terça-feira, 29 de junho de 2010

Iroko - Árvore frondosa Guardião da ancestralidade


Iroko - Árvore frondosa Guardião da ancestralidade Orixá masculino, de temperamento imprevisível e temperamental pouco cultuado; Seu culto está mais vivo em Casas de Tradição e morre à medida que antigos morrem também. Sua origem – como Nana – é do Daomé (jeje), posteriormente assimiladas pelos nagôs. É filho de Nana com Oxalá, o primogênito e irmão de Oxumarê e Omolu. Possui outros nomes: ROKO, LOKO, TEMPO (angola). Não possui sincretismo, mas há fracas evidências de sincretismo com S.Francisco de Assis – padroeiro dos animais e das plantas.

É entendido como um Orixá muito sério, violento e encolerizado, de caráter sério, reto e firme como uma árvore. Na natureza: é o próprio tempo (condições atmosféricas) e a árvore africana do mesmo nome que no Brasil foi substituído pela gameleira branca. Deve ser plantada de acordo com os diversos rituais e não pode ser cortada jamais- Só o tempo o corta.

É uma árvore muito grande, resistente que não se enverga com ventanias. Possui fortíssimas raízes. É um guardião de cada terreiro e da ancestralidade. É também a morada dos ancestrais. Quando Iroko cai é para anunciar o novo e para vencer a guerra. Qualquer árvore grande e velha pode ser a morada a Iroko. Alguns atribuem o fio de conta da senhoridade ( rungebe ) a Iroko. Dança: pega seu fio de conta com a boca e põe no pescoço de algum sacerdote importante; Veste-se todo de branco, com capuz de palha, muitos búzios e uma seta prateada na mão; Dia: terça feira;

Saudação: Iroko i só!!! Eeró!!!
Cores: branco, verde e cinza;
Símbolos: pé de iroko e gameleira.
Domínios: grandes árvores, variações climáticas; florestas.
Força emanada: proteção das variações climáticas e tempestades. perpetuação e morada dos antepassados;
Usa palha da costa em sua vestimenta.
Sua comida é o ajabó, o caruru, feijão fradinho, o deburu, o acaçá, o ebô e outras.

MITOLOGIA

QUEM PROMETE A IROKO DEVE CUMPRIR.

Havia uma vendedora de obis e orobôs que todos os dias, ao ir para o mercado, passava por um grande pé de iroko e lhe deixava uma oferenda, pedindo que ajudasse a engravidar, assim mais tarde, teria alguém para ajudá-la com a mercadoria que carregava na cabeça num pesado balaio e, também companhia na velhice.
Prometia a iroko um bode, galos, obis, orobôs e uma série de oferendas da predileção do Orixá da Árvore.
A mulher concebeu e deu a luz a uma filha, esquecendo-se da promessa no mesmo instante. Ao ir para o mercado, escolhia outro caminho, esquivando-se de passar perto de iroko, com medo que o Orixá cobrasse a promessa.
A menina cresceu, forte e sadia e, um dia a mulher teve necessidade de passar, com a filha, perto de iroko.
Não tinha outro jeito se não por ali. Saudou a árvore, sem se deter, e seguiu seu caminho, com o balaio na cabeça.
A criança parou junto a quem lhe tinha dado a vida (sem de nada saber), achando Iroco belo e majestoso.
Apanhou uma folha caída no chão e não se deu conta que a mãe seguia em frente, andando mais depressa que de costume, quase correndo. Quando a mulher percebeu que tinha caminhado ligeiro demais, já estava muito afastada da menina.
Olhando para trás. Viu a árvore bailando com a criança e falando da promessa abandonada. As enormes raízes abriram um buraco na terra, suficientemente grande para tragar a menina, propriedade do orixá.
“Quem prometer, que cumpra”.

IROKO ENGOLE A DEVOTA QUE NÃO CUMPRE A INTERDIÇÃO SEXUAL
Era uma vez uma mulher sem filhos, que ansiava desesperadamente por um herdeiro. Ela foi consultar o babalaô e o babalaô lhe disse como proceder: Ela deveria ir à árvore de Iroko e a oferecer um sacrifício, comidas e bebidas. Com panos vistosos ela fez laços e enfeitou o pé de Iroko. Aos seus pés depositou o seu ebó. Fez tudo como mandara o adivinho, mas de importante preceito ela se esqueceu. Ela deu tudo a Irôko, ou, quase tudo. Ela esqueceu que o babalaô mandara que nós três dias antes do ebó ela deixasse de ter relações sexuais. Só então, assim, com o corpo limpo, deveria entregar o ebó aos pés da árvore sagrada.

Iroko irritou-se com a ofensa, abriu uma grande boca em seu grosso tronco e engoliu quase totalmente a mulher, deixando de fora só os ombros e a cabeça. A mulher gritava feito louca por ajuda e toda a aldeia correu para o velho Iroko. Todos assistiam o desespero da mulher. O babalaô foi também até a árvore e fez seu jogo, e o jogo revelou sua ofensa, sua oferta com o corpo sujo. Mas a mulher estava arrependida e a grande árvore deixou que ela fosse libertada. Toda a aldeia ali reunida regozijou-se pela mulher. Todos cantaram e dançaram de alegria. Todos deram vivas a Iroko. Tempos depois a mulher percebeu que estava grávida e preparou novos laços de vistosos panos e enfeitou agradecida a planta imensa. Tudo ofereceu-lhe do melhor, antes resguardando-se para ter o corpo limpo. Quando nasceu o filho tão esperado, ela foi ao babalaô e ele leu o futuro da criança: deveria ser iniciada para Iroko. Assim foi feito e Iroko teve muitos devotos. E seu tronco está sempre enfeitado e aos seus pés não lhe faltam oferendas.



--------------------------------------------------------------------------------