quinta-feira, 15 de julho de 2010

Botos são alvo de matadores de aluguel


Botos são alvo de matadores de aluguel Sua carne é utilizada como isca para peixe Amazônia - Usada como isca para pescar o piracatinga, peixe muito consumido na Colômbia, a carne de boto é tão procurada na Amazônia, que existem matadores de aluguel contratados para caçar estes animais. O crime encomendado virou comércio para um produto de exportação. “Matamos cerca de 100 ou 200 botos por mês. Puxamos o animal para dentro da canoa e matamos com facão, cassetete, essas coisas”, diz um pescador, que deixou um emprego para se tornar matador de botos.

Segundo ele, quem contrata o serviço busca o comércio de órgãos do animal, como olhos e partes reprodutivas. A preocupação com os botos da Amazônia levou o pesquisador português do Programa Botos no Pará, Antônio Migueis, a investigar o comércio do piracatinga. “O peixe vai para a Colômbia e para os Estados Unidos, onde é usado como aperitivo em restaurantes”, explica Migueis. Já a especialista em botos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Vera da Silva, estuda o animal da região de Mamirauá, no Amazonas. “Temos percebido que cada vez mais há uma diminuição do número de botos na área", diz ela. Com redução confirmada no número de botos e perto do maior mercado consumidor de piracatinga, a região de Mamirauá concentra os casos de matadores de aluguel para o animal.

Denúncias de Migueis mostram que o mesmo problema ocorre perto de Santarém, no Pará. "O boto sempre foi considerado importante para o folclore e para a cultura da região e agora ele está sendo utilizado como isca", diz Vera. A matança de botos nos rios da floresta é considerada crime ambiental. Recentemente, o Globo Amazônia reportou que agentes no Brasil, não conseguem fiscalizar a atividade ilícita no país. No início de maio, moradores no Peru relataram ter encontrado 200 botos mortos nos últimos dois anos. Há cerca de um ano, outra reportagem mostrou como funciona a venda de olhos de boto-cor-de-rosa como amuletos em mercados do Norte do Brasil. Denúncias poderão ser feitas através do e-mail: seashepherd@seashepherd.org.br .

Fonte: Instituto Sea Shepherd Brasil
Aggnes Franco