quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Morre Dona Celeste, Vodúnsi da Casa das Minas
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Morre Dona Celeste, Vodúnsi da Casa das Minas Ela tinha 86 anos e era a responsável pela Festa do Divino na Casa das Minas São Luís (MA) - Morreu nesta segunda-feira (25 de outubro de 2010), vítima de uma parada cardíaca, Dona Maria Celeste Santos, Vodúnsi da Casa das Minas Jeje. Seucorpo foi velado no próprio Terreiro. O enterro, ocorreu em 26 de outubro, no Cemitério do Gavião.
Dona Maria Celeste Santos nasceu em 13 de abril de 1924, no bairro Monte Castelo e começou a freqüentar a Casa das Minas ainda jovem, em 1950, ao tempo da famosa mãe Andresa. Foi iniciada Vodúnsi-He. Dando continuidade a uma tradição que vem do século XIX, em 1968, Dona Celeste assumiu a responsabilidade pela organização da festa do Divino na Casa das Minas. Como especialista no assunto, ajudou a organizar essa e muitas outras festas, em várias Casas e Terreiros de São Luís e Alcântara. Era considerada uma das grandes conhecedoras da Festa do Divino no Maranhão. Foi operária tecelã da Fábrica de Cânhamo. Morou de 1954 a 1967 no Rio de Janeiro, onde organizou a Festa do Divino, no Parque da União.
Na missa campal que celebrou no Aterro do Bacanga, quando visitou o Maranhão em 1991, o Papa João Paulo II recebeu presentes típicos das mãos de diversos representantes do povo maranhense. Dona Celeste ofereceu ao Papa uma pomba branca, símbolo dessa devoção, que em São Luís é assumida principalmente pela Religião Afro-Brasileira.
Em 1993, quando visitou o Benim, a convite de Pierre Verger, participando da cerimônia de inauguração de um monumento que assinalava o local do embarque dos escravos em Ouidah, Dona Celeste entoou cântico da Casa das Minas, que foi reconhecido e acompanhado pelos mais velhos, conhecedores do culto, que estavam presentes.
A Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (SECMA) sente-se consternada com o falecimento. O secretário da Cultura, Luis Henrique de Nazaré Bulcão e todos os funcionários da SECMA juntam-se à família da Casa das Minas nesse momento de dor e pesar.
Fonte: Imirante
De Jesus/O Estado