sexta-feira, 4 de junho de 2010
Mestiços também querem cotas na universidade
sexta-feira, 5 de março de 2010
Mestiços também querem cotas na universidade
do site do STF
Ao falar ontem na audiência pública promovida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o sistema de cotas aos negros em universidades, Helderli Fideliz Castro afirmou que os mestiços brasileiros também querem esse benefício.
Ela representou o Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro (MPMB) e a Associação dos Caboclos e Ribeirinhos da Amazônia (Acra).
Helderli afirmou que o sistema de cotas para negros da Universidade de Brasília (UnB) não é, a rigor, medida de ação afirmativa porque não visa combater discriminação racial de cor, origem e nem corrigir seus efeitos.
Para ela, o sistema de cotas da UnB, inversamente do que defendia Darcy Ribeiro, fundador da universidade, tem por base uma elaborada ideologia de supremacia racial que visa à eliminação política e ideológica da identidade mestiça brasileira e a absorção dos mulatos e caboclos, dos cafusos e outros pardos pela identidade negra, a fim de produzir uma população exclusivamente composta por negros, brancos e indígenas.
Disse que, atualmente, para concorrer às vagas por meio de sistema de cotas o candidato deverá ser de cor preta ou parda, declarar-se negro e optar pelo sistema de cotas.
“Assim, as cotas da UnB não se destinam a proteger pretos e pardos em si. Pretos e pardos que se auto-declaram mestiços, mulatos e caboclos são excluídos do sistema de cotas da UnB”, disse.
Falou que instituições como a UnB estão ensinando o mestiço a ter vergonha de sua origem por falta de uma identidade.
“Seria normal o branco ter identidade branca, o negro identidade negra, o índio ter identidade indígena, mas o mestiço não pode ter identidade mestiça”.