultos afro-brasileiros, sem a menor dúvida, atuam de forma concreta na Inclusão social, deste grupo de brasileiros, cidadãos e seres humanos.


Militar, atrás de uma mesinha, escrevendo textos, respondendo e-mail, blogando e navegando na internet, é a forma mais disfarçada de apoio a um grupo de pessoas que sofre, vitimado pelo preconceito, pela discriminação e pela ignorância. O ideal é ‘por a mão na massa’. Agir de forma concreta e objetiva. Estar ao lado daqueles que apanham física e moralmente. Amparar aos que são humilhados e chamados de doentes.


Recentemente manifestamos a nossa NÃO CONCORDÂNCIA com um material ANTI-GAY, realizado pelo Ministério da Educação e por ONGs. Um material impróprio para crianças, pedagogicamente errado e pouco conquistador da sociedade. Um material agressivo, insinuante e que afronta os princípios básicos da boa conduta, como por exemplo, a DECÊNCIA. Este material orçado em R$ 3.000.000,00, vindos dos cofres públicos, poderia ser utilizado nas Universidades e, consequentemente, voltado ao público adulto.


Usando do direito a LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE PENSAMENTO fomos chamados de ‘homofóbicos’ por um determinado segmento. O jargão HOMOFOBIA está na mão de burocratas e interneteiros que nem sabem o que quer dizer a palavra homofobia: literalmente é TER MEDO DO HOMEM - homo = homem e fobia= medo. O termo homofobia foi criado para traduzir ‘aversão aos homossexuais’.


Talvez sejamos homofóbicos, pois tememos o HOMEM que não tem discurso próprio e se apresenta como grande contribuidor das causas sociais. Estes sim, são perigosos...São como papagaios. Teorizam!
Mas, contrariando nossos críticos somos rigorosamente a favor ao respeito à dignidade humana, seja ela da forma que for. Lutamos, in loco, pelo combate a segregação de ‘minorias’ (esclarecendo: minorias, não em número, mas em oportunidades).


Desta forma continuamos nosso trabalho, convictos de que somos úteis, humanitários e religiosos.


Axé.


Babalorixá Flávio de Yansan