domingo, 21 de agosto de 2011

Pais denunciam escolas públicas por misturar religião com educação



Secretaria de Educação recebeu denúncia contra jardim de infância.
Lei prevê educação religiosa apenas nos ensinos fundamental e médio.


Rezar antes da aula é motivo de conflito em seis escolas do Plano Piloto, que foram denunciadas por misturarem religião com educação. De acordo com a Regional de Ensino do Plano Piloto, uma denúncia contra o jardim de infância da quadra 404 Norte chegou à Secretaria de Educação na semana passada.

A escola marcou uma reunião com os pais, mas o encontro só serviu para esquentar a polêmica. Os pais que são a favor da oração fizeram um abaixo-assinado para manter o que é uma tradição.

A Lei de Diretrizes e Bases prevê a educação religiosa apenas nos ensinos fundamental e médio, mas como matéria facultativa. Na educação infantil, os profissionais devem trabalhar valores como ética, respeito ao bem comum e à diversidade cultural.

Para a diretora da Regional de Ensino, Roberta Callaça, a escola conduzia as orações, descumprindo a lei e a orientação da secretaria. “Dentro do sistema público, o que pode ser trabalhado é o respeito à diversidade de ideias, de religião, étnica, cultural. Isso é que o pode acontecer no momento de hora cívica”, explicou.

A contadora de histórias Lyvia Sena acredita que a orientação religiosa tem que ser algo da família e não da escola. “A gente começou a perceber que ele [o filho] vinha agradecendo a Deus e cantando músicas que traziam a palavra sacristão”, contou.

“Fala-se de Deus, isso sim, mas é um momento muito especial, espontâneo das crianças. Elas falam sobre a questão de abençoar o parquinho e de agradecer aos pais”, afirmou o pai de um aluno do jardim de infância, Flávio Henrique.

Para a administradora Daniele Miranda, a oração não é tendenciosa. “É uma coisa espontânea das crianças. A única coisa que elas falam é papai do céu. No resto, elas agradecem à mãe, aos tios, aos avós, ao parquinho”, disse.

A mãe de um aluno, a psicopedagoga Heliane Carvalho afirmou que as crianças não podem escolher se participam ou não das orações. “Todos os momentos que eles têm são coletivos. A criança ainda não tem condições de dizer que participa ou não”, explicou.

A atividade que gerou polêmica no jardim de infância da 404 Norte foi suspensa por dois dias na semana passada. Nesta segunda-feira (16), as crianças voltaram a se reunir antes da aula, mas não para uma oração e sim para agradecimentos, garantiu a escola.
Do G1 DF, com informações do Bom Dia DF

COMENTÁRIO


O tema já é um tanto quanto antigo, até por conta das discussões que tem gerado a favor e contra, porém, não custa nada estar sempre reforçando que, devido justamente a sua importância do ponto de vista do esmagamento de outras religiões em benefício de outras mais bem dotadas finaneiramente, temos que manter acesa a chama da discussão, e denunciando sempre toda e qualquer prática nesse sentido.

O dito ensino religioso da forma como vem sendo pregado, ele vem eivado de interesses outros, como por exemplo, ensinar os dogmas católicos e evangélicos em detrimento dos demais segmentos religiosos, o candomblé, a umbanda, o espiritismo, o islamismo, o budismo entre outros, até por que o Brasil em termos religiosos é multifacial (tem várias faces), e por ser também, talvez o único país no mundo, que é um dos terrenos mais férteis onde se pode plantar e divulgar livremente qualquer dogma religioso e ainda contabilizar lucros, de acordo com a nova máxima popular de que "templo é dinheiro", em comparação com a frase "tempo é dinheiro".

Por conseguinte, entendemos, que a melhor educação religiosa que podemos dar aos nossos filhos, é a tradicional, aquela que tem o seu nascedouro dentro do próprio lar, pois, se não houver este direcionamento religioso por parte dos pais, os pregadores mau intecionados com certeza irão adotar os nossos filhos nesse campo, e aplicar-lhes as suas teorias religiosas, que só levam a um caminho, a submissão e ao fanatismo. Não deixemos, pois.

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá