Partido político-religioso some com doações de desabrigados‏

01/07/2011



Fundador do PRB, partido do Crivella e do “bispo” Macedo acusa integrantes da legenda de fraudes que vão de caixa dois a desvio de alimentos destinados a desabrigados
O advogado Leucir Schiavini: "Cestas básicas para tudo que é lado"

Criado em 2005 por dirigentes da Igreja Universal, o Partido Republicano Brasileiro nasceu marcado pela fusão entre política e religião. Desde então, são frequentes as denúncias de uso irregular da máquina da igreja e de seus fiéis em campanhas eleitorais. Isso, porém, é um pecadilho, caso o advogado Leucir Schiavini, um dos fundadores do partido, esteja dizendo rigorosamente a verdade.

Há pouco mais de dois meses, ele registrou em cartório e encaminhou aos dirigentes do PRB um documento no qual relata uma série de pecados que estariam sendo cometidos pelo comando do partido. Pecados capitais, que passam pela política de caixa dois, falsificação de documentos e até desvio de alimentos destinado a pessoas necessitadas.

Leucir Schiavini trabalhou com um dirigente do PRB no Rio de Janeiro e prestou serviços para o partido até março passado, quando foi dispensado. Indignado, decidiu dar seu testemunho sobre o que viu e viveu nos últimos anos.

O advogado revela que o PRB já nasceu por meio de uma fraude: ""Falsificaram assinaturas de eleitores para criar o partido", confirmou, acrescentando que isso foi feito com o conhecimento da direção da legenda. Quem? Ele diz que, por enquanto, prefere manter nomes em segredo.

O eixo central da denúncia, encaminhada, entre outros, ao bispo Edir Macedo, comandante supremo da Universal, trata da formação e do funcionamento de um suposto caixa dois. No geral, as acusações envolvem a ganância comum dos políticos por dinheiro e poder. Há uma, porém, que surpreende: no início do ano, integrantes do partido promoveram uma campanha para recolher alimentos que seriam distribuídos às vítimas das chuvas do Rio de Janeiro.

Os donativos não chegaram aos desabrigados. Foram parar nas despensas dos integrantes do PRB. "Eu vi. As cestas básicas para os desabrigados das chuvas estavam lá na sede do partido. Vi um monte de cestas lá. Ao término de uma reunião, algumas pessoas que haviam trabalhado na campanha do deputado Vitor Paulo levaram as cestas para tudo que é lado, menos para o pessoal da serra", diz o advogado.

Bispo da Universal, Vitor Paulo elegeu-se deputado federal no ano passado e ocupava a presidência do PRB até o início de maio. O parlamentar confirmou ter recebido a denúncia escrita de Schiavini, mas negou todas as acusações: "O ônus da prova é de quem acusa". Principal representante da legenda, o senador Marcelo Crivella, sobrinho de Edir Macedo e também bispo da igreja, não quis se pronunciar.

O partido não informou se pretende processar o advogado por falso testemunho.

De: Alexandre Barbosa (alexandrebarbosa53@gmail.com)
Enviada: sexta-feira, 1 de julho de 2011 17:22:54
Para: brasilcandombleverdade@hotmail.com