quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Morre Mãe Celeste, chefe da legendária Casa das Minas
Morre Mãe Celeste, chefe da legendária Casa das Minas
Publicado em 26 de outubro de 2010 por santos
Mãe Celeste, chefe da legendária Casa das Minas
Vítima de ataque cardíaco, morreu em São Luís, na manhã desta segunda-feira (25), a mãe-de-santo Maria Celeste Santos, chefe da Casa das Minas, o mais antigo e mais tradicional terreiro de tambor de mina do Maranhão, localizado na Rua de São Pantaleão.
Mãe Celeste, cujo senhor era o vodum Averequete, tinha 86 anos de idade. Ela nasceu em São Luís no dia 13 de abril de 1924 e, ao longo dos últimos anos, era a responsável pela Festa do Divino, uma das manifestações mais apreciadas na Casa das Minas.
De acordo com informações de integrantes da Casa de Jeje, por volta das 10h30 da manhã, Mãe Celeste sentiu-se mal no quarto onde morava, na Casa das Minas. Ela gritou pedindo socorro e foi levada às pressas para o Hospital Municipal Djalma Marques onde, segundo familiares, já chegou morta.
Mãe Celeste tinha duas filhas de criação, Antônia Maria dos Santos e Luciana Travincas Santos. Quando se sentiu mal, Mãe Celeste foi socorrida por Antônia Maria, que juntamente com dançantes da Casa pediu ajuda a vizinhos na Rua São Pantaleão.
“Há duas semanas, minha mãe se sentiu mal; ela teve uma brusca queda de pressão. O professor Sérgio Ferreti, muito amigo dela, esteve aqui e a levou na sexta-feira para uma consulta com um cardiologista, amigo dele. No sábado, ela fez vários exames. E hoje (segunda-feira), ela iria se internar no Hospital Presidente Dutra, para fazer uma revisão no marcapasso, que ela usava há dois anos. Mas veio de repente o pior”, afirmou Antônia Maria.
Ao lado de Deni Prata Jardim, a dançante mais antiga e matriarca da Casa, Mãe Celeste era a mais conhecida mãe-de-santo do Tambor de Mina do Maranhão. O velório está sendo realizado na Casa das Minas e o sepultamento deverá ocorrer na tarde desta terça-feira (26), no Cemitério do Gavião.
COMENTÁRIO
O povo do Tambor de Mina Geje Nagô está de luto por conta da passagem (morte), de uma das matriarcas das Casas das Minas, a mais tradicional das casas de candomblé no Brasil,Mãe Celeste de Verequete, cumpriu a sua missão a frente daquela casa, daquela comunidade de terreiro, pelo menos, assim pensamos. Todas as casas de Tambor de Mina Geje Nagô apresentam suas condolências a esta grande líder desta casa centenária, de onde se originam todas as demais casas de santo do Tambor de Mina, que embora na sua maioria sejam um misto de Mina de Encantariae e Nagô Vodum, mas não podem negar esta origem. Verequete o Vodum da Mãe Celeste, amoldou-se também aos ritos do Geje da Casa Real do Daomé e ao misticismo da encantaria, e até o sincretismo, visto que, Verequete adora (sincretisa) com São Bendito, o santo da Igreja católica padroeiro ou patrono do Tambor de Crioula, padroeiro dos cozinheiros, e santo para quem se "arriam! inúmeros ebós e fazem simpatias para nunca faltar comida nas casas.
Mãe Celeste, que Eviovodum (Deus) te receba em seus braços, e te envolva no manto reservado as grandes dignidades da religião afro, que dedicaram sua vida ao bem comum.
Homenagens do Voduno/Babalorixá do Tambor de Mina-Geje-Nagô/João Batista de Ayrá/advogado/jornalista.