segunda-feira, 28 de junho de 2010
Brasileiras são 40% do tráfico humano de Portugal
Brasileiras são 40% do tráfico humano de Portugal
As brasileiras representam 40% do total das estrangeiras em Portugal vítimas de exploração sexual. É o que revela o Relatório de 2009 do Observatório do Tráfico de Seres Humanos, órgão ligado ao governo português.
A maioria das brasileiras é levada ou atraída para Portugal sem saber que terá de se prostituir, informou Joana Daniel Wrabetz, responsável pelo relatório.
“O perfil da vítima de exploração sexual é brasileira solteira com mais de 25 anos e que vem para Portugal com proposta de trabalho”, disse Joana. Elas partem principalmente de estados do Nordeste e de Goiás e Minas Gerais.
Geralmente o tráfico é feito por portugueses que conhecem casas de prostituição onde podem explorar as brasileiras. Há casos em que o crime é praticado em parceria com estrangeiros, incluindo brasileiros que moram lá ou no Brasil.
Para impedir que as brasileiras fujam, os exploradores ficam com os documentos delas. Há casos de cárcere privado. "As mulheres são mantidas em regime de escravatura", disse Joana.
Ela informou que mesmo os casos de brasileiras que vão para Portugal já sabendo que terão de se prostituir são tidos como tráfico humano, que lá é crime grave.
Joana disse que as brasileiras são a maiorias entre as prostitutas estrangeiras pelo fato de a comunidade brasileira ser a maior de Portugal. Elas não entram na estatística da imigração ilegal -- são consideradas à parte.
Gustavo Behr, presidente da Casa do Brasil, lamenta que, por conta do tráfico humano, as brasileiras da comunidade, principalmente as solteiras, enfrentam o estereótipo da prostituição.
Autoridades portuguesas e brasileiras estão trabalhando em conjunto no combate à exploração. No começo deste ano, o Ministério Público Federal em Jales (SP) denunciou (acusação formal) à Justiça quatro homens suspeitos de enviar mulheres para Portugal.
Behr informou que há brasileiros fazendo o caminho de volta por causa da crise econômica de Portugal e do bom momento brasileiro na geração de emprego e de oportunidades.
As autoridades dos dois países acreditam que essa inversão do fluxo vai contribuir para deter o tráfico de brasileiras.
Com informação da BBC Brasil, O Globo e MPF.
fonte: PAULOLOPESWEBLOG