quinta-feira, 25 de agosto de 2011

CRIME MACABRO: A MORTE DA JOVEM CRISTIANE MARIA .







24 de Agosto de 2011 Pedro Paulo .

Na casa de “Ferrugem” a Polícia Civil apreendeu um livro de São Cipriano com páginas manchadas de sangue, imagem do Anjo Gabriel, uma capa preta, objetos que confirmam o depoimento do acusado de que antes do crime, ele e Luiz Carlos teriam invocado forças ocultas em rituais satânicos.

ENTENDA O PLANO

Macumbeiro que ajudou a executar estudante também está na cadeia; ele recebeu uma moto e a promessa de R$ 3 mil pelo crime.
A Polícia Civil de Epitaciolândia (distante 240 km de Rio Branco) elucidou mais um crime de homicídio. Apesar da complexidade do caso, em menos de uma semana, os investigadores coordenados pelo delegado Sérgio Lopes de Souza, prenderam autor e comparsa da morte de Cristiane Maria Prudente, 20 anos, executada e queimada no aterro sanitário de Brasiléia, município limítrofe com a cidade de Cobija/Bolívia e Assis Brasil - fronteira com o Peru.

Trata-se de Luiz Carlos Ferreira, 45, ex-companheiro da vítima e o comparsa dele Jonathan Wendel Ribeiro Rodrigues, 18 anos, “o ferrugem”, macumbeiro, que se auto- intitulava discípulo fiel de Satanás. O crime recheado de tramas macabras teve sua origem no ciúme possessivo de Luiz Carlos, que não aceitava o fim do relacionamento, proposto pela estudante, em decorrência da desgastada convivência do casal.

“A investigação teve início no dia 11 de agosto, quando familiares da vítima procuram a delegacia para registrar uma queixa de desaparecimento de Cristiane Maria Prudente. Nesse período, buscamos apoio da FELCC – polícia de investigação boliviana, da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Federal, instituições que robusteceram os trabalhos desenvolvidos pela Polícia Civil”, explicou o delegado Sérgio Lopes.

O drama da família de Cristiane Maria teve início no dia 30 de julho, quando ela saiu de casa e não mais retornou, nem mandou noticias. Pensando que a jovem tivesse ido embora para Cruzeiro do Sul com Luiz Carlos que buscava reatar o relacionamento, os parentes somente procuraram ajuda da polícia 11 dias após o sumiço da moça, mãe de uma criança de apenas quatro anos, que não possui grau de parentesco com Luiz Carlos.

Luiz Carlos e Cristiane ficaram pouco tempo juntos, mas tempo suficiente para a jovem perceber que o ex-companheiro era uma pessoa extremamente ciumenta e possessiva.
De acordo com informações de familiares, Cristiane e Luiz Carlos ficaram pouco tempo juntos, mas tempo suficiente para a jovem perceber que o ex-companheiro era uma pessoa extremamente ciumenta e possessiva, o que fez com que ela chegasse a por fim a relação. A partir dessa decisão a jovem passou a ser perseguida pelo acusado, 25 anos mais velho, que não se conformava com o fim do relacionamento.

Em uma das tentativas de reconciliação Luiz Carlos (foto nº 5)convidou Cristiane para morar com ele em Cruzeiro do Sul, mas a jovem não aceitou. Inconformado com a rejeição, Luiz Carlos procurou ajuda de Jonathan “Ferrugem”. Este, que diz ser macumbeiro, teria garantido reatar a relação mediante auxilio de forças ocultas (rituais satânicos).

A obra de macumbaria oferecida por Jonathan Wendel, na realidade não passava de charlatanismo e não surtiu nenhum efeito na decisão de Cristiane. “Ferrugem” teria alegado ao cliente, que, os “anjos da guarda” da jovem estariam atrapalhando os espíritos e propôs por fim a vida da estudante. Tudo seria para que Luiz Carlos não “sofresse”, além de assegurar que a jovem não seria de outro homem.

O PLANO MORTAL

De acordo com a investigação, durante 15 dias Luiz Carlos e “Ferrugem” planejaram a morte de Cristiane e por duas vezes a trama falhou. Em depoimento o macumbeiro revelou que no primeiro momento eles convidaram a vítima à ir na companhia de Luiz Carlos até Cobija, com alegação de que do lado boliviano ela seria agraciada com um valor em dinheiro para quitar a conta de luz de sua residência que se encontrava em atraso. A estratégia não deu certo, pois a jovem mesmo aceitando o convite optou por levar o filho menor, de quatro anos. A presença da criança teria inibido a ação dos criminosos, pois eles seriam obrigados a matar a criança também. Uma nova trama foi montada.

FOTO Nº 4
Jonathan Wendel Ribeiro Rodrigues, 18 anos, “Ferrugem”, macumbeiro, que se auto-intitulava discípulo fiel de Satanás.
Os bandidos elaboraram uma nova trama de morte para Cristiane e escolheram um forró na zona rural do município. Novamente o plano foi adiado, porque Cristiane foi à festa acompanhada de uma amiga.

EXECUÇÃO

Consta no depoimento de Jonathan “Ferrugem”, que ele e Luiz Carlos tiveram a idéia de atrair Cristiane para o lixão da cidade de Brasiléia no período da noite. Para evitar que o plano não falhasse durante o dia Luiz convidou a vítima para ingerir bebida alcoólica e teriam passado o dia inteiro bebendo.

Sem saber que estava sendo convidada para a morte Cristiane aceitou os argumentos dos ex e o acompanhou até o lixão juntamente com Jonathan “Ferrugem”. No local escolhido pelos criminosos, Cristiane foi executada a tiros de revólver e em seguida teve o corpo envolto em pedaços de colchão encharcado de combustível e incendiado com o propósito de ocultar pistas.

Segundo relatos do “Ferrugem” o primeiro tiro atingiu o peito da vítima que caiu no chão, em seguida Luiz Carlos atirou outras duas vezes acertando o pescoço e o olho esquerdo da estudante. O comparsa disse também que recebeu uma motocicleta usada e a promessa de R$ 3 mil como pagamento pela execução.



A execução ocorreu no dia 31 de julho e no dia seguinte (1º de agosto) Luiz Carlos viajou para Cruzeiro do Sul, imaginando ter praticado o crime perfeito. Após o registro de desaparecimento de Cristiane, o delegado Sérgio Lopes passou a colher informações de familiares e amigos da estudante.

Usando a inteligência policial o delegado descobriu a possibilidade de Jonathan Wendel estar envolvido no desaparecimento, pois teria sido visto várias vezes em companhia de Luiz Carlos, que já não estava mais morando em Epitaciolândia. Sérgio Lopes determinou a condução de “Ferrugem” à delegacia, para prestar esclarecimentos a exemplo de outras pessoas.

Na delegacia “Ferrugem” confessou o crime macabro, ficando constatada a participação do investigado. Ele levou a polícia ao local onde o corpo foi abandonado e indicou o local exato onde a arma do crime foi jogada; o leito do Rio Acre.



Com ajuda da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Epitaciolândia, o delegado Sérgio Lopes encontrou os restos mortais da vítima no lixão da cidade(fotos nº2,3 e 6) e o revólver no fundo do Rio Acre. Após a confissão o delegado solicitou ao poder judiciário buscas na casa do “Ferrugem” e encontrou objetos de magia negra, ajuntados como provas do sadismo dos investigados.

Na casa de “Ferrugem” a Polícia Civil apreendeu um livro de São Cipriano (foto nº 1)com páginas manchadas de sangue, imagem do Anjo Gabriel, uma capa preta, objetos que confirmam o depoimento do acusado de que antes do crime, ele e Luiz Carlos teriam invocado forças ocultas em rituais satânicos.



Ainda no fim de semana com o crime esclarecido o delegado ingressou com a representação de prisão em desfavor de Luiz e “Ferrugem”, que foi deferida pela Justiça. Como se encontrava em Cruzeiro do Sul o delegado da Regional do Juruá – Elton Futigami, acionado pelo colega Sérgio Lopes efetuou a prisão de Luiz Carlos, sendo Jonathan Wendel preso em Epitaciolândia. Nesta terça-feira, 23, Luiz foi trazido para a cidade de origem, sob escolta do próprio delegado Sérgio e sua equipe.


fonte: ORB

comentário

Pela análise dos fatos relatados na reportagem nos leva a conclusão que a notícia foi aproveitada para atingir a religião afro-brasileira, bastantdo ver os termos, "obra de macumbaria","o ferrugem”, "macumbeiro, que se auto- intitulava discípulo fiel de Satanás". Ora! Basta um simple debruçar com os ólhos de enxergar e não com os ólhos de ver, que logo concluiremos que os possíveis autores da tão bárbaro assassinato, podem ter de tudo nos seus visuais, menos similaridade com os adeptos do culto afro, muito menos com sacerdotes. Dando nitidamente para ver que são pessoas que se prevaleceram do termo "magia negra", para atrair sua vítima, e sob este disfarce matar(até prova em contrário) a pobre vítima.

O fato de ter sido encontrado um livro de São Cipriano no local, bem como uma imagem do anjo Gabriel, já nos leva a conclusão de que o ato praticado nada tem de "magia negra", pois, nada tem a ver com Magia Negra, o livro de São Cipriano, que diga-se de passagem, é comprado em qualquer livraria, pela internet ou qualquer loja de venda de livros ou artigos de umbanda e candomblé, sendo assim, acessível a magos ou bruxos de primeira ou de nenhuma viajem.

Quanto a imagem do anjo Gabriel, encontrada no local, também, nade tem a ver com o fato, ora comentado, pois, sequer sincretiza este anjo, com qualquer entidade da umbanda ou do candomblé. Ademais o Ritual tido como de Magia Negra, pelo menos o tradicional,não prega este tipo de maldade contra seres humanos, o que existem, são pessoas desonestas, sem caráter, deprovidas de qualquer sentimento de religiosidade e humanidade, e que se arvoram e se travestem como praticantes de uma baixa Magia Negra, que pode até servir de pano de fundo, para essas finalidades.Pois a Magia Negra que conhecemos tem cunho muito mais de expansão cultural, de um segmento religioso existente no Brasil, do que voltado para a real prática do mal, que está muito mais enraizado na mente doente de alguns seres humanos.

Enfim,que a justiça dê a essas pessoas, conforme a parcela de culpa de cada um, o castigo penal devido.

João batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá