terça-feira, 26 de julho de 2011

Mistura de raças do Brasil é catástrofica, diz texto de atirador da Noruega


Texto publicado na internet liga mistura de raças a desigualdade social
25.07.2011

Reprodução da capa do documento
A política de estabelecer uma mistura de raças europeias, asiáticas e africanas em países como o Brasil se provou “catastrófica” e resultou em altos níveis de corrupção, baixa produtividade e conflitos entre as diferentes culturas. A teoria sobre o país está numa das páginas do manifesto atribuído a Andrew Behring Breivik, o norueguês de 32 anos que assumiu a autoria dos atentados que mataram ao menos 76 pessoas em Oslo, na última sexta (22).

Para o autor do documento, que tem ligações com a extrema-direita norueguesa, o “Brasil vem se estabelecendo como o segundo país do mundo com o menor nível de igualdade social". O texto não cita qual seria o primeiro.

“Os resultados são evidentes e se manifestam num alto nível de corrupção, falta de produtividade e um eterno conflito entre várias ‘culturas’ competindo, enquanto a miríade de ‘sub-tribos’ criadas (preto, mulato, mestiço, branco) paralisa qualquer esperança de sequer alcançar o mesmo nível de produtividade e igualdade de, por exemplo, Escandinávia, Alemanha, Coreia do Sul e Japão”, diz o texto na página 1.153.


Norueguês assumiu a autoria dos atentados que mataram ao menos 76 pessoas

Observando a falta de igualdade social no Brasil e a média de produtividade do brasileiro, continua o texto, “é evidente que uma abordagem similar na Europa seria devastadora e um atraso para as nações (...)”.

Intitulado “A European Delaration of Independence - 2083" (Uma declaração de Independência Europeia - 2083), o manifesto, que leva a assinatura de Berwick na capa, foi publicado na internet apenas horas antes do massacre no país. Com várias referências históricas, o manifesto inclui numerosos detalhes da personalidade do agressor, seu modus operandi para fabricar bombas e seu treinamento de tiro, além de um minucioso diário dos três meses que precederam o ataque.

As afirmações que relacionam raça e produtividades estão no trecho em que o autor trata das “razões por trás da oposição conservador à mistura de raças e adoção de não-europeus”. Em outro trecho, na página 1.161, o texto volta a citar o Brasil como exemplo de desigualdade social.

“(...) Um país que tem culturas que competem entre si vai acabar se dividindo internamente ou, a longo prazo, vai terminar como um lugar permanentemente disfuncional como o Brasil e outros países semelhantes”, diz. “Quando você acrescenta o Islã a esta mistura, o pior cenário muda de um país disfuncional para o fracasso total; a sharia [lei islâmica] e disputa entre povos”.

Acidente em Goiânia
Há pelo menos 12 referências aos termos “Brasil” ou “brasileiro” no documento, nem todas com o mesmo teor. No trecho em que trata sobre a fabricação de bombas, o autor cita o acidente radioativo com o césio 137 em Goiânia, que deixou centenas de mortos em 1987. “Seja extremamente cuidadoso quando lidar com material radiológico”, alerta na página 1.060.

Na página 1.287, o texto cita o Brasil em meio a países que se tornaram independentes com “golpes de estado sanguinários”. “Em 1889, o Brasil se tornou uma república via um golpe de estado sanguinário.” Em outra menção, o país está numa lista de nações que sofreram intervenções dos Estados Unidos. A anotação cita o ano de 1964 ao lado de “Acesso do comunismo a recursos e trabalhadores pobres”. As informações são do G1.
fonte; Correio da Bahia