DE SÃO PAULO
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) decidiu vetar o projeto de lei que cria o Dia do Orgulho Heterossexual em São Paulo. Para Kassab, a medida é "despropositada".
Kassab confirmou o veto ao projeto em entrevista ao jornal "Agora São Paulo", do Grupo Folha, que lança hoje seu novo projeto gráfico.
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"O heterossexual é maioria, não é vítima de violência, não sofre discriminação, preconceito, ameaças ou constrangimentos. Não precisa de dia para se afirmar", disse o prefeito na entrevista ao "Agora São Paulo".
Andre Vicente/Folhapress
Prefeito Gilberto Kassab confirma veto a projeto de lei que cria o Dia do Orgulho Heterossexual na cidade de São Paulo
Para ele, faz sentido que mulheres, negros e outras minorias raciais que sofreram brutalidades e ofensas tenham seus dias no calendário. "Estas datas, sim, têm sentido, pois estimulam a tolerância e a paz."
O autor do projeto de lei que cria o Dia do Orgulho Hétero é Carlos Apolinario, do DEM, partido que Kassab deixou para fundar o PSD. Ontem, a nova legenda fez sua convenção nacional em São Paulo e elegeu Kassab como seu presidente nacional.
Apolinario, membro da igreja Assembleia de Deus, disse ontem, em artigo na Folha, que seu objetivo com foi "debater o que é direito e o que é privilégio". Para ele, o Dia do Orgulho Hétero não incentiva a homofobia.
O projeto foi aprovado no início do mês em votação simbólica na Câmara. Dos 50 vereadores presentes, 19 se manifestaram contra.
A aprovação foi fruto de um acordo entre Apolinario, o líder do PT, Italo Cardoso, e o presidente da Câmara, José Police Neto (sem partido).
Apolinario estava obstruindo todas as votações na Casa até que fosse votado seu projeto. Para desobstruir as votações, Cardoso aceitou colocar o projeto na pauta e não pedir votação nominal, o que inviabilizaria a aprovação, desde que pudesse manifestar a contrariedade da bancada petista.
A Folha
comentário
Nós já havíamos abordado o assunto no nosso blog, e chegamos a afirmar que o projeto tem lá as suas razões de, como tudo em uma democracia, até por que o verdadeiro objeto é tentar barrar o crescimento do movimento gay no Brasil que cresce a ólhos vistos, porém, vem agora o Prefeito dentro do seu "munus" (direito e dever), e veta o projeto de lei da Câmara de Vereadores de São Paulo, sob um argumento muito forte: "O heterossexual é maioria, não é vítima de violência, não sofre discriminação, preconceito, ameaças ou constrangimentos. Não precisa de dia para se afirmar", disse o prefeito na entrevista ao "Agora São Paulo".
João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá