quarta-feira, 2 de junho de 2010

Filhos de Santo


Filhos de Santo



Os filhos-de-santo são os sacerdotes dos orixás, da mesma forma como, na Igreja Católica, os padres são os representantes de Deus.
Nem todos, porém, são preparados para “receber” os santos.

Existem os que cuidam dos filhos-de-santo quando os orixás “baixam”, os que sacrificam os animais, os que tocam os atabaques e os que preparam a comida.
Os búzios, usados como instrumento de adivinhação, é que vão dizer qual é a função de cada um.
A entrada para essa hierarquia é por indicação do orixá.
É o que se chama “bolar no santo”.

A partir daí, o abiã (noviço) tem que se submeter aos rituais de iniciação – cerimónias do bori, orô e saídas de iaô.
Um recém-iniciado passa de um a seis meses a viver dentro de severas restrições.
É o tempo de quelê – o período em que o abiã usa um colar de contas justo ao pescoço. Enquanto usar o quelê, ele deve vestir branco, comer com as mãos e sentar-se só no chão. Estão proibidas as relações sexuais e os pratos que não sejam os do seu orixá.

Nem todos os terreiros seguem à risca todas as imposições. Mas pelo menos algumas têm de ser obedecidas: é parte do compromisso do abiã com o seu Orixá e o seu pai ou mãe-de-santo.
As obrigações não terminam por aí: o iniciado, que agora se chama iaô, terá de cumprir ainda três rituais – depois de um ano, três anos e sete anos – , com sacrifícios, toques e oferendas.
Só depois ele se pode candidatar a ebômi, o grau seguinte da hierarquia.